Primeiras estórias

Primeiras estórias João Guimarães Rosa




Resenhas - Primeiras Estórias


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SamuellVilarr 25/04/2021

Primeiras Estórias, Guimarães Rosa.
Se trata de um livro que foi escrito depois de "Grande Sertão: Veredas" e a série tão prestigiada "Corpo no baile". Primeiras Estórias de Guimarães Rosa é detalhista, é um livro composto por pequenas "Estórias" que narram, acontecimentos ou eventos da vida de personagens diferentes. Mais comumente as estórias se passam em uma ambientação regional. E o motivo pelo qual descrevo o livro como "detalhista". É que, o autor utilizada esquemas e maneiras diferentes de se referir a alguma questão ou ação referente ao personagem e acontecimento da estória, assim, ele narra e utiliza a palavra como transmissão da percepção de tal evento, e com isso tenta e consegue descrever detalhes da natureza, mas, não de forma extensa, e sim, de forma harmônica, simples e inteligente. Temos descrições de pessoas, animais e objetos. Ele os traz para os versos e sobrepõe os mesmos com uma camada de simplicitude e um certo detalhismo referencial da narração. Muito bom!
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Karoline 27/06/2021

Ler Guimarães Rosa é sempre um desafio, ao mesmo tempo que é mágico. O aspecto maravilhoso de suas obras, acredito, está na inaptidão de nós, seus leitores, simplesmente descreve-las, como fazemos com quaisquer outros autores. Rosa nunca será tão transparente. Não apenas a sua escrita se mostra desafiante, mas suas mensagens possuem uma capacidade de nos mover e impressionar de uma forma tão intensa, que falta linguagem para denotar seus efeitos sobre nós.

Nesta coletânea de vinte e uma estórias somos apresentados a personagens de todos os tipos, mas que têm em comum questões como a loucura, o amadurecimento, o sertão, a religião, o amor, o humor. São narrativas em que a ideia do Eu é questionada, assim como o que é viver e o que é morrer, e sobre a terceira margem das coisas.
Ou seja, estórias sobre o tudo e o (no)nada.
Bem complexas.
Bem simples.
Bem Rosa.

PS: por uma grande coincidência, terminei a leitura hoje e descobri que seria o seu aniversário, Guima. Obrigada pela magia ?
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Gabriel Oliveira 05/11/2022

Um Guimarães Rosa breve
Os contos curtos de Guimarães Rosa reunidos nessa obra são chamados de estórias, palavra que deriva da língua inglesa para denominar os contos e relatos breves, geralmente de tradição oral, folclórica.

Para quem já leu Grande Sertão Veredas ou Sagarana, não há muito de novidade nessa obra aqui. Na verdade, acho que esse livro é bem menos conhecido justamente por conta de um padrão que se repete nos contos, e que parece mostrar a intenção não tão explícita do autor: é uma obra mais experimental.

O prefácio de Paulo Rônai é extenso e bastante analítico, e ilumina muita coisa do que irá vir. Ali o famoso tradutor húngaro já deixa claro que vamos encontrar contos que, além de sua linguagem completamente inventiva, possuem um enredo que não privilegia o clímax, que termina em apaziguamento e resignação. Isso pode ser um defeito para os acostumados com plot-twists, mas não tira o mérito da obra.

O maior defeito, para mim, de Primeiras Estórias, é um certo ar de laboratório que os contos possuem aqui. Tenho a sensação de que Rosa estava escrevendo e guardando todos esses textos como espécies de rascunhos, onde uma obra seria carregada num certo elemento (por exemplo, linguagem pedante) enquanto outra seria carregada pelo humor; outra, seria mais puxada para o drama existencial.

É essa a sensação que dá quando você coloca lado a lado obras como Famigerado e A terceira margem do rio. São obras super desiguais. Aliás, tirando o segundo conto citado, o livro perde quase toda a sua potência.
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Arsantes 09/06/2020

Contos muito interessantes
Não estava acostumado com o estilo de escrita de Guimarães Rosa e isso tornou a leitura bastante lenta, mas o livro possui ótimos contos, me apaixonei pelo "A menina de lá".
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luisa302 15/12/2022

não cheguei a ler o livro todo, só uns contos para escola. uns eu amei muito e outros eu não entedi caralhas por isso 3 estrelas kkkk
Geovana.Esther 15/12/2022minha estante
Acho que é o curso normal de ler Guimarães Rosa, alguns contos só "traduzindo" pra entender, mas gosto doq já li dele.


mariana.rgs 04/04/2023minha estante
KKKKKK




Isa Maravilha 17/10/2020

do nada é que as coisas acontecem
Guimarães Rosa e sua escrita difícil, gostosa e atraente! Gostei muito de alguns contos, outros nem tanto.

"A vida é constante, progressivo desconhecimento..."

"A gente devia poder parar de estar tão acordado, quando precisasse, e adormecer seguro, salvo."

