Heresia

Heresia S. J. Parris




Resenhas - Heresia


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João 20/07/2013

Muito bom esse livro!
Nunca achei que fosse gostar de um suspense histórico!
A história se passa na Inglaterra,1583.
Enquanto em Roma se perseguem os protestantes,na Inglaterra
se perseguem os católicos.
Giordano Bruno,um monge excomungado por ler
livros proibidos(diga se de passagem livros que cientistas da época escreviam e iam contra o que a Igreja ensinava),vai parar na Inglaterra
junto com seu amigo Sidney.
São hospedados em Oxford,onde começam a ocorrer
estranhos crimes onde pessoas morrem do mesmo jeito
que os santos martires de um livro da época.
Quem seria o misterioso assassino?Um católico?Um anglicano?
Um grande suspense ocorrido em uma época em que morrer pela
religião era mais comum que respirar.Uma epóca cruel
e desumana.
Heresia sem duvida um ótimo livro!
Sueli 23/07/2013minha estante
A sua resenha me deixou muito curiosa! Curta e afiada!
Parabéns, João!


João 24/07/2013minha estante
Voce vai gostar desse livro Sueli!


Dani Vale 14/07/2015minha estante
Li este livro a uns bons anos e confesso que não gostei muito, mesmo assim comprei o segundo volume dessa série. Agora lendo sua resenha fiquei ainda mais instigada a abrir meu coração para este livro novamente.




Simone de Cássia 30/10/2019

Comecei a ler há algum tempo e abandonei. Mas de vez em quando olhava pra ele na estante e me perguntava o por que de não ter gostado: tem trama boa, tem assassinato e mistério, é de época, tem traços reais, e se parece muito com a saga do advogado Matthew que me encantou , enfim, tudo que eu gosto. Aí resolvi tentar de novo ( confesso que foi em um momento que não tinha mais nada à mão.. rs rs ) e não é que me prendeu?? Meio lento no começo, mas de repente começam os assassinatos e o trem fica muiiiiito bom! Tanto que estou à procura da continuação. Gostei bastante!
Riva 30/10/2019minha estante
Você dando uma chance para um livro?!?!? O fim do mundo chegou!!!!!!


Simone de Cássia 31/10/2019minha estante
Riva, leia direitim... eu disse que resolvi tentar de novo em um momento que não tinha mais nada à mão.. era isso ou isso... kkkkkkkk Continuo sendo "maleficente"...kkkkk


Riva 31/10/2019minha estante
Kkkkkkkkkkkkk!!!!!!!!!!!!




Roberto 19/06/2016

Heresia – Um suspense (levemente) histórico
Giordano Bruno foi um importante teólogo, filósofo e escritor que despertou a aversão da Igreja Católica no século XVI por apoiar e desenvolver teorias cosmológicas heréticas. Esse personagem histórico foi escolhido pela autora S.J. Parris para protagonizar este suspense. A meu ver, escolher um personagem verídico de grande relevância histórica para sobrescrever uma trama fictícia é sempre uma escolha ousada. Existe um risco iminente de que as distorções acabem por ridicularizar o personagem, esvaziando-o de sua importância. O principal desafio é criar uma faceta nova e interessante para uma personalidade que já tem feitos consagrados e conhecidos pelo leitor.

No caso de Parris, essa pode não ter sido uma escolha muito astuta. Isso porque, por meio de seu Giordano, pouco aprendemos sobre o original para além de um perfil questionador e livre-pensador, o que é previsível a qualquer um que conhece o básico de sua história. Mas, ao contrário de seu protagonista, o período e o cenário histórico retratados em “Heresia” despertam interesse por carregar uma tensão a que muitas vezes não damos a devida atenção ao estudar sobre as Reformas Protestantes. Quando novas correntes do cristianismo começaram a surgir e se opor a Roma – temos que pensar que essa é uma época de muito menos tolerância religiosa –, cria-se um atrito entre católicos e protestantes. As reações aversivas provêm dos dois lados, e é no âmago desse conflito que Parris planta sua narrativa. Porém, mesmo nesse contexto fértil, “Heresia” não mergulha tão fundo na recriação histórica, e usa apenas elementos para criar superficialmente a atmosfera necessária ao seu suspense. A quem esse mistério não conseguir segurar é provável que esse livro venha a decepcionar.

Por se tratar de uma trama de assassinatos, foi uma escolha acertada teatralizar as cenas criminosas, deixando o enredo mais instigante e dinamizando a leitura. Contudo, o desfecho que Parris cria deixa a desejar em vários aspectos. Primeiro, seu Giordano parece juntar todas as peças do quebra-cabeça de uma forma um tanto instantânea, o que causa algum estranhamento, já que nós, leitores, acompanhamos toda a narrativa pelos olhos e pensamentos dele – como poderia sua dedução ter nos escapado? Depois disso, o mistério se encerra de forma um tanto fosca, com seus segredos revelados por meio de uma confissão do próprio vilão, o que é um tanto óbvio e esvazia o caráter investigativo que orientou as ações do protagonista até então.

“Heresia” se beneficiaria mais de um protagonista isento de importância histórica – talvez assim pudéssemos diminuir nossa cobrança sobre ele. Mesmo sem muita densidade histórica, uma curiosa série de assassinatos bem desenhados acaba levando o leitor a uma trama investigativa que entretém, mas pode frustrar pela resolução simplista.
Matheus 23/06/2016minha estante
O último parágrafo definiu bem amigo.


