Resenhas - Madame Bovary

DeiaMolder 06/02/2019

Já faz um tempo que queria ler esse livro por ser um clássico, não me arrependi, mas queria um pouco mais de volúpia em Emma.
Gostei!

lorena.st2 09/01/2015

Narra a vida de Emma Bovary, uma mulher que foi educada num convento, lendo romances água com açúcar, criada pelo pai solteiro. Sonha com sua própria história de amor. Conhece o Sr. Bovary (daí seu sobrenome), uma espécie de paramédico local. Casam-se e Emma tem esperanças de ver seus sonhos de menina virarem realidade. Vai ficando frustrada quando se vê diante de um futuro sem muita perspectiva, sem as aventuras e paixões que tanto imaginou pra si mesma, pois o marido é um homem insipiente e sem grandes ambições. Mas a ama cegamente!
Daí arruma dois amantes (não ao mesmo tempo), que só a decepcionam

Acho que estava com altas expectativas quando peguei esse livro, talvez por isso não tenha caído de graças por ele.
Interessante que a presença do narrador é quase imperceptível, pelo que me disseram Flaubert fez isso de propósito, queria inovar. Não a toa passou anos pra finalizar o romance.
Adorei como ele descreve o provincianismo dos personagens, na maioria pertencentes a nova burguesia francesa (vizinhos e amigos de Emma e seu marido).

Pitaiazul 25/09/2021

Fofoca de época
Seguindo uma listinha meio clichê de clássicos para ler antes de morrer, cheguei até Madame Bovary. Depois de passar por histórias de época estupendas como Mulherzinhas e Orgulho e preconceito mantive minhas expectativas altas e posso dizer que não fui decepcionada, mas também não saí impressionada.

O ritmo de leitura e bastante agradável, a trama é bem coerente com a personalidade apresentada sobre cada um dos personagens e, surpreso pela audácia e desfaçatez que surge frequentemente na história, é fácil que o leitor mantenha-se entretido até o gran finale (que é muito bem organizado!)

Além disso, gostei bastante da troca de foco de protagonismo durante o livro e da estética caricata que é definida para cada uma das personas, sem que isso seja opressivo ou desgastante.

No mais, sinto que valeu bastante a pena esse clássico e o recomendo para os que querem uma história com ares de fofoca kkkkj

Humberto3 23/02/2021

Leia, apesar dos pesares.
Antes de ler Madame Bovary já tinha alguma noção do que se trata o livro, visto que o livro conta com bem mais de cem anos e é bem famoso nas críticas literárias.
E nesse ano comecei ele.
O livro tem um enredo excelente e na época em que foi escrito, de fato foi um divisor de águas na literatura.
Contudo, para os dias atuais, a história não é nada demais.
Com relação a leitura, senti um pouco de dificuldade no ritmo, que é meio enfadonho em algumas partes e em outras meio rápido demais.
É um clássico e sugiro a leitura, com absoluta certeza, mas preparem-se para enfrentar uma leitura não habitual.

Flávia 19/04/2017

não amei, mas precisava mesmo ter lido
Comentário com SPOILER
Os personagens são odiosos e às vezes me foi difícil seguir na leitura. Não odiosos no sentido mais explícito da palavra, mas hipócritas. As descrições de Flaubert me encheram o saco tb algumas vezes. A cena do suicídio de emma me deu pesadelo de tão feia e tão bem escrita. que 13 reason why, o quê?
ah, essa edição da ediouro é um estorvo, ruim pra cacilda.

Poliany 31/05/2017

Uma decepção gratificante!
Devo confessar que no início da leitura eu não me senti totalmente presa e isso fez com que a leitura fosse arrastada e sofrida. Mas quando cheguei na 2ª parte... Que grata surpresa!!! Não consegui mais desgrudar os olhos e a leitura deslanchou. Eu havia entendido a ideia de cada personagem no início da trama, mas depois tudo se tornou mais complexo e profundo. Pude perceber e sentir os motivos pelos quais Flaubert foi autuado e como a sociedade burguesa se sentiu naquela época. Mesmo hoje sendo um assunto "batido", dá para sentir a intensidade das paixões e das consequências que tais atos trazem à vida daqueles que se entregam à elas. Não senti a necessidade de julga-los, pelo contrário, a compaixão foi um sentimento persistente! Indico e Indico! Insistam e apaixonem-se.

