Conversa no Catedral

Conversa no Catedral Mario Vargas Llosa




Resenhas - Conversa na Catedral


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Sabrina 26/08/2019

Simplesmente genial!
Que grande livro do Mario Vargas Llosa! Aí se percebe porque o peruano mereceu o Nobel. A forma como ele conta essa história é genial, perturbardora, fragmentada, e até de difícil compreensão. Assim desafia o leitor a estar o tempo todo atento, mas depois que se pega o jeito, é impossível largar. No mesmo parágrafo, até na mesma frase, o escritor mistura o passado e o presente, mistura o que aconteceu antes, com a conversa de agora na mesa de bar. Simplesmente genial.
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Mimi 30/08/2023

A leitura desse livro não é fácil.

Teve alguns momentos em que pensei em abandonar, mas ainda bem que não fiz.

O começo do livro é confuso.Por se passar em um bar onde muitas vezes os personagens são interrompidos.
Além de como passado e presentes se misturam na narrativa.

Essa leitura me desafiou.

Recomendo muito a leitura.
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Leo 09/08/2018

Em que o momento o Brasil se fodeu?
"Em que momento o Peru tinha se fodido?"

Com essa pergunta se inicia o romance Conversa no Catedral, de Mário Vargas Llosa, uma das obras mais...uhmm...brutais que já li.

A sensação ao fim é ambígua. Se por um lado existe a satisfação da grande literatura, por outro a mensagem deixa um soco no estômago, um gosto amargo na boca.

O livro se passa no Peru e retrata a ditadura militar de Odría (48-56). É incômodo como vários aspectos daquele regime ditatorial, representados na ficção, são perceptíveis na pretendida democracia atual: manipulação dos votos, perseguição a opositores, meios de comunicação viciados, impunidade. A sensação de que tudo podem os poderosos e que se foda o resto.

Tudo piora quando se lembra que um dos líderes das pesquisas para a presidência defende orgulhoso uma ditadura nos mesmos moldes da peruana. E que muitos de seus seguidores bateriam palmas para o vilão Cayo Bermúdez.

Em que momento o Brasil tinha se fodido?
É inevitável que a mesma pergunta nos ocorra.

No âmbito individual, a obra não é mais otimista. O protagonista, Santiago Zavalita, burguês, privilegiado, representa um profundo niilismo, angústia, sensação de impotência, de não ter controle sobre coisa alguma.

A culpa de nascer rico alimenta seu desespero, motivado pela própria incapacidade de promover as mudanças que deseja, seja na sociedade, na política ou na própria vida: sempre será um branco rico vivendo em uma sociedade de mestiços pobres.

"O que seria melhor: a solidão ou a humilhação?"

A pergunta feita por Zavalita revela a desesperança na mudança real nas vidas daqueles que pouco tem em países como o Peru da década de 60...ou o Brasil do século XXI.

A dor que ele sente é a mesma que a nossa.

Conversa no Catedral é uma obra prima que explícita da maneira mais brutal as nossas feridas, as veias abertas da América Latina, latentes, dolorosas, que se observavam a cada vez que se ouve sobre a desesperança do povo nas eleições, no governo, na política, no próprio povo.

Resta saber se serão mais Cem Anos de Solidão, cem anos de humilhação, ou se o futuro nos reserva coisas melhores que as expectativas de Mário Vargas Llosa ao finalizar seu livro.
Alê | @alexandrejjr 01/11/2018minha estante
Baita resenha, cara!


Leo 05/11/2018minha estante
Valeu, mano :)




