O som e a fúria

O som e a fúria William Faulkner




Resenhas - O Som e a Fúria


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Fabio 14/10/2023

A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem sentido algum.
Som e Fúria, considerada a obra mais importante do escritor norte-americano, William Faulkner, vencedor dos prêmios Nobel de literatura, Pulitzer de Ficção, e o National Book Awards, retrata a trajetória dos Compson, uma família aristocrática sulista, em plena decadência, moral, física e financeira.

Ambientada nos anos 20, durante a maior crise econômica dos Estados Unidos, Som e Fúria, nos conta a história da família Compson em meio aos tempos de crise, ao gigantesco preconceito racial, e aos embates morais e sociais, que dividiam a sociedade americana no início do século XX.

Som e Fúria é dividido em quatro vozes narrativas distintas, escrita em Fluxo de Consciência (Técnica literária, em que procura transcrever o processo de pensamento de um personagem, com o raciocínio logico entremeado com as impressões pessoais e que exibe os processos de associação de ideias), narrados sob as perspectivas dos personagens Benjy, Quentin e Jason Compson, e Dilsey Gibson.

O primeiro capítulo, considerado um dos mais desafiadores da história da literatura mundial, nos mostra o fluxo de consciência do personagem Benjamim (Benjy), um dos filhos Compson. Um homem de 30 e poucos anos, que possui deficiência mental grave, não possui domino da fala, e que não responde pelos próprios atos, necessitando de cuidados o tempo todo. Então somos apresentados a uma narrativa ansiosa, confusa, onde o passado é misturado ao presente, e as cenas, são entrecortadas o tempo inteiro, repletas de figuras míticas e delírios mentais. Os saltos temporais desse capitulo, são tantos, que por muitas vezes, é necessário retornar ao parágrafo anterior para tentar compreender, resquícios da mente atribulada, cheia de "som e fúria" do personagem.

O segundo capítulo, ainda estamos dentro do fluxo de consciência, mas agora, do filho mais velho da família Compson, Quentin. A narrativa, fica um pouco mais fluida, que no capítulo anterior, porém, a dificuldade ainda é muito grande, porque, durante a maior parte do capitulo, Faulkner não faz uso de pontuação gramatical, o que demanda ainda mais paciência e dedicação do leitor, pois é o capitulo chave para a compreensão dos próximos episódios. Quentin, vai estudar em Harvard, e a sessão nos mostra um único dia da vida dele. A maior dificuldade do episódio, está no fato de mesclar recordações da infância de Quentin, com os fatos presentes, enquanto ele caminha perdido em devaneios e delírios pelas ruas movimentadas de Cambridge. Nesse capítulo, conhecemos melhor o relacionamento entre Quentin e a problemática irmã, Cadence (Caddie), por quem nutria os mais veementes sentimentos.

No terceiro episódio somos lançados a perspectiva de Jason, o irmão mais novo dos Compson. Ele se transformou no provedor da família, e herdou dívidas e o dever de sustentar a mãe D. Caroline, a sobrinha Quentin, manter o funcionamento da casa, e a tutela dos criados negros, Dilsey, Luster, Frony e T.P. Nesse capítulo, começamos a ter um entendimento maior da história, pois a narrativa torna-se muito mais fácil e fluida, e logo nas primeiras linhas damos de cara, com um Jason, rancoroso, amargo, misógino e racista, e que faz de tudo para subir na vida, inclusive roubar e “passar” por cima dos próprios entes. Jason é considerado por muitos, um dos maiores vilões da literatura norte-americana

Por fim, no quarto capitulo, Faulkner assume a narrativa, e nos entrega um belíssimo e poético texto. Onde Dilsey, é a protagonista, e o autor nos mostra uma nova perspectiva, que em meio a um mundo cheio de ódio, rancor e racismo, uma negra, é a “liga”, que mantem unida a família Compson (ou o que sobrou dela) e que mesmo que aos trancos e barrancos, e com a saúde debilitada, dedicou boa parte de sua vida, para cuidar de uma família, que só soube explorar de sua boa vontade.

Logo no início de Som e Fúria, percebemos, que William Faulkner, se inspirou na clássica obra Ulisses de James Joyce, e que é clara a referência ao dia de Leopold Bloom (Ulisses), no segundo capitulo, quando Faulkner narra o único dia na vida de Quentin Compson. E que em diversas partes do livro, podemos encontrar, um pouco de Joyce nas entrelinhas, nas citações e principalmente na técnica literária.