Paty 28/09/2021

Um livro horrível
Eu vi que uma editora colocou esse livro como sendo um livro romântico. Eu discordo bastante porque aqui só tem desgraça e nada de coisas realmente românticas.

Aqui nós temos a Emma, a Madame Bovary, uma das personagens mais chatas, egoístas que eu já vi no meu parco arsenal de literatura. Para mim, ela basicamente estragou a história inteira. Conversei com a minha professora sobre, e foi bacana porque minha professora ama esse livro e ama a Emma. Ela apresentou vários pontos nos quais eu não tinha pensado a respeito da coisa toda, mas nada me fez sentir menos irritada com a Emma e com tudo o que ela fez. Ela foi uma pessoa muito terrível no decorrer da história. Eu entendo que não teve ninguém pra ensinar os caminhos das pedras de uma vida em que não existem cavaleiros dourados, mas teve outros pontos que me revoltaram bastante. Tudo bem ser sonhadora, eu sou sonhadora, não tem nada errado com ficar imaginando as coisas, sabe, não é ela ser sonhadora que estraga tudo. O que estraga tudo é que ela é otária demais em tudo o que ela faz. É uma pessoa irresponsável, ela nunca cresceu realmente, nunca se tornou adulta. Uma coisa é que ela foi uma péssima mãe em todos os sentidos possíveis. Outra coisa é que ela não sabia administrar o dinheiro da casa que já era pouco. Minha professora argumentou que naquela época não tinha um pensamento como economizar ou administrar dinheiro da mesma forma que fazemos hoje. Tudo bem, entendo isso, mas a pessoa não parar de fazer dívida quando sabe que tem mais outras tantas dívidas que não foram quitadas não é uma coisa de época, é uma coisa de gente idiota. Ela já tinha N números de dívidas com o vendedor e ela não deixava, em momento algum, de fazer ainda mais dívidas e isso acabou ferrando o futuro da própria filha. Isso é revoltante de uma forma que, para mim, não tem como defender a mulher.

A verdade é que tem outros pontos, mas não estou com muita paciência para ficar só falando mal e criticando. Esse livro me tirou muito da minha pouca boa vontade e não quero me estender demais nisso. E o livro é chato por si só porque não acontece nada, e todo o momento eu só queria que os adultérios dela fossem descobertos e ela fosse, sei lá, excomungada, sentenciada à morte ou sei lá. Odiei ela do começo ao fim.

Paulo 13/03/2013

Sem titulo, mas... E Dom Quixote?
Difícil trabalho que me coloco ao resenhar este livro diante de admiradores do mesmo - afinal é um livro clássico e até hoje muito aclamado pela crítica popular. Porém, começo lembrando uma amiga minha me dizendo ''não importa o que acontece, importa o 'como' acontece''. Concordo parcialmente com ela, muitas vezes o ''como'' prevalece, mas a história de Emma não me desce, é extremamente previsível e sinto que minhas expectativas foram altas demais para o que o livro pode oferecer-me. Apesar de ter o traço dos fabulosos romances franceses do século XIX - minha obra favorita é O vermelho e o negro. A estrutura do enredo é claramente influenciada pelo ''Don Quijote de La Mancha'', é como parafrasear, ou adaptar um romance ao outro: ''de tanto ler romances de cavalaria...'' => ''de tanto ler romances românticos...''. Podem me crucificar, mas para mim ao Flaubert faltou foi é criatividade - escrita boa ele tem.

Ingrid 14/06/2017

Emma apaixonada.
Madame Bovary romance de Flaubert foi publicado primeiramente em quatro folhetins no ano de 1856.No ano seguinte foi publicado em formato de livro e em dois volumes.O que causou interesse na época sobre o romance e que levou muitas pessoas a lê-lo foi o processo que seu escritor sofreu, sendo acusado de ferir a moral pública e religiosa e os bons costumes franceses com sua obra. Posteriormente foi declarado inocente e o romance recorde de vendas.

