Moby Dick

Moby Dick Herman Melville




Resenhas - Moby Dick


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bina 08/02/2024

É uma leitura épica e filosófica. Tem grandes eventos mas que na maioria das vezes são interrompidos por contos e reflexões do mar. Ele é maior do que qualquer coisa que eu tente descrever, ele é histórico.
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Paulo 05/02/2024

Quem tem ideia fixa é louco
Um grandioso romance, considerado a obra literária mais importante dos Estados Unidos, a ponto do autor ter sido chamado de “Homero do Pacífico” por Albert Camus, “Moby Dick ou a baleia” foi lançado em 1851.

Melville se inspirou em Macbeth e Rei Lear, de Shakespeare, para construir o determinado Capitão Ahab, marinheiro experiente que tivera a perna amputada durante uma caça da grande baleia albina chamada Moby Dick. Ahab é o comandante supremo do navio baleeiro Pequod, que conduz de forma tirânica.

Sob o pretexto de caçar baleias devido ao alto valor econômico do óleo delas extraído, Ahab celebra um pacto de sangue com seus marinheiros, fazendo-os compactuar com seu desejo monomaníaco de se vingar de Moby Dick.

Toda a história é contada por Ishmael, intelectual-marinheiro que narra com riqueza de detalhes tudo o que envolvia a pesca de baleias. Nesse aspecto, a obra é um manual da pesca de baleias.

Ishmael nos apresenta detalhes enciclopédicos sobre as baleias, desde a descrição de suas diversas espécies, suas formas de alimentação e reprodução, até minúcias de sua anatomia. Explicita, também, como era extraído o óleo espermacete dos cachalotes.
Além do aspecto enciclopédico-cetáceo, Ishmael descreve também o “estado da arte” da baleia na mitologia, na história e na literatura, revelando o domínio total do tema pelo autor.

As cenas brutais de caça do grande mamífero são entrecortadas com essas descrições enciclopédicas, o que serve para pausar a ação, instruir o leitor e controlar o andamento da narrativa.

Tudo se passa no convés do Pequod e na vastidão dos oceanos, mas não há tédio no desenrolar da leitura. No palco teatral do navio, o narrador apresenta um microcosmo da sociedade de então, com suas relações hierárquicas de divisão do trabalho, conflitos étnicos e a exploração comercial da natureza.

Múltiplas interpretações foram apresentadas ao longo dos anos sobre a obra e sua simbologia. Na visão do Capitão Ahab, a baleia branca simbolizaria o mal do mundo, o que justificaria sua determinação em exterminá-la. Para alguns intérpretes, a obra seria uma crítica ao capitalismo que se desenvolvia às custas da destruição da natureza. Para Carpeaux, Moby Dick é a “epopéia dos esforços inúteis da humanidade contra a natureza”.

Na minha interpretação pessoal, o Capitão Ahab é uma personagem fáustica que caiu na tentação diabólica, irracional e vingativa de querer exterminar o mal do mundo, em sua visão simbolizado por Moby Dick. Ora, se até Deus permite que haja o mal no mundo, como que algum homem poderia modificar essa condição metafísica da realidade? Obviamente, Ahab falha completamente em seu desiderato e leva consigo toda a sua tripulação para a ruína.

Uma outra chave interpretativa que me chamou a atenção é que Ahab persistia em seu propósito insano apesar de todos os sinais e evidências de que seria impossível deter Moby Dick. Ele conversou com outras pessoas que lhe falaram para simplesmente desistir de caçar a baleia e ignorou agouros e presságios que lhe diziam para não prosseguir. Sua ambição desmesurada o cegou para a realidade e lhe causou seu fim.

No mundo moderno as pessoas desistem facilmente de suas metas ao se depararem com a mais leve das dificuldades. Invariavelmente, por não serem minimamente persistentes, fracassam em seus objetivos. Ahab, por outro lado, jamais desistiu. Mas a reflexão aqui é que, em alguns momentos, por mais que tentemos com todas as nossas forças e queiramos muito algo, a vida nos indica que aquilo não nos é devido. Nesses casos, desistir não é fracassar, mas um ato de sabedoria. Talvez aquilo que imaginamos que nos fosse devido seria, na verdade, o que causaria nossa destruição. Saber a hora de desistir de um sonho não é fácil. Mas às vezes devemos fazê-lo, partir para o “plano B” e seguir em frente.

