Os Irmãos  Karamázov

Os Irmãos Karamázov Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Irmãos Karamázov


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Andrezza 16/04/2014

Um clássico essencial
Se já é difícil decorar nome de personagem em livros de Dostoyevsky, quando os sobrenomes são iguais a dificuldade aumenta. Mas apesar do esforço necessário, é um livro que vale muito a pena.
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Lela 26/04/2014minha estante
Estou fazendo um diário, com um tipo de "árvore genealógica" dos personagens. Quando não tenho certeza, dou uma conferida. Ajuda bastante a não se perder.




Roberto Petrúcio 27/08/2014

O livro dos Gênios
Resolvi ler esta obra por ter sido ela admirada por gênios como Freud, Nietzsche e Einstein. O notável psiquiatra austríaco considerava este o maior romance de todos os tempos.
É uma leitura envolvente, cheia de conceitos filosóficos e religiosos, repleta de episódios.
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Deividy 19/10/2014

recomendação! não leiam com a tradução de Martin Claret. fiz uma comparação com uma edição da abril da coleção imortais da literatura universal e vi o quanto a tradução é péssima. perda para o leitor pois o livro é excelente.

ps: a nova edição e com nova tradução parece ser boa, agora a editora resolveu fazer edições sérias.
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FilipeSS 08/11/2014

Não é a toa que Irmãos Karamázov figura na galeria das obras primas da literatura mundial. O livro é denso e altamente detalhista. Uma aula de construção de personagens, situações e argumentos. A psicologia, a filosofia, a religião e a política misturam-se numa história intrigante. Dostoiévski explora e exibe variáveis da alma humana, para com elas construir um retrato impressionante da Rússia de sua época.

site: palafitate.blog.com
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Bookdodia 11/01/2017

Os Irmãos Karamázov
Os irmãos karamázov é o último romance de Fiódor Dostoiévski, que pretendia escrever a continuação em outro volume mas acabou falecendo antes que isso fosse possível. O livro, que foi aclamado por grandes intelectuais como Freud e Einstein trata das relações humanas da complicada família Karamázov, passando por temas como amor e desamor, abandono paterno e afetivo, herança, sexo, ciúmes, brigas, traições, triângulos amorosos, justiça, crimes e punições, religião, Deus e Diabo, parricídio, dentre muitos outros. A obra é ao mesmo tempo filosófica e policial e nos apresenta os intrigantes e inesquecíveis Fiódor Karamázov, o devasso "sem noção", e seus quatro filhos - Aliócha, o "anjinho" religioso; Ivan, intelectual manipulador, Dmitri, o orgulhoso e apaixonado e Smierdiákov, o ilegítimo perturbado.
Gravei um vídeo sobre minhas impressões sobre o livro, se quiser assistir, o link está abaixo.

site: https://www.youtube.com/watch?v=sam_C75NO60
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Julio.Argibay 07/03/2017

Karamazov
Um clássico com uma boa quantidade de personagens o que exige muita atenção na leitura. Eu deixei fluir, deixei a trama acontecer e fui levado pelo autor a conhecer este mundo estranho é distante que foi a sociedade russa do século XIX. Tenham uma boa viagem.
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Alisson 20/03/2017

Alertas aos desavisados
Bom, resolvi começar a ler Dostoiévski justamente pela sua última obra, planejando, com isto, encontrar uma obra mais madura, sem certos "melindres e cacoetes de escrita" tão comuns a autores em começo de carreira. Obviamente o plano deu certo, o livro é, como o perdão do clichê, uma obra-prima.
Então, para você que está pensando em ler esta obra, fica um primeiro alerta: PRATIQUE O HÁBITO DE MANTER A CALMA. Com o número gigantesco de sobrenomes russos presentes no livro você provavelmente irá passar mais tempo tentando ler os sobrenomes do que lendo o restante da obra (haha).
Segundo alerta: Dostoiévski é conhecidamente um autor extremamente cristão. Portanto, se você tem algum tipo de problema para ler sobre histórias religiosas, esta pode não ser uma obra para você, uma vez que grande parte do livro está envolto na atmosfera de um mosteiro e seus costumes.
Terceiro e último alerta: É um livro para ser degustado aos poucos, refletindo acerca do que foi lido, e não uma obra para ser lida em uma tarde chuvosa de verão (até porque ler tantas páginas requer tempo).

