Pedro Páramo

Pedro Páramo Juan Rulfo




Resenhas - Pedro Páramo


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Eduardo 15/11/2017

Vai ver o senhor encontra algum ser vivente...
Analisar a obra-prima de Juan Rulfo de forma condensada é um desafio. O autor lapidou sua obra o máximo que pôde, deixando nela apenas o que considerava necessário. Mesmo assim, falar sobre ela de forma completa levaria, no mínimo, dez vezes o volume de suas páginas, e nenhuma palavra sequer seria voltada a discutir um ponto negativo, porque não há nenhum.
Considerado um clássico mexicano e do realismo fantástico, Pedro Páramo, a meu ver, não se encaixa em nenhuma categoria literária criada até hoje. Por ser tão único como nenhum outro livro já foi, Pedro Páramo é simplesmente “ele”. Audacioso seria tentar classificá-lo em gêneros ou períodos, mas necessária é sua presença no altar das obras mais belas, cativantes e memoráveis de toda a literatura mundial. Mesmo imponente sobre o altar dos clássicos, ele ocupa um lugar que é só dele e que nunca será dividido com nenhuma outra obra, tamanha é sua expressividade e sua estrutura.
Dolores, já em seu leito de morte, pede ao filho, Juan Preciado, que regresse até a cidade de Comala para que conheça seu pai, Pedro Páramo, que os abandonou há muitos anos, de forma a exigir do mesmo o que é direito de um filho. Cumprindo sua promessa, Juan inicia sua jornada pelas vilas mexicanas movidas pela vida rural até encontrar o pequeno e abandonado vilarejo de Comala, “uma cidade mais quente que o inferno”.
Juan se depara com um local que caiu em ruínas há muito tempo. Perguntando por seu pai, descobre que o mesmo está morto há muitos anos. Como se não bastasse, percebe que não é o único filho de Pedro Páramo a ir procurá-lo. Curioso fato esse, que desde já intriga o leitor. Deste momento em diante (que ocorre já na primeira página) o autor cria a magia que torna o livro único e indescritível aos olhos de quem ainda não o leu. Perambulando pela cidade, Juan conhece seus estranhos moradores, habitantes de locais que já não abrigam ninguém, pessoas que não sabem em que tempo estão, almas indiferentes à indiferença em que se transformou sua própria cidade, gente que reside em uma vila que já não existe. Quem são aquelas pessoas? Por que agem de forma tão estranha? Por que contam sua história?
Se o leitor procurar um protagonista, não o encontrará na forma habitual. Nem mesmo Pedro Páramo o é. Muito menos Juan Preciado. Há um protagonista diferente, confirmado ou não pela mente do próprio leitor, mas prefiro deixar essa análise para o final. Não há um tempo definido; as histórias se passam ora no presente, ora no passado. Há narrações em primeira e terceira pessoa. Se o leitor mergulhar sua alma no fundo da história, perceberá que às vezes não há narrador e às vezes todos são narradores. Deparar-se-á com sussurros, diálogos e comentários de personagens sem nome, aparentemente destoantes da narrativa, distantes no tempo e no espaço. Voltará ao passado e retornará ao presente na mesma linha, e nem se importará com o que é passado e presente, porque tudo é a mesma coisa. O tempo do livro aos poucos torna-se um tempo próprio, personagens se dissolvem a partir da narração das histórias de outros. Nem mesmo Juan Preciado escapa e se desvanece aos poucos. E que importa isso? Vida e morte se entrelaçam, e eis que surge aqui uma das grandes revelações do livro: Comala está morta, seus habitantes são almas vagueando e revivendo seu passado, presas à solidão e ao sofrimento. E nada disso é visto como fantasia, porque a maestria com que o autor cria essas situações envolve tanto o leitor que nada mais importa além da tentativa de entender o que Pedro Páramo, enfim, tem a ver com tudo isso.
Pedro Páramo havia sido uma espécie de coronel e dono de muitas terras na época viva de Comala. Homem temido pelo povo, impiedoso e desalmado, participa, de uma forma ou de outra, do declínio das vidas de seu vilarejo, da desgraça de sua cidade. Todas as narrativas soltas e vozes misteriosas contribuem para a solução de um quebra-cabeças, para a junção de pedaços que se unem para dar sentido à existência de outros pedaços, para a construção de uma história que mistura loucura, depressão, incesto, mentiras, assassinatos, corrupção, religião, política, ondas revolucionárias e ainda mostra com riqueza a cultura mexicana da época e os valores culturais de seu povo.
Como dito anteriormente, não consigo enxergar sequer um ponto negativo a respeito desse livro. É uma obra curta, mas bastante complexa. Não há quem a compreenda em sua totalidade lendo-a apenas uma vez. Vale destacar que um dos pontos mais importantes dessa obra é a construção do ambiente. Não sei se é pelo fato de que tenho um apreço enorme pela história e cultura mexicana, mas a verdade é que a paisagem de Comala permanece detalhadamente intacta em minha mente, como se já tivesse a conhecido. As histórias vagas (que não são vagas) ecoam para sempre na mente do leitor. A experiência de leitura é simplesmente inadjetivável. É a literatura em seu esplendor.
Se é necessário haver um protagonista em Pedro Páramo, Comala o é. O povo o é. A história o é. Todos o são porque todos acabam por ser um só. Todos têm sua Comala, e toda Comala tem seu Pedro Páramo. Afinal de contas, sempre há “uma lua grande no meio do mundo”.
Henrique_ 15/11/2017minha estante
Uau, excelente tradução do realismo mágico! Ótima resenha.


