Gotas de leitura 22/07/2020
O engenhoso cavaleiro D. Quixote de La Mancha. Miguel de Cervantes. 1615.
Um mês após a volta de D. Quixote para sua aldeia de maneira nada heroica, se inicia a história do segundo livro, que foi publicado 10 anos depois do primeiro volume.
D. Quixote, novamente acompanhado do seu fiel escudeiro Sancho Pança, saiu à procura de outras aventuras, enaltecendo a cavalaria andante e buscando justiça e honra.
Muitas peripécias acontecem com a dupla de protagonistas, e uma das passagens mais engraçadas ocorre quando Sancho é nomeado governador de uma ínsula (que nem ínsula é!). Essa promessa é feita desde o primeiro livro e quando se concretiza vai ser fonte de muitas risadas.
De maneira muito interessante, Sancho e D. Quixote estão cientes que as primeiras aventuras estão famosas pois foram publicadas em um livro de sucesso (o que de fato ocorreu, já que o primeiro volume foi um “best seller”) e entram em contato pessoas que leram esse livro. Dessa forma, Cervantes cria um emaranhado entre autor, narrador, leitor e personagens, estabelecendo um paradigma literário extremamente moderno.
Além disso, um ano antes da publicação do segundo volume, em 1614, outro autor espanhol se aproveitou do grande sucesso do primeiro livro e escreveu uma continuação “fake” para a história do fidalgo que perdeu o juízo. Cervantes, novamente de forma brilhante, coloca essa questão dentro da continuação verdadeira, fazendo com que D. Quixote tenha contato com essa obra apócrifa e faça duras críticas ao conteúdo e ao autor.
Dom Quixote e Sancho são personagens eternos, daqueles que você nunca vai esquecer!
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