Minha opinião em relação à inevitável comparação Dostoiévski x Tolstói: Dostoiévski possui os melhores personagens já criados. Tolstói é um gênio da criação de enredos. Um não é melhor que o outro, ambos se completam.
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WilsonSacramento 14/05/2017

Humanidade
Ambição, dinheiro, fé, miséria, religião, posse, vida e morte, amores e toda sorte de afetos e desafetos que movem a humanidade à perdição ou não!

Uma grande obra, uma grande adaptação que marca profundamente ... obra atual em mundo conturbado, onde tudo parece tão igual ao que foi, ao que virá a ser novamente.
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Ramon 23/06/2017

Os irmãos Karamávov
Dostoiévski é um gênio, isso não é nenhum segredo, depois que comecei a ler suas obras passei a admirá-lo cada vez mais. Esse livro em específico, para mim foi o ápice, Crime e Castigo também é ótimo, mas a família Karamázov te leva a um outro patamar.
O livro consegue passear por temas do dia dia até questões existenciais, das fofocas da sociedade russa, até debates sobre a existência de Deus.
Vemos o niilista Ivan Karamávov, o libertino Dimitri e o santo Aliocha, numa trama excepcional, bem elaborada, contada por um narrador suspeito e tendencioso, mostrando o fundo da alma de uma família destruída, em meio a uma sociedade "cristã". É impossível desvencilhar o caráter religioso do livro, os debates sobre moral e ética levam a profunda reflexão, a famosa frase "Se Deus não existisse, tudo seria permitido", é um dos pilares da argumentação materialista de Ivan, que apesar de amar seu irmão monge Aliocha, sempre acabam debatendo essas questões.
Vemos a pobreza do povo russo e seu sofrimento, vemos como o orgulho cegas as pessoas e como a falsa sabedoria é tentadora. Enfim, é um livro pra figurar entre os melhores de todos os tempos, apenas leia que tenho certeza que será extremamente recompensador.
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Vitor.Canestraro 25/06/2017

Gosto desses irmãos
As discussões deste livro são incríveis. Eu o adoro. Inclusive a famosa frase: "sem deus, tudo é permitido". E uma das quais eu uso para reforçar o meu ateísmo, e reforçar que na verdade, a lógica é ao contrário.
Mas retornando ao livro, pela narrativa, pelo enredo, pela problemática e inteligência, ele é um dos maiores de todos os tempos.
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Silvana (@delivroemlivro) 21/08/2017

Grandioso demais
Sem dúvida, "Os Irmãos Karamázov" é um livro grandioso. Talvez grandioso demais. Tecnicamente estamos diante de uma das grandes obras da literatura mundial, não há dúvida mas, na minha modesta opinião, apenas tecnicamente. Uma obra que abarca, praticamente, toda a gama de emoções humanas mas que não me causou grandes emoções. Um livro com personagens complexos, com passagens imensas e memoráveis (como os discursos da acusação e da defesa no julgamento) e outras imensas e maçantes (tudo o que se passa no mosteiro e está diretamente ligado com atos religiosos: que suplício!). Há também um aprofundamento exagerado na vida e psicologia de personagens completamente secundários, alheios à trama principal. O livro, seguramente, poderia ter, no mínimo, umas 200 páginas a menos. É o último romance de Dostoiévski e ele tinha a intenção de escrever uma continuação, também é considerado pelos críticos a obra-prima do escritor. Esse é o terceiro livro que leio do autor, continuo preferindo "Memórias do Subsolo" e "Crime e Castigo". Enfim, um livro que gostei muito mais de ter lido do que propriamente do livro. Um daqueles incontornáveis para quem, como eu, se interessa por Literatura. Mais adequado, eu diria, para pessoas com uma sensibilidade mais masculina e afeitas à questões religiosas.

site: http://colecaofrasestrechoselecaodosleitores.blogspot.com.br/2012/11/os-irmaos-karamazov-fiodor-dostoievski.html
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Lucas 26/09/2017

