Fábio 07/08/2011
Até que enfim, alguém que escreve sobre aquilo que conhece!
*Depois da moda que virou escrever sobre vampiros, anjos e demônios (It sucks!), eu que sou fissurado em histórias policiais, começo a temer que os "escrevinhadores" (esse povo que pensa que escreve) comecem a querer escrever também suspenses policiais. Não cometam tal sacrilégio, por favor!
*O que posso dizer desse livro? Começando pelo título: você entende só depois que lê; aí passa a fazer sentido. Mas adianto que a expressão "Orgasmos Fatais" sugere um simbolismo ligado aos relacionamentos perigosos, aos maus sentimentos cultivados entre as pessoas, tais como: luxúria, inveja, rivalidade, posse, vingança, etc. Quem leu a sinopse percebe isto logo nas primeiras frases interrogativas: "Até que ponto...?". Em relação à capa, se eu não estiver enganado, a modelo representa a vítima Mariana, numa pose que mescla sensualidade e medo, pois ela parece estar se defendendo de um ataque. Tipo um quadro que aparece em uma cena.
*Curti muito a frase utilizada de Oscar Wilde, sobre as tentações, além de outras mencionadas ao longo do texto (muito bem escrito, por sinal; os pouquíssimos erros que encontrei, mais pareciam de impressão e/ou digitação).
*O que mais me empolgou na leitura, foi o fato de a todo momento ter uma reviravolta, um suspense sobressaindo sobre o outro. E o mais legal é que ficou tudo bem amarrado, sem discrepâncias.
*O ponto alto, na minha opinião, foi a autora ter demonstrado que conhece sobre a rotina dos policiais, assim como sobre os aspectos penais e processuais. Uma cena em que o STF é mencionado (não posso dar detalhes pra não contar spoiler) ficou 10! Fora que o roteiro de investigação foi bastante lógico. Existem autores até consagrados, que escrevem histórias policiais, mas que sabemos (só pesquisar no Wikipedia) não terem a menor noção de como um detetive ou inspetor trabalhe na vida real. A grande Agatha Christie, por exemplo, era enfermeira e conhecia muito sobre venenos. Só! Adoro seus romances, mas ela não entendia patavinas de polícia e quem discordar, procure pesquisar e verá que é verdade. Seu forte era o suspense puro.
*No resumo sobre a autora Fernanda Borges, é mencionada sua especialização na área Penal, mas parece que seu conhecimento vai além da formação acadêmica. As críticas ao sistema de segurança pública, o fato dela descrever três delegados bem diferentes e policiais honestos e outros nada confiáveis, isto demonstra alguém que parece estar "em casa". Até mesmo a questão dos pontos para inquéritos com suspeitos indiciados, isto revelou conhecimento interno da instituição.
*Então, espero que ela escreva outro livro nessa mesma linha, porque mandou muito bem! Em relação à química entre certos personagens, às cenas de sexo, posso dizer que são eróticas, mas não vulgares. E quem é puritano tem que ler livros infanto-juvenis, porque esse que avalio aqui é para adultos.
*No geral, parece que quem lê, se sente na pele do inspetor Douglas e no final temos certeza disto. Final este surpreendente (como alguém comentou e eu repito), não só pela revelação de quem matou, mas pelo que vem depois. PUNK!!!
*Eu comprei o livro e digo que valeu à pena cada "pataca" que paguei pelo mesmo. E gostaria muito de ter o telefone de uma certa personagem loira, hahahahahaha. Que mulheraço!