"se, por exemplo, em estado de ódio, o senhor enfrenta objetivamente a sua imagem, o ódio reflui e recrudesce, em tremendas multiplicações: e o senhor vê, então, que, de fato, só se odeia é a si mesmo"
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Ed Carvalho 16/12/2021

Um pouco complicado
Este livro foi o meu segundo contato com Guimarães Rosa e eu esperava algo como o primeiro livro que li, O Recado do Morro. Neste porém há umas "estórias" um tanto complicadas de serem entendidas, mas são todas muito boas. Seguirei ano que vem com a leitura do clássico Grande Sertão: veredas.
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giginha 14/09/2021

guimarães como sempre nos oferecendo tudo no cenário sertanejo: gente nova, gente velha, gente criminosa, gente extraterrestre, gente apaixonada (senti falta de uma história de c0rno!!! lembro que no sagarana tinham várias) e gente doida - mas ninguém é doido. ou, então, todos. tem também fantasia, dark academia, caso de policia, casos de família, lovers to enemies e por aí vai. não é o melhor livro que eu já li, mas também não é o pior. não curto muito livros de contos porque tem sempre coisa muito boa e coisa meio meh, mas aí já é problema meu. os melhores aqui são a menina de lá, os irmãos dagobé e a benfazeja.
giginha 14/09/2021minha estante
história de c0rn0!!!! censurou por que skoob que saco




Tiago 13/08/2022

A Terceira Margem do Rio
O mistério está às voltas em cada conto do livro. Em A Terceira Margem do Rio, um dos particularmente prediletos da coletânea e de todos os outros contos que já li, é o mistério o que mais atravessa a narrativa. É sobre esse conto que teço aqui meu comentário. Um rio é fundo, é dito pelo narrador, e a leitura de quem lê esse conto, se também não o for, vai morrer no raso. Os elementos simbólicos da narrativa precisam ser considerados: um rio tem duas margens - a de um lado e a de outro. Mas o rio do conto tem três: nessa terceira margem é onde vai o pai do narrador. Essa figura que fica estável diante do rio, que é coisa que tem um movimento contínuo. Concordo com alguns comentadores do conto quando afirmam que a ida do pai para a terceira margem do rio é rodeada de um mistério tão grande tal qual uma espécie de morte. E o filho que perpetuamente vai visita-lo sem sucesso de chamar sua atenção, até o dia em que propõe ficar no lugar do pai, nos põe a nós, leitores, diante do irremediável fato de que a morte é uma experiência intransferível, única para cada sujeito, e absolutamente rodeada de mistério. Dentro da morte não há o que entender, visto que não é o entendimento ou nada mais o que irá importar - o mesmo ocorre com a terceira margem, esse lugar para onde foi o pai.

Os parentes do filho, narrador do conto, tomam cada um o seu rumo: casam-se, vão morar com outros parentes. Menos ele. Sua devoção ao pai, seu luto insuperável causam nele uma incompreensível culpa que fica implícita ao leitor. Os anos passam e o filho já não é outra coisa senão sua culpa, sua devoção. Até que o segundo grande momento do conto ocorre: o filho propõe um lugar possível que ele possa ocupar na vida: o de entrar na canoa no lugar do pai. É quando o pai parece aceitar a proposta, acena e está voltando da terceira margem que o filho não suporta de terror; corre, retrocede. Sabe ali que o lugar do pai não pode ser ocupado. Se não for o lugar do pai que será ocupado, que lugar resta a ele? Ao fim do conto, há uma identificação ao próprio rio que corre, que leva, que segue seu fluxo.

Na clínica, nesse meu ofício de psicólogo, não é raro ouvir dos filhos enlutados um empuxo a ocupar na família o lugar dos pais mortos. Ocupa-lo não é sem sofrimento, pois esse movimento acarreta uma via direta, por identificação, que os liga ao parente que partiu para a "terceira margem do rio". Como passar a desejar um lugar para si? É essa a grande tarefa de cada um. Mesmo que não seja diante da morte dos pais, ocupar para si um lugar é enfrentar certo mistério que sustenta o viver. É construir para si a própria canoa, identificar-se não com a figura estática do rio, mas com o rio mesmo, com sua correnteza que leva, com seu fluxo.
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tbbrgs 29/11/2020

Primeiras Estórias, o primeiro livro
"De lá, o sol queria sair, na região da estrela-d'alva. A beira do campo, escura, como um muro baixo, quebrava-se, num ponto, dourado rombo, de bordas estilhaçadas. Por ali, se balançou para cima, suave, aos ligeiros vagarinhos, o meio-sol, o disco, o liso, o sol, a luz por tudo. Agora, era a bola de ouro a se equilibrar no azul de um fio".

Assim, Rosa descreveu o nascer do sol no último conto, Os Cimos, de Primeiras Estórias, que eu demorei à beça pra ler, mas valeu muito a pena ter esperado pra terminar, porque é com certeza um dos melhores livros que li esse ano, só pelo jeitinho com que o Guimarães escreve as coisas.

Quando comecei a ler o livro em agosto (ou talvez no final de julho?), estranhei de cara a escrita do Guimarães e estava tendo bastante dificuldade pra deixar a leitura fluir. Isso por ser o primeiríssimo livro de Guimarães que leio, então nunca tive contato nenhum com o tipo de escrita dele. Apesar de a minha mãe ter Rosa entre seus escritores preferidos, eu só fui começar a ler agora.

