Os Irmãos  Karamázov

Os Irmãos Karamázov Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Irmãos Karamázov


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Luiz Felipe 01/07/2021

Denso, intenso, longo e cansativo, essa obra monumental é uma das melhores coisas que já li na vida. Acredito que não seja o tipo de livro pra devorar em pouco tempo, tentei fazer isso e vi que não dava certo, então fui degustando aos poucos, no ritmo necessário pra digerir alguns dos intensos debates da família Karamázov. É a história de um microcosmo onde você tem um herança genética basicamente horrenda, e muitas questões envolvendo família, religião, moral, mentira, vingança, amor, ódio e todos os outros ingredientes pra culminar numa verdadeira reação em cadeia de desastres. Pensei em desistir do livro, pensei que iria odiar e dar três estrelas, mas entendi perto do final que essa minha antipatia foi mais culpa minha do que do autor, já que queria ler num ritmo específico pra dar conta de outras leituras. Dentre as coisas que eu já li, as conversas entre os personagens me lembraram um pouco o estilo/intensidade daquelas travadas em Berghof, no romance A Montanha Mágica, no entanto com temas diferentes, num contexto social diferente. Os Irmãos Karamázov são, cada um à sua maneira, interessantes, mas pra mim o Ivan ficou na memória como o mais marcante. Pelo o que eu entendi, o romance teria uma continuação, mas o autor morreu antes que pudesse colocar isso em prática, mas não ficam grandes lacunas, terminei a leitura satisfeito. Sobre as especificidades das relações familiares e sociais dos irmãos, acredito que qualquer informação, ainda que mínima, pode estragar a leitura de quem não gosta de spoiler, então a dica é: leia. Até o que parecer inútil ou desnecessariamente longo vai fazer sentido no final.
iamfabs 01/07/2021minha estante
Faz bem um ano que estou travado em 10% da leitura?


Luiz Felipe 01/07/2021minha estante
Às vezes vale a pena dar uma olhada em outra tradução, baixar uma amostra grátis no aplicativo do Kindle e ver se consegue destravar lendo outras versões, salvo engano tem a do Paulo Bezerra (que eu li, da Editora 34), do Herculano Villas-Boas e do Oleg Almeida (Editora Martin Claret). Não entendo muito de literatura russa, mas já ouvi de quem entende que o estilo do Dostoievski de escrever às vezes "trava" o leitor mesmo, e cada tradução lida com isso de forma diferente. Vale a pena dar uma olhada se decidir voltar a ler!




anderson.fndss 13/11/2021

Inesquecível
Ainda tô digerindo tudo que essa obra trouxe pra mim. Não vou nem tentar colocar em palavras tudo que eu absorvi disso, me limito a dizer a quem quer que esteja lendo isso aqui: faça um favor a si mesmo e leia Os Irmãos Karamázov (no seu tempo, claro). É uma experiência transformadora, de verdade. Obrigado por isso, Dostoievski!
Tidan 09/12/2022minha estante
Curti o comentário e só depois vi que era você kkkk top, colega


anderson.fndss 10/12/2022minha estante
hahaha, valeu colega!




Luiz993 18/02/2017

Não é isso tudo que dizem por aí
Dostoiévski escreve bem? Sim! Sua obra é envolvente, atraente, prende a atenção, faz apaixonar? Não! Eu criei muita expectativa antes de ler este livro, pensei que estava diante realmente dos maiores colossos da literatura mundial, mas a decepção foi grande.

Ao terminar o primeiro volume eu pensei: é isso mesmo? Iria abandonar a leitura, mas resolvi ler aos pouquinhos o começo do segundo volume e a coisa só fez piorar com aquele cheiro deletério, que aliás, não encontrei base para sua locação no enredo. Talvez tenha sido apenas mais uma artimanha do autor em querer estereotipar seus desafetos da vida real, como em outras passagens da obra como o poema de Ivan.

A trama se ficasse amarrada ao cerne talvez moveria-me a dar umas três estrelas à obra, mas foram tantas intrusões que desfocaram-na que foi brochante. Sim, pois quando algo era narrado sugerindo uma futura intervenção na trama, que no fim não aconteceu, a sensação foi mesmo brochante, que pensava "para quê isso nessa história?".

No mais, acho que Dostoiévski ao se enveredar por perscrutar almas, na verdade falava daquilo que era a sua, pois só assim para se ter propriedade para explanar tão bem uma alma, não sendo ele um psicólogo. De psicólogos intuitivos o mundo já anda um tanto saturado.
Matheus 06/11/2019minha estante
Alguns livros necessitam de certa maturidade para se apreciar. Possivelmente, o próprio Dostoiévski detestaria esse livro se o lesse na sua juventude revolucionária. Ainda bem que aprendemos com os erros e alguns, como ele, se preocupam em tentar alertar os demais para que não trilhem o mesmo caminho. É melhor, portanto, uma leitura carregada com algo que tenha um sentido universal do que uma leitura suave, envolvente e prolixa.


