Madame Bovary

Madame Bovary Gustave Flaubert




Resenhas - Madame Bovary


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Tábata Kotowiski 06/12/2010

Madame Bovary conta a história de Emma, uma moça criada no campo mas com sonhos burgueses. Inspirada pelo que lê nos livros, Emma quer uma vida melhor, cheia de mimos e coisas que só os ricos podem comprar. Pensando que poderá alcançar o que tanto quer, Emma casa com Charles Bovary, um médico também do interior. Charles ama Emma apaixonadamente mas por ignorância não dá valor as coisas que a Emma dá, não vê a beleza como Emma vê e é, na visão da própria, extremamente entediante. Tentando suprir essa falta que o sonho de uma vida melhor faz, Emma procura em outros homens o alicerce para os seus desejos. Resumindo: Emma é uma safadénha.

No início do livro, logo depois que Emma casa com Charles, que é quando sabemos da sua urgência pela aventura e pelo que é diferente, requintado e belo, fiquei com pena de Emma. Acho que ela é o reflexo de muitas mulheres, inclusive as modernas, que são presas ou pela família ou pelo marido ou pela sociedade e não podem vivenciar as suas paixões. Acontece que durante a leitura, a medida que Emma se torna mais difícil de ser agradada, apesar das tentativas constantes do marido e dos amantes, Emma se torna chata. Dá vontade de esganar Madame Bovary, aquela safada. E no final do livro, a gente quer é mais que o Senhor Bovary dê uma pé nas nádegas da Madame e mande ela pastar, porque ô criatura difícil de agradar, sô.

Gustave Flaubert escreveu Madame Bovary primorosamente e maravilhosamente bem. Já que o livro tem poucos diálogos, grande parte dos acontecimentos são totalmente narrados mas isso não o torna um livro entediante. Flaubert não abusa das descrições (não é um Eça de Queiroz, thanksgod) e a narrativa flui. Dá para ir imaginando tudinho dentro da cachola. Há livros que tem poucas descrições dos personagens e do cenário, daí fica difícil imaginar como o autor os imaginou quando os escreveu. Com Madame Bovary dá para imaginar cada expressão de Emma, cada atitude de Charles e todo o ambiente onde a história se desenrola. Eu ainda tenho na cabeça como é a casa do casal :) É muito bom!

Madame Bovary foi escrito em 1857 e foi considerado um escândalo na época. Imaginem! Sem falar no adultério de Emma, um ultraje para a época, o livro critica muito a igreja e a burguesia. Flaubert foi a julgamento diversas vezes pelo romance e em uma de suas defesas, Flaubert declarou Emma Bovary cest moi (eu sou Emma Bovary), falando assim da sua própria indignação com o clero, a sociedade e as coisas mundanas. Apesar das acusações, Flaubert nunca foi preso.

Quem tiver a oportunidade de ter o livro nas mãos, ou quem já tem na estante e nunca leu, eu digo, leiam. Leiam porque vocês vão adorar. Não liguem pra Emma, coitada. Ela é bem doida varrida, louca de pedra mas vale cem por cento da leitura, é claro.

:D

p.s. e update: escrevi essa resenha em 2010! Se tivesse que reescreve-la agora em 2017, seria algo muito diferente. Tenho uma visão feminista que simplesmente não existia há 10 anos, então nunca descreveria Emma como safada ou doida de pedra. E penso que teria muito mais pena dela do que tive na época.
Pensei em excluir a resenha mas ela mostra o que achei do livro na época, vale como arquivo histórico... hahahahaha Quem sabe uma releitura e uma nova resenha num futuro próximo?

site: randomicidades.wordpress.com/
Mayara Freitas 03/02/2011minha estante
huahauha...safadénha..essa foi engraçada..fiquei com vontade de ler o livro!!


Maíra Munaretto 03/03/2011minha estante
ótima resenha!


Alexandre 08/05/2011minha estante
Ótima resenha. O livro é isso tudo mesmo. Inclusive o que você disse sobre Emma é veridico, Safadinha mesmo! Houve momentos em que eu fiquei com muita raiva dela. Em outros com pena.
Se me permitem, gostaria de dizer que não gostei do final. Porém o que torna um final bom é que ele se pareça com a realidade ? não é mesmo? Nem conto de fadas, nem tragédia; algo satisfatório para o leitor.


Gustavo 11/11/2011minha estante
Adorei a sua resenha! Exceto sobre Emma. Eu gostava dela (risos). Principalmente qdo ela bate de frente com a Sra. Bovary mãe dizendo que ela é uma velha retógrada (risos...) - dizendo o português claro e atual -. Claro que Emma era do bafo. Deveria ser uma sargitáriana (risos). Mas faço de suas palavras as minhas para recomendação do livro.


Gi Marques 03/01/2012minha estante
Adorei sua resenha! Me deu uma super vontade de ler, hahahaha! Ainda mais pelo "Não é um Eça de Queirós", porque senhor Queirós que me perdoe, mas o senhor fala demais... rs
Ótima resenha!


Glaw 09/10/2012minha estante
adorei sua resenha...ja li esse livro e concordo completamente com vc...é um otimo livro e recomendo que leiam... é uma historia que prende a atenção e faz com que o leitor viaje por suas paginas....bom de mais.


Marina 09/03/2013minha estante
Eu tenho este livro, fiquei com vontade de ler mas não peguei porque não sabia se era realmente bom. Sua resenha me fez decidir. Parabéns e obrigada!


meniniinha 15/08/2013minha estante
Tata Kotowiski, eu AMMMEEEEEEEEEEIIIIIIIIIII a tua resenha!!!! Nossa!!Vc descredeu o teu ponto de vista, de modo que incite qualquer pesssoa ler a obra, Madame Bovary!!!Pela tua bela resenha deveras o livro merece ser lido!!!


Andye 22/09/2013minha estante
Sério? Eu tenho. Li. Mas pra mim foi massante. Gostei tanto da tua resenha que depois dos inúmeros que ainda tenho na lista pra esse ano, vou reler.


NATI 29/10/2013minha estante
Ótima resenha, concordo com a riqueza do livro, discordo quanto a Ema. Amei a personagem. Claro que quanto mais passa o tempo, mais difícil ela é de se agradar, mas de doida ela não tem nada. É tudo pura frustração por uma vida que ela nunca desejou. E no fim, ela se viu só. Muito triste :/


Érica 04/08/2014minha estante
Gostei muito da sua resenha. Defende o livro, apesar de. Gosto disso. Lembro que não gostei de Madame Bovary quando o li. Mas, confesso que, hoje, acredito que eu não possuía maturidade para apreender a obra. Então, pretendo relê-lo.


Marcelo 22/11/2014minha estante
hum...safadénha


Tatiana 22/04/2015minha estante
então...fiquei curiosa...vou comprar o livro


Paula 06/05/2016minha estante
concordo com a parte da Emma, mas o livro (em minha opinião) é entendiante mesmo, achei uma perda de tempo, porque não achei nada demais, apesar da critica ser boa e da personagem personificar a vida de muitas mulheres (imaginei que eu também não gostaria de ter a vida dela)... enfim, não gostei mesmo, esperava mais


Ilton Paiva 05/03/2017minha estante
Excelente resenha.
"Safadenha" foi o máximo.