Roberto 23/06/2016minha estante
:)




sagonTHX 24/07/2011

EXCELENTE THRILLER DE SUSPENSE HISTÓICO


Giordano Bruno é um monge italiano que se coloca na contra-corrente dos dogmas da Igreja Católica do século XVI, vivendo um período histórico conturbado onde impera a Inquisição Católica e a Reforma Protestante. Apesar das pressões religiosas, Giordano enfrenta a ortodoxia cristã com suas ideias revolucionárias sobre o universo. Mesmo sendo excomungado, fugindo da Itália para salvar a própria vida, Giordano Bruno não permite que sua voz se cale, e ela o leva a vagar erraticamente pela Europa, vivendo de favores e dando aulas em universidade para manter-se vivo. Na França, na corte do rei Henrique III, ele encontra apoio e alguma notoriedade. Posteriormente,indo em busca de liberdade de expressão entre os acadêmicos e eruditos ingleses, parte para a Inglaterra, sob o reinado da Rainha Elisabeth. Em Londres, sob a proteção de Sir Francis Walsingham, Ministro da Rainha, Giordano seguirá até a Universidade de Oxford, a pedido deste, para espionar os acadêmicos em busca de católicos remanescentes ou infiltrados, que ainda apoiam o Papa. Ao seu lado segue o amigo Philip Sidney, o qual conheceu em Pádua, na Itália, e o palatino polonês Albert Laski, um fidalgo excêntrico que está sob a proteção da rainha. Apesar de sua icumbência nada agradável, como espião da corte inglesa, portanto dos anglicanos, Giordano Bruno se aproveitará do convite feito pelo diretor de Oxford,John Underhill, para um debate sobre as suas ideias e, de quebra, em sua permanência naquela escola, procurar um livro raríssimo e condiderado uma lenda entre os livreiros. O livro foi escrito por um egípicio chamado Hermes Trimegisto, o qual viveu antes da Era Cristã. No entanto, ao contrário do que espera Giordano, os acontecimentos que o aguardam em Oxford irão colocar à prova não somente a sua recente lealdade à coroa britânica como, também, as suas próprias convicções religiosas, filosóficas, teológicas e éticas. Após presenciar um terrível assassinato, Giordano Bruno é arrastado por uma série de acontecimentos funestos e imprevisíveis que ameaçarão não somente a integridade de Oxford, mas, também, a vida de todos aqueles que se envolverem na tentativa de solver o caso.

Resumidamente, este é o escopo central de Heresia, de S.J. Parris. Um romance histórico com sofisticado requinte, repleto de reviravoltas no melhor suspense que o gênro pode oferecer.

Já de imediato quero dizer, dada as minhas boas impressões sobre o livro, que Heresia não se parece em nada ao "estilo Dan Brown". Aos leitores equivocados, sinto muito. Se iludem pensando dessa maneira, obviamente, por não saberem ler nada melhor além deste famigerado "estilo". Assim, Heresia está para Código da Vinci da mesma forma que o óleo está para a água. Apesar de os dois serem líquidos, não se misturam.

S.J. Parris pode ser comprada, sem equívocos, a Agatha Christie. Seu personagem, Giordano Bruno, ou Dr. Bruno, se preferirem, está mais para Hercules Poirot do que para Robert Langdom. E se Heresia deve ser comparado a algum outro livro, esse seria "O Nome da Rosa", de Humberto Eco.

Heresia tem muito a seu favor:

a) o estilo escolhido pela autora foi perfeito, fugindo dessa "herança maldita" de Dan Brawn, onde um expert em desvendar sinais ocultos se propõem a encontrar um segredo que, se revelado, promete
abalar os alicerceres do Cristianismo... blábláblá... Felizmente, S.J. Parris vai na mão contrária.

b) a narrativa é soberba, nem clássico demais e nem moderno demais, estruturada na medida certa, com diálogos inteligentes e uma trama bem alinhavada, consistente, factível. Apesar dos capítulos serem longos, a leitura tanscorre de forma natural e viciante. Parris lança a isca e a gente morde logo nas primeiras páginas, ficando-se preso ao anzol até a última página.

c) os personagens possuem profundidade, personalidade, carisma, enlevo, sagacidade, são inteligentes, sórdidos e asquerosos, às vezes, mas nem por isso deixam de encantar. Da mesma forma é a ambientação da Inglaterra do século XVI, sombria, escura, úmida, fria, insensível, enlameada (no sentido ambiental quanto no espiritual).

d) além do suspense bem construído, Parris também investiu no dramático e no lado sombrio do ser humano. Em nome de Deus e do Cristianosmo o ser humao prova que é capazes de atos inimagináveis. No transcorrer da leitura de Heresia, sua narrativa e ambientação me fez lembrar do filme "A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça" (Sleepy Hollow, 1999, de Tim Bourton - com Johnny Depp como Ichabod Crane).

e) o livro termina de forma surpreendente e violenta. Possui também um gancho para uma continuação, obviamente, arrancando-nos uma certa ansiosidade quanto ao segundo volume.


Apesar de todos esses pontos fortes, entre outros, Heresia possui três pontos decepcionantes:

1) a autora teria ajudado muito aos leitores que não conhecem a história real de Giordano Bruno (Nola, 1548 Roma, Campo de Fiori, 17 de fevereiro de 1600), se tivesse anexado um adendo no término do livro com uma breve biografia sobre ele. Tem muita gente que leu o livro sem saber quem foi o sagaz teólogo-filósofo Nolano do século XVI, e talvez continue assim se não consultar outros livros sobre Giordano ou o Google.

