Pedro Páramo & Chão em Chamas

Pedro Páramo & Chão em Chamas Juan Rulfo




Resenhas - Pedro Páramo


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Marina 03/01/2023

É sempre chato dizer que não curtiu um clássico, mas... Não curti esse clássico. Pedro Páramo é "apenas" o livro mais famoso da literatura mexicana e sempre ouvi falar dele (e muito bem) nas aulas de literatura hispânica da faculdade. Morria de vontade de ler e quando finalmente iniciei a leitura, algo não bateu.

É curioso, porque o livro traz elementos que eu geralmente AMO: uma cidade "mágica" na América Latina, neste caso, Comala; dramas familiares, trama que vai se desenrolando pouco a pouco... Mas acho que a grande complexidade narrativa me fez ficar desatenta e levemente desinteressada em alguns momentos. Por isso demorei pra finalizar.

Na teoria, amei que a história fosse contada de forma fragmentada: a trajetória de Juan Preciado até o pai (e desfecho), a trajetória do próprio Pedro Páramo (sem ser em ordem cronológica), e os relatos e vozes de pessoas que viveram e morreram em Comala, comentando feitos e casos aqui e ali.

* Spoilers *

Na prática, o problema nem foi a confusão causada pelo relato, porque até acho interessante ir "montando" toda a história (bem no estilo Jogo da Amarelinha de Cortázar). O problema maior, pra mim, é não ter tempo de me importar com as personagens. Depois do choque inicial ao perceber pela primeira vez que praticamente todos em Comala estão mortos (até o pobre Juan acaba morrendo), de resto, o livro passou sem grandes sobressaltos, coisas aconteciam, gente morria, gente casava e eu não conseguia sentir nada.

Infelizmente, minha experiência com a leitura foi parecida à vivência da personagem Susana San Juan: soporífera.

Porém, entendo o brilhantismo da obra, que mesmo sem ter sido para mim, consegue impactar e encantar mostrando essa cidade de almas penadas. Talvez eu goste mais numa releitura futura que com certeza farei.
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victória 03/01/2023

a miséria do espaço e da vida
considerada a maior obra da literatura mexicana, pedro páramo é uma história potente sobre a impotência dos homens latino-americanos frente à vida e às condições materiais. ler este livro é quase como ouvir os sussurros de uma vila caída pela miséria a qual a américa latina esteve e está fadada.
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Fil 24/12/2022

O começo é um pouco trabalhoso mas a cada página melhora
Nessa resenha não quero me prender na sinopse do livro, mas explicar também a minha experiência com a escrita de ?Pedro Páramo?
A escrita do autor é diferente de tudo que já li - não tenho tanta propriedade, afinal, li pouca coisa na vida - e a forma como ele conta a história é trabalhosa no começo, mas conforme a leitura vai andando as coisas vão se encaixando e fazendo sentido. O autor diversas vezes põe entradas no texto que a princípio não fazem sentido causando certa confusão. Entretanto, essas informações são complementadas no decorrer do livro e conseguem se conectar, transformando o livro em um quebra-cabeças que o leitor com atenção vai juntando as peças (histórias), fazendo um paralelo no livro.
No que diz respeito a história, temos a narração de diversos acontecimentos do passado que nos mostra como aquele vilarejo se transformou no que é e quem foi o Pedro Páramo, que é o pai do nosso narrador principal que vai em busca de seu pai após sua mãe morrer.
No fim acabei falando a sinopse.
Tentei fazer uma resenha sem spoilers para dizer que ?Pedro Páramo ? vale muito o esforço, principalmente para os fãs de gabo que se inspirou nele diversas vezes.
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Daniel Andrade 19/12/2022

Ok...
Já li melhores livros. Da metade pro fim até fica interessante, mas na maior parte do tempo não fiquei entretido pela história.
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Joao.Alessandre 18/12/2022

Pedro Paramo - pedregulho poético
Pedro Paramo é um livro curto, com descrição precisa, concisa e (porque não?) indecisa de um universo que lembra a realidade interiorana brasileira. Mescla a literatura fantástica latino americana com uma crítica social que incomoda, acomoda e molda uma visão onde a cronologia é passageira.

