O som e a fúria

O som e a fúria William Faulkner




Resenhas - O Som e a Fúria


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Maria16577 21/07/2023

Uma introdução misteriosa e intrigante, um desenvolvimento que demonstra a complexidade de tópicos e personagens, e uma conclusão completamente eletrizante. Só que a introdução é o meio (e o fim, e o começo, e o interno e externo) o meio é o começo, e o fim é o fim mesmo, só que igual à introdução.
Enfim, um livro por vezes complexo ao ponto do incompreensível, mas extremamente profundo. Existe tanto, mas tanto por trás do sofrimento intenso que corre nessa família completamente disfuncional, que sinto que até os membros mais odiosos e cruéis (você mesmo, Jason) poderiam ser um pouquinho mais compreendidos, considerando o peso de tudo. Provavelmente precisaria de mais umas dezenas de leituras para conseguir, de fato, entender completamente esse livro, mas por hora só posso dizer que fiquei completamente fascinada.
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Roberto 09/07/2023

"O importante é que senti"
Acompanhamos o relacionamento conturbado entre os membros da família Compson, nos dando uma história recheada de muito som e muita fúria
O fluxo de consciência utilizado na história dá uma profundidade ainda maior na história, que segue um tema já usado até a exaustão na literatura, que é o conflito familiar, transformando a obra em uma experiência imersiva, sentindo na pele os conflitos, perrengues e raras alegrias pelas quais os personagens passam, bem como notar as certas "tendências" de cada um num mesmo relato
Sentimos a confusão e alienamento em que o Benjy vive, sentimos os diversos conflitos da mente turbulenta do jovem Quentin, e toda a raiva e amargor do Jason, somada à escrita belíssima do Faulkner, que captura toda a beleza e melancólica do sul
É uma leitura bastante intensa, e para tal aconselho os leitores a serem pacientes e anotarem ou grifarem as certas partes confusas, e prestar atenção no que vier depois, pq cedo ou tarde as perguntas serão respondidas
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Cafeína 06/06/2023

Um turbilhão sobre tragédia e resistência
Um livro complicadíssimo, sem dúvidas, mas, em parte, quem sabe, justamente por isso, um livro muitíssimo especial, para mim, acima de tudo, pelo poder aqui empregado pela escrita, afinal, muitos reduziram a trama disso meramente a simplicidade do declínio de uma família aristocrática do sul dos EUA no início do século, alí por volta dos anos 20, o que por si só já renderia uma história e tanto, ao meu ver, mas o carro chefe aqui mesmo é a maneira como essa história é contada. Começando de uma vez justamente pelo fator que implica a grande dificuldade em lê-lo, a escolha de deixar mais de metade da história nas mãos de um neurodivergente e outro no mínimo perturbado, o que tornou essa parte quase que ininteligível, pela maneira como o tempo flui sem aviso, as vezes mais de uma vez no mesmo parágrafo, sem contar nos fluxos de consciência, dos quais se abusa até a exaustão. O que há por trás dessa leitura maçante, ao menos o que eu encontrei, foi uma das mais expressivas representações das angústias humanas. Afinal, angústia por quê? O Falkner parece interessado em representar de todas as formas a tragédias inerentes às nossas vidas, quer seja pela marcha incessante do tempo, esmagando qualquer tentativa que atribuir significado às coisa, bem como pelo vazio de propósito no qual nos afundamos incansavelmente; isso tudo enquanto somos bombardeados incessantemente pela inevitabilidade das mudanças, de uma sociedade que escraviza a um estrato, de uma família decadente se agarrando a desesperada a uma sombra do que já foi, ou de valores inflexíveis, que o asfixia. É quase como se tudo na história girasse em torno da ideia de declínio, desde a inteligibilidade do texto, por assim dizer, indo do turbilhão do mais caótico turbilhão de sensações e pensamentos a um texto mais limpo partido de uma terceira pessoa, mas onde mais se percebe essa natureza decadente, facilmente, é na história dessa família. Eu não tenho propriedade para ver a relação histórica, mas mais do que um paralelo para qualquer uma das poderosas ex-escravocratas do sul, o declínio e queda dos Compson é uma representação de todo um estilo de vida, de um conjunto de ideias, já moribundos no início do século e que se vai tardiamente.
Depois de toda essa tragédia e sofrimento, o som e a fúria é uma história sobre esperança, mais precisamente sobre encontrar uma esperança no caos. Eu resumiria tudo às últimas palavras do autor; depois do fim da família protagonista, temos um breve relato sobre os seus servos, e então, o autor se vira a eles e declara ?eles resistem?.
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@quixotandocomadani 06/06/2023

"estilhaçou o tempo e embaralhou os pedaços"
O mais interessante de tudo foi realmente a narrativa, só por isso, valeu a experiência! É muito legal a forma como os fatos vão se encaixando no decorrer do livro e o recurso utilizado para isso. A partir do terceiro capítulo a leitura fica mais fluída e começamos a encaixar as peças.  O apêndice, é a moldura do quebra-cabeça, fecha os detalhes. 