Dostoiévski em seus melhores (e últimos) dias: a tênue linha entre razão e loucura
"O romance mais grandioso jamais escrito". Simples e direto, este é o conceito que Sigmund Freud (1856-1939), o criador da psicanálise, tinha a respeito do último trabalho da vida de outro gênio, o escritor russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881). Os Irmãos Karamázov, rotulado com esse tipo de descrição advinda do maior entendedor de psicologia em todos os tempos, adquire assim, antes da leitura, um peso de "responsabilidade" bastante elevado, já que as suas influências são variadas em muitos campos da ciência desde o seu lançamento em 1881. Além do já citado Freud e sua psicologia, Nietzsche (1844-1900) e Sartre (1905-1980), grandes filósofos dos séculos XIX e XX, também sofreram grande influência da obra, especialmente no que tange ao existencialismo, corrente que prega o ato de existir e da experiência de viver como os maiores moldadores do ser humano em todos os seus aspectos.

Todas estas influências se explicam pelo estilo narrativo do autor. Se em Crime e Castigo, obra-prima de Dostoiévski, já se vislumbram características únicas, elas se repetem e se expandem n'Os Irmãos Karamázov, o que reforça a tese de que não há, nem antes nem depois, escritor tão especial, com um estilo tão inconfundível. Fiódor, de uma vida agitada e sofrida, é (no presente, porque ele é eterno) o melhor no que diz respeito a descrever situações extremas, especialmente as permeadas com drama. Não é só o niilismo, que tanto o simboliza, mas é a capacidade de narrar a profunda pobreza, o desespero, a desesperança, a fé, as crenças de cada indivíduo, as relações familiares, o amor e todos os seus tipos ou o povo da Rússia czarista do século XIX. Porque esse elemento (o povo, humilde) sempre foi a grande fonte de inspiração para Dostoiévski: era um escritor do povo e para o povo. Em Os Irmãos Karamázov, o que se tem é este quadro complexo e encantador, onde se sobressaem todas essas características que adjetivam toda a carreira do autor. Para ele, mais indispensável que o atributo físico de um personagem é a sua aparência interior, o seu psicológico, a sua consciência quando se está diante de situações extremas e o impacto que o contexto social atua para moldar esse "Eu interior" e o caráter do indivíduo; na sua pena de escritor, a alma fala e é ouvida. Dostoiévski não deixa de ser, por esse lado, um grande símbolo do naturalismo literário (que retrata a influência do meio sobre o ser humano), surgido na literatura do século XIX, especialmente com o francês Émile Zola (1840-1902). Naturalismo, realismo, existencialismo, direito... Praticamente todas as ciências humanas e filosofias podem ser associadas às obras de Dostoiévski em um ou outro ponto. Toda essa influência, no entanto, nasce do imenso conhecimento psicológico que o autor tinha, comprovado pela construção de personagens complexos, ambíguos, astutos e eternos, seja pelos ensinamentos que perpetuaram ou pelas reflexões que criaram.

Deixando de lado o criador e mencionando a sua criação, Os Irmãos Karamázov narra a saga de uma família esfacelada, principalmente pela ganância, pela promiscuidade e pelo grotesco do pai, Fiódor Pavlóvitch Karamázov. Viúvo de dois casamentos, ele trás para si muito dos aspectos repugnantes que Dostoiévski quis descarregar na história. Do primeiro casamento, ele teve um filho, Dmítri Fiódorovitch, personagem que mais se assemelha ao pai e o que mais causa os conflitos familiares que a narrativa tanto destaca. Na segunda "união", o velho Karamázov teve outros dois filhos: Ivan (intelectual desiludido, mas criador das mais importantes teorias que o livro desenvolve) e Alexei (também chamado de Aliocha, simpática figura que frequenta um mosteiro).

Aliocha é, segundo o próprio autor, o "herói da sua história", como ele bem menciona no prefácio. Dostoiévski, inclusive, planejava escrever uma continuação que focasse mais neste personagem, mas a morte o levou primeiro (por epilepsia e outras complicações). O caçula dos Karamázov é, também, o mais "desvirtuado" da família (o leitor perceberá que ser desvirtuado neste caso é uma dádiva). É com ele também que a família vai sendo descrita e nele se percebe uma figura preocupada com a paz e "unidade" familiar. Nas suas interações na sociedade, especialmente nas camadas mais miseráveis da Rússia da época, adquire-se uma nítida impressão do ceticismo dominante, provocado por um contexto social decadente e desigual. Aliocha, no entanto, ensina e presencia em várias ocasiões uma das lições mais válidas dos escritos de Dostoiévski: a regeneração moral pelo sofrimento, pela perda e pela dor. O drama assume nesse viés o papel de uma ponte que liga quem sofre a um estado de maior compreensão de si mesmo, onde o altruísmo vence o egoísmo (como não lembrar de Raskólnikov, protagonista de Crime e Castigo?).