São dezenas de personagens que se entrelaçam num looping insano, incessante e inconcebível...onde o incrível desafia o inverossímil.

Comala quente, medo latente... trama que alguns apontam influência de Hamlet.

Narrativa que expõe mortes, mortos e vivos de uma forma única, mediúnica...ao fim nos tornamos mais fortes, absortos e redivivos.

Lido, relido...?*****.
Layla.Ribeiro 18/12/2022minha estante
Muito boa a resenha , estou em dúvida para ano que vem entre ele e cem anos de solidão


Joao.Alessandre 19/12/2022minha estante
Obrigado Layla. Gostei muito do livro - apesar da extensão não assustar é uma narrativa que precisei ler, "digerir", estudar e reler. Tbm quero ler 100 anos de solidão em 23.


Yasmin V. 19/12/2022minha estante
Amei Pedro Paramo!! Bem diferente a leitura, pretendo reler!
Cem anos de solidão é incrível tambem!!


Joao.Alessandre 19/12/2022minha estante
Sim. Uma releitura acrescenta muito.




Monique.Dias 16/12/2022

Interessante
Achei muuito confuso no inicio, por isso vale uma releitura para recapitular o que perdi. É algo muito único e possui características que nunca vi em nenhum outro livro.
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Guilherme.Eisfeld 07/12/2022

Realismo mágico
O realismo mágico de Pedro Páramo, alternando entre o tempo, os narradores e as situações. Exige uma leitura muito atenta, e mesmo assim gera confusão. A ambientação é muito bem elaborada, possibilitando um imaginário dos mortos de Comala.
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Paulo 04/12/2022

Caminhando entre fantasmas, sendo esses fantasmas a representação sobre uma terra devastada pelo nome de sua família, de seu próprio pai. A desolação de se descobrir alguém que apenas pode observar sem ser capaz de mudar o rumo do destino dos outros e também o seu próprio destino.

"Quando chegarmos a Comala, o senhor vai ver o que é calor forte. Aquilo fica em cima das brasas da terra, bem na boca do inferno. Digo eu que muitos dos que morrem por lá, quando chegam ao inferno voltam para buscar um cobertor."
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Yasmin V. 03/12/2022

Um labirinto de murmúrios
Senti uma certa estranheza ao terminar o livro. Uma estranheza boa. Mas isso é possível? Com Pedro Páramo, sim. Sempre que lia algum comentário de pessoas falando que é um livro para ser relido, ficava imaginando o porquê. E quando finalizei, entendi.

Eu adoro livros com narrativas não lineares, mas essa foi diferente de tudo que já li. É como um labirinto. Ficamos perdidos, achamos que encontramos o caminho certo e na verdade era outro. Voltamos para o mesmo ponto, daí seguimos. De repente surge um caminho completamente novo. E assim vai. Uma experiência de leitura bem interessante!

E para quem ama realismo mágico/fantástico, é um presente! ?
Gleidson 03/12/2022minha estante
Nossa, se eu já estava querendo ler esse livro, agora quero mais ainda!




Nado 01/12/2022

Eu nunca li, e será muito difícil ler, algo parecido com tudo o que acontece aqui. Uma condução única, cheia de névoas que trás sensações dúbias, onde uma narrativa se dissolve sobre a outra e o narrador e linha temporal se mescla de uma forma precisa e indescritível. Recomendo fortemente aos leitores que gostam de permear por leituras impactantes como essa. A história de Juan Preciado em busca do pai, Pedro Páramo, proporciona tantas sensações que é incrível de se pensar que tão poucas paginas faz emocionar tanto. Juan Rulfo, um mestre com toda grandeza que essa palavra representa.
Gleison Marques 02/12/2022minha estante
Dizem que se assemelha à Cem Anos de Solidão do García Márquez




Gabriel Rocha 29/11/2022

Ecos do Espelho
"Existem povoados que têm sabor de infortúnio" (Rulfo, 2020, p. 94), alega Bartolomé, pai de Susana San Juan, a perene e desvanecida amada de Pedro Páramo. Quando Pedro cobiça incisivo a filha do mineiro, exprime que ela teria "a obrigação de ficar orfã”, pois eles, os dominadores, têm “a obrigação de amparar alguém" (Rulfo, 2020, p. 97). A lógica paternalista que acompanha a expropriação persegue todo o texto e se transfere ao povoado pertencente a ele, seu amor e seu dono, o Pedro Páramo. Tudo pertence a Pedro Páramo e todos são seus filhos, filhos de um mesmo infortúnio.