Ainda hoje é uma obra muito debatida, analisada e querida dos críticos literários e de muitos escritores e leitores.Mas o que tem esse romance de tão inovador? O livro, sendo muito sucinta, vai mostrar a vida de uma jovem ,Emma Bovary, moça do interior, educada por freiras, leitora voraz de romances, órfã de mãe, extremamente bela e sonhadora que se casa com um médico , não muito famoso, de posses medianas, não muito charmoso e de personalidade tranquila, sonsa, sem opiniões fortes, muito pacato e caseiro. Emma casa-se com ele e ao longo do casamento percebe que não o ama, que o que ela procurava era emoção igual ao dos livros, ela quer um amor arrebatador, ela quer bailes, viagens, jantares caros, ela quer curtir a vida, mas o que tem é exatamente o contrário e começa a ficar entediada, fica grávida, anseia um menino, mas dá a luz a uma menina, e acaba por rejeitar a criança, achando-a feia.Nesse entre meio ela se apaixona por uma rapaz, a princípio luta para continuar sendo ética e fiel.

Esse rapaz, conhecido como Léon foi estudar em outra cidade e Emma sofre bastante até conhecer Rodolphe, ele é exatamente como os galãs dos romances, bonito, forte, estiloso, educado, engraçado, crítico, inteligente, viajado, e de boa posição social.Como não se apaixonar? Os dois começam um romance e dessa vez Emma dá voz aos seus desejos, ela quer viver um romance como os descritos nos livros, ela merece isso.

Só que com os acontecimentos Emma acaba querendo largar tudo e fugir com Rodolphe, levando consigo sua filha, ela coloca o amante contra a parede, este cede a princípio, a enrola e no fim a abandona. Ela sofre muito, fica doente mesmo, ela não vê mais razão para viver ( aqueles dramas clichês de sempre). Até que reencontra Léon e começa um romance com ele ( embora ainda goste de Rodolphe). Concomitantemente Emma consegue uma autorização do marido para administrar a renda da família, mas ela é engana por um golpista que a afoga em promissórias.Todos os bens acabam sendo penhorados.Ela entra em desespero, ninguém tem dinheiro para emprestar, ameaçam-na com julgamento no tribunal( Emma tem a alma soberba, adora comprar e comprar coisas caras, para a casa, para si e para os amantes). Charles, o marido alienado que nada vê, nada percebe, só trabalha, o marido que acredita na bondade da esposa e em seu amor, não sabe de nada.Todo mundo fofoca a respeito das traições dela, todos sabem das dívidas, mas ele acredita que só tem uma promissória gordinha para pagar e que está tudo bem.

E o grand finale é que Emma antes de charles chegar e descobrir sobre as dívidas, procura ajuda batendo de porta em porta, até mesmo Rodolphe declara que não pode ajudá-la. Ela sente um ódio pelos homens neste momento e começa a se achar superior a todos eles e decide que não tem coragem para explicar a Charles como acabou com sua fortuna e decide tomar arsênico, sua agonia dura algumas horas e ela morre conseguindo sorrir antes do último suspiro .

O Romance ainda continua: Como ficou Charles após a morte da esposa? Ele perdeu todos os bens? Descobriu a verdade? E sua filha, qual foi o destino da criança? O pai de Emma consegue ver a filha antes da morte? Qual foi o final de Lén e Rodolphe? O que acontece com quem deu o arsênico a Emma?E o farmacêutico alcança a glória almejada ou será preso pelo exercício ilegal da medicina? Qual o destino da mãe de Charles?

Na história exitem dois personagens o padre e o farmacêutico. O farmacêutico exerce um pouco a medicina sem o diploma, as autoridades ficam de olho nele.Homem inteligente, chato, interesseiro, soberbo, critico ferrenho da religião.Neste ponto que queria chegar ,o livro coloca em cheque os debates da ciência versos religião. O positivismo, cientificismo da época encontra espaço nesta literatura e é interessante e engraçado ao mesmo tempo.