Há ainda diversas outras chaves de leitura possíveis, como é comum nos clássicos universais. Grandiosa em todos os aspectos, Moby Dick é uma obra fundamental da literatura universal.
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Tony 02/02/2024

Bom, mas deveras cansativo
Pra que tantas explicações e divagações, meu pai??? Tudo bem que é um livro do século passado, mas precisava mesmo de disso tudo? No mais, sempre quando o autor volta a focar na história principal, você percebe que é super interessante o enredo. Uma dica: leia com o dicionário em mãos pq várias vezes vc vai precisar dele. Ok, pelo contexto até da pra entender oq o autor quer dzr com determinada palavra pouco ou nunca usada no dia-a-dia mas por uma questão cultural e até intelectual é legal saber o significado de novas palavras pra enriquecer o vocabs. Outra coisa é que a pessoa tem que estar muito disposta e estar querendo MUITO ler esse livro e/ou ser amante de leitura pra conseguir concluir, pq honestamente é bem arrastado. Ah, nas entrelinhas tbm tem muita tensão gay, rs
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iarakessia 31/01/2024

Pensa numa baleia
O livro é narrado pelo Ismael. Se desse para falar com o Ismael, eu diria: NÃO PRECISAVA TANTAS DESCRIÇÕES. Mas o Melville escreve tão bem, que as mil descrições de uma baleia são uma delícia de ler, e o livro de mais de 700 páginas é uma leitura agradável. A obsessão do capitão pela baleia deixa uma lição valiosa: nem sempre o
obcecado é o único prejudicado pela obsessão.
E cá entre nós: Moby Dick não era desse mundo. Pensa numa baleia esperta.
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Mi_ 31/01/2024

"Moby Dick", obra-prima de Herman Melville, mergulha nas profundezas simbólicas do oceano e da alma humana. A narrativa, guiada pela busca obscura do Capitão Ahab pela baleia branca, transcende a simples caçada, explorando temas como obsessão, destino e a interconexão entre homem e natureza. Melville habilmente tece metáforas intricadas, desafiando os leitores a refletirem sobre a natureza ambígua do bem e do mal. Uma odisséia literária que transcende o tempo, "Moby Dick" é uma jornada monumental que desafia e inspira, revelando-se uma obra-prima de riqueza filosófica e poética.
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Paula 30/01/2024

Aviso aos navegantes: A obra Moby Dick (1851), de Herman Melville não se inicia no mar. Suas duas sessões introdutórias se passam, respectivamente, em um ginásio e em uma biblioteca. O narrador em primeira pessoa coletara informações etimológicas advindas de um funcionário tuberculoso - já falecido - do ginásio, além de diversos excertos referentes a baleias, advindas de um sub-sub- bibliotecário. Posteriormente, apresentam-se 135 capítulos curtos e um epílogo.
É importante destacar que um narrador em primeira pessoa dificilmente é cem por cento confiável. A maneira como ele se refere aos funcionários não deve ser esquecida. Aquele que pede para ser chamado de Ishmael - filho bastardo de Abraão - não é nem capitão, nem imediato, nem arpoador. Claro que duvidar de tudo o que Ishmael fala mataria uma obra cuja profundidade vai muito além da vingança de Ahab por sua perna arrancada; mas não se deve deixar de atentar às contradições, dúvidas e preconceitos de Ishmael. Ele se posiciona como um escritor sobre baleias e, por muitas vezes, a primeira pessoa se transforma em onisciência.
A obra é repleta de referências bíblicas, mitológicas , dramáticas e filosóficas, além de abordar temas como o expansionismo americano, questões étnico-raciais, e a hipocrisia da monarquia inglesa.
Diria que comecei o ano de maneira excepcional. Moby Dick é um grande clássico, rico em momentos de humor, tensão e muita informação. Alguns leitores podem dizer que os capítulos sobre cetologia sejam enfadonhos; eu, não. Entendo que elas preparem o leitor e fazem com que a narrativa corra sem que o autor precise parar e explicar termos técnicos. Entendo, também, o desejo de Ishmael, de ser um onisciente sobre baleias.
Uma nova obra para a lista de favoritos. Obras clássicos não se esgotam. Por mais que eu me extenda aqui, sinto que não falei praticamente nada sobre ela. E isso é sensacional!

