Primavera num espelho partido

Primavera num espelho partido Mario Benedetti




Resenhas - Primavera Num Espelho Partido


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Camila A. Meireles 05/08/2015

"A vida continua, evidente, mas não há uma forma única de continuar"
Desejo ler todos os livros de Mario Benedetti porque ele escreve de um jeito lindo, poético. Mesmo o banal, o clichê - em suas palavras tem outra roupagem.

Confesso que demorei a ler este livro - iniciei em abril e finalizei em agosto - mas não por ser difícil, ou arrastado, ou por minha própria falta de interesse. Simplesmente não é livro para devorar, mas digerir.

Quantos parágrafos grifados! Quantos capítulos relidos! Às vezes voltava trinta páginas atrás só para sorrir das maneiras dos personagens de Benedetti. Sorrir de encantamento, sorrir pela doçura.

É um livro, e isto já foi colocado em resenhas pretéritas, de visão política esquerda. Digo isso porque apesar do posicionamento político do autor (que inclusive fala com sua própria voz em determinados capítulos) ser este e não influenciar no apreço que você certamente terá pelos personagens (EM ESPECIAL BEATRIZ!), é bom você saber. É bom você saber porque se não quer lidar com isto, mas gostaria de ler o autor, pode começar por outro livro. E eu recomendaria A Trégua.

O importante é você ler Mario Benedetti porque ele te deixará com mais vontade de viver. De apreciar a beleza das coisas e pessoas. A se dar novas chances quando falhar porque todos merecemos novas oportunidades de fazer melhor. E principalmente de amar melhor.

"Remover os escombros dentro do possível, pois também haverá escombros que ninguém poderá remover do coração e da memória."
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Eliz/@nossaliteratura 28/02/2020

Meu primeiro contato com o autor
Livro diferente e interessante de uma maneira curiosa. Adorei como Benedetti alternou entre o romance e seus próprios relatos de exilado na época da ditadura. Vale muito a Leitura.
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leiturasdabiaprado 21/04/2022

Um livro sobre a ditadura uruguaia, exílio, prisão política, família e amor...
Sobre laços de amizade, sobre admiração... mas também sobre o tempo, sobre a vida na prisão e a vida que segue no exílio!
Narrado em cinco perspectivas diferentes, uma delas a de uma criança de 09 anos que vive exilada na Argentina com a mãe e o avô enquanto o seu pai é mantido como preso político no Uruguai!
Um livro que muitos deveriam ler para entender o peso de um governo ditatorial!
A história de Santiago, o preso político, termina com vida e reencontro familiar, mas não podemos nunca esquecer que várias outras continuam obscuras e apagadas nos porões das ditaduras, sejam elas no Uruguai, no Chile, no Brasil...
Por isso, temos que gritar e ecoar: Ditadura nunca mais!!!
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Cristiane 16/07/2023

Lindo
O romance é construído com a intercalação de várias vozes e conta a história de Santiago, preso político por conta da ditadura militar no Uruguai, e de sua família, que foi obrigada a se mudar para a Argentina.
O livro é de uma beleza enorme! Explora de forma muito profunda, bonita e íntima os sentimentos dos personagens. Lindo!
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Layla 14/05/2020

Confesso que não foi fácil ler sobre esse tema em plena época de pandemia e de isolamento social. As passagens sobre exílio, saudades e desesperança com o governo me pareceram bem mais doídas. Talvez por isso a minha experiência com esse livro tenha sido tão singular, contrariando as minhas expectativas. O conteúdo é simplesmente fantástico e dá pra ter uma ótima base sobre como a ditadura prende até mesmo os que estão "livres", e mesmo aqueles que conseguem sair da prisão talvez ainda não tenham passado pela pior parte: descobrir o que mudou do lado de fora, o que perderam de suas vidas. A alternância de vozes foi muito legal, Beatricita é uma fofa, e as passagens do próprio autor dão mais vivacidade ainda ao livro. O final que deixa a desejar, e a escrita é um pouco confusa, mas nada que atrapalhe a riqueza dessa obra. Muito boa indicação da TAG!
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carolmureb 10/04/2020

Incrível, bem escrito. A alternância de vozes enriquece a narrativa. Beatricita é simplesmente ótima e fofa.
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Isabella93 01/02/2023