2) Parris não se aprofundou na vida do personagem histórico, e menos ainda em sua vasta bibliografia e em seus conceitos sobre o universo e o homem, o que é lamentável. O Giordano Bruno que se vê, já em Oxford, é mais um personagem de ficção do que histórico, por isso é chamado o tempo todo de Dr. Bruno, como uma espécie de Sherlock Holmes da Idade Média.

3) o grande debate entre Giordano Bruno e o diretor Underhill, tão ansiosamente aguardado, quando acontece não passa de poucos parágrafos onde, sem muita criatividade, Parris sai pela tangente para não se prolongar, ou, quem sabe, por não saber como conduzir um debate que deveria expor, com muita propriedade, toda a teoria de Giordano Bruno, defendida com paixão e entusiasmo. O que se vê é bem o contrário, e decepcionante.

Afora esses detalhes que só interessam aos que são fãs da filosofia de Giordano Bruno e tiveram o prazer de conhecer as suas obras, Heresia mantem o nível e segue adiante primando mais pelo suspense policial investigativo, que é o seu ponto forte. Afinal de contas, trata-se de uma ficção de época, e não de um tratado teológico sobre o cosmo ou o humanismo do século XVI, não é mesmo?

S. J. Parris é o pseudónimo de Stephanie Merritt. Nascida em 1974, colaborou como crítica e jornalista numa série de jornais e revistas, na rádio e na televisão. Actualmente escreve para o The Observer. Vive na Inglaterra em companhia do filho.


Prós: O suspense bem alinhavado; a ambientação de época; os diálogos; os personaens: Sophia, Dr. Bruno, Underhill, Gabriel Norris, Cobett (o Porteiro), Slythurst; o desfecho final; a capa do livro;

Contra: A autora não explora em profundidade as ideias de Giordano Bruno; o debate que, lamentavelmente, não aconteceu, apesar de ter acontecido; a falta de um adendo sobre a vida histórica e bibliografia de Giorano Bruno, no término do livro, além de um Dramatis Persona dos personagens do livro, para diferenciar os personagens históricos dos fictícios, o que nos pouparia uma consulta ao Google;


Heresia, sem dúvida alguma, é mais do que recomendado, principalmente para os que gostam de um suspense histórico, com estilo policial investigativo; para os fãs de Agatha Crhistie e Humberto Eco; para os que já conheciam a vida e obra de Giordano Bruno; e para os que odeiam Dan Brown (azar dos que só sabem ler o "estilo Dan Brown")

jic 28/11/2011minha estante
um adendo histórico, com direito a linha do tempo, biografias e eventualmente um mapa de época, sim, teriam ajudado muito

a impressão que dá da "pesquisa" que diz ter feito em Oxford foi apenas para usar elementos geográficos e arquitetônicos

http://wikimapia.org/#lat=51.752925&lon=-1.2556601&z=18&l=9&m=b


Danielle 23/10/2014minha estante
Uma das maiores decepções minhas com esse livro foi a falta do debate. O "Bruno" comenta tanto dele, da preparação, do que ele pretende falar e, no fim, a única coisa que é mostrada é a humilhação dele.




Babi 28/06/2011

Heresia é um livro maravilhoso.

Recebi “Heresia” de cortesia da editora Arqueiro, e como parte da parceria eu poderia escolher até dois livros ao mês. Pois bem, escolhi Heresia e A Traição (em breve resenha), Heresia fui a esmo, eu só havia lido a sinopse e resolvi pedi-lo, pois amei a capa (risos) – escolho livros pela capa também – e me surpreendi.


Heresia me faz lembrar os livros de Dan Brown, com suas tramas religiosas e reviravoltas absurdamente plausíveis.


O livro é tão bom, tem personagens marcantes e de personalidade devidamente trabalhada, é um deleite.


A melhor parte é que a HISTORIA é contada em primeira pessoa! Sim, não é que primeira pessoa seja minha leitura favorita, mas sim por que Giordano Bruno é real, ele realmente existiu. É de fato uma trama incrível, se colocar no lugar de um personagem histórico com tantas aspirações...


Giordano é um herege fugitivo da inquisição e chega a Londres a convite do chefe do serviço secreto.

No começo do livro achei que a historia se basearia na busca de Giordano por um antigo e poderoso livro que mais parecia ser lenda, mas me deparei com uma trama bem mais elaborada e assustadora...


Uma pessoa é assassinada e a morte condiz com um sacrifício descrito no livro de Foxe – livro dos mártires – e isso não passa despercebido, Bruno, ou Dr.Bruno como é chamado começa sua investigação.

O pior é que o assassino só é revelado nas ultimas paginas, até então todos são suspeitos, todos dentro e fora de Oxford, pois em meio a tantas duvidas e segredos muita coisa é revelada.


Destaque para dois personagens suspeitos e apaixonantes:


*Sophia Underhill – Uma garota forte e que, como todas as bookaholics ADORA ler, ela é filha do diretor e é um tanto mimada, mas mesmo assim me encantei com a sua força, fora o fato de ela mostrar que não pode ser subestimada...


*Gabriel Norris – Mimado e superficial, ou ao menos é o que aparenta, mas tem um papel interessante na trama.


Gostei do modo como a escritora manteve a trama verdadeira.
Imagino como deve ter dado trabalho fazer toda aquela pesquisa detalhada, e isso deve ser levado muita em conta.


