Rick Shandler 22/01/2024
O Grande Gatsby - F. Scott Fitzgerald
Clássico absoluto, O grande Gatsby reúne aquelas características que tornam a literatura uma expressão cultural única, que tanto nos encanta. Fitzgerald escreve como poucos, nos entregando uma história sedutora, repleta de personagens marcantes e que retrata à perfeição os intensos anos 20 nos E.U.A..
Primeiramente, há de se falar da escrita de Fitzgerald. Eu já tinha lido alguns de seus contos antes de O grande Gatsby. É algo fascinante, soa feito música (jazz no caso). Impossível não se envolver. Cada palavra, cada ação, cada detalhe em sua escrita é pensado. Fitzgerald envolve e conduz o leitor como poucos escritores são capazes de fazer. A ideia é não dar spoilers, então vou me conter. Mas, acredite, tudo em O grande Gatsby é pensado. De pequenos gestos dos personagens à cor dos carros. Cada detalhe tem sua participação na mágica que Fitzgerald faz com sua escrita.
É com essa escrita mágica que Fitzgerald nos apresenta sua historia. Não tem como não se interessar pelo misterioso Gatsby, recluso em ostentosas festas em sua luxuosa mansão. Impossível não se envolver com os segredos desta figura emblemática que em meio a rios de champanhe e dinheiro se mistura a ?alta sociedade? norte-americana, sem nunca pertencer a ela. Assim como Nick, narrador da história, queremos desvendar quem é, qual sua origem, o que motiva seus atos, o que está pro trás da imagem do grande Gatsby e todo burburinho que ele causa.
Nesta jornada de descoberta Fitzgerald faz um retrato único da sociedade norte-americana entreguerras. Somos apresentados ao auge do American Way of Life. Luxo, ostentação, jazz, champanhe, carros velozes e risadas, mas também desigualdade, alienação, exploração, futilidade e materialismo. O sonho americano é posto no divã. O resultado? Tem que ler.