A Grande Mortandade

A Grande Mortandade John Kelly




Resenhas - A Grande Mortandade


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Kelly Oliveira Barbosa 20/09/2023

Este livro não é somente sobre a Peste Negra, a maior pandemia da história, mas sobre um tempo. John Kelly, abarca todo o contexto histórico da Peste Negra e de uma forma muito interessante. Sua narrativa, inúmeras vezes entrecortada pelas próprias palavras dos contemporâneos da peste, nos aproxima muito da terrível experiência que homens e mulheres vivenciaram.

A Grande Mortandade, publicado originalmente em 2005, retrata a cronologia de uma doença contagiosa oriunda de ratos, que em certo momento do século XIV, colapsou a Europa, senão causando sua ruína completa, operando um verdadeiro reset no mundo medieval.

Para a maioria dos historiadores modernos o que chamamos de A Peste Negra, surgiu em algum lugar da Ásia Central e depois se espalhou para o oeste, em direção ao Oriente Médio e à Europa, e para o leste, em direção à China, pelas rotas do comércio internacional. Um ponto de origem frequentemente mencionado é o planalto da Mongólia.

Não sabemos quantas pessoas morreram durante a Peste Negra. Segundo os dados reunidos por John Kelly, para a Europa, o percentual da mortandade mais amplamente aceito é de 33%. Em números simples, isso vale dizer que entre 1347 e 1352, o velho continente perdeu 25 milhões de seus 75 milhões de habitantes. Mas em certas partes da Itália urbana, do leste da Inglaterra e da França rural, a perda de vidas humanas foi bem maior, ficando entre 40 e 60%.

A Peste Negra se espalhou tão rápido na Europa e sua mortandade foi tão grande que representa um grande mistério para muitos até hoje. Há quem defenda que na verdade, a doença que se espalhou foi outra, talvez o antrax, ou o ebola, ou até mesmo uma doença X desconhecida que apareceu e simplesmente sumiu. Porém, por mais que os surtos posteriores da doença e até a do século XIX, a chamada Terceira Pandemia, não tenham sido idênticos a doença que os contemporâneos do século XIV descreveram: com seus bubões inflamados na virilha, pescoço ou axila, que mais pareciam tumores; os vômitos de sangue, o mal cheiro dos corpos ainda vivos, as mortes em poucos dias ou até horas… A argumentação dos especialistas trazida pelo autor fundamenta bem a tese da maioria de que a Peste Negra foi sim um surto da peste – a doença infecciosa aguda, transmitida principalmente pela picada de pulgas de ratos infectados, que se manifestas nas três formas extremamente letais se não houver tratamento adequado: Bubônica, Pneumônica e Septicêmica.

A Grande Mortandade, como os europeus medievais chamaram a Peste Negra, foi um acontecimento determinante e decisivo na história. Conhecer os seus pormenores é crucial, portanto, para compreendermos a mesma. Olhar para essa terrível catástrofe humana nos ajuda a melhor discernirmos o presente e o futuro, isso é, sem ilusões e sem fatalismos. Para mim ficou bem claro mais uma vez o que de melhor e de pior podemos esperar – do ser humano.

site: https://cafeebonslivros.home.blog/2023/09/20/a-grande-mortandade-john-kelly/
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Livrendo 24/07/2023

UM REFLEXO DO PASSADO CAUSANDO UM ECO NAS ATITUDES DO PRESENTE...
Rico em material de pesquisa histórica sobre a Peste Negra, que dizimou 1/3 da população na Idade Média. Esse livro discute sobre aspectos econômicos e políticos da época em paralelo com o dia dia das pessoas. A Grande Mortandade é uma narrativa extremamente rica de detalhes realístico da doença, a peste bubônica conhecida como a Peste Negra foi narrada com tanta imersão de informações, que nós traz a sensação de reviver o período pelas palavras do autor. Todo o cuidado de explicar a doença e os motivos que a desenvolveu, me deixaram em uma estado perplexo durante as passagens de páginas.que a envolveram. A base enorme de informações que foram estudadas pelo autor, mostram o quanto essa obra é expetacular.. Duas coisas eu achei mais que interessante no final, a primeira foi que podemos concluir que a devastação da doença abriu margem para a classe de trabalhadores "plebeus"pudessem emergir a burguesia. A Europa presenciou um decréscimo demográfico (diminuição da população) ocasionado pelas mortes por peste negra.Com menos pessoas vivendo na Europa, consequentemente o continente presenciou a falta de mão de obra nos campos, levando a uma diminuição na produção agrícola. Para compensar o decréscimo nos ganhos, os senhores feudais passaram a aumentar a carga de impostos dos servos. Este fato gerou várias revoltas camponesas que desestabilizaram a sociedade medieval.