Erica.Cinara 19/06/2017minha estante
Hilária e leve resenha! Madame Bovary, infelizmente é muito atual ao retratar a cultura da artificialidade, das máscaras e da egolatria de uma sociedade adoecida.
Parabéns pela leveza da resenha!


Rosana.Pedroso 24/08/2017minha estante
O meu está na estante há anos. Fiquei com vontade de bater a poeira e ler logo!!!


Rafa 10/01/2018minha estante
Sou pro Emma e pro Flaubert... kkk... o legal é que a personagem marcou tanto que criou um termo para se designar aquela pessoa que vive alheia à realidade. O que Emma faz da sua vida sexual é problema dela, e no fim das contas, é o estado de insatisfação enorme que ela tem com relação à sua vida que incomoda tanto.


Zé - #lerateondepuder 14/07/2019minha estante
Sua resenha foi perfeita. Começou comentando sobre a trama, destacou o papel dos personagens, envolvendo o contexto histórico da época e ainda descreveu o significado do livro, principalmente para você. Vai, com certeza, me inspirar a escrever minhas resenhas. Parabéns!


Lenicio 01/03/2020minha estante
Começando a ler. O que me surpreende, até agora, é a técnica impecável de Flaubert. Uma prosa que mais parece poesia. Sinto que é um livro para degustar, pouco a pouco, para propiciar reflexão.


Daniel.Malaquias 29/05/2020minha estante
O que posso acrescentar a sua resenha é: Madame Bovary somos todos nós.


Raquel 02/09/2020minha estante
Adorei a resenha! Li esse livro há uns 15 anos e ainda me lembro das descrições bem realistas que me fascinaram. Por isso ainda é um dos meus preferidos, ainda tenho algumas cenas bem nítidas guardadas na memória.


Camila.Gama 10/02/2021minha estante
Que bela resenha! ??????


Isadora 06/03/2021minha estante
Nossa senhora eu estou perdendo a paciência pois estou achando que é descrição demaaaais!!! Kkkkk


Ulisses 25/03/2021minha estante
Adorei sua resenha!! Gustave Flaubert realmente enche de descrições o livro o que nos possibilita imaginar muito! Minha escola me obrigou a ler esse livro em 2019, eu não era muito fã de livros mas esse me fez gostar, foi o primeiro grande livro que li e me orgulho disso!!


Akila.Priscilla 20/04/2021minha estante
Adorei a sua resenha. Vou ler esse livro. O livro da sadênha Bovary


Paola 26/11/2021minha estante
Excelente reflexão e postura diante da mudança de percepção


Margô 14/12/2021minha estante
Gostei da tua resenha...sem muita lenga-lenga...rss. Li esta obra há anos atrás. Foi bom rever o conteúdo através do teu comentário!??


Aninha 10/02/2022minha estante
Pior livro...afeee péssimo


02/03/2022minha estante
Eu tô lendo agora. Tô achando a narrativa um pouco cansativa devido a falta de diálogo. Mas pretendo terminar para tirar as minhas próprias conclusões rsrs. Obrigada pela resenha, vai fazer com que eu não desista rsrs


Marcos 08/11/2022minha estante
Tem descrições que são sim, cansativas e chatas de se ler. Faz vc parar de ler e continuar outro dia. Acredito que sou umas das poucas pessoas a não gostar do livro.


Nati 22/02/2023minha estante
Queria saber uma boa tradução para o livro!


th;2 06/03/2023minha estante
Fiquei super decepcionada com alguns termos usados para descrever Madame Bovary, mas no final vi a retratação, e vi o ano em que fez a postagem. Pensei que fosse alguém muito jovem. Acho reducionista chamar a protagonista de safada por sair com vários, dentro do contexto, e olha que nem li ainda! Não vamos reduzir os personagens!


Marcos 21/04/2023minha estante
Nati a melhor tradução é a da Fúlvia Moretto.


Nati 23/04/2023minha estante
Obrigada Marcos ??


Marcos 05/05/2023minha estante
mas a da edição da penguin e companhia é excelente também. com a tradução do Mário laranjeira.


fabianapdsr 23/06/2023minha estante
Adorei a resenha me deu vontade de ler


Andrea.Karli 11/07/2023minha estante
Sim achei o livro bem legal e sentia muitas vezes ódio e pena da Emma. Enfim, o final me deixou bem triste pela protagonista, o Carlos enfim sofreu horrores de amor pela sua esposa e a narrativa é algo que me deixou vidrada! Ótima resenha do livro!


Marta163 03/01/2024minha estante
Ganhei este livro e a pessoa que me deu nem chegou a ler, disse que não se interessou. Lendo essa resenha, me deu mais vontade de ler. Obrigada!


Fefê 07/01/2024minha estante
Gostei de sua resenha Tábata, apesar de ingênua mas ,como disse, era sua visão da época. Estou iniciando a leitura deste clássico hoje e espero gostar tant quanto você gostou.

Obrigado pelo incentivo...


Sandra722 02/02/2024minha estante
Já quero ler


raquelpets 04/02/2024minha estante
Eu sempre senti tanta empatia em relação à Emma que fiquei chocada ao ler o início da tua resenha :)
Ao final, me deu aquele alívio quando tu reconheces que os sentimentos da personagem podem ser legítimos. Todos nós temos insatisfações e desejos, todos nós buscamos por algo, em alguma medida.




Aline Teodosio @leituras.da.aline 28/12/2020

Considerado o romance dos romances, esta clássica obra, datada de 1857, é uma ferrenha crítica ao Romantismo, ainda tão fortemente vigente na época.

Primando por captar a realidade nua e crua, Flaubert nos apresenta Emma, uma mulher de família abastada, que cresceu lendo histórias românticas, idealizando uma felicidade fantasiosa. Ela, contudo, casa-se com Charles Bovary, um médico provinciano, medíocre, bem distante de tudo aquilo que um dia ela sonhara. A rotina conjugal a martiriza e ela mergulha numa vida de luxúria e vaidade para tentar suprir os desejos ardentes de sua alma.

Entendo o valor e o peso desta obra, entretanto, é impossível ter empatia por uma personagem tão fútil, frívola, egocêntrica e inconsequente. O seu lado passional descomedido e essa busca incessante por uma realidade que não existe me irritou profundamente. Não tenho paciência com quem projeta a própria felicidade em outrem ou em sonhos inalcançáveis. Mas uma coisa é certa: Emma é a anti-heroína com falhas em demasia que nasceu para escandalizar, para chocar e para incomodar.

Eis, portanto, um livro que me deixou com sentimentos ambíguos: gostei da qualidade da escrita, das descrições primorosas, mas detestei a personagem e seus conflitos indefensáveis.