Uma história que motiva pela fofoca e cenário
Queria começar o ano com uma leitura um pouco diferenciada e esse livro entregou tudo que eu esperava.
Se passando durante uma época bem tensa, que foi a ditadura militar do uruguai, a história é muito bem construída e cada personagem é marcante. Todos eles têm seus problemas e dilemas, visto que a maioria tá exilada e o protagonista tá preso, e você entende cada um deles, mas a melhor coisa do livro são os flashbacks da época anterior ou o que aconteceu antes de serem presos e exilados, além de um draminha envolvendo o principal, sua esposa e o melhor amigo, que mesmo certas partes sendo meio arrastadas te motiva a continuar pela fofoca. A filha do protagonista também é um amor e muito engraçada. A forma dela tentar entender o mundo e especulando as frases que ouve, além de representar muito bem como é a crise de identidade sendo alguém muito nova nascida em um local e tendo que se mudar para outro por causa das razões daquele período histórico.
Para além disso, a identificação dos discursos que tentavam justificar o regime de merda instaurado no país com o que aconteceu no Brasil nos últimos 4 anos é fascinante. O fantasma do comunismo e como aquelas pessoas se deixavam levar por não saberem do que estavam falando é terrível. A parte que está preste acontecer uma vistoria nas casas e um dos personagens começa a pegar os livros e queimar para que nada fosse usado contra eles e eles deixando certos autores porque como nas palavras dele: "eles nem sabem o que combatem", me fez rir horrores e lembrar de uma situação muito similar que vivi.
Única coisa que de fato deixou a desejar foi o final em aberto, mas dá pra relevar.

Enfim, uma obra de arte.?
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Joselene.Monteiro 17/05/2020

Benedetti sabe semear frases que transcendem a experiência pessoal dos personagens e que tocam o cerne do que nos faz humanos: nossa forma de lidar com as dores enodando-as com palavras (e silêncios). As diferentes vozes ao longo do livro mostram como as dores podem ser suportáveis através da esperança e da ingenuidade de uma criança; através da fidelidade de alguém aos seus ideais ou aos seus desejos; ou através das reflexões daquele que, ao fim da vida, percebe que até as piores dores são transitórias, mas algo delas sempre sobrevive no coração e na memória.
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Mariana Dal Chico 04/03/2019

“Primavera num espelho partido” de Mario Benedetti foi meu primeiro contato com o escritor, que sempre me foi recomendado pela @prosasealgomais
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Mais uma vez, a TAG enviou para seus associados um livro onde ficção e realidade se misturam - em janeiro tivemos A Velocidade da Luz de Javier Cercas -, isso acontece nos capítulos que o próprio Benedetti narra suas experiências de expatriação na época da ditadura.
Há ainda outros cinco segmentos narrativos: Intramuros, Feridos e Contundidos, Dom Rafael, Beatriz e O outro.
Santiago é um preso político que na maior parte do tempo, se comunica por cartas onde a maior parte da leitura deve ser feita nas entrelinhas do que é escrito.
Beatriz é filha de Santiago e Graciela, uma garotinha que está há cinco anos sem ver seu pai e tenta entender o mundo com seu olhar, ainda, ingênuo. Foram os capítulos que mais me agradaram, às vezes veio em forma de conforto e em outras com humor inocente.
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A escrita do autor é deliciosa, poética mesmo nos momentos mais tensos e nada óbvia. O autor opta por não descrever em detalhes cenas de tortura, mas nem por isso, seu livro perde a potência e importância.
Gostei bastante do ritmo e cadência da leitura, a forma como foi exposto o impacto familiar perante a uma prisão política e decisões difíceis que ambas as partes - a que está isolada e a que continua no convívio em sociedade -, precisam fazer para seguir suas vidas da melhor maneira possível.
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Sei que algumas pessoas não gostaram muito do final aberto, não fiquei incomodada nesse caso por conta da decisão dos personagens já ter sido deixada clara para o leitor antes do desfecho chegar.
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Confesso que esperava me apaixonar completamente pela leitura, o que não aconteceu, ainda assim, foi uma experiência muito boa que me fez ficar com ainda mais vontade de ler outros livros do autor.
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Instagram @maridalchico

site: https://www.instagram.com/p/Bul8ZbQArvI/
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Tatiana Patrícia 11/08/2020