Existem partes – muitas partes – realmente desnecessárias e cansativas, a autora fez uma grande trama, mas a descrição me deixou um pouco irritada, mas devo destacar o fato de que a descrição me ajudou a imaginar cada pedacinho do texto, mas que é cansativo é.


O final é incrível, me lembrou do clima dos livros de Agatha Christie.

Heresia é o primeiro livro da serie “Giordano Bruno”, o segundo se chama “Profecia”, mal posso esperar pra lê-lo.

Devo acrescentar que Heresia é o livro mais cheiroso de todos os tempos.

A Editora fez um excelente trabalho gráfico, espero que quando lançarem o segundo livro não se esqueçam de manter o formato exato do primeiro, tenho certeza que a capa do livro será tão excelente quanto o de Heresia e que essa série será um grande best-seller. O trabalho de revisão da obra foi excepcional, pois não encontrei um único erro ortográfico, e olha que sempre presto muita atenção a esses detalhes, e não é por que a editora é parceira que digo isso,digo,pois quem adquirir a obra poderá comprovar por si próprio a veracidade de minhas palavras, o livro é excelente.

Teorias conspiratórias, Copérnico, ciência, mistério e disputas religiosas... Tudo isso em um único livro.


Uma ótima leitura.


http://tintapink.blogspot.com/search/label/Heresia%20-%20S.J.Parris
sagonTHX 19/07/2011minha estante
Gostei da sua observação, Babi. Heresia está mais para a narrativa de Agatha Christie do que para Dan Brown como, erroneamente, sugerem alguns leitores desavisados e poucos afeitos a lerem alguma coisa mais do que isso.




Regiane 03/08/2011

Poderia ter sido melhor

Eu fico tão chateada quando espero tanto de um livro e no final ele não consegue superar minhas expectativas. Eu tinha quase certeza que ficaria deslumbrada com Heresia, já que é baseado em fatos reais da vida de Giordano Bruno, e também por ele possuir uma temática atrativa, mas infelizmente não foi assim. Bom, antes de dar minha opinião final, vou fazer um breve apanhado da história.

O ano é de 1583, e a Inglaterra sofre um caos, devida as conspirações contra a rainha Elisabeth, que é protestante. Há uma boa parte dos súditos descontentes. Eles desejam vê-la fora do trono, para que o país possa ter a religião católica de volta ao poder. Enquanto isso, o monge Giordano Bruno, foge de seu país natal – Itália – por ter sido acusado de heresia devido a suas ideias e crenças um tanto avançadas. E ao chegar em Londres, ele é convocado por um membro de espionagem da realeza, para se infiltrar em Oxford com o intuito em descobrir as pessoas que estão por trás dos planos para derrubar a rainha.

O objetivo de Bruno acaba sendo desviado quando ocorre um assassinato de um dos membros mais importantes de Oxford. A maioria não dá muita importância ao caso, alegando que foi um acidente, mas ao contrário, Bruno se preocupa e se dispõe em tentar descobrir os mistérios desse crime. Só que para piorar as coisas, outro homem é encontrado morto, e o monge acaba se vendo num labirinto sem volta, envolvido até o pescoço com esses acontecimentos, e a partir daí ele entra numa busca incansável atrás de pistas.

Com isso, Bruno acaba descobrindo coisas que ele jamais imaginou que existissem e que essas tais descobertas pudessem ser capazes de ameaçar a estabilidade daquele país. E ele ainda se dá conta de que algumas pessoas podem ser muito diferentes do que elas realmente aparentam - mostrando uma face, e tendo outra. Bruno conseguirá desvendar todos os mistérios por trás dessa rede de intrigas e traições? Sairá ileso dessa emboscada?

O livro é minuciosamente detalhado. De longe, percebe-se o quanto à autora se dedicou para buscar fontes históricas e evidências do comportamento das pessoas daquela época. Eu confesso que tenho uma paixão por histórias ricas em detalhes, mas em Heresia, achei um tanto exagerado, o que tornou em muitos pontos, a leitura extremamente cansativa. Até a página 100 nada de interessante acontece, o que deixa a história bem enfadonha, pois apesar do suspense ser bem colocado, ele demora a surgir. Eu acho que a S. J. Parris poderia ter resumido esse começo em umas 20 páginas.

Outra coisa que me incomodou foi o protagonista. É engraçado, pois sempre admirei a figura de Giordano Bruno, a sua coragem e ousadia, a luta pela suas convicções e tudo que teve que enfrentar naquela época. Apesar de boa parte da história de Heresia ser baseada em fatos reais de sua vida, a personalidade dele aplicada nesse livro, não me agradou em nada.

Bom, conforme o suspense foi sendo agregado, a história foi se tornando bem interessante e intrigante. E por esse motivo em determinados momentos eu acabei esquecendo um pouco das descrições cansativas e mergulhando totalmente nos mistérios contidos no livro.

Os personagens em geral, foram bem construídos, mas a que mais me cativou foi a filha do diretor, Sophia Underhill. Uma garota determinada, com uma personalidade forte e muito inteligente. Só acho que ela merecia ser mais explorada, pois realmente é bem interessante.