#MobyDick
#HermanMelville
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Sulipefera 29/01/2024

Moby Dick, a baleia indomável
Moby Dick é um livro complexo que nos faz adentrar a mente de um homem simples, Ismael, que deseja se aventurar em uma nova aventura: a pesca de baleia. Todavia, mal o protagonista sabia que estava a se comprometer com muito mais que uma viagem com um fim lucrativo, dado a presença do rancoroso capital Acab em seu barco, o Pequod.
Antes de iniciar a leitura, é muito importante estar ciente que, além de usar uma linguagem complexa, o autor dedica vários capítulos ao fim exclusivo de filosofar e ensinar acerca do ramo baleeiro, tal como se estivéssemos na cabeça do próprio Ismael, usando muitas vezes uma forte linguagem poética que se mostra bastante tediosa.
Apesar de ter certos capítulos que poderiam ser retirados da obra sem que prejudicasse a história, esse clássico é resultado do excepcional esforço de Herman Melville em trazer detalhes precisos que enriquecem as informações acerca da pesca baleeira em seus diversos aspectos, e em empregar referências bíblicas que aparecem numerosas vezes, tal como a menção do profeta Elias acerca do imprudente rei Acab no Antigo Testamento.
Admito que em vários momentos o único motivo que me segurava nessa leitura era minha determinação, por isso recomendo a playlist "Moby-Dick by Herman Menville" do canal Course Hero, que contém vídeos resumindo cada capítulo da obra com ilustrações, para facilitar e tornar mais envolvente o estudo desse livro. Apesar de difícil, essa foi uma experiência muito edificante e imersiva, a qual espero que mais pessoas tenham a oportunidade de sentir o terror de caçar a temível baleia branca tal qual eu senti.

site: https://www.youtube.com/watch?v=id3u3KTZHV4&list=PLz_ZtyOWL9BT5kSyOXJHOD6Lwi14zxgyP
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Alana119 29/01/2024

Infelizmente me identifiquei
Acho que o eulirico poderia ter sido mais ativo, sindo que ele simplesmente não tinha opinião sobre nada e apenas deixava as coisas acontecerem por outro lado ele divaga pra caralh* e tem fatos curiosos sobre tudo e com essa parte me identifiquei horrores, entendo a dor de ser prolixo em um mundo imediatista

Ps : pobre baleia ?
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Giulia 29/01/2024

Gostei, quando era criança peguei pra ler e larguei pq não me prendeu mt e isso me frustrou. Resolvi tentar novamente e gostei, achei uma leitura que demora a engatar mas quando fiquei presa achei fácil visualizar tudo que o autor escrevia
Rivaldo.Santos 17/02/2024minha estante
Peguei emprestada essa edição. Mas não entendi o "adaptado". Podaram alguma coisa nessa edição?




Luciano442 24/01/2024

Um Clássico
Um livro que mostra que uma obsessão pode virar uma teimosia e esta vir a ser a sua derrocada.
Muito bem escrito e com várias metáforas que elevam ainda mais a importância da escrita.
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Laise 23/01/2024

Assim como muitos dizem não é uma leitura super fácil e fluida de se fazer, eu quase abandonei pra ter noção, mas fico feliz por ter continuado e finalizado porque é uma história que vale muito a pena fazer um esforcinho pra conhecer.
É um livro que se destacou muito por conseguir transmitir muito bem o dia a dia do caçador de baleias, eu me senti mesmo lá com o ismael, estocando espermacete e meio que se distraindo com os seus assuntos de interesse, baleias, ele discorre bastante sobre essa área, o que às vezes fica cansativo e pesa a leitura. Mas esse é um dos fatores que o fazem ser um livro tão único da sua maneira, ele mistura vários formatos para contar a história, desde a narração de eventos épicos e dramáticos para a trama, quase como uma peça teatral, até capítulos sobre navegação que mais parecem uma enciclopédia mesmo.
Enfim, gostei bastante e recomendo a leitura, principalmente para quem se interessa por clássicos.
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Nubia.Daumas 22/01/2024

Não entendi por que virou um clássico
Esperava muitas reflexões, mas só consegui encontrar muitas descrições enfadonhas. O único personagem com o qual me identifiquei foi a pobre baleia que só estava lá existindo...
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Ester479 20/01/2024