Mais ou menos!
Nessa história sobre exílio, prisão e vida que segue de quem permanece livre numa época de diversas prisões políticas, sinto que o livro poderia ser mais cativante...
Fica cansatativa a narrativa. A única parte mais suave, é qdo a pequena Beatriz narra sua versão dos fatos.
No mais, não é o tipo de leitura que gosto, por isso a nota é 2,5.
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Gisa 08/02/2021

O livro retrata a ditadura uruguaia através dos relatos intercalados de um militante exilado, um militante preso, sua esposa e a filha no exílio, seu pai também exilado e do próprio autor, também exilado durante o período.

Destaco a narrativa da filha ainda criança como a mais comovente e a do próprio autor como mais interessante.

"Podes cortar todas as flores mas não podes impedir a primavera de aparecer" (Neruda)
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Rafael Mussolini 01/02/2020

Primavera num espelho partido
"Primavera num espelho partido" de Mario Benedetti (TAG Experiências Literárias, 2019) foi lançado em parceria com a editora Alfaguara com curadoria de Julián Fuks que é romacista, contista e crítico literário. É uma história que acompanha as consequências das ditaduras, dos governos autoritários para as famílias daqueles que escolheram lutar pelos direitos humanos e acabaram indo para o exílio. Esse livro foi minha primeira incursão pela literatura uruguaia.

Primavera num espelho partido é um livro sobre liberdade. Seus capítulos são divididos de forma a conhecermos o ponto de vista de diversos membros de uma família que espera ansiosamente pelo fim do exílio de Santiago. Essa família, por sua vez, também precisou se exilar na Argentina. Esposa, filha, amigo e pai de Santiago servem na história como um espelho que emana os reflexos do exílio político para além da prisão propriamente dita. Demonstra como uma família e um preso político podem ser desmantelados pela dor, pela espera, pela ânsia de liberdade e pelo correr dos dias que não para.

Esse correr dos dias irá suscitar muitos debates sobre a força do amor para enfrentar a repressão política. Santiago se vê longe de todos que ama e apenas com a possibilidade de se comunicar com eles por cartas que com certeza passam pela censura antes de serem enviadas. Enquanto resiste a todo tipo de tortura naquelas quatro paredes, Santiago divaga sobre a vida e cria novas narrativas através até da interpretação das manchas de mofo e umidade das paredes.


Cada ponto de vista é muito comovente a sua maneira. Mario Benedetti consegue caminhar para além do sofrimento de quem está preso apenas por pensar diferente e vai mostrando como cada personagem, e mesmo aqueles com uma visão política diferente de Santiago, passam a viver como se também estivessem em uma prisão, pois como diz Rosa Luxemburgo "Só existe liberdade quando as pessoas podem pensar diferente de nós."

Em um dos capítulos, o autor utiliza de uma metáfora riquíssima ao comparar as vivências de quem está em exílio político com aqueles que aguardam seu retorno. Ele ilustra essa relação como uma viagem de trem quando nos detemos à paisagem que corre. Dependendo de que lado estiver sentado é como se a paisagem que corre fora estivesse indo em direção contrária, mas quando viajamos de frente é como se a paisagem viesse a nosso encontro. Para Santiago, preso político, é como se estivesse na posição do trem como se a vida viesse a seu encontro, enquanto para sua família, é como se estivessem do lado onde a paisagem vai se afastando.

Gosto especialmente dos capítulos que evocam a voz de Beatriz, filha de Santiago que é ainda uma criança entendendo o que é o exílio e o porque alguém se torna um preso político.