O final não foi "Nossa que sensacional!", mas também não achei ruim. Me deixou um tanto curiosa pela continuação. Espero sinceramente que o segundo livro - intitulado como Profecia - seja melhor que esse. Vou torcer para que a autora tenha amadurecido, e ao invés de ficar se preocupando muito com as descrições, foque mais na ação e no suspense. Se for assim, tem tudo para ser uma ótima série.
Lele.Vitorynery 30/08/2021minha estante
Ainda tem mais livros, mas não estão traduzidos em br




Karol Rodrigues 30/05/2011

Um suspense histórico muito bem construído - Resenha de Heresia
Giordano Bruno é um italiano, ex-monge, excomungado e fugitivo da inquisição católica que vai para a Inglaterra à procura de um lugar onde possa provar sua teoria de que o Universo é infinito e a Terra é somente um mísero planeta desse universo imenso.
Chegando a Terra da rainha ele é “convidado” a trabalhar como espião para os ingleses e infiltrar-se na escola de Oxford para descobrir se ainda há papistas no lugar e, mais ainda, quem são eles. Explicação histórica: Nessa época a religião oficial da Inglaterra era a protestante em oposição ao Catolicismo Romano, a maioria na época. Porém o país ainda abrigava alguns adeptos da antiga religião e eram esses que Bruno deveria investigar.


Sob pretexto de participar de um debate em que defenderia a teoria heliocentrista (de que o Sol fica no centro e a Terra gira a sua volta), Bruno vai a Oxford, na companhia de seu amigo Sidney. Logo na primeira noite ele percebe que aquela é uma comunidade tradicional e reservada, composta quase exclusivamente de homens, todos preocupados em ascender ou se manter em seus cargos.

Então ocorre o primeiro assassinato. A maioria trata o caso como um acidente mas Bruno começa a investigar e se vê numa verdadeira conspiração, onde ninguém é o que aparenta.

É um livro de suspense histórico com várias reviravoltas, quase todas surpreendentes. Os cenários recebem descrições minuciosas e os personagens são muito bem estruturados; Apesar da grande quantidade de personagens na história cada um tem uma característica que o torna fácil de distingui-lo um do outro: O homem sem orelhas, o pavão, o subdiretor, o diretor, a filha do diretor... Enfim, dessa maneira é mais fácil se lembrar quem é quem.


A história tem capítulos mais longos o que pode dificultar um pouco a leitura, mas a narrativa é bem agradável. Escrito em primeira pessoa em “Heresia” nós acompanhamos os fatos pelos olhos de Giordano Bruno, um sujeito um pouco arrogante, meio inocente mas inteligente e com um bom coração. Bruno não se parece muito com os heróis e investigadores tradicionais; muitas de suas descobertas são feitas ao acaso ou apenas por saber observar alguns detalhes. O assassino, por exemplo, só foi descoberto no ultimo momento e ainda por causa de uma confissão.
Talvez por isso o livro seja tão interessante: Cabe a nós, leitores, observarmos coisas que o investigador não percebeu, atitudes que são narradas por ele de maneira banal mas que são verdadeiras revelações na história. No começo a solução parece fácil mas então a quantidade de suspeitos, pistas e informações confundem a mente do leitor (E de Bruno) de tal maneira que fica difícil saber quem é o mocinho e quem é o vilão da história.


Por que, afinal, o que é mais herege: Ter uma religião diferente da maioria ou jogar com a vida das pessoas para conseguir o que se quer, em nome de uma suposta “batalha santa”? Nesse ponto a autora é de uma neutralidade impressionante pois ambos os lados (católicos e protestantes) são retratados com igual imparcialidade e a mensagem final é de tolerância, independente da religião.

Recomendo “Heresia” para todos que gostam de suspenses no estilo “Código da Vinci” cheio de reviravoltas, embora Heresia seja menos “corrido” que o suspense de Dan Brown. Quem gosta de histórias no período histórico também não vai se decepcionar, a ambientação da autora é ótima. E, por ultimo, se você está procurando uma boa série de suspense fica a indicação, por que Heresia também é uma série (Quando será que sai o próximo livro?).

Mas se você prefere uma história mais rápida, com poucas descrições, talvez seja melhor ler outra coisa. Heresia é um livro para se ler aos poucos, sem pressa, a não ser nas ultimas páginas por que ai é impossível largar.

Dou nota 8,5 – o livro é muito bom, mas tirei meio ponto por que ainda não decidi se gosto ou não desse tal Giordano Bruno.
***
Resenha originalmente publicada em http://misscarbono.blogspot.com


Ana 25/01/2013

Uma aventura herege!
No século XVI, em meio a guerra entre franceses e ingleses, em meio à caçada de hereges promovida pela Igreja Católica, monges fiéis às suas próprias convicções que, em alguns momentos, contrariam as crenças religiosas, fogem e se escondem para preservar a vida da fogueira da Inquisição.

Bibliotecas mantidas pelos mosteiros escondiam diversos mistérios e quando algum monge conseguia descobrir algum livro proibido, protegia-o com sua própria vida. Nesse cenário, Giordano Bruno de Nola...

leia mais em http://meulivronabolsa.blogspot.com.br/2013/01/heresia-um-romance-historico-autor_13.html
Mariela Duarte 19/02/2013minha estante
Oi, boa noite, comprei esse livro mas não li ainda, você sabe me informar se ele terá continuação? Obrigada!




jic 28/11/2011

uma pena...
O grande pecado é não informar que Giordano Bruno foi um filósofo real. Deixa a infeliz impressão que é apenas uma estória de espionagem e intrigas. Se o leitor não conhecer a história de Bruno não perceberá as referências sobre seu assassinato na fogueira pela Igreja Católica, 17 anos após os eventos citados em Heresia.

