Yas 05/03/2013
Vale à pena ser lido.
Resenha publicada no blog Labirinto Imaginário em 12 de janeiro de 2013
Encontrei essa obra ao acaso, na promoção de um dos sites que eu costumo comprar livros. Li a sinopse e gostei, ainda mais porque suspense histórico é um dos meus gêneros literários preferidos. Não pensei duas vezes antes de colocar no carrinho.
Na resenha de hoje não irei fazer uma descrição sobre o que se trata a história do livro, até porque a sinopse já faz esse papel muito bem (se eu escrevesse um pouco mais sobre o enredo poderia acabar entregando detalhes importantes da trama e acabando com o suspense). O que adianto é que essa resenha será uma mistura de fatos históricos, reflexões e curiosidades. E acredito que devido a isso, ela será um tanto extensa (já pedindo desculpas antecipadamente por isso, sei que para alguns pode se tornar algo cansativo).
Primeiramente, falando sobre o conjunto da obra, o livro é escrito em 1ª pessoa (no caso, pelo Giordano Bruno). Esse livro foi uma faca de dois gumes para mim. E já explico o porquê: Uma parte de mim, a parte que aprova esse misto de literatura com fatos históricos e que se rende a um bom suspense, gostou muito desse livro. Por outro lado, nunca demorei tanto para ler um livro com pouco mais de trezentas páginas. Até um pouco mais da metade da trama a história se arrastava, e em muitas vezes o suspense se dissipava. Isso tornou a leitura um tanto cansativa até esse ponto, mas o desfecho felizmente acabou compensando esse detalhe.
Voltando um pouco ao que eu disse anteriormente, o gênero do livro é suspense histórico, e não só porque trata de questões políticas e religiosas. Para quem não sabe, o monge Giordano Bruno realmente existiu (embora a obra em si seja fictícia). A autora descreve um pouco sobre a vida, ideais e legado de Giordano, mas foi algo bem sucinto, o que acabou despertando minha curiosidade e levou-me a pesquisar um pouco mais sobre a história do mesmo. Encontrei uma referência que resume bem a biografia do personagem principal do livro:
"Giordano Bruno (1548-1600), monge dominicano e filósofo, astrônomo e matemático italiano, natural de Nola, perto de Nápoles, que afirmava, entre outras "heresias", que sendo Deus infinito o universo criado por ele também o seria, abrigando uma infinidade de mundos semelhantes ao nosso. Filho de um soldado, adotou o nome de Giordano ao ingressar, aos 17 anos, no convento de San Domenico Maggiore em Nápoles, para prosseguir os estudos que iniciara com o averroísta G. V. de Colle, onde adquiriu profundos conhecimentos sobre Aristóteles, Tomás de Aquino e Platão, mas também se iniciou nos exoterismo, cabalismo e astronomia. Ordenou-se, embora alimentasse dúvidas teológicas e se interessasse por livros proibidos, como os de Erasmo (...)." Mais em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/GiordanB.html
Bom, o que se observa a partir disso era que Giordano Bruno era uma rapaz à frente de seu tempo e com uma imensa sede de conhecimento. Isso, naquela época, era considerado algo perigoso. E quem já leu ou irá ler o livro, irá perceber que muitas coisas aí descritas batem com as informações dadas pela autora a respeito do filósofo.
Retornando ao livro, o que eu achei interessante no mesmo é que ele também levanta um assunto que a mim chama muita atenção, que é a intolerância religiosa.
A Igreja Anglicana (no caso, os protestantes) data de 1533. Muitos devem saber da história do rei Henrique VIII, que era casado com Catarina de Aragão e com ela teve 6 filhos, mas dentre estes apenas uma menina sobreviveu. Naquela época não era nada comum uma mulher assumir o trono. Devido a isso, Henrique deixou-se encantar por Ana Bolena, o que fez com que o rei pedisse o divórcio de sua esposa para então casar-se com Ana, na esperança de garantir o legado do trono. O papa Clemente VII negou o pedido e recusou-se a abençoar a união. A partir daí, o rei cortou relações com Roma e se declarou o líder de uma nova Igreja.
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