Não pude deixar de fazer uma analogia da experiência de ler esse livro com a vida...a primeira metade é super confusa, a linguagem, diálogos passados misturados com o presente, com os pensamentos do narrador, sem pontuação... Mas continua, só vai... observa... presta atenção nos detalhes... Que aos poucos as coisas vão fazendo sentido. Conforme vamos ganhando mais experiência, mais informações... ao olharmos para trás, conseguimos enxergar os fatos com mais clareza e com um novo olhar. E perceber isso lendo o livro é o que faz a experiência da leitura ser única. Por isso, dica!! Depois que acabar a leitura, releia pelo menos o primeiro capítulo. Fazer isso mudou totalmente a minha opinião sobre a obra. 

E no final, a recompensa pelo esforço, por insistir é o aprendizado e experiência que são só seus! 





site: https://www.instagram.com/quixotandocomadani/
Diego Rodrigues 06/06/2023minha estante
Tenho esse aqui, mas estou sempre adiando a leitura para um momento mais calmo (que nunca chega haha). Gosto da proposta de uma leitura mais desafiante, no final é sempre recompensador!


@quixotandocomadani 06/06/2023minha estante
kkkk momentos calmos é o gente mais busca rsrs é verdade, às vezes dá vontade mesmo de encarar um desafio. Mas tem o momento certo ne! Boa leitura qdo vc for encarar esse!




Thiago 15/05/2023

Sofrível
Terminei a leitura com muito esforço. Terrivelmente chato e confuso. A "melhor" parte foi o último capítulo*, que ajudou a explicar um pouco a confusão.
* Na verdade, foi adicionado depois pelo autor, como uma espécie de apêndice.
Aryana 15/05/2023minha estante
Eu li "Enquanto agonizo" desse autor e não entendi nada. Foi uma experiência agonizante ?


Thiago 16/05/2023minha estante
Fica a dica pra mim, então. Não vou sofrer essa agonia. kkkkkk
Depois desse livro, estou achando que vou riscar Ulysses (James Joyce) da minha lista também.




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CAcera3 30/04/2023

O som e a fúria - William Faulkner ??
Esse é um livro onde cada parte tem um narrador diferente. O que impressiona é que o autor consegue colocar em cada uma delas marcas altamente particulares e desafiadoras.
Logo na primeira parte temos um narrador com deficiência intelectual, o Benjy, e o que o Faulkner faz aqui me deixou profundamente emocionada e fascinada pela habilidade que ele teve de colocar a ????? desse personagem em palavras ?no papel?. Inclusive essa é uma das partes mais desafiadoras do livro, pois há a dificuldade em ordenar os pensamentos do Benjy e encontrar o significado (que está presente em tudo).
Outros personagens caóticos têm voz nessa narrativa e cada um apresenta sua dificuldade, mas a impressão que tive foi que o livro começa com uma dificuldade bem elevada e depois tudo vai se encaixando e fazendo sentido.
O livro conta a história da decadência de uma família, os Compson. Portanto, sua narrativa, apesar da dificuldade linguística, tem um tom bem novelesco, pois tem reviravoltas e tramas bem intensas. O som e a fúria são elementos que podemos ?????? durante toda a narrativa.
Esse é um daqueles livros que devem ganhar muito com uma releitura; o que pretendo fazer em algum momento da vida.
Foi maravilhoso me desafiar com a escrita desse autor e ele ganhou mais uma admiradora pela forma como ele conseguiu imprimir em suas palavras a desordem dos sentimentos ???????; e humanos em sua ???????????.

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Instagram @maecomlivros
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Zicatti 19/04/2023

Demorei... Mas tive uma belíssima conclusão:

Que livro insano! Nunca havia lido algo assim. Não sou de reler muitos livros, mas assim... A releitura deste daqui se torna obrigatória.

Acho que o doido dessa obra é ler sem saber de quase nada, ser pego completamente de surpresa. E foi isso que aconteceu. No começo é extremamente difícil ler essa estória, mas a cada capítulo que passa as peças começam a se encaixar e você entende tudo.