Por sua vez, a maioria dos servos deixou o campo e passaram a ocupar as cidades, onde havia mais trabalho e recursos. Assim, começa a crescer o poder da burguesia iniciando a crise do feudalismo e a revolução burguesa.
Da mesma forma, houve quem se apropriasse de terras, bens e heranças que foram deixados abandonados por aqueles que haviam morrido vítimas da peste.
A segunda questão que me envolveu foi mais a da pesquisa sobre o que realmente trouxe a crise no século 14. Quando o autor traz a afirmativa sobre a peste bulbônica, ele trás por terra incertezas sobre o que teria realmente acontecido nesse período na Europa, e posso dizer que amei essa conclusão. Por mais que tenha ocorrido uma guerra, ela não foi o principal fato pela diminuição populacional da época, e muito menos a questão de pequenas epidemias como sarampo, rubéola, gripe, entre outras.
A peste bubônica causada pela bactéria Yersina pestis que se alastrou pela Ásia e Europa durante o século XIV. Ela era transmitida por pulgas, ratos domésticos ou pelo contato com outro contaminado. E devido aos costumes culturais e hábitos de higiene da época, essa bactéria criou mais que vida, ela criou poder sobre a população trazendo a devastação de nações poderosas e ricas.
Com base na nossa atual condição no mundo em 2023, podemos sim afirmar, que um vírus e uma doença desconhecida pode dizimar uma população e criar um colapso econômico sem precedentes.
Lendo esse livro não tem como não traçar um comparativo do efeito de uma doença potente e mortal em um período onde a tecnologia e as informação não eram tão enriquecidas como agora, e que os efeitos são tão devastadores a ponto de colapsar um continente tão fortemente.
Criando um paralelo, podemos dizer que os dados fornecidos pelo autor colabora com os efeitos e variantes da propagação da doença. A peste negra é oriunda de uma bactéria, e ela viajou os mares trazendo o caos.
O principal fenômeno transmissor da peste negra foi o comércio marítimo realizado pelos mares Negro e Mediterrâneo. Um dos primeiros relatos sobre a peste negra foram registrados durante a guerra entre genoveses e mongóis travada na cidade de Caffa (atual Teodósia), na Península da Crimeia, em 1346. Ao ver que os mongóis muçulmanos morriam, os genoveses católicos atribuíam à doença à justiça divina, pois era um sinal que Deus estaria do lado dos cristãos. Quando as batalhas acabaram, os genoveses voltaram à Península Itálica levando a bordo ratos que hospedavam pulgas e eram elas que transmitiam a bactéria da doença. A partir de então, diversos surtos da doença passaram a aparecer em diferentes regiões europeias. Assim a doença foi disseminada, a partir de portos como Veneza, Marselha, Barcelona, Valência, etc. Outro caminho de propagação foi a Rota da Seda por onde passavam as caravanas vinda do Oriente em direção aos mercados europeus. As cidades possuíam uma maior taxa de contágio do que as regiões rurais, pois as pessoas conviviam mais próximas, facilitando o contágio.Durante a peste negra, as cidades contratavam médicos para tratar os doentes. Nem sempre estes eram habilitados ou possuíam estudos de medicina, mas eram aceitos com a esperança de que trariam a cura.Eles eram contratados pelas cidades para cuidar dos doentes, contabilizar os mortos e alertar as autoridades sobre possíveis novos focos da doença. Esses médicos ganhavam bastante dinheiro durante os períodos de epidemia, porém, ironicamente, nem todos sobreviviam à peste.
Um resumo sobre a sociedade da época, e sua necessidade de simplificar a doença foi as crenças religiosas que impossibilitaram durante um bom tempo medidas de higiene e preservação da população sadia. Então o fator predominante da época para tal tragédia foi o estilo de vida avesso a auto higiene frequente e a resistência por parte das instituições religiosas.
Como disse, não tem como não ler esse livro hoje, e não traçar um comparativo com a pandemia que assolou o mundo. E que em muitos países, como o nosso o Brasil, criaram resistência para a aceitação de algo potencialmente fatal e nefasto como uma doença desconhecida.
E mesmo em meio a muita tecnologia, ficamos a mercê do desconhecido, como a Europa esteve um dia. E no final, foram os homens e suas crenças que atrasaram a possibilidade de preservação de vidas.
O livro foi publicado em 2011, mas acho interessante essa analise medindo os últimos fatos no mundo.
Ju Ragni 25/07/2023minha estante
Também gostei muito desse livro, aprendi muito sobre a época e sobre a Peste com ele.