Apenas no início há referências aos sua obra, seu pensamento e legado. Pouco cita que defendia e foi além de Copérnico. A busca pelo livro de Hermes Trimegisto pode ter sido anterior a sua estada na Inglaterra, por em 'De Umbris Idearum' já há material hermético.

O período em Oxford é nebuloso... Em "Giordano Bruno e o mistério da embaixada" há mais documentação deste período de 'espionagem' para a corte Elizabetana. (http://www.skoob.com.br/estante/livro/12835612)

Contudo, apresenta o período conturbado do anglicismo, por si, uma boa lição de história.
jic 28/11/2011minha estante
cfme comentei com sagonTHX:

"um adendo histórico, com direito
a linha do tempo, biografias e eventualmente
um mapa de época, sim, teriam ajudado muito

a impressão que dá da "pesquisa" que diz ter
feito em Oxford foi apenas para usar elementos
geográficos e arquitetônicos

http://wikimapia.org/#lat=51.752925&lon=-1.2556601&z=18&l=9&m=b"




Wolsey 17/01/2023

Muito bem escrito.
Suspense medieval, muito bem ambientado, as descrições não são cansativas e têm a capacidade de nos transportar pra época.
Os lugares sombrios, úmidos, mal iluminados, a chuva recorrente e as péssimas condições das ruas cheias de lama dão o tempero da aventura sinistra.
Apesar de utilizar personagens históricos trata-se de ficção, e justamente por se saber que Giordano Bruno acabou morrendo queimado por ser considerado herege, torna mais interessante e irônica a história.
Gostei tanto que já vou começar a leitura do segundo livro (Profecia).
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Nathi 09/01/2012

Resenha - Heresia
Após ser acusado de heresia, apenas por ter vontade de descobrir os mistérios do Universo, Giordano Bruno foge do Mosteiro de San Domenico Maggiore, em Nápoles. Fugindo da Inquisição, ele passa por muitas cidades, se escondendo e vivendo na miséria.

Passados alguns anos, Bruno é requisitado para se infiltrar em Oxford, Londres, e descobrir quais são católicos, pois esses almejam livrar seu país da rainha Elizabeth e da religião protestante. Mas para camuflar sua verdadeira tarefa, todos na Universidade acreditam que Bruno está ali para confrontar o diretor em um debate sobre as teorias de Copérnico.

No entanto, após um dos membros acadêmicos ser brutalmente assassinado, em circunstâncias nada convencionais, Bruno vê a si mesmo envolvido por esse mistério, e fica disposto a investigar o crime quando o diretor lhe pede para abafar o caso.

Porém, o assassino ainda não havia terminado seu trabalho, e ataca novamente. Na busca por informações, Bruno recorre a tudo e a todos, descobrindo coisas inimagináveis, que poderiam abalar a estrutura do país.

Para ler a resenha completa: http://www.booksinwonderland.com/2011/06/resenha-heresia.html
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Thyeri 05/11/2011

www.restaurantedamente.com

Este foi um livro que logo me chamou a atenção, por juntar temas que aprecio muito: suspense investigativo, religião e Idade Média, então minha expectativa estava bem alta em relação à esse suspense histórico.

Logo no início conhecemos Giordano Bruno, um monge considerado herege por se interessar por livros que foram condenados pela Igreja por tratar de assuntos que desmentiam as convicções de 'verdade' da época.

Depois de fugir por anos que Inquisição, encontramos Bruno se encaminhando para Oxford defender a teoria Heliocêntrica de Copérnico num debate com o diretor da Academia aos alunos e professores. Mas se você acha que Bruno tem apenas isso em sua mente, está muito enganado, ele possui outros assuntos a tratar, além do debate. Em nome da Rainha, ele pretende investigar os católicos escondidos na cidade que podem estar tramando contra a ela; além disso ele está em busca de um livro, que muitos consideram sua existência um mito, que relata como o homem pode se igualar a consciência divina.

Antes do debate acontecer, ocorre a morte de um dos membros do Colégio, e os detalhes desta morte intrigaram Bruno de tal forma que ele se vê convicto de que a pessoa foi assassinada.É envolta destes acontecimentos que a trama começa.

O livro é recheiado de personagens enigmáticos, nunca aparentando quem realmente são, seus diálogos são sempre intrigantes, há sempre algum detalhes à ser levado em conta, e para ser investigado. E, como o livro é escrito em primeira pessoa, pois é Bruno que está nos contando seu relato, sempre ficamos sabendo o que Bruno pensa sobre os possíveis desdobramentos destes diálogos. Achei os personagens muito bem construidos, todos com suas tramas pessoais se entrelaçando com a trama principal da história.

Apesar da narrativa já me intrigar desde o início, ela só toma um rítmo mais acelerado da metade para o final. Não fiquei satisfeito com a ambientação, pois muitas vezes não parecia que a história se passando no século XVI, acho que faltou algo à narrativa para dar uma maior imerção na época proposta. Mas o desfecho da trama me deixou mais que satisfeito com esses detalhes. Agora é só esperar pelo próximo volume da série, Prophecy (Professia).

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sagonTHX 19/07/2011minha estante
Na realidade, Thyeri, Giordano Bruno não foi caçado pela Igreja Católica por ter lido livros herméticos ou esotéricos. A heresia de Giordano deveu-se à sua mente científica e pela sua luta na vã tentativa de convencer os eruditos da época de que não somente a Terra gira ao redor do Sol, mas o Sol, por sua vez, também gira ao redor de um outro (nesse caso, o núcleo da galáxia) e que o universo é infinito, com infinitos mundos. Os livros herméticos não condenaram Bruno à fogueira, mas a propaganda de suas ideias científicas super-inovadoras e revolucionárias para a época.


