J_Piexak 07/02/2024
"No crepúsculo encantado da metrópole eu sentia uma solidão fantasmagórica"
A frase que dá título à minha resenha é dita pelo narrador do livro - que não é o Gatsby. Chocados? Eu fiquei quando descobri isso, já que nunca assisti nenhuma das adaptações dessa obra e minha única referência era aquele GIF do Gatsby do DiCaprio, oferecendo uma taça de bebida.
Mas é isso! O livro é narrado por Nick Carraway, um jovem estadunidense de classe média alta (?), que após A Guerra decide se mudar para o Leste a fim de trabalhar na bolsa. Lá, ele se instala numa casinha simples ao lado de uma grandiosa mansão onde são dadas festas de arromba todos os dias da semana. É aqui que entra Gatsby, dono da mansão e nosso misterioso protagonista. Ao se mudar para essa região, Nick começa a frequentar círculos do high society e o livro se torna uma grande revista de fofocas.
Conforme a história avança, Nick e Gatsby acabam se aproximando e vamos desvendando a história deste triste personagem que, pra mim, é um dos poucos dignos de piedade nesse melancólico livro. Mas não vou me estender muito para não dar spoilers.
Minha relação com esse livro foi de tapas e beijos. Na minha primeira leitura achei ele bem razoável pra ser "um dos maiores clássicos do século XX", mas após ler os textos de apoio dessa edição da Antofágica, resolvi dar uma segunda chance e logo em seguida reiniciei a leitura. Não me arrependo. Muitas coisas passaram a fazer sentido e aproveitei muito mais a escrita deliciosa do Fitzgerald.
Fitzgerald coloca o romance impossível de Gatsby e Daisy como uma isca e atrai os leitores pra uma história cheia de críticas sociais e poesia.
Deixo abaixo o episódio do programa "Literatura Fundamental" onde a professora Maria Elisa Cevasco, especialista em literatura em língua inglesa, fala sobre essa obra. Imprescindível para quem quer ir além do "check" ao fim da leitura.
site: https://www.youtube.com/watch?v=MRmhDAepCIM&list=PLxI8Can9yAHfwU1xgIgN2QLh6SuYsV2gG&index=86&pp=iAQB