Eduardo 15/11/2017minha estante
Muito obrigado, Henrique ;) Esse livro me intrigou muito. Não poderia terminar o ano deixando-o sem uma resenha haha.


ricardo 30/11/2017minha estante
muito boa leitura de rulfo amigo


Eduardo 30/11/2017minha estante
Pois é, Ricardo. A obra dele é fabulosa! :D


JosA 02/12/2017minha estante
Excelente resenha!


Eduardo 03/12/2017minha estante
Valeu, Zezinho :D


Eleandra.Miranda 20/06/2020minha estante
Excelente resenha! Parabéns!


Nado 01/12/2022minha estante
Acabei de ler e estou meio que em estado de letargia, tentando absorver tudo. Fascinante! Parabéns pela resenha, traduziu perfeitamente.




Andre.Trovello 19/01/2021

Ótimooo!!
"Ninguém veio vê-la. Foi melhor assim. A morte não se reparte como se fosse um bem. Ninguém anda à procura de tristezas."

Quis ler esse livro antes de continuar "Cem anos de Solidão" porque o autor, Juan Rulfo, foi um dos precursores do realismo mágico e serviu de referência pros grandes escritores que fizeram parte do "Boom" latino-americano na literatura (Gabo, Jorge Luis Borges, etc). E, logo de início, já é possível perceber o por quê (ou porquê, não sei, língua portuguesa por favor me perdoe dessa vez) Rulfo foi tão celebrado.

Apesar de ser bem curto, "Pedro Páramo" consegue mostrar, entre vivos e mortos, que nossas ações são pilares para a história do lugar onde vivemos e ecoam por toda a eternidade.

Amei o livro, gostaria de ler mais coisas do autor, porém, ele não publicou muitas obras além dessa, então vai ser um pouco difícil.

Enfim, recomendo MT, gostaria que a literatura latino-americana fosse mais divulgada mundo afora ? pra que todos pudessem ter contato com essas maravilhas.
Wardson 20/01/2021minha estante
Nova edição? Não conhecia essa capa


Andre.Trovello 20/01/2021minha estante
Simm, lançou recentemente


Wardson 20/01/2021minha estante
Q massa. Já quero


Andre.Trovello 21/01/2021minha estante
Kkkkkkk vale mt a pena, essa capa é linda


Wardson 21/01/2021minha estante
Já na wishlist


Déia 25/04/2021minha estante
Infelizmente ele só publicou 2 obras...anteriormente uma coletânea e contos e Pedro Páramo. Compartilho com você a tristeza pela falta de visibilidade da literatura latino-americana.


Wardson 26/04/2021minha estante
Uma pena mesmo. Eu adoro leitura latino-americana.


Larissa 09/12/2021minha estante
Gostei, mas não foi o que eu esperava ?




Isadora1232 30/11/2021

"Esta cidade está cheia de ecos"
Consagrado como o fundamental precursor do realismo fantástico, "Pedro Páramo" se inicia com uma promessa: no leito de morte da mãe, Juan Preciado promete voltar a sua terra, Comala, em busca do pai, personagem-título, um coronel descrito poucas páginas depois como "o rancor em pessoa". A partir daí, vozes em 1ª e 3ª pessoas se cruzam ao narrar relatos e memórias de vingança, amor, ódio e violência num ambiente árido, abandonado, "a terra, este vale de lágrimas".

Na minha opinião, este é um livro à prova de spoiler - a qualidade é tão absurda que as reviravoltas ficam em segundo plano. Mas em respeito a quem preza pelas surpresas, vou me restringir a essa premissa bem simplista e pobre sobre o ponto de partida do livro.

Com uma linguagem poética, direta e enxuta, Juan Rulfo cria uma narrativa em que presente e passado, vida e morte, realidade e delírio se confundem. Achei a leitura um pouco difícil e muito mais demorada do que imaginei. A pluralidade de vozes dificulta a leitura, mas na mesma medida enriquece a experiência.

Pedro Páramo é um daqueles livros que a gente lê pela primeira vez já ansiando por uma releitura. Não por acaso, conta-se que Gabriel Garcia Marquez o releu imediatamente após a primeira leitura (ainda tô cogitando seriamente fazer isso). Recomendo demais, em especial aos fãs de Gabo, Vargas Llosa e Guimarães Rosa.
Leitura fundamental mesmo.
Ana Sá 30/11/2021minha estante
Eu já reli duas vezes e pretendo continuar relendo com certa frequência este livro... Concordo com você. É livro pra releitura porque parece ser impossível esgotá-lo. Eu adoro me achar e me perder um pouco mais a cada vez... É fantástico e mágico em muitos sentidos!