Madame Bovary é um marco na literatura ,pois é a primeira vez que se descreve as relações amorosas dessa maneira, a primeira vez em que uma personagem feminina dá vazão aos seus desejos, é capaz de fazer escolhas, não liga para a maternidade, não é um exemplo de esposa.A primeira vez na literatura em que uma mulher é capaz de fazer escolhas, de traçar seu caminho, mesmo que as escolhas sejam erradas e que os caminhos a tenham levado para o fundo do poço. A primeira vez em que não tem o felizes para sempre. Emma Bovary é uma desconstrução da mulher do romantismo.É óbvio que chocou na época.Além de trazer outras críticas da sociedade e sobre as personalidades também, olha Charles Bovary, ele me lembra um personagem de Machado de Assis em A luneta Mágica, sabe, ele tem uma miopia intelectual, ou ele é bom demais, passivo demais, dá vontade de entrar dentro do livro e gritar para ele deixar de ser besta! Emma também é muito "sonhadora" para mim, boba mesmo. Sério, ela é boba, egoísta, metida, chata ( Eu odiei a personagem) embora entenda todo o valor e importância dela. Já cheguei a cogitar se Emma Bovary não seria a grande piada o escritor, se ele a fez como critica as mulheres, tipo: "Olha o que acontece se dermos liberdade para as mulheres" porque para uma mulher forte, que foge dos padrões, que é dona de si até para escolher seu final, ela fez da própria vida um caos ( aquelas duas expressões populares explicam melhor:Trocou os pés pelas mãos e ou é oito ou é oitenta ).Ela percebeu que mesmo os amantes são monótonos, ou seja, nem ela sabia o que realmente queria, o que de fato iria preenchê-la, ela viveu acreditando que uma coisa a faria feliz, mas a fez igualmente infeliz. É triste, é trágico. Ela acabou não só com sua vida, ela arruinou as pessoas que a amava. Sério é revoltante. Ela não deu uma chance ao casamento, não deu valor ao amor que já tinha,pois o buscava fora.Eu sinceramente não sei o que pensar.

site: http://aportadomar.blogspot.com.br/

Bruna 17/12/2018

Uma família desconjuntada
Charles, um médico mediano, sem forças de personalidade para se desenvolver em sua profissão, sem bom gosto para apreciar a arte da música, da leitura ou teatro, mimado pela mãe e esperando da esposa a fortuna que ele não tem, se casa com Emma após enterrar sua primeira esposa, a quem não amou.
Emma, após viver as virtudes da religião, experimentar o torpor da espiritualidade, e se afundar nos romances de emoções trágicas, espera de Charles o acesso a vida emocionante, ao amor estonteante e uma vida regada pela beleza e a arte.
Mas essa família se envolve numa rotina imposta pela mediocridade da profissão de Charles, numa cidade do interior, e Emma não vê em sua casa caminhos para a apreciação nem mesmo em seu marido a ardente paixão de que lera outrora. Envenenada pela decepção, procura nos vestidos, nos livros, nas paixões realizar o desejo de viver algo de especial.
Vivendo entre a paixão e o remorso, é amarga com a sogra, indiferente com a filha e negligente com o dinheiro.
No fim, faz de sua morte a solução perfeita para sua desgraça, Charles a acompanha, e Berthe termina a vida legada aos parentes mais próximos.

Rafael.Honorato 12/05/2021

Dinheiro e prazeres não são a resposta
Madame Bovary foi uma recente releitura que gostei muito de ter feito.

O livro narra a história de Emma, uma mulher sonhadora, muito influenciada na infância pela leitura romântica e sentimental. Casa-se com Charles, um médico abnegado e dedicado à esposa, família e ao trabalho, porém, contente demais com uma vida monótona e entediante, levada de maneira extremamente passiva a tudo e todos.

Emma, uma das personagens mais complexas e bem desenvolvidos que já pude ler, sente-se presa a esse casamento sem as emoções que sonha e deseja e começa a buscar vida e paixão à sua existência, o que leva ela a breves momentos prazerosos acompanhados de muitos caminhos tortuosos, aflitivos e fatalmente desastrosos (vem ler pra descobrir quais!).

O livro é maravilhosamente bem escrito, o autor desenvolve um estilo descritivo muito interessante, proporcionando imaginar e compreender cada cena relatada. Ele transita entre descrições detalhadas (uma expressão, um movimento ou uma peça de roupa dobrada de maneira específica, etec) e os quadros gerais (como caminhavam um grupo de pessoas e quais eram as cores que preenchiam o cenário), fazendo essas transições como num filme que 'aproxima' ou 'distancia' a câmera em foco. Genial e surpreendentemente sem ser chato. Qualidade que poucos escritores conseguem.

