Primavera num espelho partido

Primavera num espelho partido Mario Benedetti




Resenhas - Primavera Num Espelho Partido


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Márcia Regina 30/08/2009

"Primavera num espelho partido", de Mário Benedetti.

Recomendo. Uma ressalva: se você tiver birra com leitura claramente de esquerda, podes te incomodar, mesmo que o foco humano seja básico no texto. Digo isso porque ainda que não seja militante de esquerda, tenho birra e acabo perdendo a noção literária e abandonando livros quando seguem uma linha claramente de direita.

Assim, informação número um: o livro tem um matiz militante. Sem dúvida, mas construído de forma que essa militância ocorra lado a lado com os conflitos pessoais. Não poderia ser diferente. O que se retrata é um período de ditadura militar, a separação familiar e afetiva decorrente da prisão e do exílio.

Informação nº dois: o livro tem um matiz psicológico e profundamente humano. Santiago, Graciela, Beatriz e Dom Rafael abrem-se para nós, mostrando medos, vivências, coragens, fraquezas, sustos, tristezas, descobertas, alegrias.

Confesso que gostei demais de Dom Rafael. Mario Benedetti colocou a relação dele com o filho de maneira realista, mesclando na dose certa o distanciamento provocado pela separação não apenas física, mas ideológica e temporal, e a proximidade provocada pelo carinho, pela lealdade, pela capacidade de compreender e perdoar... Lindo.
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Nado 20/02/2020

Sonolento...
É um bom livro que conta uma parte importante da história dos nossos vizinhos. Porém, a escrita é um pouco massante e por vezes confusa. Beatriz e Graciela são as personagens que salvaram esse livro.
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Paula 08/02/2010

"mas há sempre um pedacinho de primavera que resiste"
Meu primeiro livro do escritor uruguaio Mario Benedetti e confesso que me apaixonei por sua escrita apaixonada.

A história gira em torno de Santiago, preso durante a ditadura uruguaia, e Graciela, sua mulher. De um lado temos Santiago, que de dentro da prisão sente que o tempo parou e se alimenta das lembranças, sempre descritas com muita sensibilidade, para suportar a vida na cadeia. Do outro temos Graciela, que se muda para a Argentina com sua filha Beatriz e tenta reconstruir sua vida, enquanto espera durante anos que o seu marido seja libertado. Mas a distância e o tempo agem sobre o amor de Graciela e nós, leitores, sofremos por ver os dois caminharem a distância em direção oposta.

Além desses dois, o livro intercala outras vozes como a de Beatriz, filha de Santiago, que encanta em seus comentários com uma visão infantil e inocente que nos emociana e muitas vezes nos faz rir; e Dom Rafael, pai de Santiago, por quem me apaixonei. As partes mais bonitas do livro são quando ele fala, sempre cheias de poesia.

Temos também a voz do próprio Benedetti, que em certos momentos narra acontecimentos e memórias de seu próprio exílio.

Vale a pena ler.

"Às vezes os jovens têm uma coragem à prova de bala e, no entanto, não possuem um ânimo à prova de desencantos. Se pelo menos eu e outros veteranos pudéssemos convencê-los de que sua obrigação é só a de continuarem jovens. Não envelhecer de saudade, de tédio ou de rancor, mas continuar jovens, para que na hora da volta voltem como jovens e não como resíduos de rebeldias passadas. Como jovens, quer dizer, como vida". [pág. 170]

"O essencial é adaptar-se. Já sei que com essa idade é difícil. Quase impossível. E contudo. Afinal de contas, meu exílio é meu. Nem todos têm um exílio próprio. A mim quiseram empurrar um alheio. Tentativa inútil. Transformeio-o em meu. Como foi? Isso não importa. Não é um segredo nem revelação. Eu diria que é preciso começar apoderando-se das ruas. Das esquinas. Do céu. Dos cafés. Do sol, e o que é mais importante, da sombra. É somente quando alguém chega a perceber que uma rua não lhe é estrangeira que a rua pára de vê-lo como um estranho. E assim com todo o resto." [pág. 17]
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DIRCE 10/02/2010minha estante
Paula querida,