Ana Sá 30/11/2021minha estante
Obs.: não sei se foi num histórico seu que fiz este mesmo comentário uma vez... mas enfim, concordo duas vezes se for o caso! ?


Isadora1232 30/11/2021minha estante
Ana, que leitura rica né?! Incrível como um livro tão curto pode ser tão inesgotável. Preciso reler urgente!!


Gio 01/12/2021minha estante
Nossa, que resenha! Desconhecia esse livro.


Isadora1232 01/12/2021minha estante
Obrigada, Gio! É um livro muito bom!


Carlos 29/01/2022minha estante
Terminei o livro ontem e já comecei a reler horas depois hahaha
Muito muito bom mesmo!
Sua resenha ficou ótima, é isso mesmo!


Isadora1232 29/01/2022minha estante
Preciso fazer isso tb, Carlos!! Kkk é necessário mesmo!




Renato 17/06/2020

Os mortos contam a sua história
Da fonte que Gabo bebeu, verte uma água amarga, turva, fria e com gosto de morte.

Pedro Páramo é o único romance produzido pelo mexicano Juan Rulfo, publicado pela primeira vez em 1955. Curto (são singelas cento e quarenta páginas na edição que guarnece minha estante), o "breviário" demonstra que a aparência é apenas um acidente dos olhos precipitados a fazer um julgamento comparativo.

Na melhor das definições, é mais que sugestivo enquadrar Pedro Páramo no rol dos clássicos da literatura, não obstante a subjetividade seja invariavelmente um elemento inflingidor de desconfiança.

A obra retrata uma busca. O jovem Juan Preciado promete à sua mãe, em seu leito de morte, que irá até Comala encontrar-se com o seu pai, a misteriosa figura que dá nome ao livro.

Sem pressentir as aventuras que o aguardam em sua jornada, Juan Preciado, deixando-se guiar pelos mortos, determina-se a percorrer o tortuoso percurso que desemboca em Páramo.

Os mortos, lírica e cruamente, contam a sua história, entrelaçada com o destino das aldeias de Comala e Media Luna, massacradas pela crueldade de seu "benfeitor".

Eis a fórmula do realismo fantástico que foi belamente utilizada para contar a história da América Latina por alguns dos maiores nomes de sua literatura.
Francisco240 17/06/2020minha estante
Esse texto aí... Sei não


Francisco240 17/06/2020minha estante
Tá tão bom que se falasse que pegou da net eu diria que é mentira porque te conheço.


Francisco240 17/06/2020minha estante
Mas tá com cara de orelha de livro de bom essa resenha!


Francisco240 17/06/2020minha estante
Gostei! Valeu o like ?


Renato 18/06/2020minha estante
Obrigado, Menino.


Francisco240 18/06/2020minha estante
De nada, homem.




Thales 23/03/2021

"Ele é (...) a maldade pura. Isso é Pedro Páramo."
No século 2019 a.c. (antes do coronavírus) eu e qualquer um que estava nas arquibancadas da Sapucaí naquele desfile do grupo de acesso ficou deslumbrado com a passagem da Cubango, cujo tema era o gigante Arthur Bispo do Rosário. A imagem da escola, e do grupo naquele ano, foi a grande réplica do Manto da Apresentação que passava girando por nós no último carro, momento extremamente lírico e emocionante. Essa obra de arte marginal, um desbunde de requinte, é a inspiração para a capa da recente - e belíssima - edição do "Grande sertão veredas" e também exemplifica muito bem a obra de que trato aqui.

A ideia de Bispo do Rosário, em sua sã loucura, era a partir dos objetos de seu cotidiano deixar um testamento pra Deus. Seu Manto foi a grande expressão da empreitada, uma colcha de retalhos vários que carregava a história do Bispo, de seus companheiros, do nordeste, do Brasil. Em termos literários, nada é mais próximo do Manto e do delírio testamental do artista sergipano que "Pedro Páramo".

A partir da sua vivência de uma América Latina em pandarecos, Juan Rulfo compõe um amálgama de tudo o que nos ronda nesse continente dual, reunindo pedaços de dor, de magia, de cruzos, de autoritarismo, de paixão. "Pedro Páramo" condensa toda essa complexidade e nos entrega, justamente, seu testamento pra posteridade.

A obra é realmente uma envolvente teia de vivências múltiplas, contadas de forma salpicada, construindo todo um clima nebuloso e fascinante. Há sobreposição de tempo, mudança de vozes, passagem de primeira para terceira pessoa e até relatos do além. Os mais variados tipos que cercam a mitologia latinoamericana marcam ponto no livro e ajudam a construir esse grande retrato: o coronel autoritário de linhagem, dono das terras, do gado e das mulheres; o padre movido a interesses e prazeres; as daminhas deslumbradas criadas pra agradar macho; o playboy agro que acha que o mundo é seu; os pistoleiros; e, é claro, a relação encantada entre mortos e vivos.