Ademais, a exemplo de Emma Bovary (e de pessoas como ela), fica claro: a estupidez humana não tem limites.
Flávia 28/12/2020minha estante
amei sua resenha. me deu até uma visão diferente da obra (acho que dei nota mínima). realmente não dá pra negar a impecabilidade da escrita. mas... que ranço de ema! tb tive ranço do tom moralista.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 28/12/2020minha estante
Olha, me deu uma raiva dela. Dizem que ela era livre, pra mim ela precisava era de ajuda psicológica, isso sim. Mas mesmo assim, não posso desconsiderar o valor da obra. A Emma é insuportável, mas gostei da narrativa em si.


Flávia 28/12/2020minha estante
emma livre? zulivre!


Gustavo.Romero 29/12/2020minha estante
Pra mim a Emma é a própria encarnação do que Flaubert imaginava sobre o Romantismo. Compôs uma personagem e uma obra num nível absurdo de excelência pra dizer... nada. Ou seja, o Romantismo atingira um nível cuja precisão construtiva deixou de lado o seu próprio propósito de existir. Observe-se que o Flaubert não sofreu por acaso pra compor o texto: ele fez se impôs a tarefa de escrever um livro, do ponto de vista temático e estilístico, impecavelmente romântico no firme propósito de destituir a legitimidade artística e estética romântica (!!!) Graças à "sujidade " de seus próprios pressupostos. Parece que ele fez descer ao solo as "angelicais" figuras do amor romântico.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 29/12/2020minha estante
Sim, foi esse mesmo o objetivo dele e não a toa o livro é um clássico supremo até hoje. Veio para irritar, intrigar, incomodar e derrubar os paradigmas sociais e literários da época.


Flávia 29/12/2020minha estante
?vejo pra irritar? kkkkk
eu sei que não era a intenção, mas morri. pq irritação foi o que mais senti.


Aline Teodosio @leituras.da.aline 29/12/2020minha estante
Te entendo perfeitamente, Flávia. Era cada virada de olho que eu dava. Kkkkk


Flávia 30/12/2020minha estante
imagino rsrs. uma ?personagem forte?, ?de espírito livre?, que me fez revirar os olhos mais que a regan em o exorcista é scarlet o?hara. mas, diferente de madame, e o vento levou me é um dos livros da vida.




Júlia 03/10/2010

Paciência para chegar até o fim
Chatíssimo. Poder ser um marco, mas é chato pra caramba. Emma é insuportável. O pior é que ela estará em todoas as páginas.
Iananda Barone 25/01/2011minha estante
Concordo!
Custou chegar até o fim da leitura!
Emma é, de fato, insuportável.


Paam 27/12/2012minha estante
Estou lendo e sinceramente está me custando muito, cansativo demais, a história não prendeu minha atenção ainda.


Dija Darkdija 13/11/2013minha estante
Pela primeira vez, abandonei um livro. Concordo contigo, e o Charles é ainda pior, por que ele é todo... mediano. Ele não tem nada de especial. Nem um pingo de coisa que o destaque e te faça dizer "ah, ele é legal por isso". A gente fica entediado eternamente junto com a Ema, que não é lá essa coisa toda que pintam como "figura da mulher que está procurando liberdade e por isso trai o marido". Ela é uma mulher que sonhou demais e quebrou a cara, e não se decide se se emancipa ou se toma conta da casa como as mulheres da sua época. É quase uma bipolaridade. O livro pode ser um marco histórico e ter importância por isso, mas é muito massante. Li aos retalhos pra apresentar um seminário, mas quero distância.


Mariane 03/12/2013minha estante
Realmente, enfadonho! Terminei de ler por mera obrigação, não gosto de deixar a leitura de lado. Apesar de clássico, o livro é muito chato.


@apilhadathay 27/03/2014minha estante
Também achei >.<
O livro não caminha. Fica estagnado.


Paula 06/05/2016minha estante
demorei três anos pra conseguir ler ... foi o livro que mais demorei pra ler em toda minha vida


Jossi 19/09/2017minha estante
É um livro deprimente, também. Emma Bovary é uma das piores personagens de toda a minha "lida" literária. Puxa, tá certo que Flaubert é da escola realista, mas até as realidades mais duras podem ser menos entediantes que essa história.




Gisa 29/07/2016

Estava bastante ansiosa para ler esse livro então quando sua leitura foi proposta pelo clube de leitura aqui da minha cidade, eu me atirei. E bati a cabeça.

Primeiramente, preciso dizer que eu realmente gosto de clássicos, apesar de não ter lido ainda todos que gostaria. Mas não acho que todo o clássico seja essa maravilha toda...

Longe de mim querer contestar o valor histórico do livro, a importância para sua época e até mesmo para a literatura...

Se você pesquisar vai encontrar diversos críticos literários, pessoas que estudam literatura e leitores falando maravilhas sobre esse livro.

Então vou te mostrar um outro lado...

O que eu quero mesmo é contar minha experiência, então explicações dadas, vamos lá?

Madame Bovary conta a história de Emma uma moça muito bonita e que casa muito jovem. Diferentemente de outras obras, neste Emma não é obrigada a casar. Na verdade ela está bem feliz em ter chamado a atenção do médico Charles.

Acontece que logo, logo, Emma percebe que fez uma grande bobagem. Ela nunca amou o marido e já tem certeza de que nunca irá amá-lo. Para ela, Charles é um paspalho, um imbecil e o que a impede de ser feliz.

Não precisamos ser gênios para descobrir o que vem a seguir.

Emma é muito bonita e rapidamente ela chama a atenção de outros homens. Alguns bem espertalhões. E resolve viver a vida que sempre desejou, repleta de paixão, tesão e (acredita ela) amor.

Mas como tudo que vai, um dia volta, logo Emma se torna a paspalha de seus amantes. Se torna o impedimento da felicidade de outros. E aí... e aí... é amiga, será que a traição compensa?

Antes de começar a leitura, imaginava Bovary como uma grande mulher. Forte, destemida, poderosa. Infelizmente ela não é nada disso. Se você acha que as protagonistas de livros atuais são chatas, é porque você não conheceu essa irritante madame.

Charles é um pobre homem coitado, senti pena dele em muitos momentos. Ele ama muito a mulher e faz todas as suas vontades. Mas ela só sabe dizer "cala-te!", "cala-te!" Pobre Charles, foi fiel ao seu amor até o final.

Acho que nunca em toda a minha vida torci tanto para que alguém se desse mal. Cada vez que Emma se dava mal, eu fazia a dança da alegria. Talvez não tanto pela traição em si, mas sim por ela ser insuportável. A mulher não trata ninguém bem. Ninguém! Nem mesmo a filha.

Particularmente, também não achei a narrativa tudo isso não. O livro não é muito grande e a linguagem não é difícil, mas ele é arrastado demais. A todo momento somos levados a conhecer personagens que não fazem a mínima diferença na história.