Desse jeito serei obrigada a exclui-la do meu rol de amigas. Você não está sendo uma influência positiva para mim(risos) : mais uma resenha sua que me despertou o interesse em ler o livro, mas esse terá que esperar, pois estou lendo Os MIseraveis e é uma obra um tanto quanto vasta - são 3 volumes.

bjs




Isadora 25/04/2022

Um foco diferente
Apesar de se passar no período ditatorial, Primavera num Espelho Partido foca na tristeza, medo e melancolia que envolvem a prisão e o exílio. Algo diferente de tudo que já li pois antes sempre topava com protestos e torturas. Aqui não. A tortura aparece através dos sentimentos dos personagens.

Santiago, preso político há cinco anos, sobrevive a prisão romantizando tudo em sua cabeça, sonhando com a família quando finalmente for libertado.

Graciela, sua esposa, está em um mix de emoções pois o exílio tirou muitas coisas dela, inclusive, o amor ao marido.

No meio dessa trama estão Rolando ( grande amigo do casal), Beatricita, dom Rafael e até mesmo o próprio escritos, que, em meio a trama principal, preenche o livro com seus relatos sobre o afastamento obrigatório do Uruguai.

Um livro de leitura difícil e pesada, o ? peso? da ditadura está constantemente presente e algumas vezes a leitura toma o fluxo do pensamento do personagem, assim como acontece em ? As Meninas? de Lígia Fagundes Teles.


Benedetti encerra a escrita de forma que o leitor fica se perguntando ? O que acontece depois??. E isso, na minha opinião é o que torna a história sensacional.
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iammoremylrds 22/01/2021

um livro muito envolvente, incrível, claramente um dos melhores que já li na minha vida desse gênero, a variedade de olhares sobre ele, um livro muito necessário, perfeito demais!!!
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Clara Vellozo 19/05/2020

O título convida, o tema assusta e a leitura surpreende
A primeira vez que ouvi falar desse livro lembro que o título me chamou muita atenção. Entretanto, quando a TAG enviou para nós assinantes não me entusiasmei muito porque descobri que tratava-se de um tema muito pesado: os anos de chumbo da ditadura no Uruguai. Ainda bem que persisti com a minha mania de organização de leitura e li este maravilhoso livro que rompeu as barreiras do meu pré-conceito e tornou-se o melhor do ano até agora.

As consequências da ditadura em uma família cujo pai está preso é contada de uma maneira muito lírica e torna a leitura mais suave, mesmo com a presença de alguns relatos da violência militar do período.

A cereja do bolo é a técnica narrativa utilizada: diversas vozes que vão narrando a história e deixam a leitura muito dinâmica.
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Jefferson Vianna 01/06/2020

Primavera num espelho partido...
Se você é fã de livros que retratam episódios da ditadura, este livro apresenta de forma marcante o sofrimento causado por este período tão conturbado da história. “Primavera num espelho partido” do autor Mario Benedetti aborda um tema pesado, mostrando de forma clara e realista a tristeza das pessoas que tiveram suas vidas marcadas pelo exílio e pela repressão política. A narrativa é fluída, revela os sentimentos com objetividade, mostrando os anseios, sonhos e perspectivas daqueles que perderam a liberdade por possuírem ideais diferentes e por nutrirem no peito a esperança de dias melhores. A narrativa apresenta diferentes pontos de vista e em minha opinião, os capítulos mais interessantes foram os narrados por Beatriz, uma criança, filha de Santiago, um dos exilados da ditadura. A narrativa transcorre com leveza e muita sensibilidade, apesar das consequências do exílio. O final decepciona um pouco, no entanto, como bem orientou uma amiga, devemos nos perguntar: “Que história o autor quis realmente nos contar?” Leitura recomendada.
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Quotes do livro: “Apesar de tudo, o corpo é mais adaptável do que o espírito...” – pag. 10 e "[...] haverá escombros que ninguém poderá remover do coração e da memória." - pag. 211 .
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Daniel 30/01/2021

Ótima leitura que mescla realidade com ficção (baseada na realidade). Quem tiver preconceito com leituras de esquerda por conta de concepções políticas, melhor não ler pois não vai aproveitar a real experiência que esse livro proporciona. Mas ele dá um bom retrato do que foi a América Latina no século XX.
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Felipe 05/12/2020

Bom livro
Um bom livro sobre a ditadura uruguaia e seus desdobramentos na vida dos personagens, e do próprio autor.

