Ludmila119 31/08/2016
Livro
O livro se desenrola como uma entrevista com Roger Chartier. No decorrer de suas páginas, conhecemos um pouco sobre a história do livro, a revolução de Gutenberg e as transformações que autores, editores e obras sofreram ao longo dos anos.
O autor fala que a revolução do livro eletrônico não é tão "drástica" como pode-se pensar, assim, como não foi uma revolução tão drástica a prensa de Gutenberg. Livros manuscritos e tipografados conviveram por algum tempo.
A experiência com a obra também é amplamente abordada. Você já imaginou como era ler um pergaminho? Como precisava das duas mãos, uma mera anotação precisaria de um ajudante.
O livro em seu início teve uma profunda relação com o sagrado, e as principais pinturas que as obras apareciam, elas remetiam a palavra do sagrado presente na imagem. Isto foi aos poucos modificando-se, assim como aqueles que estabeleciam o que leríamos, ou seja: a família, a igreja, a escola e a biblioteca. O livro também emancipou-se, digamos assim, das instituições que lhe consagravam.
Compreendemos também que os hábitos de leituras mudaram com o passar do tempo. De uma leitura realizada em voz alta, a um ruminar e, por fim, a uma leitura silenciosa. Os ambientes também mudaram, passando da reclusão dos gabinetes e quartos até o espaço público, como trens, metrôs, aviões e ônibus. Sobre esse contexto, Chartier (1999, p. 144) afirma: "a leitura silenciosa, mas feita em espaço público, é uma leitura ambígua e mista. Ela é realizada em um espaço coletivo, mas ao mesmo tempo ela é privada, como se o leitor traçasse, em torno de sua relação com o livro, um circulo invisível que o isola”.