Hudson 02/08/2014A possível resposta para um dilema...
Como se sabe um dilema em matemática se constitui por duas possibilidades impossíveis, ou melhor existem as possibilidades mas de fato em vias de realização elas podem não ser possíveis.
Gostei bastante do livro é bem escrito e parece traduzir muito bem, o que pretende passar ademais acho que o grande ponto é desmistificar outras obras que foram sedimentar e tidas como grandes pilares sobre o que realmente aconteceu em 1914, tais como "The Guns of August" que já ganhou o pulitzer etc.
Tudo era muito mais profundo do que parecia, e na verdade é de forma interessante o narrador nos introduz em um mundo que pedia passagem para o novo e a segurança daquilo que é estável é o conflito da mudança com a estabilidade, o mundo romântico de 1914 que certas horas o autor invoca Stefan Zweig é muito interesse, mas não existe apenas esse mundo.
Existem vários outros mundos dentro destes, e que o livro trata de descortinar de forma até bastante clara, gostei da coesão textual embora cercado de muitas informações nomes e datas o leitor conseguirá absorver os argumentos principais que precisão ser lembrados a frente e até mesmo depois fica bem fixado mesmo.
O autor traz novos fatos que entendo de modo conclusivo desmistificarem o início da Grande Guerra, revisitando a historiografia de modo geral e até mesmo outras obras sobre o género, é um livro muito interessante e que merece ser lido, ainda mas neste ano que completa cem anos da grande guerra.
E o autor mostra que de certa forma não estamos distantes daquele verão de 1914 e que ainda sim seus ventos sopram brisas até nós, poderá chegar um tornado um dia?
Ninguém sabe, como também ninguém sabia naquele lindo e interessante verão, onde existia um mundo tão livre e em 37 dias tudo mudou, ou teriam sido 37 dias que apenas aceleraram processos de vários séculos anteriores, de qualquer forma há argumentos para tudo dentro do livro, e desmistificando o "óbvio" que o assassinato de Sarajevo, foi um pequeno detalhe, mas os detalhes fazem toda a diferença e muitas vezes são eles que decidem as coisas.