Outro fato que podemos captar facilmente na obra, é que Faulkner, muito se inspirou em William Shakespeare, Marcel Proust e Fiodór Dostoievski, principalmente no que se refere a construção de seus personagens, na filosofia de seus escritos, e no método aplicado do Fluxo de Consciência.

Durante boa parte da leitura de o Som e a Fúria, confesso, que me senti perdido, e aquele sentimento de frustação, tomava conta de mim, todas as vezes que pegava o livro em mão, e que, por diversas vezes pensei em abandonar, principalmente nos dois primeiros capítulos, entretanto, imediatamente após do final, depois de uma profunda reflexão sobre a obra, digo a vocês, amigos leitores, que a persistência é a melhor receita para vencer os primeiros obstáculos da obra, e que a perseverança será recompensada, por um final arrebatador, que toca até os mais céticos e insensíveis corações.

Em suma, Som e Fúria, é um livro desafiador de enredo simples e narrativa poderosa e complexa, que abordam assuntos “velhos” e “doloridos”, mas que são infelizmente pertinentes e atuais, principalmente nos dias de hoje.

Recomendo a todos, e principalmente aos amantes dos clássicos e leituras desafiadoras.

Antes de terminar, gostaria de agradecer as minhas amigas e companheiras de LC, que me incentivaram durante toda a árdua trajetória dessa leitura, e dizer também que, sem os debates extremamente frutuosos desse grupo, eu não teria alcançado o mínimo de entendimento dessa complexa obra.
Muito obrigado, Michela, Rogéria e Vanessa.
Carolina.Gomes 14/10/2023minha estante
Pulei essa leitura em grupo e, pelo visto, não lerei tão cedo.


CPF1964 14/10/2023minha estante
???? pela resenha, Fabio.


@Francielly 14/10/2023minha estante
Fabio,
É incrível como a sua escrita faz o leitor sentir-se por dentro da história sem ter lido o livro. Parabéns, mais uma excelente resenha. ????


-Rachel 14/10/2023minha estante
Mais uma resenha excelente, Fabio! A meta é escrever igual você um dia hahahah ??


Flávia Menezes 14/10/2023minha estante
Aaah como eu esperei por essa resenha, e aqui estou eu?fascinada! ?
Faulkner é um dos meus autores favoritos, e essa obra mexeu imensamente comigo quando li, porque me apaixonei pelas dores e amores dessa família, e aqui, na sua resenha, eu me vi relembrando cada partezinha especial dessa história magnífica.
Sua resenha me fez sentir sendo instruída por um professor de Literatura, e confesso que até já anotei aqui suas dicas para adiantar a leitura desses autores que você indica conhecer, para entender essa fonte de inspiração do Faulkner. Esse é um detalhe tão fundamental! E foi um lembrete imprescindível. ?
Uma resenha bela, poética, que fala das dificuldades de uma obra complexa como essa, mas orientando de como a atenção e persistência torna a leitura perfeitamente possível, e ainda deixa aquele gostinho de: veja por você mesmo! ??
Para mim, a ?cereja do bolo? está no contraste do título x antepenúltimo parágrafo da resenha. Que belo paradoxo você criou aqui. Estou encantada com essa sacada sua! ?
Parabéns, Fábio, meu lindo!!! Mais uma resenha brilhante que nos ensina tanto, nos encanta e nos motiva a cada vez mais a não ter medo de mergulhar nesses polêmicos clássicos da literatura. ?
Sempre sua fã, mas depois dessa? confesso que me fez ficar ainda mais! ????


-Rafaela 14/10/2023minha estante
Fábio, parabéns mais uma vez pela resenha! Um dia chego lá escrevendo tão bem quanto você, arrasou como sempre!! ???


Fabio 14/10/2023minha estante
Carolina, esse livro foi pra mim um desafio, porque, fazem anos que eu coloco ele na lista e acabo deixando sempre de lado... mas a LC acabou me animando, e fico feliz de não ter desistido... no final, vale muito a pena


Fabio 14/10/2023minha estante
Muito obrigado, Cassius!?


Fabio 14/10/2023minha estante
Ahh, Fran.... olha a maquina de escrever resenhas, por aqui!?
Muito obrigado pelas, palavras e pelo carinho de sempre!
Lisonjeado demais!??


Fabio 14/10/2023minha estante
Rachel, muito obrigado por ter tirado um tempo para ler esse textão!?
Estou lisonjeado, pelas palavras, ainda mais vindo de uma resenhista como você!
Muito obrigado pelo carinho!?
Eu que quero escrever como você!?