É isso. "Pedro Páramo" não é só a obra máxima da literatura mexicana, é um retrato pulsante da alma latinoamericana. É também um monumento de experimentação literária, um marco na produção do continente, que inspirou e inspira todo e qualquer um dos nossos gigantes. É uma colagem do que de mais profundo nutrimos em nosso DNA, daquilo que carregamos de gerações. Tá tudo, tudinho aqui.

Que seu Bispo e Juan Rulfo, do céu dos gênios da raça, nos abençoem e nos cubram com seus mantos. Amém.

"- A senhora está viva, dona Damiana? Diga, Damiana!
  E de repente me encontrei sozinho, naquelas ruas vazias. As janelas das casas abertas ao céu, deixando aparecer os talos ressecados de capim. Paredes esfoladas que mostravam seus adobes revirados."
Carolina.Gomes 25/03/2021minha estante
Muitas recomendações positivas.


Thales 25/03/2021minha estante
É fundamental, Carol. Super une o útil ao agradável; ao mesmo tempo que é curto e envolvente é muito profundo e desafiador. Cânone da América Latina mesmo


Carolina.Gomes 25/03/2021minha estante
Vou colocar na lista TBR. Obrigada, Thales.


Thales 25/03/2021minha estante
Se a leitura for ruim finge que eu não recomendei ?


Carolina.Gomes 25/03/2021minha estante
Kkkkkk duvido




Fabio 12/02/2010

Pedro Páramo
Uma narrativa que mistura memórias e poesia como poucas. Pedro Páramo é uma saga em precisas 130 páginas. Histórias tristes se misturam a desejos de vingança, servidão, amores paranóicos, violência, e busca. A história sofrida de Comala muito se assemelha com a de toda a América Latina longe das capitais e do poder constituído (que muitas vezes é o mesmo do coronelismo).

Juan Preciado, filho de mãe solteira, após a morte desta, vai em busca de seu pai, Pedro Páramo, no povoado de Comala. Lá encontra uma procissão de mortos que lhes contam todas as desventuras de seu pai, coronel implacável, de um modo que varia de acordo com cada narrador. Depara-se inclusive com as memórias do próprio pai. Este "recurso" de utilizar os mortos, não pode ser confundido com qualquer ligação espírita, tão na moda nos dias atuais, nem nada do tipo. Na verdade a escolha pelos mortos me parece precisamente o oposto disso: como se os mortos já não temessem a verdade, como sempre o fizeram em vida. Por outro lado mostra que a condenação daquele povo é eterna, que mesmo depois de mortos estão presos àquele sistema, àquela terra quente e sem esperanças, interpelando os vivos que passam por ali para que rezem por eles. E, porque não, para contar como foram algumas das mortes sob o ponto de vista mais claro, o do morto.

O contra-ponto da história de opressão de Pedro Páramo, de certa forma, é Susana San Juan, mulher que ele amou no fim da vida e que, mesmo que minimamente, lhe fez ter consciência de suas fraquezas.

A narração é completamente não-linear, mas é fácil perceber a mudança de personagens, ou de perspectiva. Um mesmo personagem pode contar a sua história, como num relato de infância com os verbos no tempo presente, ou contar suas memórias, no pretérito. As vozes vão do coronel Páramo até senhoras simples que vivem suas vidas enclausuradas à espera de dias melhores ou de amores impossíveis.

É fácil perceber a influência desta obra em clássicos como Cem anos de solidão. Aliás, Comala, assim como Macondo, me lembraram muito o interior de Minas Gerais, afinal "América Latina" é isso aí mesmo.

Pode ser um exercício interessante comparar as técnicas narrativas de escritores que tratam de realidades tão próximas abordando-as de maneira tão distinta (ou seguindo "escolas literárias" diferentes) como Garcia Marquez, Juan Rulfo, Graciliano Ramos, João Guimarães Rosa, etc.

Um trecho que não diz nada sobre a história, mas exemplifica bem a narrativa poética de Juan Rulfo:
"Pedro Páramo viu como os homens iam embora. Sentiu desfilar na sua frente o trote de cavalos escuros, confundidos com a noite. O suor e o pó; o tremor da terra. Quando viu os pirilampos cruzando outra vez suas luzes, percebeu que todos os homens tinham ido. Só restava ele, como um tronco duro começando a se despedaçar por dentro" (p. 120).
Giliade 12/02/2010minha estante
Parabéns pela resenha! Vou conter e não usarei como de costume, os rotineiros adjetivos. Você sabe das coisas. Isso é tudo.


Felipe Celline 18/01/2018minha estante
Parabéns pela resenha!
Me ajudou muito a olhar para os mortos da narrativa com maior compreensão!


