Mariana Dal Chico 04/03/2019“Primavera num espelho partido” de Mario Benedetti foi meu primeiro contato com o escritor, que sempre me foi recomendado pela @prosasealgomais
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Mais uma vez, a TAG enviou para seus associados um livro onde ficção e realidade se misturam - em janeiro tivemos A Velocidade da Luz de Javier Cercas -, isso acontece nos capítulos que o próprio Benedetti narra suas experiências de expatriação na época da ditadura.
Há ainda outros cinco segmentos narrativos: Intramuros, Feridos e Contundidos, Dom Rafael, Beatriz e O outro.
Santiago é um preso político que na maior parte do tempo, se comunica por cartas onde a maior parte da leitura deve ser feita nas entrelinhas do que é escrito.
Beatriz é filha de Santiago e Graciela, uma garotinha que está há cinco anos sem ver seu pai e tenta entender o mundo com seu olhar, ainda, ingênuo. Foram os capítulos que mais me agradaram, às vezes veio em forma de conforto e em outras com humor inocente.
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A escrita do autor é deliciosa, poética mesmo nos momentos mais tensos e nada óbvia. O autor opta por não descrever em detalhes cenas de tortura, mas nem por isso, seu livro perde a potência e importância.
Gostei bastante do ritmo e cadência da leitura, a forma como foi exposto o impacto familiar perante a uma prisão política e decisões difíceis que ambas as partes - a que está isolada e a que continua no convívio em sociedade -, precisam fazer para seguir suas vidas da melhor maneira possível.
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Sei que algumas pessoas não gostaram muito do final aberto, não fiquei incomodada nesse caso por conta da decisão dos personagens já ter sido deixada clara para o leitor antes do desfecho chegar.
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Confesso que esperava me apaixonar completamente pela leitura, o que não aconteceu, ainda assim, foi uma experiência muito boa que me fez ficar com ainda mais vontade de ler outros livros do autor.
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