Sei que minha opinião é diferente de todas que eu vi por aí. Você dificilmente encontrará alguém falando mal deste livro. Não sei se porque realmente todo mundo ama, ou se quase todo mundo acha errado falar mal de um clássico... Mas eu não acho errado dar minha opinião, então aqui está.

Acho sim que ele foi (é) importante e acho que você deveria ler. Mas pelo menos depois desta postagem, se você ler e quiser arrancar a cabeça da Emma, vai saber que não está sozinho.
Conchego das Letras 29/07/2016minha estante
kkkkkkkk... Também quis arrancar a cabeça de Emma, mas talvez por isso eu tenha visto o livro com olhos um pouquinho diferentes dos seus.

Para mim, a personagem foi tão bem construída e retratou de forma tão precisa a mediocridade da sociedade, assim como outras questões como "querer que os homens dos livros existam na vida real, menosprezando o amor de verdade que o homem real te oferece no dia a dia", que não consegui achar a obra ruim.

Ela me levou a pensar, refletir com profundidade sobre o conceito de felicidade; sobre a questão de escolhermos o outro não pelo que ela é, mas pelo que esperamos que ele possa se tornar para nós; sobre a insignificância de uma vida de aparências...


Ricardo Rocha 28/08/2016minha estante
todo mundo ama porque foi, na época, a escrita mais bela e precisa, os personagens perfeitamente construidos, um tema ousado porém não faz da ousadia sua virtude como hj tantos e por aí, todo mundo ama e, mais do que todos, o Tempo, que é o melhor crítico e o melhor dos leitores.
minha dúvida é porque, diante do que vc disse, simplesmente não abandonou. isso sempre será para mim um mistério. se dar ao trabalho de escrever uma resenha desse tamanho para falar mal de algo que, por causa de sua resenha, eventualmente alguém pode deixar de ler e (quem sabe) ter aí um belo momento da vida.
pelo menos entre tanta coisa ruim que vc viu não falou mal também da técnica literária de flaubert. ele e os que a amam agradecemos


Gisa 25/09/2016minha estante
KkkK, pensando por esse lado é bem verdade Conchego :)
Mas acho que eu esperava uma coisa diferente e esse foi meu erro =D


Gisa 25/09/2016minha estante
Tá Ricardo, agora tenho que abandonar só porque não estou gostando? Eu poderia me surpreender, não poderia?
Esperava que isso pudesse acontecer, assim como já aconteceu outras vezes.
Além do mais, termino dizendo: "Acho sim que ele foi (é) importante e acho que você deveria ler."
É minha responsabilidade ser sincera com meus leitores =D
Mas obrigada pelo comentário e que bom que você gosta dele. Talvez eu ainda leia outros trabalhos dele. Tem alguma indicação?


Juliana 01/10/2016minha estante
Emma é realmente irritante, e foi justamente isso que amei nela. Vi tanta gente que conheço nas redes sociais nela que parecia que estava lendo algo escrito a pouco tempo.


Marselle Urman 16/08/2017minha estante
Você disse em outras palavras exatamente o que eu pensei do livro kkk




Caroline Gurgel 08/04/2015

"Mas a ilusão, quando se desfaz, dói no coração de quem sonhou, sonhou demais..."
Sempre que vou ler um clássico, gosto de fazer uma rápida pesquisa sobre o contexto em que ele foi escrito, pois, na maioria das vezes, sua importância se deve à originalidade apresentada na época, seja em relação ao tema ou à escrita. Julgá-lo como se tivesse sido escrito nos dias de hoje é injusto e lê-lo fora de contexto faz com que não aproveitemos bem tudo o que ele tem a nos oferecer.

Ao iniciar a dita pesquisa, uma decepção: meu francês é perto de zero! Gustave Flaubert, almejando a perfeição, dedicou cinco anos de sua vida para escrever Madame Bovary. Escrevia e reescrevia as frases até que soassem como desejava, com uma excessiva preocupação com a forma e a cadência das palavras. Flaubert mudou a forma como se escrevia romances, com uma estrutura de texto mais concisa e objetiva, sendo considerado um dos precursores da narrativa moderna. O resultado disso é um livro apontado como um dos romances mais bem escritos que já se viu, mas, infelizmente, muito dessa perfeição se perde com a tradução, por melhor que ela seja.

Madame Bovary foi lançado em 1857 e chocou a sociedade da época, levando Flaubert, inclusive, a ser processado - e absolvido - por atentar contra a moral e os bons costumes ao trazer uma personagem adúltera e fortes críticas à burguesia e ao clero. Flaubert vai de encontro ao estilo literário da época, o romantismo, e no lugar de heróis e heroínas, traz uma visão realística, sem distorções, da sociedade e seus membros. Com uma prosa irretocável, uma ironia incrivelmente bem mensurada e um texto objetivo, Flaubert dá início ao Realismo.

Ele abre sua história mostrando um pouco da infância de Charles Bovary, como ele foi ridicularizado na escola e como, posteriormente, se formou - a duras penas - em medicina. Quando vai à casa do Sr. Rouault para tratá-lo de uma enfermidade, Charles conhece e se interessa por Emma, sua filha, a quem pede em casamento ao ficar viúvo.

Emma fora criada em um convento, recebera uma boa educação e era tão sonhadora quanto as mocinhas dos livros que lia. Era ambiciosa, queria ter o glamour parisiense, sonhava em viver um amor como dos romances e ser feliz. Ela viu no casamento com Charles essa oportunidade. No entanto, vivendo em uma pequena cidade francesa, ela, agora madame Bovary, se vê entediada com um Charles sem ambição alguma. Após um grande baile no qual foi convidada, Emma entra em uma crise existencial, achando que não pode ser feliz naquela pacata cidade. Charles resolve, então, se mudar.

Os novos ares a iludem por pouco tempo, e logo ela se entedia de novo. Até que se encanta por um homem dessa nova cidade e passa a ver nele sua possível felicidade. É sempre assim, se apaixona perdidamente por um, se decepciona, entra em depressão, se apaixona por outro, se decepciona, entra em depressão… A felicidade nunca está nela, nunca pode ser encontrada na vida em que vive, sempre está em algo que ela projeta e deseja.

Paro por aqui para não dar spoilers do que acontece na história, mas é sabido que Emma teve amantes com quem trocou inúmeras cartas apaixonadas. Sem eles, ela não via a possibilidade de ser feliz.

"Ela repetia-se: - 'Eu tenho um amante! Um amante!' -, deleitando-se com esta ideia como se uma nova puberdade lhe tivesse retornado."

A felicidade é um dos temas tratados no livro. O que faz alguém feliz? Por que, até hoje, muitas pessoas vêem sua felicidade em algo que elas não tem ou não conseguem? Emma Bovary passa a achar que sua felicidade depende daquele amante, que tudo o que ela tem é medíocre, que as pessoas a seu redor são inferiores, que ela foi feita para ser mais do que aquilo. Passa a gastar fortunas e se endividar só para ter o que quer e presentear o amante. Eis onde entra a crítica de Flaubert ao consumismo - e sua errônea conexão com a felicidade - e à futilidade da burguesia, ainda tão atuais, mesmo mais de um século e meio depois.