Allysson Falcon 09/02/2022

Autor perdeu a chance de escrever um grande livro
O senhor John Kelly até que começou bem o livro A Grande Mortandade mas sucumbiu, morrendo abraçado na sua visão preconceituosa, deturpada, odiosa mesmo, à religião cristã.

Em tempos de peste chinesa, é natural o interesse pela lendária Peste Negra. A obra, de início, apresenta um relato que parecia ser calcado numa profunda pesquisa histórica, com inúmeros relatos de cronistas que viveram a grande mortandade no século XIV.

Logo nos primeiros capítulos o leitor mais atento se depara com o sutil anti-catolicismo do autor. O que é sub-reptício no começo, vai se soltando e ficando descarado ao longo do livro.

Simplesmente toda e qualquer menção aos religiosos, seja padre, bispo, abade, freira, monge e afins é sempre colocada com ironias, deboches e achincalhes.

O problema é que, nos capítulos seguintes, o autor pula do deboche e embarca nas mais descaradas mentiras, deturpando sem o menor pudor a História. Por exemplo, o autor cita exaustivamente a perseguição que católicos infligiram aos judeus, durante a Peste.

Sim, aconteceram inúmeros "pogroms" contra os judeus. Também durante a Peste. Só que o fenômeno do anti-semitismo europeu é algo muito antigo, muito complexo e que acontecia em fases distintas. Autores como Saul Friedlander, Trond Berg Eriksen, Hakon Harket, Einhart Lorenz, Sir Martin Gilbert, dentre outros, escreveram extensas obras sobre a história do anti-semitismo e da questão judaica na Europa.

O senhor John Kelly requenta velhos clichês, mentiras e preconceitos medievais no que tange à Igreja Católica. Pior que isso: ele mente muito.

Tentando "provar" sua tese da perseguição católica aos judeus Mister Kelly diz que a Inquisição buscou processar judeus autores de livros judaicos. Isso jamais aconteceu.

A Inquisição, instituída pelo Concílio de Latrão em 1139, foi um resultado dos milhares de assassinatos perpetrados por pessoas que diziam estar agindo para defender a fé, contra heresias, no início contra os cátaros. Todo o sistema de processo penal ocidental nasceu na Inquisição. E outra, ao contrário do que diz Kelly, a Inquisição só processava católicos.

Ao longo da leitura fui perdendo o respeito pelo autor, melhor dizendo, o autor não se deu ao devido respeito. Se mostrou um fraudador da verdade histórica. Algo lamentável.

Seus preconceitos e deturpações medievais denotam sua ignorância (ou seria desonestidade pura e simples?) sobre o período histórico. Ele deveria ler e estudar os maiores historiadores medievalistas como Régine Pernoud, René Grousset, Henri Pirenne, Barbara W. Tuchman, Alain Dermuger, Johan Huizinga, Franco Cardini dentre outros.

Uma leitura que começou interessante, terminou modorrenta, quase um martírio.

John Kelly perdeu a chance de escrever uma grande obra. E eu perdi um tempo precioso lendo as mentiras desse pobre senhor.

