Mari 18/06/2020
Imagina uma festinha, no meio de uma super ressaca com seus amigos filósofos, pra comer o que sobrou da noite anterior. Já fez, né? Mas duvido que seu after terminou como esse...
[se você precisa de uma resenha maravilhosa, cheia de informações, densa, para usar no seu trabalho de última hora na escola/faculdade, passe para a próxima rsrs]
"Avisa aí", Sócrates, "que hoje a resenha é lá em casa!" 🎵 Foi isso o que rolou: Agaton ganhou um prêmio massa, chamou pro desenrolo e perdeu a linha na festa. No dia seguinte tava todo mundo de ressaca e ele fez aquele almoço do R.O., o chamado "Banquete", e convidou o pessoal pra acabar com o resto da comida.
Decidiram que ninguém ia encher a cara porque TUDO TEM UM LIMITE, NÉ?
O acordo foi fazer discursos em homenagem ao Amor, considerando que até "o sal recebia louvores extraordinários por sua utilidade" e o Amor tava a seco. Vale lembrar que os amores falados são todos, principalmente o Amor entre homens. E tudo de uma forma objetiva e construtiva, mas delicada.
Fedro começou e nos mostra o Amor nas ações. Em dar orgulho para a pessoa que você gosta. Fala muito mais, mas não estamos aqui para spoilers.
Pausânias nos mostra dois tipos de Amor. E é incrível como isso é atual hoje. Como pode, né? Ah, pode! As palavras usadas são maravilhosas e dá, facilmente, pra colocar trechos nas cartas para seu amado/amada/amadx. Ele fala de uma sujeição ao Amor por causa da virtude que seu par tem.
O comediógrafo, Aristófanes, discursa sobre a parte preferida de vários leitores desta obra: o MITO DO ANDRÓGINO, explicando como nasceu nossa atração por outra pessoa de uma forma criativa que você nunca poderia imaginar. Vale demais conhecer.
E vamos ao Agaton, anfitrião, e faz um discurso curto e inflamado sobre o Amor, arrancando aplausos de todos.
O último, "teoricamente" (expplico a seguir o "teoricamente"), é o Sócrates. Não vou me atrever a fazer qualquer resumo sobre essa parte. O que posso dizer é que ele, sem surpresas, apresenta o Amor de uma forma completamente diferente dos seus anteriores. Leva o discurso pra outro nível, mais profundo e real, e ainda nos ajuda a acompanhar seu raciocínio... É digno de leitura uma, duas, três vezes... E muda a percepção que temos desse deus/sentimento. Aproveitem.
E, quando todos, inclusive eu, pensaram que Sócrates seria o último, teremos nada mais nada menos que um exposed pra fechar! hahahaha! Alerta spoiler não me deixa passar disso. XD
Enfim, o livro é "curto", mas não dá pra ler de todo jeito. A leitura é média (não é fácil, mas não é difícil), inclusive por ser repleto de apostos. Pra quem tá meio enferrujado ou não tem muita prática em leituras assim, pode ser um pouco complicado. Mas é só manter a calma que flui.
É o livro mais romântico e profundo sobre o Amor que já li. Espero que você tenha vontade de ler. Eu não sei por quê adiei essa leitura por tanto tempo. Não faça como eu e comece hoje!