Coraline 04/03/2018minha estante
Ótima resenha. A sensação que tive ao ler o livro foi como se eu estivesse naquelas terras, ouvindo eu mesma as vozes.


Andre 21/08/2020minha estante
Muito boa a sua resenha.




Jorlaíne 28/08/2023

A doidice mais legal que já li
Eu normalmente não gosto de textos que não apresentam definições em seu enredo.
E Pedro Páramo é exatamente isso!
Não há um protagonista, não há um narrador definido, o tempo é uma loucura só. Quando você começa a entender uma parte, adeus! Já estamos em outro tempo e em outro espaço, assim, do nada, sem aviso nenhum. Você que lute pra entender?.
O realismo fantástico é presente na obra quando a vida e a morte se entrelaçam.
Toda essa diferença de estrutura aliada com a escrita maravilhosa do autor acabam conquistando o leitor. É doido, mas vai fazendo algum sentido no decorrer da leitura.
Enfim, eu não contei nada sobre a obra, mas recomendo muito ??
Emerson Meira 28/08/2023minha estante
Mas que resenha foi essa? Não entendi nada mas adorei tudo! ?? E já quero ler, porque coisa doida é comigo mesmo ?


Jorlaíne 29/08/2023minha estante
?????
O livro é assim mesmo?


Cleber 30/08/2023minha estante
Já fiquei louco para ler também :)


Jorlaíne 31/08/2023minha estante
Bora, Cleber ?




Joao.Alessandre 18/12/2022

Pedro Paramo - pedregulho poético
Pedro Paramo é um livro curto, com descrição precisa, concisa e (porque não?) indecisa de um universo que lembra a realidade interiorana brasileira. Mescla a literatura fantástica latino americana com uma crítica social que incomoda, acomoda e molda uma visão onde a cronologia é passageira.

São dezenas de personagens que se entrelaçam num looping insano, incessante e inconcebível...onde o incrível desafia o inverossímil.

Comala quente, medo latente... trama que alguns apontam influência de Hamlet.

Narrativa que expõe mortes, mortos e vivos de uma forma única, mediúnica...ao fim nos tornamos mais fortes, absortos e redivivos.

Lido, relido...?*****.
Layla.Ribeiro 18/12/2022minha estante
Muito boa a resenha , estou em dúvida para ano que vem entre ele e cem anos de solidão


Joao.Alessandre 19/12/2022minha estante
Obrigado Layla. Gostei muito do livro - apesar da extensão não assustar é uma narrativa que precisei ler, "digerir", estudar e reler. Tbm quero ler 100 anos de solidão em 23.


Yasmin V. 19/12/2022minha estante
Amei Pedro Paramo!! Bem diferente a leitura, pretendo reler!
Cem anos de solidão é incrível tambem!!


Joao.Alessandre 19/12/2022minha estante
Sim. Uma releitura acrescenta muito.




Pedro Sucupira 02/02/2021

2021 LIVRO 8 – Pedro Páramo, Juan Rulfo.
Pedro Páramo é um clássico e também o único romance publicado do escritor mexicano Carlos JUAN Nepomuceno Pérez RULFO Vizcaíno. Publicado em 1955, retrata a busca de Juan Preciado pelo pai, Pedro Páramo; um pedido feito pela mãe no leito de morte que leva Juan à Comala, uma cidade cheia de mistérios, mortes e memórias.

Um livro curto, 122 páginas, mas não se enganem, não é uma leitura fácil. No início, com a chegada de Juan em Comala e o relato no tempo presente, logo após o falecimento de sua mãe, a leitura é fluída, mas aí, poucas páginas a frente, começam os flashbacks. Confesso que em algumas partes fiquei perdido, não sabia em que momento da história se encontrava, passado ou presente, e tive que voltar algumas páginas e me situar.

Embora não seja uma leitura fluída a todo momento, alguns sim e outros não – como qualquer livro, acredito eu – a intensidade dos diálogos e o drama particular de cada personagem valem o esforço da leitura.

Algumas falas que me impactaram:

“Sei não, Juan Preciado. Fazia tantos anos que não erguia o rosto, que me esqueci do céu. E mesmo que eu tivesse erguido, o que haveria de ganhar? O céu está tão alto, e meus olhos tão sem olhar, que vivia contente só de saber onde ficava a terra.”

“A vida já é dura o bastante. A única coisa que faz com que a gente mova os pés é a esperança de que ao morrer nos levem de um lugar a outro; mas quando fecham para a gente uma porta e a que continua aberta é só a do inferno, mais valeria não ter nascido... O céu para mim, Juan Preciado, está aqui onde estou agora.”

Publicado originalmente em pedrosucupira.com
Clarissa 03/02/2021minha estante
Depois dessa resenha, vou comprar. Quero "viajar" por esse mundo. Obrigada, Pedro, o Sucupira! Pq o Páramo irei conhecer em breve. rs. ?