Os laços familiares, tão importantes em qualquer cultura, também servem de esteio à narrativa. Dostoiévski mostra ao leitor a importância que uma estrutura familiar sólida gera ao elemento mais importante de uma relação, os filhos, e a sua definição no caráter deles. O exemplo paterno (principalmente no caso de filhos homens) é o principal farol que guia e constrói a formação do jovem, não sendo o contexto social o único alicerce na concepção de uma pessoa de valor. O incrível é que o autor descreve a importância do pai numa família pela sua ausência, explicada, em parte, pela repugnância que o patriarca dos Karamázov é capaz de causar.

Já Ivan, o primogênito do segundo casamento, é o elemento que Dostoiévski usa para exprimir os pontos filosóficos próprios da obra. O primeiro deles, e que é mencionado em boa parte das sinopses mais detalhadas, corresponde à existência de Deus e a sua relação com o comportamento humano. Segundo Ivan, típico niilista, o amor que existe no mundo só existe a partir da mentalidade que o ser humano acaba adquirindo a respeito de Deus, que "julga" os bons atos que os homens fazem durante a existência e que interfere no destino humano do "pós-morte". Assim, se a figura divina um dia fosse eliminada da crença popular, tudo na Terra seria permitido. Porém, ao discorrer sobre os pontos que fazem do cultivo do amor algo não-natural, Dostoiévski acaba mencionando a essencialidade que esse sentimento possui num mundo pacífico e ideal, melhor ainda que o "presente", que se atrela ao julgamento divino. Ao expor o cenário de uma realidade onde tudo seria permitido, o leitor acaba descobrindo os malefícios que esse panorama teria em comparação com o que se tem no mundo real.

Na sequência, o mesmo Ivan, já com um olhar menos cético, descreve um imaginado encontro entre um inquisidor espanhol da época da Grande Inquisição do país, ocorrida entre os séculos XV e XIX, e Jesus Cristo, que havia voltado à Terra. Num longo capítulo chamado O Grande Inquisidor, Ivan elabora um "julgamento" do filho de Deus, discorrendo sobre, principalmente, o livre-arbítrio e a mistificação do Cristo Crucificado. O desfecho de tal diálogo imaginário é sublime e reforça a crença na figura espiritual do maior Homem que já existiu. No entanto, por se tratar do capítulo mais relevante do livro, dezenas de outras conclusões podem ser geradas, dependendo do leitor.

Estas duas exposições, aliadas a outros aspectos, explicam a forte carga teológica que o autor usou na obra. Uma prova mais visível disso são as dezenas de dezenas de citações e menções à Bíblia, principalmente relacionadas aos Evangelhos e ao Antigo Testamento. Esta prática, aliás, encontra validade especial no que tange ao círculo social dos personagens, em geral mais pobre e miserável; por questões históricas universais, classes sociais mais inferiores tem um apego maior (mas por vezes superficial) à figuras divinas, o que reforça também a prosa de Dostoiévski, sempre voltada ao povo humilde da Rússia (como não lembrar, dessa vez, da prostituta Sônia, de Crime e Castigo?). Um outro artifício fictício que fortalece ainda mais essa veia religiosa que Os Irmãos Karamázov tão bem expõe se refere à descrição da vida do Monge Zózimo, espécie de tutor de Aliocha. O livro VI (a divisão da obra é por "livros"), que trata desse detalhamento, é uma das coisas mais encantadoras que um literário já escreveu. A busca da fé pela humildade, a real fraternidade, o consumismo exagerado e uma infinidade de outros temas dão a impressão de que se está diante de uma crônica que avalia os rumos da sociedade atual. É importante sublinhar ao futuro leitor quando ele estiver à beira desse momento da narrativa: "apenas" o livro VI vale muito mais que muitos outros quaisquer trabalhos narrativos.