Luiz993 14/01/2020minha estante
Não acredito em "maturidade para se ler algum livro". O livro em questão, nem complexo, é! Acredito em "me agrada", "não me agrada". Não é porque uma obra seja considerada magnânima e ocupe uma lista imortal, que de fato ela o seja para todos os viventes. Tampouco classifico obras em melhor para se ler do que outras. O "melhor" é algo muito pessoal! Pessoalmente acho Dostoievski um tanto pedante. Não vejo porém, que essa visão tenha afetado negativamente em mim a apreciação da obra. Apenas foi uma desagradável leitura!




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Pedrorodrigo8 08/02/2021minha estante
Concordo, o final me decepcionou um pouco também.




Júlio Leite 08/09/2014

Melhor romance que já li
A mais profunda, grandiosa e atemporal obra que já li. Um tesouro.

Os Irmãos Karamazov é uma obra que penetra aquele fundo bem escondido da sua alma e o escancara diante de seus olhos... todos os questionamentos que já tivemos sobre Deus, bem, mal, moralidade e mortalidade da alma estão neste livro, bem diluído nos discursos espirituosos de Aliócha,parábolas e anedotas interessantíssimas (tanto das bem articuladas que dão um frio na barriga como das mais fragmentadas como os sonhos), as perturbações intelectuais de Ivan e paixão e explosividade descontrolada do Dmitri. É como se os personagens do livro cobrissem uma boa parte possível do espectro humano. De maneira genial e extremamente humana, Doistoiévski faz uso da polifonia: seus personagens têm uma visão de mundo própria e extremamente aprofundada, de maneira que várias correntes de pensamento e cosmovisão transpareçam de maneira espetacular, nos acometendo pelos flancos, mostrando que somos todos Karamázov, e seu mundo é o nosso mundo.

Um livro que nos deixa nu como minhocas.

Há uma cena delirante e quase psicodélica em que Ivan tem um encontro com o Diabo que, assim como Mefistófeles a Fausto, lhe apresenta um diálogo convincente, usando ideias próprias do Ivan para jogar com sua sanidade.


Foi dessa obra que Sartre malandramente tirou a paráfrase errônea "Se Deus não existe, tudo é permitido"... O conceito está em um diálogo entre Ivan e Aliócha, mas tais palavras não foram escritas desta maneira e tampouco reflete a posição do autor. É a polifonia em ação.

"De fato, às vezes se fala da crueldade bestial do homem, mas isso é terrivelmente injusto e ofensivo para com os animais: a fera nunca pode ser tão cruel como o homem, tão artisticamente, tão esteticamente cruel. / Acho que se o diabo não existe e, portanto, o homem o criou então o criou à sua imagem e semelhança." - Ivan Karamázov (Pág. 329 e 330)
Sauron 14/03/2021minha estante
Sua resenha, me fez querer ler esse livro, concérteza colocarei na lista...




Ana 02/02/2021

Uma citação
Nada do que eu fale vai acrescentar muito ao que já se disse sobre esse livro. Ele é magnífico. Não estava nos meus planos seguir para o segundo volume tão logo, mas vou feliz.
"Pois que em nosso século todos se dividiram em unidades, cada um se isola em sua toca, cada um se afasta do outro, enconde-se, esconde o que possui e termina ele mesmo por afastar-se das pessoas e afasta-las de si mesmo...Contudo, é inevitável que também chegue o momento desse isolamento terrível e todos compreenderão de uma vez como se separaram uns dos outros de forma antinatural". Profético.
Michkin 02/02/2021minha estante
Dostoieviski é ótimo




Janaine.Mioduski 28/09/2020

Um mergulho na alma humana
Quando o primeiro encontro com um escritor se dá em um livro fabuloso, dificilmente você irá deixar de ir atrás de mais. Os Irmãos Karamázov, primeiro livro do Dostoiévski que li, é muito mais do que o retrato de uma época, do que um vislumbre do coração e da mente dos personagens, é um mergulho na alma humana. É impossível não se identificar com um ou outro personagem, não carregar suas aflições, não refletir suas dúvidas, não entender os seus momentos de angústia. Não é, de modo algum, um livro pelo qual saímos incólumes.