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Ju Ragni 05/12/2021

Para conhecer e refletir
Uma excelente pesquisa histórica sobre a Peste Negra, pandemia que matou cerca de 1/3 da população da Idade Média. Para mim foi esclarecedor em muitos aspectos, inclusive na discussão do agente patogênico, que eu acreditava já ter sido aceito como as pulgas de ratos, entretanto a discussão é maior que isso. Enquanto descreve a instalação da peste na Europa, o livro nos mostra um panorama histórico robusto da vida nesse período, tanto corriqueira quanto nos aspectos econômicos e políticos. Um trabalho que, totalmente integrado, nos mostra um retrato completo de uma época. Traz no final, uma constatação: a peste foi um eficiente reorganizador social, e por ironia, distribuiu uma justiça social que talvez seria impossível sem sua ocorrência, na medida em que as classes nobres empobreceram, uma vez que o valor das terras, que eram a fonte de sua riqueza despencou, pois com a mortandade havia terras em quantidade a cultivar, e as classes trabalhadoras, que levavam uma vida miserável e de exploração, com a escassez de mão de obra, passaram a cobrar o que achavam justo pelo seu serviço, assim como se apropriaram de muitos bens abandonados pelos mortos, melhorando sua qualidade de vida. Coitados de nós, humanidade, que precisamos de uma pandemia para distribuir a justiça social que não somos capazes de fazer sózinhos. Alguma semelhança com a pandemia atual, em que os países ricos se vacinam e são reinfectados pelas cepas de vírus originados de países pobres, que não tem recursos para vacinar sua população?
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Jon 06/09/2015

Um relato contundente
Sou fascinado pelo que se convenciona, em geral, chamar de A Idade Média Europeia. A música, os costumes, as monarquias, os conflitos, os povos e, por que não, as questões de saúde da época. "A Grande Mortandade" é um relato contundente, profundo e impressionantemente realístico da doença que devastou a Europa no século 14, a grande epidemia de peste bubônica que hoje conhecemos como a Peste Negra. O autor reviveu a Europa medieval para então explicar a doença e as circunstâncias que a envolveram. Fiquei fascinado com a quantidade enorme de dados e informações que sobreviveu aos séculos e que foram arduamente estudados pelo autor. Poder visualizar tudo isso foi incrível. Creio que volumes tratando da Europa medieval aqui no país sejam raros, portanto tenho que dar meus parabéns à Editora Bertrand Brasil pela iniciativa de publicar A Grande Mortandade aqui. Para mim, este é um livro-referência. Apesar de evidências científicas comprovadoras com resultados obtidos por testes, há profissionais de diversas áreas que ainda negam que o que devastou a Europa durante a Peste Negra foi a peste bubônica. Considerando fatos versus negações, fiquei feliz por contar, no final do livro, com um autor que não ficou em cima do muro, dando uma de neutro ou politicamente correto: o que os testes provaram, o que o autor declara e o que eu também acredito é o seguinte: a doença que varreu a Europa no século 14 na epidemia que ficou conhecida como Peste Negra definitivamente foi a peste bubônica.
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João 22/08/2015

Uma história íntima da Peste negra,a pandemia mais devastadora de todos os tempos.
O autor John Kelly narra com detalhes,a devastação causada pela Peste Negra no século XIV.
A Peste Negra,como ficou conhecida é causada pelo bacilo "Yersinia pestis".
Contagiosa ao extremo,os sintomas básicos da doença eram os bubões(caroço ou inchaço),febre, manchas negras pelo corpo e um mau cheiro terrível.
Segundo o autor,a doença tem sua origem entre os ratos e as marmotas.
O caos se instalava junto com a doença.Pais abandonavam filhos,filhos abandonavam pais,não havia mais a caridade.A doença levou à morte em alguns lugares 60% dos habitantes.

O autor traçou uma rota feita pela Peste Negra durante três anos.A devastação causada pela doença é impressionante.Acredita-se que há outras epidemias que tomaram carona junto com a Peste Negra,tais como varíola,antrax e outras,por isso tão grande a taxa de mortalidade durante essa época.
A Peste Negra não fazia distinção das vítimas.Ricos,pobres,animais(cães,gatos,aves).

O livro é muito interessante.Não é só um estudo da Peste Negra mas também uma aula de História sobre o século XIV.Com os fatos narrados por John Kelly dá pra se ter uma noção de como era a vida nesse século.A maneira como as pessoas viviam,o que comiam,seus hábitos de higiene,como funcionavam as leis,a medicina ,enfim uma aula de como era a vida das pessoas nessa época.

A simplicidade e a ignorância da época são impressionantes.Algumas coisas me fizeram rir de tão absurdas que eram.

"O bispo sueco Bengt Knutsson,por exemplo recomendava que se evitassem o sexo e o banho por que onde os corpos tem os poros abertos,como no caso dos homens que se entregam às mulheres ou se banham com frequência,estão mais propensos à doença."

"Já o muçulmano Ibn Khatimah recomendava sangrias regulares para purgar o excesso de calor.Também devia ser evitado ou praticado com moderação exercícios físicos."