Uma das coisas que me ajudou bastante ao longo da leitura do livro foi, esse semestre, ter tido uma disciplina na faculdade em que a professora falou muito de um dos contos desse livro (Famigerado) e também fez uma leitura de um conto de Tutameia. Ela explicou tanta coisa, tanto sobre o conto, quanto sobre o próprio escritor, que me fez perceber um pouco como era bem particular a experiência de leitura de Guimarães, e eu cheguei à conclusão de que é só um estilo de escrita que a medida que nós lemos, nós nos acostumamos. A dificuldade inicial passa depois que entendemos um pouco mais, vamos pesquisando e procurando aprender tudo o que gira em torno daquela obra, de seu escritor e do mundo em que ele viveu.

A escrita de Guimarães é muito diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido. Em muitos contos desse livro, na primeira leitura, em muitos casos, era uma primeira leitura difícil de penetrar, mais densa. Demorei pra ler esse livro, em grande medida, por causa disso: muitos contos eu lia duas vezes, porque ler uma vez não bastava. A segunda leitura costumava ser realmente muito mais esclarecedora do que a primeira, e eu conseguia ter uma visão mais ampla do conto e entender as entrelinhas, observar a estrutura e a forma das descrições de personagens e lugares com muito mais perceptividade e atenção. A cada conto que eu lia, era todo um universo novo criado em poucas páginas, em palavras tão bem elaboradas, imaginadas, inventadas. Esses contos emanam uma energia literária própria incomparável, cada um fala por si só e ao ler eles percebi o motivo pelo qual ecoam além da vida de Rosa, pelo qual são considerados histórias clássicas da literatura brasileira.
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denis.caldas 23/05/2020

21 contos inesquecíveis
Iniciando com uma "Nota do Editor", seguido do lindo fac-símile do poema de Carlos Drummond de Andrade após a morte de Guimarães Rosa, depois do longo e chato ensaio "Os vastos espaços", de Paulo Rónai (embora tenha algumas miudezas úteis), enfim temos 21 contos, ou 'estórias', do nosso querido e inesquecível autor.

Me desculpem a grosseria com o Dr. Paulo Rónai, mas a editora colocou um estudo mui técnico sobre a obra, oriundo de um amigo e um dos mais famosos críticos literários de Rosa. Sou inepto e leigo sobre o assunto, e é uma visão muito particular e inútil minha; mas já que há um espaço aqui para eu palpitar, como se diz, "a internet deu voz a imbecis do mundo".

Mas é o que sempre digo das obras de Rosa, quando a gente passa a conviver no sertão do Brasil, longe dos grandes centros, perto das Veredas e do rio São Francisco, se aproveita muito mais a leitura, porque a musicalidade e o vocabulário traduzem o mesmo sentimento de quando tomo um café coado com rapadura aqui no Gerais das Águas Quentes. Quando jovem e ainda morador da Grande São Paulo, li o Grande Sertão Veredas e confesso que não entendi patavinas; mas agora, vivendo no interior de Minas Gerais, sou um "nem-tão rapaz, no vão do mundo, assim vocado e ordenado"...
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Ana 16/06/2022

Simplesmente encantador
A maneira como o autor escreve possui tamanha suavidade e regionalismo que torna a leitura tão gostosa quanto uma conversa com alguém mais velho que tem infinitas histórias para contar.
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Matheus 21/06/2020

Único
Guimarães Rosa foi o autor que mais me fez feliz pela literatura ser literatura: nenhum outro meio conseguiria reproduzir o que ele faz com as palavras. Além das histórias serem boas, a forma como ele escreve é um espetáculo à parte (não só pela sintaxe mas também pela doçura e leveza).

Obs.: Também é fantástico como ele consegue, em todos os contos, nos localizar num cenário específico sem se demorar nos descritivos.
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Hilton Neves 15/05/2022

Muito publicitário se inspirou em seus trocadilhos e diabruras com as palavras! A escrita de Rosa nos remete ao geito do Mauro Beting comentar na TV ou às letras das canções dos Engenheiros do Hawaii! Foi menos geográfico que Sagarana e mais psico-analítico das personagens das estórias. A Terceira Margem do Rio foi meu favorito.
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Renato 19/07/2021

Primeiras estórias de Guimarães Rosa
Primeiras estórias, livro no qual o autor se aventurou pela primeira vez escrevendo contos, é um livro com 21, narrativas curtas. Os contos são marcados pela linguagem inovadora que Guimarães dá à literatura brasileira nos seus romances, linguagem que muitas vezes dificulta a leitura exige uma concentração maior do leitor, mas que mesmo assim é carregada de lirismo.

O livro é uma ótima dica para o leitor que entra em contato pela primeira vez com os escritos de Guimarães Rosa, já que seus romances são mais densos ainda, e a releitura dele é obrigatória. Entre as 21 estórias, destacam-se os contos "A menina de lá", "A terceira Margem do Rio", "Os irmãos Dagobé", "Substância" e "Partida do audaz navegante".
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