A trama é muito interessante, deve ter sido realmente um verdadeiro alarde uma temática como essa no ano de 1856 (o livro chegou a ser proibido em alguns países por várias décadas). Talvez o autor desejasse mostrar que, na média, a vida é menos empolgante e emocionante que os livros vendem (livro, filmes, redes sociais, etc, para os tempos atuais) e que viver unicamente numa busca incessante de emoções e prazeres, sejam sexuais ou consumistas podem nos levar a desastres, como o livro apresenta de maneira tão crua e impactante.

O autor ainda desenvolve algumas críticas ao embate ciência x religião através de personagens secundários, que fazem pensar muito e vale a pena conhecer.

Livro fantástico, recomendo muito a leitura e considero uma verdadeira obra-prima.

E você, quais foram as suas impressões de leitura quando leu? Gostaria de ler também? Comenta aqui?

Lorena.Mireia 13/06/2018

Clássico polêmico!
Apesar de não conter nenhum conteúdo imoral, propriamente dito, o autor Gustave Flaubert foi acusado de escrever uma obra que atenta contra a moral e os bons costumes da época, no contexto de uma sociedade ultraconservadora, no século XIX.
No começo da leitura, pensei diversas vezes em desistir por ser demasiadamente descritivo, mas a partir do momento em que o autor passa a diminuir essas digressões e então, foca realmente na história, mudei minha opinião.
Emma é uma mulher infeliz, casada com Carlos Bovary, um médico que a ama desesperadamente desde a primeira vez que a viu. Emma é sempre ríspida com seu marido e nem sequer finge nutrir algum sentimento por ele, no entanto, Carlos acredita ou tenta se enganar de que é correspondido.
Emma, entendiada da monotonia conjugal, se entega às paixões, deseja se aventurar, viver intensamente, mas lá no fundo ela continua sendo infeliz e vive sempre atribulada, ora de decepções amorosas, ora de dívidas acumuladas.
A obra também traz algumas discussões religiosas interessantes entre um padre e um farmacêutico, que se diz filósofo.
Enfim, valeu a pena a leitura desse clássico da literatura francesa!

otxjunior 22/07/2020

Madame Bovary, Gustave Flaubert
Durante a leitura toda, aparecia em cabeça o mesmo adjetivo para definir quase que qualquer personagem do romance, indefensável. Principalmente se tratando da entediada, frívola e irresponsável personagem-título. E admito que demorei para entender que faltava defesa porque Emma Bovary é uma heroína romântica (do Romantismo) na era do Realismo, escrita por um de seus precursores e dos escritores mais influentes no gênero. Duh!
A compreensão disto, infelizmente, não escusa a obra de sua narrativa, em sua maior parte, aborrecida. Diferente da maioria dos livros em que o ritmo cresce com o avançar da leitura, este começa promissor com uma série de acontecimentos em poucos capítulos, mas me peguei lendo um por dia em sua última parte, porque não sou de abandonar. O tédio só se comparando ao sentido pela protagonista, especialmente depois de casada.
Claro que as descrições, especialmente do cenário bucólico francês, são requintadas e gosto particularmente da ideia de que os amantes de Emma são quase dispensáveis à trama, frente ao ato do adultério em si e suas consequências. Em específico, falando do que considerei positivo, um colóquio lascivo, em uma passagem, alternado por discursos sobre trato de animais domesticados é certamente um destaque. Mas que é equilibrado quando, por exemplo, um elemento que virá a ser importante no desfecho da personagem (eu tentando não dar spoiler de uma obra do século XIX!) é introduzido forçosamente na história.
Para finalizar, chamo a atenção para um personagem secundário que está presente mais pro meio e adiante no romance, o farmacêutico do vilarejo onde os Bovary residem. De um dos personagens mais desagradáveis, o vaidoso e ambicioso Homais, ao fim, se destacou por sua complexa psicologia de um pequeno mas ainda homem da ciência, sozinho em seu combate contra as superstições e ignorância dos campesinos. Ainda desagradável, mas protagonista dos raros momentos de inesperado humor da obra, principalmente em seus embates com o chefe eclesiástico local, Homais rouba a cena com gravitas e intensidade. Suficientes para arrematar a história e quase justificar uma mudança de título, para Monsieur Homais.

Mari 21/06/2021

Não gostei, demorei horrores para ler. Acabei não terminando depois de ficar parada nos 70% por meses. O drama da Emma não me cativou, entendi seu sentimento e frustrações, mas não me prendeu e nem fez eu gostar da leitura. O livro é arrastado é não é o tipo de escrita que gosto.