Aliás, guardadas as devidas diferenças de épocas, tudo é muito atemporal nesse romance. Ao analisarmos os personagens principais, vemos que ainda temos deles aos montes. Um Charles que tenta agradar a esposa, mas não vê que não a faz feliz - e é o último a saber disso. Uma Emma dissimulada, infeliz, ambiciosa, consumista, mas linda, bem vestida e refinada. Uma mulher que teme trair, mas que quando o faz termina se acostumando às suas mentiras.

"Tudo mentia! Cada sorriso escondia um bocejo de tédio, cada alegria uma maldição, todo prazer seu desgosto, e os melhores beijos só deixavam no lábio um desejo irrealizável de um prazer maior."

Flaubert nos mostra que, com o hábito, Emma se tornava insaciável, havia sempre a necessidade de mais, e com isso, alfineta o romantismo e todo seu idealismo. Demonstra que não existem heroínas tais quais nos livros e que os homens nem sempre estão dispostos a toda aquela paixão inebriante.

Emma é tão complexa e bem construída que podemos passar horas pensando em suas atitudes, em seus porquês, em sua personalidade. Isso me fez querer aumentar minha nota para o livro, pois só um gênio para criar uma personagem tão viva e tão real, tão cheia de faces, fingida, cínica, mas sem ser óbvia ou caricaturada. O mais interessante é que o autor consegue nos deixar livres para odiá-la ou não, ele consegue não emitir sua opinião. Ela é o que é, nada mais.

Quando li que o livro era o marco inicial do Realismo, me perguntei porque não o era A Mulher de Trinta Anos, de Balzac, já que fora escrito antes. Os dois livros criticam a sociedade burguesa e trazem personagens infelizes, que traem seus maridos. Dizem, inclusive, que Flaubert se inspirou no livro de Balzac, então por que Madame Bovary é tratado como início do movimento? Tendo lido os dois, só posso opinar que a diferença esteja, sim, na escrita e na narrativa. Enquanto Balzac ainda parece mais classicista, a leitura de Madame Bovary é incrivelmente fácil, o autor nos conta sua história sem que sintamos o passar das páginas, é tudo muito fluido. Não há tédio, não há excessos, não há detalhes desnecessários, mesmo sendo cheio de descrições. O livro conquista o leitor do começo ao fim, sem altos e baixos. (Gosto muito dos dois romances, mas a personagem Julia, de Balzac, é digna de compaixão, enquanto Emma é mais irritante - talvez isso seja mais um traço do realismo flaubertiano)

Quanto as notas de rodapé, tenho uma ressalva: algumas delas são bem toscas! Eu, acredito que como todo leitor, adoro notas de rodapé, mas é um pouco estranho quando a maioria das notas que você lê traz referências a livros posteriores ao que você está lendo, como, por exemplo, "essa passagem pode lembrar-nos Hemingway". hum?! Bem, até entendo a intenção de criar um panorama de autores influenciados por Flaubert, mas isso tira um pouco do nexo das notas, não? Senti muita falta de notas que mostrassem mais as escolhas do tradutor em relação às palavras e seus porquês.

Comecei a resenha pretendendo pontuar o livro com 4 estrelas, mas termino classificando-o como um 5 estrelas, uma vez que o enredo não me sai da cabeça e seus personagens tem ainda tanto para serem debatidos e mastigados. Poderia ainda escrever parágrafos e mais parágrafos analisando o comportamento de Emma, personagem intrigante que vale a pena ser conhecida. Uma leitura para quem gosta de literatura e seus movimentos, ou para quem deseja aprender mais um pouco sobre eles e sobre a sociedade burguesa da França do século XIX.

Recomendadíssimo - mas, apenas lembrando, deve ser lido muito bem contextualizado.

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Tatinha 08/04/2015minha estante
Oi Caroline, adorei sua resenha! Muito bem escrita e incrivelmente pertinente!


Cândida 08/04/2015minha estante
Que resenha incrível! Me deu vontade de reler a obra :)


raissa.pinto.9 08/04/2015minha estante
Adorei a resenha!


Caroline Gurgel 08/04/2015minha estante
Obrigada, meninas! :)))


Marcia.Emmerick 16/10/2015minha estante
Uma resenha maravilhosa, bem esclarecedora! Estou lendo o livro para fazer uma prova e confesso que o estava achando um pouco enfadonho mas após ler essa resenha fiquei mais motivada. Obrigada e Parabéns!


Laninha 30/10/2015minha estante
Amei a sua resenha bem detalhada e contextualizada; Parabéns!!!




Letícia 01/05/2022

Graças a Deus que acabou! Confesso que teve horas que quase morri de tédio, mas teve horas que quase morri de ódio.

Do meu ponto de vista, a Emma era uma pessoa extremamente egoísta e mesquinha. Por causa dos seus atos inconsequentes, várias pessoas sofreram .
Não achei um livro tão bom assim, mas também não é péssimo. Enfim, acho que peguei ódio pessoal por um personagem fictício e isso influenciou a minha opinião sobre o livro. No mais, passo pano para o Charles, concordo com quase tudo que o Sr Homais defendia e sinto dó pela Berthe. E sobre a Emma Bovary? nada a declarar.
paloma 01/05/2022minha estante
tô parada no começo desse livro há 4 meses, mais ou menos em que parte ele fica mais aceitável?


Letícia 02/05/2022minha estante
da segunda parte em diante, o fim é terrível ?


paloma 02/05/2022minha estante
vou continuar com a leitura parada então KKKKKKKKK mas muito obrigada


Carol 07/05/2022minha estante
Terminei agora e foi uma das leituras mais arrastadas que já tive. Prefiro o Primo Basílio, que tem a mesma temática e foi escrito no mesmo período com o objetivo de criticar o romantismo


Letícia 16/05/2022minha estante
esse ainda não li, mas tô doida pra ler!




Paula1735 19/07/2021

O romance dos romances
Um livro com muitas palavras difíceis e antiquadas, que acabou ocasionando lentidão na minha leitura. De qualquer forma, dá muita vontade de saber se a protagonista vai conseguir o que ela quer...
Romance trágico e realista, que deixa um gosto acre na boca.
bernardo_smm 19/07/2021minha estante
Tive uma aula de "literamor" onde o professor tratou dessa obra, me interessei bastante pelo enredo da mesma. Gostaria de saber se compensa a leitura.


Luana.Khetley 20/07/2021minha estante
minha conclusão final foi que a Madame Bovary passou pelo que passou, viveu o que viveu pq naquela época as mulheres não eram livres. Ela seria mais feliz nos dias atuais e as suas ações teriam sido diferentes.


Paula1735 20/07/2021minha estante
Bernardo, eu achei a leitura meio lenta, mas o final compensou muito! Não é nem um pouco esses romances clichês que estamos acostumados kkkk é um livro curto, acho que vale a pena vc conferir pra dar seu veredito.