Maçante!
Se algum dia eu disse que Cândido era chato, eu não me lembro. Acho que nunca li um livro tão maçante na minha vida. Foi uma decepção muito grande, estava com altas expectativas.
O pior, foi que, até eles embarcarem no navio, o livro estava fluindo muito pra mim. Eu realmente não sei o que aconteceu. Esse livro tinha tudo pra ser um favorito. Um calhamaço, meio repetitivo, meio parado, filosófico, uma mina de informações e fatos interessantes, com linguagem simples...
Vi que muita gente reclama dos capítulos mais explicativos, mas, pra mim não foi esse o problema do livro. Sou uma pessoa curiosa, adoro saber fatos aleatórios (que não tem nada a ver com a minha área), e que provavelmente nunca vou usar na vida.
Pra mim, o problema mesmo foi a escrita. Não sei explicar de que jeito estagnou minha leitura, mas, se esse livro fosse escrito por Dostoiévski, por exemplo (porque ele é um dos meus autores favoritos), eu sei que teria amado. A estória em si, é legal. Acho que foi a abordagem mesmo que deixou entediante.
Por isso, dei 2 estrelas, pelo conteúdo em si, merece mais, mas não rolou pra mim. Uma pena. Nem a edição da Antofágica fez o livro ficar fluído.
"Ou seja: através de distâncias inconcebiveis, em mar aberto, as baleias estavam se comunicando. Aqueles mamíferos particularmente inteligentes estavam transmitindo inovação e gerando uma "cultura": cuidado com os homens."
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eutone 16/01/2024

"Vocês não são homens, e sim pernas e braços da minha vingança"

Bom livro, mas meio cansativo por ficar extremamente repetitivo no meio do livro.
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3.0.3 16/01/2024

O sopro prateado: o impulso fantasma
“Senta-te sultanicamente entre as luas de Saturno, e imagina um solitário homem abstrato; e ele te parecerá um prodígio, uma grandeza, um sofrimento.”

Quando nos aprofundamos em algum livro, certamente ele perturbará o equilíbrio da nossa bússola interna. As vantagens que uma leitura potente nos confere sempre são capazes de nos surpreender. A capacidade de embarcar em grandes literaturas é um privilégio, e aquele que se dedica a esta expedição tão solitária invariavelmente é um sujeito que respeita os seus semelhantes. Cada escritor nos revela como o universo pode ser visto a partir de outros ângulos.

Em 1820, após ser golpeado por um cachalote, o navio baleeiro “Essex”, que era comandado pelo capitão George Pollard, naufragou em alto mar, e toda a tripulação ficou à deriva por três meses. Sem qualquer tipo de suprimento, os homens tiveram de recorrer ao canibalismo para sobreviver. A obra-prima Moby Dick (1851), do autor norte-americano Herman Melville (1819-1891), é um livro influenciado não só pelas experiências do escritor – que também foi marujo em navios baleeiros e mercantes –, mas também por histórias que marcaram épocas, como a mencionada, que também inspirou Nathaniel Philbrick (1956-) a escrever o livro No coração do mar (2000).

Após ver as suas finanças em declínio, O jovem narrador Ismael decide ir à cidade de Nantucket, localizada em Massachusetts, para embarcar em um navio baleeiro, mesmo tendo experiência apenas com a marinha mercante. Naquela época, a caça às baleias era abundante e rendia bons lucros. Antes de embarcar no “Pequod”, baleeiro cujo capitão era o autoritário e enigmático Ahab, que teve a sua perna arrancada por um cachalote, Ismael inicia uma grande amizade com o arpoador Queequeg. A bordo do “Pequod”, a tripulação foi apresentada a Starbuck, Flask, Stubb, pilotos responsáveis pelo comando dos botes do navio. Seus arpoadores eram Queequeg, Daggoo e Tashtego. Sem pendências, o “Pequod” estava pronto para seguir sua jornada de três anos em alto mar.

O real motivo da viagem vem à tona. Movido pela vingança, o capitão Ahab surge no convés após dias sumido de sua tripulação e diz que o principal objetivo da expedição é, na verdade, caçar a baleia branca Moby Dick, a besta marinha responsável por desgraçar vários navios e por arrancar a sua perna. Com esta ideia obsessiva em mente, Ahab persegue os rastros da baleia que o mutilou e que continua nadando livremente.