Carlos Fuentes situa a condição inexorável que assola o povo latinoamericano sobrepondo-lhe o labirinto: “a lei se acata ou se cumpre”. E a lei é a figura dos mandos, seu desenho e semelhança, do homem branco dominador, à descrição de Pedro Páramo. E nesse domínio, “a burocracia é também uma arma” (Fuentes, 1992) e está a serviço dos que possuem as instituições, as leis e a igreja. É o que Pedro faz, com suas estripulias extravagantes, mesmo que sem traços de nobreza. Ele domina os arredores pela determinação, faz cumprir e redefine as fronteiras, possuindo tudo, inclusive as pessoas.

Na metáfora do espelho, Comala é um eco, como retratada na nova capa do livro. Um eco da imagem de uma cidade paupérrima, destruída pela proximidade com o latifúndio de Media Luna, que lhe suga tudo, até a morte. Comala é um vácuo resignado de ecos, cidade que reverbera os lamentos dos mortos que cumprem o destino repercutido entre gerações, as estirpes. E para dar cabo da constituição atmosférica desse cenário, a narrativa se estrutura em uma imprecisão cíclica e, da mesma forma, impermanente.

'Pedro Páramo' é um livro de sobreposições. Sobreposições cíclicas temporais e discursivas. As vozes mesclam-se, polifônicas, ora em primeira, ora em terceira pessoa, trafegando sem orientação assertiva de tempo e espaço, tecendo uma narrativa retalhada em fragmentos dispersos e interrompidos. Histórias de sonhos, lamentos, lembranças, digressões fantásticas vão se somando reticentes, sem se concluir. Os mortos narram suas vidas à sua maneira, fora de qualquer redução de uma linha temporal clara, nem de uma lógica aparente. Essa descontinuidade é quem suspende a interrupção; isto é, tudo se dá ao mesmo tempo, pois tudo se trata de uma mesma história de desgraças. O que Pedro Páramo denota é que as sobreposições não são excludentes; pelo contrário, as forças antagônicas tendem a criar uma realidade mesclada, harmônica ou não. Relata-se que 4 anos depois da queda de Tenochtitlan, a capital do Império Azteca, mais de 4 milhões de almas haviam sido batizadas pela Igreja, em um processo de conversão civilizatória arrebatadoramente conveniente, intumescendo a força modeladora da ideologia dominante. Mas nem mesmo essa apoteose da dominação pôde extirpar as forças culturais aglutinadas naquele povo: permaneceram as tradições, crenças e louvores que se misturaram à nova fé e devoção. A cultura de respeito e atenção aos mortos, no México, resiste desde a civilização Azteca; e no que o sincretismo triunfou, cumpre-se o retorno pelo qual os conquistadores foram conquistados.

No mistério da morte tão viva, o México acolhe prontamente o conto de um Deus que se sacrificou, e então todos os cristos mexicanos estão mortos ou pelo menos agonizam. E nessa terra de mortos-vivos, um senhor como Pedro Páramo sente-se seguro para afirmar que os desterrados não têm o direito a se manifestar, já que “essa gente não existe”. E quando o fazem, e se rebelam, podem facilmente ser cooptados pelo poder de suas posses e de sua generosidade: é o retrato feito na menção explícita à Revolução Mexicana, onde os revolucionários são comprados por Pedro. “Pois que se resignem os outros”, é o que responde de pronto, ainda jovem, Pedro Páramo, à provocação de sua avó aos seus delírios de dominador. É preciso se resignar, mas não ele, que não é de resignações. Os murmúrios são dos outros.