Paula1735 20/07/2021minha estante
Luana, vc acha? Eu achei uma personagem muito complexa, dá pano pra manga analisar tudo o que se passou naquela cabeça! Não sei se vc conhece, mas cunharam um termo na psicologia baseado na Ema: o bovarismo. Se trata mais ou menos de uma idealização surreal de conceitos como amor e felicidade, e por conta disso, inalcançáveis para o sujeito em questão... Ao meu ver, a Ema se entediava com a realidade, sempre aquém do que ela achava que merecia viver. Por isso não sei se nos dias atuais ela viveria feliz ou arrumaria outra desculpa para sua insatisfação.


bernardo_smm 20/07/2021minha estante
Muito obrigado, vou adicioná-lo à minha lista de leitura.




@ALeituradeHoje 25/11/2017

Vamos Celebrar a Estupidez Humana
Analisar um livro não é tarefa fácil. Ainda mais em se tratando de um clássico como Madame Bovary. Leituras com renome não necessariamente precisam cair no gosto simplesmente pelo fato de terem sido consideradas boas por um grupo de pessoas. Afinal, gosto é uma coisa muito particular. Entretanto, os considerados Clássicos, sempre me fazem pensar mais pois se atingiram tal patamar, existe um porquê. Acho que as sinapses do meu cérebro ficam extremamente ativas quando procuro entender e descobrir aquilo que alguém já o fez anteriormente.
Dito isso... comecei achando a história de Madame Bovary cansativa, como se não tivesse um porquê. E então, passando da metade, comecei a pensar: quem era Madame Bovary?
E pensando nisso, comecei a entender a beleza do livro.
Escrito em 1857, em uma sociedade totalmente patriarcal, onde as mulheres quando descritas na literatura eram amorosas, lindas, justas, delicadas, honestas. Enfim, mocinhas queridas. E Madame Bovary de repente foge desse padrão, sendo um personagem profundamente realista. Ela não é perfeita, não é mocinha, não é justa, não é queridinha. É um ser com defeitos e atitudes egoístas. É real!
O enredo é simples: Ema é uma moça criada em um convento que lê romances doces e crê que a vida tem que lhe conceder a mesma história. Carlos é um homem simplório, enfadonho que estudou e se tornou um médico medíocre. Os dois se casam e então Flaubert com maestria discorre sobre a estupidez humana. Vemos como a cultura inútil pode afundar as pessoas. Ema que passava seus dias lendo histórias românticas sem profundidade alguma, se acha a mais inteligente de todas (lembrei dessa massa de estudiosos do Google que se acham detentores de verdades absolutas). Porem é uma mulher sem cultura alguma, fraca, egoísta, mesquinha que não leva em consideração nem a pobre filha. Carlos por sua vez, é um pobre coitado, conformado com o que tem, ignorante, que não tem opinião própria. É enganado constantemente e é como se buscasse ser enganado, porque não se empenha em nada, não entende nada e acha que é felicíssimo simplesmente porque Ema casou-se com ele.
O livro é uma descrição de como o ser humano é horroroso.
O ser humano é Ema, mesquinha até o último fio de cabelo. É Carlos, inútil em querer entender e ver o que acontece ao seu redor. É L’Heureux, pilantra aproveitador da fraqueza dos ignorantes. É Homais, que só pensar em seu benefício próprio. E por fim, é Berta... a filhinha do casal, que não tem culpa de nada, que não entende o que se passa com os adultos, e que por fim, sofre todas as mazelas e é quem paga um preço caro pela maldade de terceiros.
Gosto de livros que me fazem pensar. Este, estou digerindo com um amargo na boca do estomago... o ser humano é horrível!
z..... 25/11/2017minha estante
Ema tem alguma coisa parecida com Filomena Borges (de Aluisio Azevedo). Existe uma parte relacionada a frustrações pelo pensamento de época, mas também tem algo relacionado a Sindrome de Hybris, que coincidentemente descobri o que era na época que li o romance e pensei ter correlação com essas personagens. Isso é algo que quem pode melhor dizer são profissionais e estudiosos da área, mas que na minha visão limitada achei que tem relação sim.


@ALeituradeHoje 25/11/2017minha estante
;)


Lygia Ambrosio 26/11/2017minha estante
Excelente resenha! Fiquei com mais vontade ainda de ler esse livro.


@ALeituradeHoje 27/11/2017minha estante
Leia tão logo. Vale a pena, Lygia! ;)


Shelly Migoto 27/11/2017minha estante
Obrigada pela resenha!




amandaleu 25/09/2023

Resenha de Madame Bovary
Deu pra entender o porquê deste romance ter sido um escândalo à época de lançamento. Criando personagens totalmente anti-heróicos, Flaubert usa doses de ironia e acidez muito bem equilibradas aqui.
Para Emma, nossa madame Bovary, nada é suficiente; está sempre atrás de mais. Com um marido apaixonado, Emma alterna suas emoções em relação a ele de acordo com o que lhe convém. Astuta, bela e amorosa, consegue o que quer e deixa de querer.
O fim da história condiz com a incessante busca do impossível.

Gostei muito da história, mas um livro de mais de 400 páginas como este dava pra ser reduzido em 300 folhas, no máximo.
Diálogos que, a meu ver, não contribuíram pra muita coisa, pareciam estar ali pra "encher linguiça".

No mais, é uma excelente exposição da época em que vivia o autor e, acima de tudo, a fofoca é magnífica.
Lavínia 25/09/2023minha estante
Adorei tua resenha! Tô com o livro parado a tempos na estante, vou tentar dar uma chance kk


amandaleu 25/09/2023minha estante
Ah, que bom!! Não deixa de ler, a fofoca é muito boa. ?


Mirella.Catarina 09/10/2023minha estante
Uai? o meu tem 261 páginas ??


amandaleu 09/10/2023minha estante
Kkkkk, são as edições que são diferentes.




Joao.Alessandre 16/06/2023

?Emma Bovary c'est moi?
Madame de Bovary é um daqueles clássicos aclamados cuja leitura não decepciona. Flui fácil, rápido. Nos identificamos com vários personagens ou encontramos traços de similaridades destes em pessoas próximas. O dedicado Flaubert gestou essa obra prima em 5 anos onde claramente nota-se o cuidado no enfrentamento de questões basilares para a sociedade da época. Emma Bovary não é apenas a personagem central desse romance... é antes de tudo a representante primeira do descontentamento feminino. Sua iniciativa de romper com as convenções e entregar-se a seus sentimentos impactou definitivamente na lógica de um patriarcado que relegava a figura feminina a um apêndice dos mandos do XY dominador.
Emma sofreu e fez sofrer. Imperfeita, sonhadora e inconsequente em diversos momentos. Padecia certamente de um transtorno psiquiátrico não diagnosticado e não tratado que permeou toda a narrativa.
Leitura mobilizadora, viva, dilacerante que provoca e gruda nos pensamentos. Impossível sair o mesmo ao término - saímos melhores!
NothingIsHere 16/06/2023minha estante
Sua resenha me animou. Lerei essa obra esse ano com certeza!


