Kath 14/10/2020
Não é chato como dizem.
Na sequência do Tormenta, Luce embarca em uma viagem sem freios pelos anunciadores em busca da origem de sua maldição — e dessa forma conseguir quebrá-la —, mas sua falta de experiência começa a atrapalhá-la até que conhece um ser chamado Bill, ele assume a forma de uma gárgula de pedra e promete ajudar Luce a viajar pelo passado e vencer a maldição libertando a si mesma e Daniel.
Após hesitar, ela acaba aceitando e começa a aprender mais sobre a viagem em anunciadores e sobre seu passado com Daniel. Revisitando suas vidas anteriores, Luce começa a compreender mais sobre si mesma e sua relação com Daniel, ainda mais, consegue ter uma ideia do que acontece com ela quando ele a beija e as consequências devastadoras que suas mortes causam no anjo que, mesmo passando por todo o sofrimento, não desiste de encontrá-la.
Porém, analisando a situação sobre todas as óticas, Luce começa a se perguntar se seus sentimentos por Daniel são de fato verdadeiros ou submetidos pela maldição que os une. Como ela, Daniel também viaja pelo passado tentando, a partir das outras Luces, descobrir o que é diferente nela agora enquanto luta para provar que seu amor por ela é real, acreditando que sempre a encontraria não importava o que.
Quanto mais mergulha no passado e descobre sobre suas vidas anteriores, Luce, estimulada por Bill, começa a "possuir" o corpo das suas "eu" anteriores para vivenciar de modo mais real seus sentimentos e seu desejo por Daniel (além de suas mortes), contudo, ainda há uma chave escondida que ela não consegue alcançar, a sensação constante de que esqueceu algo importante.
Daniel tenta consertar no passado erros que podem mudar seu destino com Luce, mas alguém pode atrapalhar de vez e para sempre o final feliz dos dois.
Quase todo mundo diz que esse é o livro mais chato do quarteto, já ouvi comentários de que desgostaram mais desse que do Tormenta. Bem, eu discordo, não que a leitura do Paixão seja maravilhosa todo tempo, mas passear pelas vidas anteriores de Luce e conhecer mais um pouco de tempos e espaços diferentes, pelo menos para mim, foi bem legal. Em especial as passagens na China, na antiga tribo maia com seus costumes bárbaros e chocantes, ou ver seu eu detestável na Inglaterra.
Mesmo que, por vezes, Luce seja insuportável nas suas atitudes imbecis e não tenha desconfiado em nenhum momento de Bill mesmo ele tomando atitudes bem suspeitas o tempo quase todo, ou de como Daniel parecia sempre atrasado, foi bem verossímil não apenas a escolha dela de tentar entender seu presente através do passado, ainda que por vezes isso seja feito da forma errada. Concordo que, no começo, o livro tem um ritmo bem arrastado só vindo a engatar de verdade ali pelo capítulo 10 ou 12, ainda assim, achei a leitura muito mais prazerosa que seu antecessor.