Pedro Sucupira 04/02/2021minha estante
Olá Clara. Que bom. Depois de ler, vamos conversar sobre. Quero saber quais foram as suas impressões sobre a história. Abraços e boa leitura.


Clarissa 04/02/2021minha estante
Ahhh. Combinado, Pedro! Abraço.


Clarissa 04/02/2021minha estante
Obrigada!




Dany 30/01/2022

O inferno são os outros...
Para mais resenhas e conteúdos literários, conheça meu Instagram: @vontade.deler

SINOPSE: A história de Pedro Páramo começa com a promessa de um filho no leito de morte da mãe. É assim, que Juan Preciado acaba chegando no vilarejo de Comala, em busca de seu pai de quem só conhece o nome – o mesmo do título do livro. Conforme ele vai buscando informações, vai descobrir que, nem aquele local, nem aquelas pessoas são “comuns”, e que a história de todos está entrelaçada com o passado de Pedro Páramo e com o quanto suas ações influenciaram a vida, e a morte, das pessoas que ali viviam.

RESENHA: Único romance de Juan Rulfo, publicado no México, em 1955, essa obra logo se tornaria um clássico do Realismo Mágico Latino-Americano e uma das mais importantes obras do seu país. Com um enredo envolvente, misterioso, cheio de ironia e, também, críticas sociais, essa é uma obra que, apesar de curta, deve ser lida com o máximo de atenção. Isso é necessário para que se captem as migalhas deixadas, a cada diálogo ou observação que o personagem de Juan Preciado faz do ambiente, e que são necessárias para que se chegue as conclusões do que ele está experenciando. Além disso, a linguagem do texto pode “assustar” o leitor que deseje fazer uma leitura mais rápida, isso porque temos aqui uma narrativa polifônica, isto é, de um parágrafo a outro e sem aviso prévio, você estará lendo o registro de diferentes personagens e – pasmem – em diferentes linhas do tempo, o que pode deixar tudo ainda mais confuso.
Juan Rulfo costumava dizer que acreditava numa escrita concisa, e sobre essa história, chegou a dizer que “enxugou-a ao máximo, deixando sobrar apenas os ossos”, quase literalmente, eu diria. Nem por isso, Pedro Páramo “diz” pouco. Essa é uma história que vai tratar de várias questões, ela fala do amor e do dever, fala de violência, de ambição e de medo. Fala da morte e fala do luto. Há quem a interprete como uma crítica a um estilo de vida pré-revolução mexicana e há quem acredite se tratar de uma história de fantasmas, e das mais desoladoras. Após reler alguns trechos, finalmente entendendo por completo o que eles queriam dizer, e depois de não ter conseguido tirar a história da cabeça por alguns dias, eu cheguei à conclusão que, para mim, ela é uma junção dessas duas percepções, mas, também, serve como uma espécie de metáfora sobre nossos infernos internos e sobre como nossas escolhas nos encaminham até eles.

site: https://www.instagram.com/vontade.deler/
Kim 30/01/2022minha estante
Livro difícil. Já o iniciei duas vez, mas desisti. Na próxima.


Dany 30/01/2022minha estante
As vezes não é o momento, mas dê outra chance, vale a pena!


Kim 31/01/2022minha estante
Sim. Em breve. Agora estou lendo um um livro de outro escritor latino americano, Reinaldo Arenas. Uma autobiografia. Estou amando!!!




MF (Blog Terminei de Ler) 16/02/2019

De estrutura narrativa peculiar e criativa, obra é um mosaico do interior do México, que encanta pela beleza e influenciou a história da literatura hispano-americana
"Pedro Páramo" do escritor mexicano Juan Rulfo. Trata-se do mais aclamado romance da história da literatura mexicana, tendo influenciado toda uma geração de escritores latino-americanos que vieram depois como Vargas Llosa, Cortázar, Carlos Fuentes e García Márquez, por exemplo. Conta-se que o grande Garbo, inclusive, atribui à leitura dessa obra o fim do bloqueio criativo que vinha sofrendo na década de 50 e, o resultado dessa leitura, teria sido a escrita de "Cem anos de solidão", sua obra-prima.

"Pedro Páramo" é o único romance escrito por Rulfo. Além dele, o escritor deixou apenas uma coletânea de contos chamada de "Chão em chamas". Ao longo das décadas, Rulfo foi podando, literalmente, em várias revisões, a história narrada em "Pedro Páramo". O motivo para essa lapidação está na narrativa pouco usual desenvolvida. A obra é narrada como um grande mosaico, onde cada pedaço traz um elemento importante da leitura, cabendo ao leitor a tarefa de juntar esses pedaços e ter acesso ao panorama geral.

Rulfo conta a história de Juan Preciado que resolve ir até o povoado de Comala, no interior, para conhecer seu pai, Pedro Páramo. Ele faz essa viagem atendendo o pedido de sua mãe, no leito de morte, que pede para que ele conheça a cidade onde viveu e foi feliz e que tente conseguir de seu pai aquilo que lhe é de direito. Chegando à região, descendo pelos vales que o rodeiam, Preciado interage com os moradores locais e descobre que Pedro Páramo morreu, já há muitos anos, e que Comala tornou-se uma cidade abandonada. Preciado, mesmo assim, resolve investigar a cidade e conhecer seus moradores.