"Os Mestres de Paris incitavam as pessoas a evitarem os acidentes da alma.Deveriam ser especialmente evitados o medo,a preocupação,o choro(???),falar mal dos outros(?!!),a meditação excessiva e a ira."

"Adequada,na opinião de Ibn Khatimah era a estupidez,que diminuía o risco da pestilência;inadequada era a inteligência,que o aumentava."

Essas eram algumas das recomendações ,para se evitar a doença da Peste.Quando se lê algo assim descrito a única coisa a fazer é rir ou agradecer por não ter vivido numa época dessa.
A Igreja em meio ao caos da Peste Negra sugeria que era o Apocalipse,o castigo dos céus para a humanidade corrompida.O absurdo narrado pelo autor me deixou sem palavras.

"Preocupada com os corpos não enterrados,infectando o ar e portanto espalhando a peste,os leigos quiseram cavar uma vala comum fora da cidade;mas o clero resistiu.A vala comum ficaria em solo não consagrado e as pessoas enterradas nesse solo poderia ser relegadas no Dia da Ressurreição.Em 19 de janeiro o bispo Edendon tentou abrandar o descontentamento popular a respeito da oposição da Igreja quanto aos enterros com uma declaração.Havia boas novas,declarou o bispo.O Sumo Pontífice havia em função da iminente grande mortandade,concedido a todas as pessoas da diocese uma indulgência plenária no momento da morte caso partissem de boa-fé."

Ou seja,nem dá pra comentar algo assim.Dá até arrepios.Assusta mais do que as imagens da Peste ou da Morte criada pelos artistas durante a Peste Negra.
Dá pra ficar chocado com algumas coisas descritas no livro.Segundo o autor,grande parte das pessoas ficavam infectados com a Peste por que não tomavam banho.Segundo o autor havia um frade que se orgulhava de estar sem tomar banho e trocar de roupas há mais de três meses.Parece que higiene pessoal não era um hábito adotado pelas pessoas da época.pior,tomar banho,ser limpo era considerado excesso de vaidade.(!!!??).

O que também me impressionou foi o fato de os judeus terem sido acusados de serem os causadores da Peste.Diziam que eles eram também os culpados pela doença.Como se já não bastasse a Peste para enfrentar,os judeus também caíram em desgraça.Segundo o autor pode ter morrido na época morreram mais judeus assassinados do que infectados pela Peste.Alguns lugares chegaram a criar leis para exterminar os judeus,ou para acusa-los de terem tramado para espalhar a doença.

"Em nome do louvor e da honra de Deus e do bem da cristandade,o Landgrave(nobre que na Alemanha,tinha jurisdição sobre uma grande área) advertiu o conselho municipal,queimem os judeus imediatamente."

"E assim em um ano todos os judeus entre Colônia e a Áustria foram queimados"

Impressionante o que as pessoas são capazes de fazer.Se nem mesmo durante uma epidemia como essa onde todos deveriam se unir o ser humano age com discernimento e justiça o que esperar do mundo?
.Demorei pra terminar por que quis ir lendo aos poucos,pra dar tempo de digerir bem a leitura,já que se trata de um tema mórbido e pesado.Mas é leitura de primeira e pra quem gosta desse tipo de assunto é essencial ler esse livro.
O que me incomodou um pouco foram as mais de setenta páginas finais,gastas com notas das quais eu não entendi nada e o índice.Mas nada que tire o prazer da leitura de um livro tão bom.
Leitura excelente!


Dani Vale 30/09/2015minha estante
Super interessante sua resenha, mais um livro para próximas leituras!




Benigno 10/12/2013

A peste negra
Bom livro, o autor passa as informações de forma que a leitura flui de maneira agradável, embora seja um tema pesado, afinal boa parte da população europeia foi dizimada pela peste negra.
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Edualef 17/02/2012

Maior e mais mortal epidemia até hoje registrada, a Peste Negra matou aproximadamente um terço da população européia de então, causando profundo impacto demográfico, econômico e cultural na sociedade do continente. O livro conta essa história a partir de um vasto material da época e uma infinidade de dados muito bem costurados pelo autor num texto romanceado que torna a leitura muito interessante. A técnica também gera uma grande empatia, que acaba servido como elemento de conexão entre leitor do século XXI e os personagens dessa tragédia, 700 anos no passado.

Ele não só vai fundo na história da doença, na sua origem e no seu percurso, mas também mostra o quanto ela afetou o imaginário coletivo do continente.
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