Júlio 30/05/2014

Mestria na arte de contar
Há tempos não lia um livro tão extenso e, ao mesmo tempo, tão instigante. As diferentes intercalações de diálogos durante a trama fizeram com que a leitura fluísse mais até do que eu esperava, já que tenho certo "preconceito" contra os livros que são verdadeiros calhamaços. hehe
Sobre a estória, interessante observar os pontos em comum entre a realidade política prefigurada no romance e quaisquer outras ditaduras de quaisquer ideologias, principal e obviamente, com as que se viu/vê na América Latina. Além disso, o teor humano (o quase ascetismo que 'Zavalita' se propõe, os preconceitos e hipocrisias da camada burguesa, a subserviência inata de Ambrósio, simbólica do ponto de vista latinoamericano) colaboram para a culminação numa verdade que, mais do que nunca, se confirma: Llosa é mestre na arte de estoriar.
Pra finalizar, fiquei realmente estupefato com a capacidade criativa, com a riqueza de detalhes entregues por Llosa. Por diversas vezes depara-se com pausas, pensamentos e até gestos naturais das personagens, tão reais que se torna possível praticamente vislumbrar a cena, imaginá-la próxima.
Enfim, ótimo livro, ótima leitura.
Fritz 10/07/2014minha estante
Sinceramente? Odiei! Já li vários Vargas Llosa, mas esse "Conversa no Catedral", hoje, para mim é uma leitura pesada, difícil, e nada prazerosa. As mudanças e intercalações foram exageradamente usadas. Para se ler, temos que, antes, estudarmos a história do Peru nos anos 50, senão se torna incompreensível. Usou a técnica, que tanto admiro nele, abusivamente, a ponto de cansar.


Júlio 10/07/2014minha estante
Rapaz, confesso que não foi de primeira que o livro me cativou. Abandonei-o uma vez e só fui voltar a lê-lo quase um ano depois. Como você disse, a leitura é realmente pesada, mas as mudanças narrativas contínuas atenuaram esse peso, pelo menos pra mim. Mas é isso, alguns livros parecem que não são pra nós, são verdadeiros desafios e que só com muita luta pra terminar a leitura. hehe
No meu caso, o "Pedro Páramo", do Juan Rulfo, é um exemplo disso. Já fiz de tudo e não consigo terminá-lo de jeito nenhum. haha
Até mais, Fritz!




zeguilhermespp 08/02/2023

Cada qual se defendia do Peru como podia
Santiago Zavala sabe que se fodeu em algum momento, mas não sabe precisar em qual. Do alto de seus trinta e poucos anos, toca uma carreira medíocre num jornal sensacionalista, vive um casamento morno e corta um dobrado pra não ficar no vermelho no fim do mês. Sim, Zavalita sabe que se fodeu. Assim como seu país, o Peru, recém-saído de uma ditadura militar sanguinária comandada com mão de ferro por Manuel Odría. Quando Zavalita reencontra, por acaso, o antigo chofer de seu pai, um homem paupérrimo chamado Ambrosio, as duas figuras se reunem no Bar Catedral e dão início à conversa-título do livro: uma conversa que, a partir do fio das vidas dessas duas personagens fantásticas, desvenda a história social e política do Peru sob Odría.
Curiosamente, toda a conversa se desenrola no primeiro capítulo do livro, de maneira desconexa e propositalmente confusa. Pelo restante das páginas, o leitor recapitula o que foi conversado a partir de fragmentos que, apesar de inicialmente confusos, demonstram a potência da escrita de Vargas Llosa. É desafiador ler o início do livro, mas a recompensa vale a pena: uma vez acostumado, o leitor há de se impressionar com a capacidade do autor de transitar entre diferentes temporalidades, diferentes personagens e diferentes dialógos, às vezes na mesma linha, e ainda assim lograr um todo inteligível. Toda a história é narrada em terceira pessoa, mas a partir de relatos: de Santiago conta a Ambrosio ou a Carlitos, Ambrosio conta a Santiago ou a don Fermín.
Há também outras personagens fundamentais nessa teia (no total, são mais de cem). Cayo Bermúdez é um serrano rancoroso que se torna o homem forte de Odría e personifica toda a violência e a corrupção características do regime; Amalia é uma empregada leal que se divide entre seus amores; don Fermín é um burguês devotado ao filho caçula, com o qual tem uma relação complicadíssima e extremamente bem trabalhada. Todas essas figuras e muitas outras permitem que o leitor vislumbre a realidade social de Peru de muitas frentes: ricos e pobres, homens e mulheres, brancos e ?cholos?, odriístas e oposicionistas. Aqui, Vargas Llosa realiza um verdadeiro tour de force, um romance total que, como preconiza Balzac na epígrafe do livro, é uma história privada das nações.
Esta Conversa no Catedral é uma montanha que merece ser escalada. Me encantou e me assombrou na mesma medida, ora pela trama eletrizante, ora pelo texto afiado. No Catedral, Zavalita e Ambrosio desfiam as sinas e as agruras do Peru, que afinal são as de toda a América Latina.
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LER ETERNO PRAZER 24/10/2018