Joao.Alessandre 16/06/2023minha estante
Legal Stelliane! Depois quero ver suas impressões.


aartemesalva-nat 17/06/2023minha estante
Parabéns pela resenha, João. Pela sua descrição, a personagem Emma, em parte, me lembrou a personagem Anna Kariênina (Tolstói). Inclusive, recomendo esse clássico russo, caso tu não tenhas lido. :)


Joao.Alessandre 17/06/2023minha estante
Obrigado Natália. Li Anna Kariênina numa tradução antiga há muito tempo. Gostaria de reler os russos na edições da coleção leste da 34 (inclusive Guerra e Paz que vc tá lendo agora)... tantos livros imprescindíveis?.




Michela Wakami 16/07/2021

Emma Bovary, dificilmente você irá amá-la.
Um livro bastante reflexivo, com uma personagem, muito egocêntrica.
Uma espécie de Dom quixote, que de tanto ler romances, passou a viver um mundo fantasioso, que apesar de ser um mundo que ela cobiçava, não a satisfazia.
Você provavelmente irá odiá-la.
Ponto negativo na leitura é o fato do escritor ser prolixo, fazendo a leitura ser arrastada e consequentemente cansativa.
Tangerina 16/07/2021minha estante
Hahahaha espero não me tornar um Madame Bovary um dia


Michela Wakami 16/07/2021minha estante
Kkkkkkkkk? medooooo.
O tanto que a gente lê, espero que não caiamos em tentação.???


Iwatanii 03/04/2024minha estante
Amei a resenha, amiga. Não gostei dela! Kkkkkkkk


Michela Wakami 04/04/2024minha estante
Obrigada, amiga! Ela é intragável! ????




Fabricio268 14/07/2023

Síndrome de bovary
O livro Madame Bovary talvez não agrade a todos, principalmente pelo excesso de detalhes durante toda narrativa. Porém, vale muito a pena persistir e chegar até o fim.
Por acaso, ao pesquisar sobre o livro no Google, descobri que a psicologia nomeou uma síndrome baseada na Emma Bovary. Caso tenham interesse, deixarei abaixo o link de um artigo sobre isso. Quanto ao livro, boa leitura.

https://psicologiaaberta.com.br/sindrome-de-bovary/#:~:text=%C3%89%20uma%20incapacidade%20de%20adaptar,como%20causadores%20de%20suas%20infelicidades.
Michela Wakami 15/07/2023minha estante
Também acho que a leitura vale a pena, amigo.


Fabricio268 15/07/2023minha estante
Saí cansado dessa leitura. O final me surpreendeu. Principalmente pelo que acontece com a filha da Emma e do Charles.


Vivi.Montarde 15/07/2023minha estante
Sabe que não lembro o que acontece com a filha deles? Li já tanto tempo?
Me fala no WhatsApp o que aconteceu ? Rsrs




Thales 21/05/2021

É incrível como um livro pode ser tão bom e tão chato
Desculpa gente, mas "Madame Bovary" é um livro de white people problems. Flaubert era um burguês branco encostado escrevendo sobre os GRAVÍSSIMOS problemas de burgueses brancos encostados. O marido de Emma não era um herói de romance e por isso ela vive um pentágono amoroso. Avá, viu.

Eu tive zero conexão com a história. Na metade da parte três eu já tava desesperado pra ela acabar. E isso nada tem a ver com a escrita de Flaubert ou com o livro ser difícil, muito pelo contrário. O francês foi um dos romancistas mais perfeitos que a literatura já teve - não atoa demorou cinco aninhos revisando o livro - e a tradução é excelente, além das notas e tal. Eu consigo reconhecer a extrema relevância do autor e da obra e ao mesmo tempo admitir que minha experiência foi irregular - estudar o contexto em que "Madame Bovary" existiu e sua influência na literatura foi bem mais divertido que a leitura em si. Por isso não teve como dar cinco estrilas.

Tudo isso posto: né, Flaubert é um dos autores incontornáveis da literatura ocidental. Desde o processo de escrita do romance - longo, com muita revisão, experimentações - ao retrato fiel - e feio - que faz da sociedade da época, passando pela cirúrgica escolha de tema, ambientação e fio condutor; tudo isso representou um ponto de inflexão como poucos. "Madame Bovary" simplesmente colocou a intelectualidade da época de quatro.

Flaubert talvez tenha alcançado as duas maiores honras de um literato: setores influentes da sociedade urgiram pela censura de sua obra e um conceito foi criado a partir dela. Da mesma forma que podemos dizer que algo é "dantesco" ou "quixotesco" podemos chamar alguém de "bovarista" - é só tacar no google que vai tá lá a conceituação.
Duda 21/05/2021minha estante
Ainda n consegui terminar esse livro


Bia 04/07/2021minha estante
você tem essa edição antiga da l&pm? Queria saber de alguém que leu nessa edição como é, se há erros ou algo assim, não entendi direito o que aconteceu para que a editora trocasse a tradução, tinha visto algo sobre ser uma cópia adulterada


Thales 15/07/2021minha estante
Bia, só vi seu comentário hoje. Minha edição é da Penguin. Não conheço direito a edição da L&PM, mas sei que ela é de bolso, tem páginas brancas e não tem orelhas. Eu nunca peguei um errinho de revisão num livro deles; talvez tenha em Madame Bovary, mas acho difícil, e se tiver vai ser um errinho mínimo. Sobre cópia adulterada, muito difícil algo assim acontecer em uma dessa duas editoras. Talvez fosse assim com a edição da Martin Claret - essa sim parece ter erros de revisão.




Rogéria 19/03/2016

"Madame Bovary", de Gustave Flaubert causou um grande furor na época em que foi lançado (1857). O livro conta a história de Emma Bovary, uma mulher bonita e cheia de sonhos que se casa com um médico do interior que é louco por ela, mas que a entedia profundamente. Sempre insatisfeita e infeliz, Emma comete adultério como uma forma de preencher o vazio existencial que sente, mas nada a satisfaz.
"Madame Bovary" foi considerado uma ofensa à moral e à religião, foi proibido em vários lugares e por muito tempo, sendo que o autor chegou a ser processado mas, felizmente, foi inocentado. Além de descrever adultérios, o livro também fazia pesadas críticas à Igreja e à burguesia, o que contribuiu para que Flaubert fosse perseguido por seus críticos enquanto viveu.
Achei a leitura um tanto entediante e arrastada. Há uma infinidade de detalhes desnecessários, e achei a Emma uma personagem vazia, mimada e insuportável. Sempre tenho dificuldades em ler livros em que a personagem principal me irrita, e dessa vez não foi diferente; a leitura de "Madame Bovary" se arrastou por semanas, e precisei de um grande esforço para finalizá-la. Em alguns momentos até fiz um exercício de me colocar no lugar de uma mulher do século XVII, sem liberdade para nada, cujos horizontes não iam além de um casamento arranjado, mas a Emma era tão insuportável que não conseguiu fazer aflorar minha simpatia.
Apesar disso, compreendo as razões que tornaram esse livro tão famoso e polêmico. Para quem quer uma amostra do que era a cultura e o pensamento da época em que ele foi lançado, recomendo. Mas como leitura para diversão, por puro entretenimento, a mim, não agradou.
Cy 19/03/2016minha estante
Compartilho totalmente a sua visão sobre o livro. Essa Emma está no meu 'top 5 personagens que eu mais detesto' (curiosamente, tem duas Emmas nessa minha lista mental). A personagem dela me irritou tanto durante a leitura que, infelizmente, foi o legado que o livro me deixou. Sempre que penso nele só consigo me lembrar do quão irritante era a personagem, e não da história em si. Eu pretendo fazer uma releitura este ano, pois o li quando tinha uns 12 anos, então além de fazer um bom tempo, era outra cabeça, né.

