Lu Farias 02/12/2013O livro certo.Terminei de ler o Sinfo (sim, sou intima) pela manhã e desde então venho pensando no que vou escrever, foram tantos sentimentos, tantas mudanças ao longo da leitura, tudo que eu julgava saber e sentir sobre este livro se dissolveu e se renovou completamente.
"É o fim para renascer, a queda para reerguer." (Pagina 500)
Sempre achei incrível como essa historia parece real, os diálogos, os personagens, tudo, tudo parece que está se passando aqui e agora, a autora mostra todos os lados da personalidade dos seus personagens e te faz parar e pensar que realmente, ela está certa, não existem pessoas totalmente boas e nem totalmente ruins, os seres humanos são instáveis, eles dançam conforme a musica e então, por que os personagens de um livro deveriam ser diferentes? Não deveriam e em Sinfonia, não são. Eles são totalmente humanos, quase senti que o Dan, com toda a sua sabedoria e maturidade adquiridas cedo e forçadamente, estava me dando tapas na cara durante a leitura e a Michele, então? Meu Deus, como uma personagem pode ser TÃO real? Me perguntei isso inúmeras vezes, como Marcele conseguiu fazer com que uma personagem que surgiu com vezes de mesquinha e metida, ganhasse meu coração? Michele foi mostrando ao Dan que não era nada do que parecia, que só precisava de um empurrãozinho para ser alguém melhor e eu me identifiquei totalmente com isso, todos precisamos de um empurrãozinho uma vez na vida e esse começo onde ela não se mostrava totalmente, se escondia atrás de atitudes arrogantes, fez da personagem ainda mais real e ainda mais fácil de ser amada e compreendida.
"Eu precisei mudar os meus conceitos para não perder uma das únicas escolhas certas que eu fiz na vida!" (Pagina 399)
E por fim me perguntei, como eu não enxerguei tudo isso quando "li" pela primeira vez o Sinfonia? Simplesmente porque eu, assim como a Michele, o Dan e todos os outros personagens, também ganhei meus empurrões e também mudei o jeito de ver algumas coisas e de entender algumas "pessoas", por isso torci muito para que Dan e Michele ficassem juntos, porque hoje, eu não acredito que amor seja apenas aquilo que chega de forma dramática e natural, não acredito que o amor seja apenas aquele "idealizado", acredito que o amor, pode e deve nascer da paixão, da convivência, do conhecimento que adquirimos sobre o outro e eu vi isso em DyM, um casal que pode até não ter se amado daquela forma avassaladora desde o começo, mas que tinha tudo para ter um sentimento ainda maior, talvez até maior do que o que Naty sentia pelo Dan, se tivessem tido a oportunidade de continuar. E por isso fiquei muito triste quando Michele foi embora e torci para ela voltar até a ultima pagina.
" Não é porque não sigo a convenção de dizer "eu te amo" que eu gosto menos de você do que a maioria gosta das namoradas. Até aposto que tudo isso é muito maior do que o que sente a maioria." (Pagina 453)
E a Naty, bom, ela tinha tudo para ganhar qualquer um e realmente ganha, ganha pelo jeito meigo e por ser tão confusa que dá vontade de cuidar, mas ao mesmo tempo, me frustrou bastante, me fez me perguntar se realmente as pessoas podem ser tão atrapalhadas e confusas assim sem nem perceber, me fez me perguntar se eu mesma sou assim. O egoismo dela era tão nítido, tão evidente e ela tapando os olhos, o narrador (outro ponto intrigante e fortíssimo do livro) via isso de forma tão clara e quem quer que ele seja, não pode ser que tenha visto isso tão bem, se não fosse tão nítido. Me irritou ver ela tapando os olhos e tentando se curar as custas dos outros, me surpreendi ao perceber que ela era exatamente o oposto de Michele nesse ponto.
"De todos os amores, você foi dos mais cultivados: sempre fiz questão de preservar a nossa relação, se tê-la por perto e protegê-la do que quer que pudesse lhe fazer mal. Porém, me esqueci de protegê-la de mim mesmo." (Pagina 660)
Quanto aos outros personagens, são igualmente humanos, tem "vidas" que em nada diferem da vida que nós levamos no dia a dia, falam e fazem coisas condizentes e são engraçadíssimos, chorei de rir com o Tibico, com Alex e Babi, com o Dan implicando com a Naty, até com o Diego eu simpatizei em muitos momentos. É um livro, sem duvidas, surpreendente e me tem "nas mãos", me surpreendeu, me fez rir em publico, gritar muito com a frustração que senti com a Naty e sua mania de colocar os pés pelas mãos (como pode ser tão, bem, humana?) e confesso, chorei também, chorei por ter me sentindo tão confusa quanto o Dan, loira ou ruiva? Paixão ou amor? Deixar ir ou pedir pra ficar? Mesmo ao terminar de ler o livro, continuo cheia de perguntas e quero os próximos volumes e quero respostas e confesso, quero a Mika de volta, só pra ver no que vai dar, só pra ver se diante dela o sentimento que o Dan descobriu se manteria.
Bom, é um livro incrível, eu recomendaria e recomendei muito para todos ao meu redor, acho que me fez repensar algumas atitudes, foram tantos tapas na cara com os conselhos do Rodrigo que não teve como não ter vontade de mudar um pouco e é isso que um livro precisa ter, uma lição para passar e sinfonia tem muitas lições. É muito amor por esse livro, não sei nem descrever!
"Não há divisão alguma entre o bem e o mal; todos somos um hibrido composto por porcentagens diferentes, em contextos igualmente dispares... Você não é um anjo, concordo. Só que também afirmo que não é um demônio sem qualquer qualidade." (Pagina 712) Ah, Rodrigo, só suspiros por você rs.
Bom, é isso, essa é minha confusa opinião sobre esse livro maravilhoso e que venham os próximos volumes para que eu consiga me decidir afinal.