"Conversa no Catedral" foi para mim uma leitura muito complexa e que quase desisto da leitura logo nas primeiras páginas, porque as ações não seguem uma ordem cronológica, há ?muitos saltos? no tempo (entre passado, presente e ao futuro, não sabemos bem quem são as personagens e em meia página podemos ficar completamente desnorteados e perdidos na história!
Contudo, não desisti e a minha insistência foi recompensada porque consegui encontrar-me no ritmo da leitura e, à medida que a leitura avançava, tudo ia ficando mais claro, página após página, apesar de ser só no final que tomamos conhecimento do que aconteceu a todas as personagens.
A obra tem como pano de fundo em sua trama no país natal do autor, mais propriamente no Peru dos anos 50, uma época de muita corrupção e de repressão, e nos trás uma história recheada de personagens desencantadas e , que lamentam a sua vida e que, tendo tudo para serem bem-sucedidas, não foram.
A a conversa que acontece no bar Catedral, portanto, e que marca o reencontro entre Santiago Zavala e Ambrosio ? este último ex-motorista da casa do pai de Santiago, Fermín Zavala ? após 10 anos sem que um soubesse do paradeiro do outro, é o fio condutor de toda a trama. Apenas nas últimas páginas da publicação é que o episódio do primeiro capítulo é retomado, e o rumo da conversa, e consequentemente da vida de cada um dos dois protagonistas, é revelada.
O romance é iniciaso com a apresentação de um Peru decadente, acometido por sérias crises econômicas, sociais e politica, e os personagens que abrem o enredo, Santiago, Carlitos e Norwin, jornalistas de La Crónica, vivendo como podem, em meio a uma sociedade debilitada, com problemas em suas vidas pessoais. A sensação é de que, se os três não vivem na completa infelicidade, então ao menos foram entregues à inércia daquela realidade.
Conversa no Catedral é um livro de difícil leitura, demorei bastante para concluí-lo, mas posso dizer que valeu apena!
Para aqueles que apreciam esse tipo de obra, está mais que indicado, aproveitem!!
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Fimbrethil Call 18/09/2009

Bom
Esse livro é bom, uma leitura até certo ponto pesada, mas por causa do assunto, já que é muito realista, sem nada de fantasia ou de ficção pra amenizar um pouco. Uma história muito bem contada e escrita, então a leitura sai fácil Uma conversa entre um empregado do canil de Lima, que matava quantos cachorros encontrasse por causa da epidemia de raiva, e um cidadão que foi ao canil tentar resgatar o seu cachorro e reconheceu nele o empregado de uma família que não via há tempos. Então ficam os dois bebendo cerveja e conversando, num bar perto da catedral.
TERESA 13/04/2012minha estante
Comecei a ler.
mas vai demorar,o tempo é pouco e o sono muito!




Raquel 02/08/2021

Livro fantástico. Quando iniciei, achei que chegaria até o fim. Um estilo literário complicado, várias histórias e personagens descritos em períodos distintos, em um mesmo capítulo, mesma página, em um único capítulo. Mas, o maravilhoso contador de história criou uma enredo que prende o seu leitor aos pouquinhos, e a vontade é não parar mais de ler. Isso mesmo retratando um mundo político perverso, descreve personagens muito reais e sofridos, da sociedade peruana. Mas, o livro é fantástico, e dá uma tristeza quando se chega ao fim da história?. Mas existem outros livros desse fantástico escritor? que alegria !!!!!
Alê | @alexandrejjr 09/09/2021minha estante
Para voltar a sentir sensação semelhante à proporcionada por esse livro, Raquel, indico a leitura de "A festa do Bode" do Vargas Llosa. É outra obra estupenda.




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