Clube do Farol 12/10/2022
Resenha por Danii @danisuellen
Oi, serzinho! Voltei ao Reino das Fadas da Holly Black, dessa vez lendo Valente, segundo livro da série Contos de Fadas Modernos, não foi exatamente o que eu esperava, mas vamos à resenha.
Nesse segundo livro, vamos conhecer Valerie, que sofre uma grande decepção e decide fugir rumo à Nova York, primeiramente pensando ser por algumas horas, mas depois não conseguindo nem pensar em voltar. Em NY, ela conhece Lolli e Dave, e logo depois Luis, que vivem em uma estação de metrô abandonada (sim, ela se junta a jovens sem teto que não conhece direito). Logo ela descobre que Luis, às vezes o Dave também, faz entregas para fadas (que ela não acreditava existirem), que vivem em NY, de poções feitas por um troll, que ajuda as fadas a sofrerem menos com o ferro que tanto as prejudicam, poções que apelidaram de Nuncamais. Ela descobre também que Lolli e Dave roubam sempre um pouco de Nuncamais para eles mesmos usarem, porque ela dá "poderes especiais" aos humanos, mesmo não sendo indicada para eles. Vendo eles "usarem" Nuncamais, ela também decide experimentar, mas depois da primeira vez, pode ser difícil não querer mais.
Em um ato impensado, Valerie acaba conhecendo o troll, Ravus, e acaba também fazendo entregas. Mas logo se vê em um emaranhado de problemas que não pode fugir, como esclarecer assassinatos de fadas, enfrentar traumas e lidar com uma surpreendente paixão por um troll.
A Holly Black, com certeza, desde quando começou a escrever, tem um dom para escrever coisas inusitadas e criativas, com boas chances de nos surpreender, como é o que acontece em Valente.
Pela sinopse, eu já imaginava que os personagens de Tithe (resenha aqui) não seriam protagonistas nesse livro, mas eu esperava ter boas doses do meu querido Roiben e da Kaye mesmo assim. Se você pudesse olhar para mim agora, veria a minha cara de palhaça. Porque foi quase uma curta participação especial, que não deu para acrescentar muita coisa na história do livro anterior, mesmo eu querendo muito saber mais.
Enfim, focando em Valente, preciso dizer que achei esse livro mais pesado que Tithe, porque de certa forma fala sobre drogas, mesmo que "drogas de fadas", sobre o abuso, a dependência, o entorpecimento, a falta de controle sobre corpo e a mente e uma possível overdose. Algumas coisas desse livro me incomodaram bastante, não acho que a autora tenha tentado romantizar o uso de drogas, nem nada do tipo, até porque ela mostra, de certa forma, as consequências, mas que tem um abuso descarado de drogas (de fadas), isso tem. Porém tem uma certa cena que me incomodou muito, mais que outras, que foi difícil de engolir, não vou falar qual por motivos de spoiler, não sei se incomodaria todos, mas no meu caso, me deu muita raiva.
Esse livro também não nos leva tanto ao "Reino das Fadas" propriamente dito como Tithe, se passa mais nas ruas de Nova York mesmo, com as fadas que vivem exiladas ou escondidas lá. Mas como é um livro de "contos de fadas", senti falta de mais cenas com fadas e menos com humanos. O que me prendeu mesmo foi o mistério sobre os assassinatos de algumas fadas, que se tivesse mais desse mistério e mais do reino das fadas e menos jovens entorpecidos, eu provavelmente teria gostado bem mais do livro.
Sobre os personagens confesso que foi difícil me apegar e me afeiçoar a eles. Sinceramente, por mim, dos personagens que aparecem mais, tirando o Ravus e, talvez, a Val, o restante podia morrer tudo que eu nem choraria. Meu personagem favorito em Valente, com certeza, é o Ravus, meu troll mais lindo (para um troll) e encantador. A Valerie eu poderia dizer que achei corajosa, "valente", mas na maior parte só achei meio doida e sem juízo mesmo, apesar de ela ter qualidades também, principalmente quando não estava tomando decisões ruins com seus "amigos", mas quando ela estava com o Ravus, por exemplo, ela realmente se tornava alguém melhor de acompanhar.
Mas, apesar de tudo, tem coisas muito interessantes nesse livro, como a Val aprendendo a lutar, a história do Ravus, o desenvolvimento de um romance não instantâneo e o mistério que eu já mencionei, com um final que gostei e achei coerente. Tudo isso regado com a escrita da Holly, que sempre me fisga, sendo um livro que escreveu há anos ou recentemente.
Achei Valente uma leitura peculiar e super válida, apesar de não ter gostado de tudo totalmente, sempre é bom visitar o Reino das Fadas criado pela minha amada Holly Black. Não vejo a hora de ler o terceiro livro da série, Reino de Ferro, para reencontrar (de verdade dessa vez) os personagens de Tithe, principalmente o Roiben, não sei se posso esperar reencontrar os de Valente também, mas quem sabe. Até!
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