PS: Eu também tenho essa dificuldade com o personagem central.


Gabriela 23/03/2016minha estante
Sempre tenho dificuldades em ler livros em que a personagem principal me irrita. [2]


Rogéria 27/03/2016minha estante
Ela é insuportável. Muito, muito fútil. Embora na época as mulheres fossem pressionadas a se casarem, não foi o caso dela. Aliás, tudo o que ela fazia era motivada por sua busca pela liberdade idealizada, cheia de riquezas se muita diversão. Ela não se importava de passar por cima de ninguém para sentir o prazer que buscava, mesmo que fosse o marido que fazia tudo o que podia por ela, ou a pobre criança que deu o azar de ser sua filha, e que foi a que mais se ferrou com as loucuras da mãe. Realmente, essa Emma entrou na minha lista de personagens intragáveis. ¬¬




Dani Ramos 17/04/2018

Bom.
O que falar desse livro? De fato, desde o início foi aquele “amor vs ódio” durante a leitura – não que o livro seja ruim, longe disso! – mas possuímos uma personagem um tanto… autoritária, podemos assim dizer. De modo que, tudo e todos precisavam ser e fazer ao teu gosto e isso foi o que me irritava.

De princípio, o livro conta a história da família Bovary e seu único filho, Charles, que com uma infância um pouco escassa e sem perspectiva, consegue se formar como um médico de província (aquele nível abaixo de um doutor a sério), porém isso deixa a todos felizes. Assim, com o passar do tempo, Charles casa-se com uma viúva sem atrativos nenhum: nem beleza, nem conhecimentos, contudo, com uma simplória fortuna. No entanto, quando Charles é chamado as pressas para atender o dono de uma propriedade respeitável do local, é quando seu destino tornará um rumo diferente!

Após tratar o Sr. Rouault de uma perna quebrada e torna-se amigo da família em Bertaux, Charles começa a se encantar pela única filha do proprietário: Mademoiselle Emma Rouault – essa com uma educação elevada e um gosto aprimorado para o local. Na medida em que ia se passando o tempo, a esposa de Charles morre subitamente e com isso, logo depois do luto da perda, o mesmo toma coragem e pede Emma em casamento e o que seria perfeito, começa a desmoronar depois da ida do recém-casal para o distrito de Neufchâtel, onde iriam morar em uma grande vila chamada Yonville-L’Abbaye.

Embora os desejos de Charles fosse que a partir dali tudo daria certo entre eles, Emma após alguns meses dá a luz a primeira filha do casal – Berthe – no entanto, nem mesmo a pequena criança consegue fazer a felicidade de Emma e é nessa questão que quero abordar! Com efeito, é nítido que Emma sofre de alguma doença (depressão, bipolaridade etc), entretanto, não acho que seja “justificável” tais atitudes da personagem: tratar com frieza à todos, maltratar a própria filha (fisicamente e emocionalmente), ser ignorante e cruel com o marido. Emma faz o que quiser, e isso para a época, era inapropriado. Podemos assim dizer que ela era o “homem da relação”, pois quem mandava e desmandava era Emma e não Charles. Com uma ânsia de suprir suas necessidades de atenção e sentir-se viva (mesmo ela tendo tudo, até o amor do marido e admiração da filha), não é o suficiente para Emma Bovary! E consequentemente, ela começa a buscar refúgios em outras coisas – sendo mais clara: em outros “braços”.

Madame Bovay começa suas traições (sim, são mais de uma) e uma desenfreada vontade de gastar mais do que pode, a família Bovary começa a entrar em dívidas e perder o prestígios entre a vila. Mesmo Charles possuindo colegas ao seu lado (como o farmacêutico, no qual, amei!), aos poucos, podemos observar que as pessoas ao redor do casal começam a perceber o modo de vida que Emma leva. Por outro lado, Charles nada vê e nada crê, pois Emma para si é igualmente uma santa e pura. Agora sendo quase pega, além das dívidas feita em nome do marido estar sendo cobradas, Emma entra em um desespero para arrumar as consequências, contudo, falha lindamente. E mesmo na profunda desgraça, Emma ainda se importa acima de tudo em seu bem-estar e felicidade, ignorando complementamente o marido e filha.

Agora qual será a decisão de Emma para resolver seu mal? O que acontecerá com seus amantes e com sua própria filha? E como será que Charles irá reagir após descobrir toda a verdade vinda da esposa? Como ele reagirá ao descobrir suas dívidas em seu nome?

Como disse, sabemos que Emma sofre de algo, entretanto não acho que “só porque você tem tal doença” pode fazer e ser como quiser com as pessoas! Elas também se importam com você de tal modo, e Emma não teve minha empatia em nada! Acho que tornou-se a pior personagem que já li até hoje, com seu ego terrivelmente frio e sonhador, que apenas o importante é que – ela seja – feliz e mais nada.
Ray 21/04/2018minha estante
Emma é uma personagem emblemática e intrigante. É inegável que é extremamente egoísta, mas não consegui sentir raiva dela: Emma era vítima dos próprios sonhos extremados. Uma louca, uma desiludida. Ela idealizou tanto a felicidade, que não conseguia se sentir satisfeita com nada. Antes de raiva, senti pena, pois ela não arruinou apenas à própria família, mas também a si mesma. Todos são signos de pena nesse livro. e. É inegável que é extremamente egoísta, mas não consegui sentir raiva dela: Emma era vítima dos próprios sonhos extremados de amor. Ele idealizou tanto a felicidade, que não conseguia se sentir satisfeita com nada. Antes de raiva, senti pena, pois ela não arruinou apenas à própria família, mas também a si mesma. Todos são dignos de pena nesse livro.


Dani Ramos 22/04/2018minha estante
Realmente! Neste ponto de viata, Emma foi sua maior inimiga e erro. Ela mesma se colocou na desgraça. A ilusão da felicidade e luxo, a cegou completamente.




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