Cada um dos personagens é retratado em um nível de detalhamento que facilmente os imaginamos como pessoas de carne e osso, colocamo-nos em seu lugar sem perceber. Criaturas complexas, que carregam os vícios e virtudes de toda a humanidade.

"Acima de tudo, evite toda mentira, principalmente a mentira a si mesma. Observe a sua mentira, examine-a a cada instante. Evite também a repugnância aos outros e a si mesma: o que lhe parece mal, aí dentro, é purificado pelo simples fato de percebê-lo. Evite também o medo, que é apenas a consequência da mentira. Nunca tema seu próprio temor na busca do amor; não tema demais nem mesmo as suas más ações".

"E o que resulta desse direito à multiplicação das necessidades? Entre os ricos, a solidão e o suicídio espiritual; entre os pobres, a inveja e o assassinato, pois lhes conferiram direitos, mas ainda não lhes indicaram os meios de satisfazer as suas necessidades. Garantem que o mundo, abreviando as distâncias, transmitindo o pensamento através do ar, vai se unir cada vez mais, que a fraternidade reinará. Ai! Não acreditem nessa união dos homens".

"O destino dos répteis é devorarem-se uns aos outros".

"Os homens levam toda essa comédia muito a sério, apesar de toda a sua inteligência indiscutível. É aí que mora o drama humano. Ah, bem, eles sofrem, com certeza, mas... em compensação, eles vivem, vivem realmente, não fantasticamente, pois é o sofrimento que é a vida. Sem o sofrimento, que prazer haveria na vida? Tudo se transformaria em uma eterna missa de ação de graças: isso seria muito piedoso, mas muito chato".
Diogo.Pereira 29/09/2020minha estante
É impossível ficar incólume lendo essa resenha! Excelente, parabéns.




Alvaro Bacelar 03/01/2021

Uma historia digna de uma boa serie
Eis que então eu leio uma grande obra literária de um outro escritor Russo. Vários livros que eu vinha lendo sempre citavam trechos e livros do Dostoiévski e isso, claro, me despertou um grande interesse pelas obras do escritor.
Foi então que decidi ler um livro de Dostoiévski e comecei pelo um grande clássico e o maior em números de páginas.
No inicio me questionei: "será se tem tanta historia assim para contar ou é apenas 'encheção de linguiça'?".
Claro que fui muito pueril ao pensar isso, pois é impressionante a riqueza de conteúdo, detalhes, vocabulário que contém nessa obra.
A historia dos irmãos Karamasov é sem duvida digna de uma grande serie, pois ele retrata de comportamentos humanos, liberdade de pensamentos e ação; e os extremos do ser humano. Depois de ler tal livro descobri porque o escritor é tão referenciado em diversos livros da atualidade, pois sua obra é do seculo XIX, mas suas ideias e pensamentos é tão atual que parece que foi escrito recente, afinal o escritor aborda sobre o comportamento humano que, mesmo com diversas mudanças tecnológicas nos últimos seculos, não houve grande mudança em sua essência quando se fala de emoções.
Araújo Cruz 06/01/2021minha estante
Perfeito! A genialidade desses autores renomados como este em voga, é devido exatamente pela precisa percepção de mundo em relação a quase tudo. Como você mesmo falou, o mundo já mudou muito, mas nossas emoções continuam intactas. Veja que filósofos a.C já questionavam sobre as malezas do ser humano e do seu convívio social. Estou falando de mais de 2 milênios atrás. E as obras que até hoje perduram, sempre parece atemporais.




Ana 09/05/2021

Não é à toa que o título diz irmãos
Os irmãos Karamazov é uma história do colapso da relação pai-filho com base em fatos da vida real. É também a história de dois triângulos amorosos. Um deles envolve pai e filho e o outro envolve dois dos irmãos (Dmitri e Ivan Karamazov). Alyosha Karamazov é o doce e acolhedor irmão mais novo que se encontra no meio dessa bagunça, mas mantém tudo sob controle e age como o guardião de seus irmãos. Se você pegar todas as questões filosóficas e religiosas e tirar fora, o romance parece exatamente um suspense investigativo.

Mas quero falar sobre o que me pareceu o aspecto mais bonito do romance: o amor fraternal. Esses irmãos são seres humanos imperfeitos (sim, até mesmo Alyosha ?). Eles brigam, eles discordam e eles se desentendem; no entanto, eles têm a sorte de ter um ao outro.

No final do romance, o herói, Aliocha, ao se despedir dos amigos, diz: agora tenho que ir e ficar com meus irmãos (quase como se isso fosse dirigido ao leitor). A figura do irmão é a figura do igual e Dostoiévsky testa essa relação de igualdade e compreensão até o limite. É como se ele estivesse testando até onde um irmão iria para apoiar o outro, e no caso dos Karamazovs, eles vão longe.