Dividido em diversas vozes narrativas, temos a história contada e estruturada como se fosse realmente o "espelho partido" pelos desdobramentos da Ditadura no Uruguai, que assim como as demais que ocorreram na América Latina no século XX, acabou por destruir a vida de muitas famílias, e gerou uma grande demanda de exilados e presos políticos nesses países.

Os conflitos narrados que são vividos por cada personagem, são como uma peça desse espelho que se partiu e busca uma reconstrução. Mas daí fica o questionamento. Essa reconstrução é possível? Tanto para os personagens, como também para o país que viveu esses anos de censura, é possível ser o mesmo de antes? As mudanças ocorridas nesse período foram benéficas para todos os envolvidos? Qual caminho trilhar durante a primavera, depois que esse espelho se partiu? Aquele mesmo que foi trilhado no passado, ou um novo, com novos rumos e com cicatrizes que precisam ser curadas, ou até mesmo carregadas?

Não achei um livro arrebatador como foi sugerido que seria na sinopse, mas gostei da forma como Benedetti estruturou a narrativa. Inclusive com sua contribuição autobiográfica do período em que também ficou exilado.

Enfim, uma leitura para apreciar mais um grande nome latino-americano na literatura.
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Lírian 22/09/2020

Fantástico
Este livros fala sobre a ditadura a partir da perspectiva de cada membro de uma familia.
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Kabizinha 22/04/2021

Eeehh galera
O contexto Latino Americano da época é apresentado sobre a perspectiva de uruguaios de diversas idades e situações. Com os capítulos do Intramurros e Exilio com uma linguagem um tanto complicada para quem ainda está aprendendo espanhol, posto que o primeiro é a história de Santiago, preso político, e envolve muito monólogos filosóficos, enquanto o segundo é a própria persona do escritor que conta parte de sua vivencia exilado em decorrência da ditadura, não recomendo de fato para quem ainda está começando a aprender o idioma. De mesmo modo, ler o livro é uma experiência incrível de quem pode ler sobre uma época de perseguição política diante dos privilégios de nunca ter experienciado isso. Don Rafael, chega a detalhar muito bem esse sentimento em um de seus capítulos.
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Camila A. Meireles 05/08/2015

"A vida continua, evidente, mas não há uma forma única de continuar"
Desejo ler todos os livros de Mario Benedetti porque ele escreve de um jeito lindo, poético. Mesmo o banal, o clichê - em suas palavras tem outra roupagem.

Confesso que demorei a ler este livro - iniciei em abril e finalizei em agosto - mas não por ser difícil, ou arrastado, ou por minha própria falta de interesse. Simplesmente não é livro para devorar, mas digerir.

Quantos parágrafos grifados! Quantos capítulos relidos! Às vezes voltava trinta páginas atrás só para sorrir das maneiras dos personagens de Benedetti. Sorrir de encantamento, sorrir pela doçura.

É um livro, e isto já foi colocado em resenhas pretéritas, de visão política esquerda. Digo isso porque apesar do posicionamento político do autor (que inclusive fala com sua própria voz em determinados capítulos) ser este e não influenciar no apreço que você certamente terá pelos personagens (EM ESPECIAL BEATRIZ!), é bom você saber. É bom você saber porque se não quer lidar com isto, mas gostaria de ler o autor, pode começar por outro livro. E eu recomendaria A Trégua.

O importante é você ler Mario Benedetti porque ele te deixará com mais vontade de viver. De apreciar a beleza das coisas e pessoas. A se dar novas chances quando falhar porque todos merecemos novas oportunidades de fazer melhor. E principalmente de amar melhor.

"Remover os escombros dentro do possível, pois também haverá escombros que ninguém poderá remover do coração e da memória."
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Kaju 25/05/2021

Livro escrito durante o exílio do autor uruguaio na ditadura. É a história de Santiago e sua família, contada através de cartas trocadas nos cinco anos de encarceramento dele. Escrita fácil e história intensa!
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