Leitura elementar dos apaixonados por realismo fantástico, porque primordial, vanguarda da vanguarda, a primeira, 'Pedro Páramo' é um assombro mórbido e vivo, sem cinismos.
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Leonardo Lemes 13/11/2022

PEDRO PÁRAMO
Literatura mexicana estruturada em camadas. Um texto não-linear, fragmentado, capaz de causar confusão na leitura inicial, em seus conceitos e métodos, porém, a riqueza de detalhes e sentido que o leitor ganha após o domínio da narrativa é inquestionável. O livro trata de questões da esfera familiar, jornadas, promessas e, principalmente, pessoas, no individual e coletivo. Por ser um romance regionalista, traz a cultura latino-central de uma época abastada, mas resiliente, uma vez que, suas raízes, mesmo que bem fundas, ainda podem ser encontradas. Temas como miséria, violência, ascenção, crenças e reviravoltas são recorrentes no enredo. O protagonismo peculiar da obra tenta ressignificar e eliminar o narrador, integrando o leitor com mais afinco na história. O realismo mágico está presente na obra mesmo que não se faça visível, o que reafirma uma estilística inovadora pelo autor. A linguagem utilizada é bastante direta, simples e objetiva, regando as falas das personagens com suas variações regionais. "Ouvia de vez em quando o som das palavras, e notava a diferença. Porque as palavras que havia ouvido até então, e só então fiquei sabendo, não tinham nenhum som, não soavam; sentiam-se; mas sem som, como as que se ouve durante os sonhos."
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Rosangela Max 12/11/2022

Um povoado com sabor de infortúnio.
É o que conta na história desse clássico mexicano. Um lugar perdido no meio do nada, cheio de almas vagantes. Onde, um dia, ali habitavam a violência e a miséria.
A forma que a história contada é um pouco confusa, mas a escrita é muito boa.
Recomendo a leitura.
Kim 12/11/2022minha estante
Esse livro me deixou bem confuso.


Rosangela Max 12/11/2022minha estante
Deixa confuso mesmo. Mas adorei a experiência de leitura. ?




adrianlendo 29/10/2022

'Pedro Páramo' é conhecido como o romance mais aclamado da literatura mexicana, além de ser um dos precursores do realismo fantástico como conhecemos hoje. Um legado que ele carrega muito bem nas suas menos de 200 páginas.

É que 'Pedro Páramo' é muito mais que uma história de fantasmas que estamos acostumados a ver por aí. Essa é a beleza de se ler um livro fantástico vindo de uma cultura diferente da que estamos acostumados a ver em todos os tipos de mídia: a estadunidense.

Não entramos nessa história para vermos fantasmas buscando redenção para finalmente seguirem livres para a luz. Essa história é sobre quando até mesmo a nossa morte torna o lugar que habitamos vivo. Sobre como o fantasma do que era é o que faz o lugar ser.

"O que fizemos? Por que nossa alma apodreceu?" é o tipo de passagem que me fez largar essa história e pensar em tudo que faz com que eu seja efetivo no meio em que estou vivendo. Me fez pensar em como toda a minha história será recapitulada no futuro para eu entender como eu cheguei onde estou e como vou chegar onde quero, rever todas as minhas decisões para que eu não apodreça como os personagens tanto falam.

Esse é um livro sobre amargura. Sobre chegar ao ponto de não sentir o doce da vida e se martirizar por todos o seus pecados enquanto sequer está nesse plano como ser humano. Sobre conhecer a sua história e entender que há certa escolha sobre como vamos agir de acordo com o que estamos inseridos ao mesmo tempo em que também há o fato de que nunca conseguiremos nos desvincular do que o nosso passado causou. Sobre sentir leveza depois de tudo, mas reconhecer tudo que pesou durante o caminho ou continuar pensando no que pesou e se tornar alguém que vaga por aí só esperando a próxima pessoa ouvir sua história de sofrimento sem efetivamente fazer nada para mudar ela.
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