A partir daqui darei alguns spoilers, importantes para compreensão do livro. Se não leu a obra, pule os próximos parágrafos e sugiro a leitura da presente resenha apenas após o término do livro.

***** INÍCIO DOS SPOILERS! *****

Com o passar das páginas, o espaço de narrador de Preciado cede espaço para que outras vozes ocupem a narrativa, das mais variadas formas. Há interação de vivos com mortos, de passado com o presente, em vários locais diferentes. Os personagens, por vezes, interagem entre eles próprios, deixando Preciado e o próprio leitor perdidos na leitura. Há diálogos, mas também há sussurros. Por meio destes diálogos cortados, vamos montando o quebra-cabeça. Ao dar voz a tantos personagens, Rulfo elimina a figura do narrador, o que torna esse livro tão peculiar e interessante. Na natureza inusitada disso tudo se deve à própria natureza dos personagens que povoam Comala: eles estão mortos, com suas almas vagando pela cidade.

Pedro Páramo, personagem que dá nome à obra, é o fio condutor da narrativa, tanto como protagonista quanto como antagonista. Todas as demais personagens tem seu destino influenciado diretamente por ele, por suas ações. Ele é a figura clara do caudilho, que manda e desmanda em Comala pois sua fazenda, a Media Luna, é quem movimenta a economia local. O próprio destino final de Comala está diretamente relacionado com o de Media Luna.

Pedro Páramo comete todo o tipo de abusos: rouba terras, executa assassinatos, estupra mulheres... Para tal, ele conta com a conivência do Padre Rentería, representante da Igreja corrupta. Os atos do sacerdote fazem com que, no decorrer da história, ele perca a permissão de absorver os pecados da população, o que explica a existência de fantasmas em Comala, que vagam sofrendo em culpas. O calor da temperatura de Comala pode ser vista como uma analogia para o inferno ou purgatório, inclusive.

Pedro Páramos, também, é oportunista, ficando do lado de quem tem mais condições de vencer, quando interage com revolucionários que surgem na história.

***** TÉRMINO DOS SPOILERS! *****

"Pedro Páramo", mais do que um mosaico narrativo, trata-se de um olhar claro ao interior do México. Comala, com sua gente humilde e religiosa, e com seu caudilhismo/coronelismo local na figura do protagonista/antagonista, serve como uma representação de qualquer cidade do interior da América Latina, que sofre com a seca e falta de recursos.

Rulfo conhecia esse ambiente interiorano e suas mazelas. Seu romance serve como um convite ao olhar empático para essa realidade.

Embora tenha sido tratada superficialmente na obra, por meio do surgimento de alguns revolucionários na história, vale uma pequena nota sobre isso. Os revolucionários, na narrativa, não parecem tão preocupados com a melhoria das condições do povo, estando mais preocupados com o próprio umbigo. Talvez isso soe como uma crítica aos resultados da Revolução Mexicana de 1910. A população mais pobre do México sofria com a ditadura de Porfírio Díaz. As camadas menos favorecidas viam na revolução a chance de melhoraram suas condições. Figuras como Emiliano Zapata, Pancho Villa e Ricardo Flores Magón representavam um pouco de esperança. Contudo, a situação da população menos favorita não melhorou nas décadas posteriores ao término da revolução.

O olhar atento para a vida interiorana, bem como o acréscimo do elemento mágico/místico fizeram com que o livro de Juan Rulfo se tornasse um dos pilares do gênero realismo fantástico, que influenciou vários escritores da América Latina nos anos seguintes, conforme dito no início desta resenha. O legado literário de Rulfo, ainda que apenas com dois livros, é imensurável, principalmente quando acrescentamos a beleza e a poesia presente em seus parágrafos.

Rulfo, como dito, escreveu pouco. Sua postura, nesse sentido, lembra muito o caso de Raduan Nassar que, após escrever duas obras, também abandonou a literatura como atividade principal. Fica a dúvida do que Rulfo ainda poderia ter nos legado se tivesse persistido. Contudo, "Pedro Páramo", como livro único, com suas pouco mais de 100 páginas, consegue valer por toda uma vida como escritor. Escrevendo pouco, acabou escrevendo tudo o que podia, tornando-se imortal.

site: https://mftermineideler.wordpress.com/2019/02/16/pedro-paramo-juan-rulfo/
@livrariandocomadea 24/05/2019minha estante
Brilhante análise!!!


MF (Blog Terminei de Ler) 25/05/2019minha estante
Fico feliz que tenha gostado! Obrigado pelo comentário, Andrea!


@livrariandocomadea 26/05/2019minha estante
Obrigada vc por compartilhar uma análise tão rica. Adorei ?