“[...] com as cartas de todos os quatro oceanos diante de si, Ahab tecia um labirinto de correntes e sorvedouros, almejando uma realização mais segura daquele pensamento monomaníaco de sua alma.”

Antes de encontrarem Moby Dick no oceano Pacífico, a expedição atravessa rotas sinuosas dos oceanos Índico e Atlântico. Assim, somos atirados em um maelstrom narrativo que desbrava os cantos do mundo. Se a narrativa começa carmesim, evocando imagens de fúria, fervor e sangue, à medida que a história se desenrola, o tom muda gradualmente, imbuindo a atmosfera da expedição com uma sensação de melancolia. Ismael retrata vividamente o terror que experimenta ao testemunhar a transformação de seu capitão na perseguição incansável de seu inimigo.

Para um escritor, a loucura serve como uma purificação da essência. Alguns artistas alcançaram com sucesso este estado e hoje ocupam posições relevantes em nossa sociedade. Poderíamos argumentar que em geral os escritores travam diálogos com a loucura e se esforçam para abraçá-la, naufragando ao canto das sereias. No âmbito da narrativa de Melville, a ausência de qualquer possibilidade de redenção para Ahab faz com que persista apenas o ódio. Embora haja uma presença de heroísmo trágico no capitão, ela é ofuscada pela dura realidade da história. O mote vingativo que Ahab sustenta ao longo de toda a narrativa é sem romantismo e calma.

A tarefa de compreender a simbologia da baleia cabe ao leitor. Moby Dick, quando se sente coagido, ataca de forma estratégica e inteligente, mas, no geral, é uma baleia que apenas segue o seu fluxo, ignorando aqueles que se aproximam dela, levando ao longo de seu corpo as cicatrizes e os arpões de todos os marinheiros que nunca conseguiram subjugá-la. As opiniões de Starbuck e Ahab não se encontram, pois, segundo este, Moby Dick é um assassino que age com perspicácia e astúcia.

“[...] e o navio silencioso, como que tripulado por marinheiros de cera pintada, prosseguiu, dia após dia, através da loucura e alegria veloz das ondas demoníacas. De noite, a mesma mudez da humanidade diante dos gritos do oceano prevalecia; ainda em silêncio, os homens balançavam nas bolinas; ainda sem palavras, Ahab enfrentou a tormenta.”

É o animal que detém o domínio. Parece-nos que existe uma batalha constante entre humanos e animais, onde o intelecto se revela impotente contra a força instintiva. Enquanto a obsessão continua a crescer, o vibrante mundo marinho gradualmente perece.

Moby Dick é uma história que exige ser contada em voz alta. Envolve cansar-se da cadência da linguagem e deter o olhar na bruma de cada página. Este romance marca o cenário literário de forma ímpar, e um leitor atento pode notar aspectos mais densos na obra. Moby Dick aprofunda pontos importantes, como as questões de raça, de hierarquia dos tripulantes, de exploração econômica com a caça às baleias (para a extração de óleo), entre outras questões de relevância mundial. O navio, aliás, opera como um microcosmo do mundo. Aquele que mergulhar na obra sentirá, na ponta dos dedos, o cheiro persistente de óleo písceo e inalará a cada frase a brisa salgada do oceano.

Joia redescoberta no século XX por escritores influentes, Moby Dick é uma aventura épica que rompe com épocas e parâmetros. Misturando impasses filosóficos, relatos científicos, poesia, sermões religiosos e diálogos à altura de um teatro shakespereano, sob a destreza e a precisão de Melville, Moby Dick é uma aventura sublime com destino à imensidão marítima e às profundezas do ser. Ao contar a obsessiva caçada de Ahab por Moby Dick, o livro narra uma metáfora espantosa da condição humana, transformando-se em um símbolo daqueles que caem nas profundezas insondáveis da loucura e da vingança. De certo, um grande feito da literatura mundial.

“No instante seguinte, o pesado nó corredio da ponta final da linha voou da selha vazia, derrubou um remador e, batendo no mar, desapareceu nas profundezas.”
ABANDONADOPORVOCE 12/02/2024minha estante
Sabe muito!


aline 20/02/2024minha estante
Que resenha! Amei! Parabéns!




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