Em se tratando de Dostoiévski, é claro, esse simulacro do mundo real também representa a fraternidade universal. No romance, onde o amor fraterno falha, as consequências são catastróficas. Onde o amor fraterno é bem-sucedido, um senso de humanidade é restaurado.
Carolina.Gomes 12/05/2021minha estante
Amei!! ?




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L 03/04/2011minha estante
Adorei sua resenha.Parabéns.




Leo Ramos 16/09/2010

"Se Deus não existe então tudo é permitido...
...já dizia o poeta russo.
Nenhuma outra obra russa é constituida de tanta humanidade quanto "Irmãos Karamazov". Nas 900 páginas desse delicioso romance você encontrar a alma russa analisada em todos os ângulos. A alegoria perfeita da tricotomia da sociedade russa é expressada pelos 3 irmãos: Ivan Kamazov, representante do niilismo, a intelectualidade, Mitia, a boemia, e Iliucha, protagonista que representa a igreja e a religião.
Poucos romances alcançam um grau de perfeição como esse. Não é atoa que é considerado um romance total, por emglobar tantos aspctos da sociedade e do homem.
ReinatoB 18/09/2010minha estante
Realmente um romance extasiante a cada página. Imortal. Único! Filosófico por ir nas profundezas da alma humana. Esse não era nem foi: é Dostoiévski.




Fabio.Filho 06/07/2020

Incrível
Que obra incrível.
Ao ler livros como Os Irmãos Karamázov entendemos o que são clássicos.
Uma história complexa, criativa, repleta de detalhes e de sérios questionamentos sobre moral, ética e religião.
Apesar de antiga, a obra levanta debates sociais, existenciais e sobre a natureza humana que são relevantes até hoje.
Na realidade, pode-se classificar muitas das reflexões como atemporais, pois provavelmente nunca terão respostas...
Apesar de ser um texto longo e que aborda temas complexos, a leitura é extremamente prazerosa, fluida e envolvente, certamente por causa dos personagens marcantes e das cenas é situações agitadas, excitantes e empolgantes.
deborafv 06/07/2020minha estante
Ainda não li este do Dostoiévski mas pelo seu comentário deu vontade de ler logo!




Lucas Martins 25/05/2020

Não se trata apenas de conflitos em família
O livro é bem grande e essa versão em especial é traduzida em português de Portugal o que não estraga em nada a experiência do leitor.
De modo geral o livro é muito detalhista em construir as relações familiares dos três (possivelmente quatro) irmãos e seu pai que é um grande aproveitador e Bon vivant. Dostoiévski é muito preocupado em mostrar o passado dos irmãos, a relação deles com suas respectivas mães e a atual relação deles com o pai e por sua quantidade demasiada de detalhes o verdadeiro plot do livro acaba por aparecer na metade da estória.
Particularmente acho que o livro não trata apenas de relações familiares mas de modo secundário aborda a moral cristã frente a uma moral embasada na ausência de Deus, todos sabemos que existe uma moral cristã que rege a sociedade mas o livro trata do "se Deus não existe tudo me é lícito?" e o maior exemplo dessa abordagem é o capitulo do "Grande Inquisidor" , não sou entendedor de filosofia mas gostaria de entender mais sobre essa outra face que é explorada. Ótima leitura mas ainda prefiro "Crime e castigo"
Angelica75 23/06/2020minha estante
Estou lendo agora essa edição e não tinha me atentado que era uma versão do português lusitano!
Interessante! Estou gostando!




rsmorais 18/05/2020

É difícil dizer algo sobre essa obra que já não tenha sido dito. Desta forma, me reservo apenas a dizer que minhas expectativas eram altíssimas e, mesmo assim, foram todas superadas.

Foi meu primeiro livro de Dostoiévski, aliás, foi meu primeiro livro russo e não me arrependo da escolha de ter ingressado nesta rica literatura desta forma. Conhecemos o lado militar e o festeiro desta nação através de Dmitri; sua intelectualidade e sua seriedade através de Ivan; e ainda chegamos à simplicidade e à religiosidade através de Aliócha.

Entre os capítulos somos lançados a questionamentos psicológicos, existencialistas, religiosos, a medida que somos conduzidos de forma magistral por essa trama familiar.

Destaco ainda as já famosas passagens do Grande Inquisidor e do diálogo de Ivan com o Diabo. Os ápices dessa maravilhosa obra que continua ressoando em meu interior e suspeito que continuará ressoando por toda a minha vida.
Neto 19/05/2020minha estante
você achou a leitura dele fluida ou mais densa?




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