O medo, a loucura e a obsessão doentia por algo, associados à honra, são relatados com profunda maestria, causando muita agonia ao leitor, já que acabam desembocando em um crime bárbaro. Nada mais poderia simbolizar melhor o estilo do autor, mas, mesmo em quem já teve certo contato com outras obras dele, haverá surpresa e o leitor ficará interiormente tocado pelos detalhes narrativos de Dostoiévski nestes momentos: a crueza e a virilidade dos atos em momentos de desespero é fielmente desenhada em um contexto de suspense e mistério. Até mesmo quando o autor quis "enojar", trazer revolta ao leitor, ele o fez com um realismo quase tangível, que, antes de asco, causa espanto.

De fato, como mencionado na sinopse da edição da Martin Claret (que apesar de não ser traduzida direto do russo, faz a narrativa fluir muito bem), Os Irmãos Karamázov resume bem toda a genialidade do autor: reflexões capazes de gerar profundos exames de consciência, a habilidade de construir uma narrativa baseada em desespero e depressão, o olhar psicológico para o todo e o que o compõe, a fé como elemento impulsionador da redenção moral, o "ser" vindo antes do "ter", o impacto que uma estrutura familiar deficiente ou inexistente causa na formação do indivíduo... São dezenas as contribuições morais que só Dostoiévski é capaz de fazer, e que tão bem são espelhadas em seu derradeiro trabalho. Lê-lo é edificar-se a partir do pensamento: é assistir a uma luta entre o homem e o seu mundo, onde nem sempre o final é feliz.
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Marcos Renan 16/10/2017

Um mundo inteiro dentro de uma obra.
Uma novela profunda, ambígua, complexa e espiritualmente forte sobre Deus, moral e livre arbítrio, a enciclopédia universal da alma humana. O livro aborda a questão fundamental da existência humana. Dostoiévski criou três irmãos (Ivan, Aliéksiei e Dmitri) com respostas opostas a esta questão fundamental, e colocou-os no mundo para ver o que aconteceria. O pai é um palhaço lascivo e voluptuoso entregue a uma vida dissoluta que provoca ressentimento e protesto entre os que o cercam, incluindo seus próprios filhos.

O mais velho, Dmitri, é um homem destemperado movido pelas paixões. Ivan, inteligente, é atormentado pela questão da existência de Deus e da imortalidade da alma. Aliéksiei (Aliócha), o mais jovem, justo e de alma pura, aspirante à monge, busca conciliar as desavenças da família guiado pelo sábio padre Zosima. Os personagens de Dostoiévski são mais reais, mais humanos do que qualquer outro. Em diferentes pontos ao longo do caminho, é fácil se identificar com eles, simpatizar-se com eles, amaldiçoá-los, celebrá-los.

A questão chave do romance gira em torno da pergunta de Ivan: Se Deus não existe, tudo é possível? Mas, se Ele não existe, o que é que vai nos regrar? Os hábitos e os bons costumes? O que é o certo e o que é o errado? O que vai acontecer na medida em que esses hábitos e costumes vão sendo relativizados na modernização? Com essa pergunta, Dostoiévski estava se perguntando em que medida uma sociedade niilista, que não acredita em Deus e não acredita na moral, não poderia em algum momento chegar à conclusão de que se pode matar o próprio pai. Mas se Deus existir, isso já é um problema para aquelas ações em vida. Assim, o autor cruza a ideia da inexistência de Deus com a ideia da mortalidade da alma.

O livro é recheado de diversos outros personagens intrigantes como o bastardo Smerdiákov, além do poema o Grande Inquisidor. Num trecho desse, o cardeal inquisidor, ao se deparar com Jesus Cristo que acaba de voltar a terra, questiona-O: “Será que não pensaste que ele (o Homem) acabaria questionando e renegando até tua imagem e tua verdade se o oprimisse com um fardo tão terrível como o livre arbítrio? ”

Se você gosta de novelas com bom desenvolvimento de personagem, esta é a Opus Magnum de Dostoiévski. O livro foi considerado por muitos como a maior obra de literatura já escrita.
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