Thyeri 20/07/2011minha estante
Obrigado Sagon, foi um pequeno erro que irei corrigir.




Cinthia_a.p. 14/10/2011

"Heresia" by S. J. Parris
.
Um ótimo suspense político e religioso do Século XVI.

O livro tem um ótimo enredo e diálogos inteligentes e instigantes. O mistério e o suspense estão presentes em toda a estória. As teorias abordadas, as discussões acaloradas entre os personagens, o que é proibido e o que é tolerado naquela época, são um deleite à parte.

— Hoje a fé a política são uma coisa só — disse ele. — Talvez sempre tenha sido assim, mas é algo que parece haver atingido novos extremos em nosso século conturbado, não acha? A religião de um homem me diz onde está sua lealdade política, muito mais do que sua terra natal ou sua língua.

É um pouco cansativo em algumas partes devido às muitas descrições, mas ainda assim, gostoso de ler. Além disso, essas descrições mostram o quanto a autora foi cuidadosa em sua pesquisa.

Independente de qualquer coisa, a leitura já vale a pena pelo Giordano Bruno. Super inteligente, perspicaz e várias vezes sarcástico, ele é um ótimo protagonista. Desde a primeira página você já percebe a força de sua personalidade.

Eu não temia morrer por minhas convicções, contanto que já houvesse determinado por quais delas valia a pena morrer.

Para quem gosta de suspense policial investigativo é uma ótima pedida, pois o livro está recheado de segredos e intrigas. Eu com certeza vou querer ler a continuação Profecia.

PS: Espero que ele fique com a Sophia.

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Jaqueline 13/08/2011

“Heresia – Um Suspense Histórico”, livro lançado pela editora Arqueiro, é um daqueles livros que nos envolvem do começo ao fim. Com muitos mistérios e crimes macabros, acompanhamos a história do monge italiano desde os seus dias de reclusão religiosa até sua transformação em uma espécie de Sherlock Holmes da era Moderna.
Banido da Igreja por sua paixão por leituras heréticas, Giordano se torna um acadêmico que teoriza sobre a organização do cosmos segundo o pensamento de Copérnico, onde a Terra gravita em torno do Sol. Como bem aprendemos em nossas aulas de História Moderna no colégio, este pensamento era o suficiente para condenar alguém à forca nos idos de 1583, ano em que a trama do livro acontece. A antiga rixa entre ciência e religião, que atingiu seu ápice com a Inquisição, é o ponto de partida da obra, uma vez que Giordano Bruno acredita em uma outra compreensão da mente divina e do seu propósito para com a humanidade. Partindo em busca de um antigo livro de autoria de Hermes Trimegisto, um sacerdote do antigo Egito que dizia ter desvendado os mistérios da razão de Deus, nosso protagonista segue caminho até a Universidade de Oxford, em Londres, onde faz amigos e inimigos entre o corpo docente.
Nesta primeira etapa, a narrativa do livro se mostra um pouco arrastada. No entanto, com a chegada de Giordano a Oxford, tudo muda: o livro ganha um ritmo vertiginoso, com descrições envolventes dos grandes teólogos e doutores que lecionam no lugar. Narrado em primeira pessoa pelo protagonista, "Heresia" nos joga em um sedutor caldeirão intelectual e teológico. Em meio a tantos personagens de personalidade duvidosa, como o professor James Coverdale, o pomposo estudante Gabriel Norris e o professor Slythurst, a filha do diretor da Universidade, Sophia, acaba se destacando. Destemida e muito inteligente, Sophia desafia sua família ao rejeitar se comportar como uma boa jovem de sua época e prefere os livros poeirentos da biblioteca da Universidade aos bordados que seus pais esperam que ela faça. A atração intelectual não demora a acontecer entre ela e Giordano Bruno, mas o macabro assassinato do professor Roger Mercer nos jardins do campus mantém o nível de romance da obra no mínimo necessário, abrindo caminho para uma série de investigações eletrizantes sobre quem poderia planejar um ato tão macabro quanto soltar um cão de caça faminto em um jardim com todos os portões trancados a chave e depois revirar o antigo quarto do professor enquanto seu cadáver mal havia esfriado.
Não espere delicadeza: as mortes apresentadas na obra chamam a atenção pela sua sanguinolência, uma vez que o cadáver de cada uma das vítimas imita o martírio de um dos santos da Igreja, como São Sebastião. Suspeitos não faltam, uma vez que o diretor Underhill narra as sofridas biografias dos santos durante os sermões que faz na igrejam da Universidade. Essas histórias são extraídas da obra de Foxe, um antigo estudioso de Teologia cujos livros Underhill estuda. E é justamente um recorte de um desses livros a principal pista de Giordano para desvendar os crimes que estão assolando Oxford.
Alunos, professores e funcionários: todos são suspeitos. A missão de Giordano, que de algum modo sempre acaba sendo um dos primeiros a se deparar com os cadáveres, é encontrar a pessoa que teria interesse em difundir tanto medo entre os homens que ainda se relacionam com a Igreja Católica em Londres, berço da Reforma Protestante. A ligação entre a política e a religião é o segundo ponto forte do livro, e nesse sentido a obra ganha muitos pontos por apresentar ao leitor de forma bastante simples a tensão política que marcou a Europa durante séculos:
"Hoje a fé a política são uma coisa só - disse ele. - Talvez sempre tenha sido assim, mas é algo que parece haver atingido novos extremos em nosso século conturbado, não acha? A religião de um homem me diz onde está sua lealdade política, muito mais do que sua terra natal ou sua língua". (pág. 28)
Em alguns sentidos, “Heresia” pode lembrar um pouco o livro “Anjos e Demônios”, de Dan Brown, mas no contexto geral o livro foge das artimanhas carismáticas usadas pelo autor norte-americano. A autora S. J. Parris não tem a intenção de criar polêmicas baratas com a Igreja, mas sim apresentar personagens de caráter contundente e relatar como a perseguição aos rebeldes católicos se deu na Inglaterra elizabetana segundo o ponto de vista de pessoas de diversas classes sociais: condes, professores, livreiros, estalajadeiros ou visitantes estrangeiros. Um livro de narrativa primorosa e eletrizante, "Heresia" é uma indicação para todos aqueles que gostam de História e doses cavalares de suspense.