E é surreal. Só isso. Surreal!
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Leitura em Foco 18/04/2023

Eu li a obra do Faulkner, no entanto não fiz o dever de casa que o próprio escritor instruiu aos leitores, que é ler novamente em seguida, assim que finalizar. Diante disto creio que não absorvido 100% deste livro tão genial. A ideia principal do livro, o que digo que é a história num ponto de vista amplo, eu entendi. Porém tem camadas, e nestas camadas eu de fato me perdi um pouco.
Pra quem gosta de fluxo de consciência, este livro é sensacional!
Quero reler em breve!
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Rebb.Rocha 16/04/2023

“Dou-te não para que te lembres de tempo, mas para que o possas esquecer de vez em quando por momentos, e para evitar que gastes o fôlego a tentar conquista-lo. Porque as batalhas nunca se ganham. Nem sequer são travadas. O campo de batalha só revela ao homem a sua própria loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão de filósofos e loucos”
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Helenymphaea 15/04/2023

O tempo é cruel
Faulkner traz essa característica ímpar de uma narrativa interna, não linear e que se intensifica na irregularidade do tempo. Temos quatro narradores, três deles são os irmãos da família Compson, que narram, em diferentes épocas, suas memórias e seus pensamentos acerca de si mesmos e do movimento de desintegração moral, psicológica e econômica que acontece na família. Há quatro irmãos, e apenas uma é mulher, Caddy não tem voz própria, portanto não sabemos o seu ponto de vista, no entanto ela é o elemento que conduz boa parte do livro, é através do olhar de cada irmão, que possuem grandes discrepâncias entre si, que conhecemos a personagem. Algo interessante de analisar, são as vertentes que se criam sobre Caddy de acordo com cada narrador.

Faulkner utiliza aqui o fluxo de consciência e o monólogo interior de maneira primorosa. O livro é um desafio, não apenas por sua escrita singular, mas também pelo conteúdo que encontramos nele. Assuntos delicados são trazidos e consequentemente despertam sensações intensas, assim como trechos que impactam e reforçam o declínio da família Compson e seus membros, através de uma delimitação narrativa que se dá pela corrente de pensamento dos narradores.

O Som e a Fúria é uma visita à casa dessa família que se decompõe em meio à própria instabilidade, visitamos os cômodos dessa casa que se transfiguram na consciência de seus moradores, conseguimos tocar os móveis e as paredes, mas sinto que é difícil de penetrar na alma da casa, ou ao menos entendê-la em sua totalidade. E é exatamente isso que torna o livro de Faulkner tão genial: a face abstrata e subjetiva da existência humana.
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Marcos606 12/04/2023

Situado no sul dos Estados Unidos, no período após a Reconstrução (1865-1877). Nesse momento crítico da história americana, o sul estava em processo de redefinição de si mesmo e de seus valores na ausência da escravidão. Certas famílias, normalmente antigas famílias proprietárias de terras, se recusaram a participar desse processo. Em vez disso, eles se voltaram para dentro; agarravam-se às suas tradições e valores — a vagas noções de honra, pureza e virgindade.

O som e a fúria documenta o declínio dessas famílias. Os Compsons, como Faulkner os classifica, são descendentes diretos dos aristocratas fazendeiros. Eles são os herdeiros de seus valores e tradições, dos quais depende a sobrevivência (ou extinção final) desta aristocracia sulista. Os Compsons, em sua maioria, fogem dessa responsabilidade. Quentin, no entanto, não. O fardo do passado recai pesadamente sobre Quentin, que, como filho mais velho, sente que deve preservar e proteger a honra da família. Quentin identifica sua irmã como a principal portadora da honra que ele deve proteger. Quando ele falha em proteger essa honra - isto é, quando Caddy perde a virgindade com Dalton Ames e fica grávida - Quentin decide pondera o suicídio.

A forma é distintamente modernista: Faulkner emprega uma série de técnicas narrativas, incluindo narradores não confiáveis, monólogos interiores e sintaxe não convencional, que são características recorrentes do modernismo literário. A concepção de tempo de Faulkner, é particularmente expressa em sua representação não linear. O título do romance leva o nome de um solilóquio dado pelo personagem título da peça de William Shakespeare, Macbeth, que reflete sobre o tempo e a falta de sentido da vida:

"Amanhã, e amanhã, e amanhã
Rasteja neste ritmo mesquinho do dia a dia
Até a última sílaba do tempo registrado.
E todos os nossos ontem iluminaram tolos
O caminho para a morte empoeirada. Apague, apague, breve vela.
A vida é apenas uma sombra ambulante, um pobre jogador
Que se pavoneia e se preocupa em sua hora no palco
E então não se ouve mais: é um conto
Contado por um idiota, cheio de som e fúria,
Significando nada."

As palavras de Macbeth ecoam em 'o som e a fúria', são tornadas literais por meio dos três irmãos Compson: Benjy é o “idiota” a quem Macbeth se refere; Quentin, a “sombra ambulante” que “preocupa-se com a hora” e depois “não é mais ouvido”; e Jason, o “pobre jogador”, cheio de fúria.
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Israelly â 27/03/2023

Me sinto burra por não ter gostado de um livro que ganhou um Nobel e foi escrito por Faulkner, eu ouviu tanto as pessoas falando de Faulkner, criei tanto espectativa para no final não receber nada
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