Alyne.Queiroz 09/09/2020

Livro difícil
É um livro bem fininho mas de uma complexidade enorme, o narrador muda no meio da história, tem trechos que vc não entende quem tá falando, eu com certeza vou ter que ler de novo e provavelmente a nota melhore porque as críticas ao livro são muito boas, é só questão de eu me achar
anoca 11/09/2020minha estante
tive que ler este livro 3 vezes até sentir que tinha entendido tudo hahahahaha é assim mesmo


Alyne.Queiroz 11/09/2020minha estante
Kkkkkkkkkkkk, vou ter que agendar releitura pra logo então


anoca 11/09/2020minha estante
pode ter ctz que valerá a pena, a leitura só cresce




Fernanda Sleiman 07/11/2018

Confuso
Não sei se não era o momento, mas achei bastante confuso! Porém acho que vale a pena mais tarde voltar a lê-lo! Talvez tenha me perdido na narrativa!
Vinicius Lima 27/01/2019minha estante
To contigo! Achei confuso tbm. Kk


Fernanda Sleiman 29/01/2019minha estante
Hahahahahah pois é! Afinal todos estão mortos!? Mas acho que merece um releitura no futuro


Vinicius Lima 29/01/2019minha estante
Sim, tbm farei uma releitura futuramente kk




Aline Teodosio @leituras.da.aline 26/07/2018

A história inicia com Juan Preciado prometendo no leito de morte de sua mãe que procuraria seu pai, Pedro Páramo, para conhecê-lo. Ele então parte para Comala mergulhado nessa busca. Durante essa saga, perceberá, no entanto, que nada em Comala é o que parece.

A narrativa simples, mas ao mesmo tempo elegante, é impregnada do fantástico. Vários personagens se entrelaçam nessa trama não linear, formando uma teia de acontecimentos que vão aos poucos se encaixando. De fato, não é uma leitura fácil. Passado e presente se misturam nos discursos dos personagens e, por vezes, me vi perdida tendo que voltar alguns parágrafos.

O livro é denso e possui passagens arrepiantes com histórias de fantasmas (que eu amo). Mas o que me encantou mesmo em Pedro Páramo foi a forma de narrar empregada na obra, um requintado realismo fantástico com um toque regionalista belíssimo. Lembra bastante Gabriel Garcia Marquez, que com certeza bebeu muuuuito dessa fonte (não à toa na capa deste livro possui uma frase do meu querido Gabo).

No mais, é uma obra que pede uma releitura, dado os detalhes que podem perder-se facilmente no mínimo de desatenção. É uma mina que não cessa rapidamente; e ainda tenho muito o que descobrir por entre essas páginas mágicas.
Flávia 26/07/2018minha estante
tb preciso reler. esse é o tipo de livro que só cresce com a releitura.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 26/07/2018minha estante
Sim.. Acredito que numa primeira leitura muita coisa passa despercebida. São tantos personagens, tantos pensamentos, tantas histórias... E tudo num livro tão pequeno. Sim.. É preciso uma releitura.




Beatriz 11/08/2020

Rulfo rasga fronteiras
Você leu ?Cem anos de solidão?, do Gabo e não conhece ?Pedro Páramo, do Juan Rulfo?

Eu também não conhecia. Mas devia. A obra mexicana de Rulfo é tão importante quanto ao clássico amado e oceânico do Gabo. Não à toa foi Nobel também.

Não só a história mexicana e colombiana estão expostas nas cidades de Macondo e Comala, mas as histórias que compõe a América Latina toda sem seus significados.

Ler Pedro Páramo não é só ter mais um livro importante na lista, mas é uma experiência. Uma experiência literária tão única que não é possível absorver aquelas 137 páginas em somente uma leitura.

Um filho que jura, no leito da morte da mãe, retornar à cidade dela: Comala, e ter um encontro decisivo com seu pai: Pedro Páramo. Os encontros que se dão desse momento estão na ordem do inimaginável.

Confesso que na minha primeira lida eu não gostei. Achei confuso, me perdi na narrativa e quase desisti de terminar. Mas retornei com abertura de sentir. E foi intenso e diferente de qualquer outra leitura que fiz. Ele precisa ser relido. Mesmo depois que você entende, tem que ser relido quantas vezes forem necessárias em sua vida. Nem que sejam só alguns trechos. Não tem jeito, assim como a morte não cabe no verbo ?acabar?, essa obra age assim também, Pedro Páramo te acompanha.

Para mim, o mais impressionante é que Juan Rulfo rasga fronteiras. Já li muitos autores que as esgarçam. Mas para Rulfo elas simplesmente não existem. Não existem entre morte e vida, entre tempos e temporalidades, tudo é presente. Todos os elementos são vivificados no agora. A obra de Juan Rulfo une antônimos e nos surpreende
Thárin 12/08/2020minha estante
Adorei a resenha!


Beatriz 12/08/2020minha estante
Ahhh muito obrigada. Foi difícil escrever sobre esse livro. Desafiador.




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