>> Resenha publicada no site www.up-brasil.com
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Caroline Nishi 19/10/2011

Heresia
Heresia | s. f.
(latim haeresis, -is, opinião, sistema, doutrina, heresia + -ia)
1. f.
2. Divergência em ponto de fé ou doutrina religiosa.
3. [Por extensão] Blasfémia.
4. [Figurado] Opinião ou doutrina diferente às ideias recebidas.
5. [Informal] Disparate; abuso; contra-senso.

Muitas pessoas do século XXI não sabem o significado da palavra heresia e confesso minha ignorância, eu, Caroline Nishi, também não sabia. Mas quem viveu na Europa do século XVI sabia muito bem o significado e a temia da mesma maneira que teme o diabo. Vocês já ouviram falar da Inquisição?

É neste contexto histórico que o blog Elamundo apresenta o livro Heresia, de S. J. Parris. Nesta história, as disputas são essencialmente entre os católicos romanos e os católicos anglicanos. A intolerância religiosa era tão intensa que os sábios que tinham “outras idéias”, eram obrigados a fugir de seu país para não serem sentenciados à morte ou outras barbáries.

Nosso protagonista, Giordano Bruno, ou simplesmente Bruno de Nola ou Phillipo (seu nome verdadeiro) é um personagem real e alguns fatos da história também são reais como ele ter fugido da Itália para se livrar da Inquisição sob a condenação de ser um herege; de ter se instalado por um tempo em Londres; e de ter realmente conhecido Sir Philip Sidney.

Mas tudo o que falarei a seguir é referente ao livro e sua história e não tem qualquer ligação com o que de fato aconteceu na época em que viveu em Londres. Portanto, essa história é baseada em personagens reais com fatos possivelmente fictícios, qualquer semelhança com nomes, lugares e situações pode ser mera coincidência.

As aventuras de Giordano Bruno começam quando ele foge do mosteiro que viveu quase a vida toda em Nápoles, Itália, para salvar a própria pele da Inquisição.

Ele sai da Itália e passa por diversos países da Europa até que decidi ir para Londres buscar um livro que há muito procura. Lá, além de re-encontrar seu velho amigo Sir Philip Sidney, ele recebe o convite de se reunir com Sir Francis Walsingham, ministro de estado da Rainha Elizabeth.

Sir Walsingham sabe dos planos de Bruno de visitar a universidade de Oxford e lhe pede um favor; pede para que auxilie-o na identificação dos traidores da coroa presentes entre os docentes da universidade e, se assim for, ser recompesando por sua lealdade à rainha. Não havendo outra alternativa, Bruno aceita ajuda-lo, afinal, o que poderia acontecer dentro dos muros da universidade de Oxford?

É, poderia acontecer muitas coisas e acontece a pior de todas. Em sua primeira noite na universidade, Bruno de Nola é testemunha ocular de um crime macabro, um professor é assassinado por um cão, que, aparentemente, surgiu do nada. Todos querem encobrir o assassinato, a reputação de uma das universidades mais respeitadas da Europa está em jogo, mas a alma inquieta e intuitiva de Bruno lhe diz que aquilo pode não ter sido um acidente e começa a sua investigação. E sua perspicácia toca a ferida de alguns, ele passa a ser persona non grata para a maior parte do corpo docente. Até que acontece o segundo assassinato, mais macabro ainda, e Bruno começa a enxergar um padrão e possíveis suspeitos.

A partir daí, Bruno não pode confiar em ninguém, nem mesmo na própria sombra. Sua vida corre risco, todos levantam suspeitas, ora por suas atividades ilícitas ora por suas omissões, e Bruno tem apenas seu fiel amigo Sir Sidney para lhe ajudar a solucionar o caso. Numa caçada de gato e rato, Bruno coloca sua vida em risco diversas vezes e cai em diversas emboscadas, mas consegue achar o culpado e todo o lixo por debaixo do tapete, se sairá vivo desta aventura só lendo o livro. Aventure-se no século XVI e descubra como é viver e morrer por um ideal.

Vocês já pararam para pensar que tudo o que temos hoje, a liberdade de ir e vir, a mulher ser tratada como igual, a liberdade de expressão, a tolerância religiosa e muito mais é graças à luta de pessoas como Bruno e tantas outras dentro e fora desta história que deram a vida e o sangue por um ideal?

E você, qual será a sua herança para as próximas gerações?

Resenha publicada no blog Ela Mundo: http://elamundo.wordpress.com/2011/08/01/dica-de-leitura-heresia-um-suspense-historico/
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