Primavera num espelho partido é um livro sobre resistência e o próprio título já demonstra isso de forma bem contundente. Prisão, exílio, tortura e até a morte são capazes de interromper a primavera por algum período, mas sempre existirão aqueles que conseguirão sempre enxergá-la através de um espelho que estará trincado, mas que ainda tem a capacidade de ver, sonhar e lutar pela liberdade e dignidade humana. É como disse uma vez Che Guevara: Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera inteira.

site: https://rafamussolini.blogspot.com/
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Carol 29/10/2020

Narrativa muito envolvente
Eu dei esse livro de presente para o meu namorado e permaneceu na nossa estante por algum muitos anos. Ele tinha lido e adorado. Esse ano, decidi pegar pra ler e adorei! Eu gosto muito de livros que tenham mais de uma voz contando a história. Nesse, temos Beatriz, o Velho, Graciela, Santiago, Rolando e o próprio Benedetti. O plano de fundo da história é uma família uruguaia que se exila em Buenos Aires por conta da ditadura militar. Santiago era atuante no confronto com os militares e acabou sendo um preso político. O Velho (pai de Santiago), Graciela (esposa de Santiago) e Betricita (filha de Santiago) são os exilados, juntamente com Rolando, amigo de Santiago e também parte do grupo. A história vai de desenrolando e vamos tendo acesso a vida deles, tanto durante a ditadura quanto durante o exílio, suas esperanças e sentimentos. No meio disso, ainda temos relatos do exílio do próprio autor. Particularmente, adoro a narrativa de Beatriz. Benedetti conseguiu criar um tom infantil, mas sem apelar ou acabar soando bobo demais.
Para quem já teve a oportunidade de conhecer Buenos Aires ou Montevideo, ainda dá um gosto a mais pelo fato de ter algumas citações e descrições de lugares.
Recomendo muito! A literatura latina é realmente magnífica.
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Steph.Mostav 29/06/2020

Fragmentos da primavera
Minha oitava leitura da #MLI2020 também foi minha preferida até agora e por motivos muito diversos aos quais gostei dos livros lidos durante essa semana. Primavera num espelho partido é um romance que nos conquista pela forma, mais que pelo enredo. É a história que serve à estrutura e não o contrário, mas com isso não quero dizer que não há conteúdo: o contexto é fundamental, mais do que os acontecimentos. Como representar a perspectiva dos exilados, dos prisioneiros políticos, de todos os que sofreram com as ditaduras latino-americanas, especificamente a uruguaia? Benedetti escolheu a fragmentação, como esse espelho partido do título: vários pontos de vista muito diferentes entre si para destacar as semelhanças dessas tragédias sociais, mas também as diferenças da maneira pessoal de lidar com elas. Temos então a visão de Santiago, um preso político; Graciela, sua esposa; Beatriz, sua filha, uma criança ainda; Rafael, seu pai; Rolando, seu amigo de militância; e o próprio Benedetti, que insere na ficção seus fragmentos de realidade. As formas de narrar, com isso, são múltiplas: epístola, monólogo, discurso indireto livre, diálogos e frases curtas, a visão inocente mas sagaz de uma criança que não compreende muito bem, mas se esforça para que a nova realidade do exílio faça sentido. Só assim nos aproximamos ao menos um pouco da dimensão do horror, ainda que um horror esperançoso, que foi a vida dos que lutaram contra governos opressores e dos que foram obrigados a deixar o próprio país sem ter um prazo para voltar. Foi dessa maneira que o autor decidiu traduzir as angústias de quem não sabe bem como vai voltar, não no sentido de "com que recursos vou retornar ao meu país?", mas sim "que tipo de pessoa eu serei ao voltar?". Porque é impossível passar pela prisão ou pelo exílio e continuar o mesmo, é impossível não ser afetado por essa experiência traumatizante. E o trauma também está na espera por essa primavera que não chega, nessa inquietude sem fim definido. Esse romance não é um livro que se lê para saber o final e quem espera respostas muito bem definidas pode acabar se frustrando, tanto porque algumas perguntas são respondidas de maneira sutil e implícita quanto outras perguntas permanecem sem resposta até hoje e isso faz parte da desumanidade intrínseca às ditaduras latino-americanas.
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Alice 13/08/2022

Esse tema sempre deixa um gosto amargo para mim e esse livro consegui tratar tão poeticamente e mesmo assim de uma maneira tão diferente, a intercalação da narração deu um toque a mais e aprofundou bem como os personagens foram afetados por tudo. Apesar disso detestei o romance que foi enfiado, causou uma quebra para mim que foi difícil entender que era meu incômodo a isso e gerou uma tensão sem qualquer apelo para mim, porque era mais importante outras coisas, na minha opinião é claro. Adorei as narrações da Beatriz e do Dom Rafael, mas a narração final do Santiago, foi a cereja do bolo para mim.
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