Lucas.Batista 27/10/2020Um livro para a vida.É muito difícil tentar encontrar palavras para descrever o impacto de um livro assim. As palavras vem e vão, e eu, no entanto, acho que elas nunca fazem jus ao conteúdo do livro.
Juan Rulfo escreveu um único romance em toda a sua vida (seu outro livro, era de contos), e esse livro foi, evidentemente, Pedro Páramo. É até estranho pensar que a pessoa que escreveu obra tão magistral, não possuísse outras histórias na cabeça, mas conjecturas à parte, isso bastou para colocá-lo no hall dos grandes escritores não apenas da America-Latina, como do mundo.
Influenciando Borges, Llosa, Gabo e até, de certa maneira, Guimarães Rosa, Pedro Páramo é um marco não apenas para o Realismo Mágico, mas também para marcar um ponto de partida de grandes histórias passadas em locais que, até então na literatura, era pouco ou nada conhecidos. Um sertão mexicano, que apesar de estar do outro lado do continente, é bastante reconhecível para todos que compartilham dos pontos chave - Um Coroné, um catolicismo misturado com superstição e, principalmente, muita violência.
Pedro Páramo não é, obviamente, mais novo que Euclides da Cunha e outros, mas penso que seu universalismo ultrapassa o desses escritores.
É ainda uma grande história de cidade fantasma, possuindo uma forte carga macabra com pinceladas de um humor sádico.
Juan Rulfo pode ter escrito pouco, mas o que escreveu vai, sem dúvidas, influenciar gerações e gerações.