Fabio 14/10/2023minha estante
Ahhh Flávia, meu bem ,fico extremamente feliz que uma resenhista como você tenha gostado do meu textão! kkkkk Tenho muito que aprender ainda!
Você sabe o quanto eu evitei esse livro, do mesmo jeito que eu sei que ele esta no seu rol de melhores livros da vida!
Agradeço, pelo carinho e pelas belíssimas palavras de apoio e incentivo!??
Obrigado, eu que sou seu fã!!!?


Fabio 14/10/2023minha estante
Rafa, querida, muito feliz que tenha gostado da resenha, e lisonjeado com suas palavras!?
Vocês que é referência de resenha por aqui!!!?


Pedro 14/10/2023minha estante
Olha, até a resenha foi complexa. Fico imaginando a obra em si. ????
Excelente resenha, Fábio.


Fabio 14/10/2023minha estante
Obrigado pelas palavras, Pedro!
Bota livro complexo nisso... kkkkkkk ?


Julia 14/10/2023minha estante
Muito boa a sua resenha, Fábio :) A parte mais gratificante de ler o Som e a Fúria é quando conseguimos interligar algumas informações e, então, as coisas começam a fazer sentido hahaha. Acho difícil sintetizar a história desse livro, mas você fez um ótimo trabalho! Adorei.


Camila Felicio 14/10/2023minha estante
História com muitos fluxos de consciência são super desafiadoras kkk Resenha maravilhosa! Parabéns!


Fabio 14/10/2023minha estante
Julia, muitíssimo obrigado pelas palavras!?
Confesso que estava com receio de resenhar, sobre esse livro, justamente pela dificuldade de sintetização de uma obra tão complexa !
Fico feliz, que tenha gostado! ?
Concordo contigo, que a melhor parte dessa leitura foi quando cheguei no capitulo 4, e as coisas começaram a a fazer sentido kkkkk
No primeiro capitulo, cheguei a achar que a casa estava pegando fogo kkkkk


Fabio 14/10/2023minha estante
Bota desafiadoras nisso, Camila.... olha foi por pouco que não desisti!???
Obrigado, querida, pelo carinho e pela presença, e por tirar um tempo para ler a resenha!???
Fico feliz que tenha gostado!??


RayLima 14/10/2023minha estante
Que resenha incrível! Fiquei curiosa, pois sempre quis ler esse livro, mas não sabia nada sobre a história e que bom que agora sei dessas ?dificuldades?, quando eu resolver ler, vou chegar mais preparada hahah


Giiiii 14/10/2023minha estante
Sempre ouvi dizer que era uma leitura difícil. Mas com a clareza de sua resenha, fiquei com vontade de ler este livro, mesmo sendo uma leitura desafiadora. Obrigada pela dica, Fabio ????


A Leitora Compulsiva 15/10/2023minha estante
Oh glória; mais uma família hedionda e miserável!

Meu tipo de livro favorito, sem tirar nem pôr ? a masoquista literária em mim gosta de apreciar a decadência humana.

Se vou salvar pra ler? Já salvei! KKKKKKK.


Fabio 15/10/2023minha estante
Ray, muito obrigado pelas palavras!?
Espero que tenha ajudado a te preparar para a leitura. Apesar das dificuldades, vale muito a pena!
Obrigado, pelo carinho!?


Fabio 15/10/2023minha estante
Gi, fico feliz em ter ajudado a olhar para essa obra com outros olhos. Isso é a maior gratificação de quem resenha livros!!!!
Obrigado!?


Fabio 15/10/2023minha estante
Mi, minha querida, fico extremamente feliz que tenha tirado um tempo para ler a resenha e vir aqui! ?
Muito obrigado pelo carinho, e pela presença de sempre, e principalmente, pela companhia maravilhosa nessa LC, que para mim foi uma das mais impactantes! ???
Com toda certeza, nessa LC, Juntos vencemos!!! ???


Fabio 15/10/2023minha estante
Kkkkkkkkkk Lah, só você! ???
Se gosta de decadência, esse livro com certeza estará entre seus favoritos kkkkk


Vanessa.Castilhos 15/10/2023minha estante
Fabio, meu amigo, ler a sua resenha foi uma mistura de sentimentos... relembrando os nossos debates, decifrando e vencendo todos os desafios que surgiram com essa leitura, e no final, a recompensa ? e a grata sensação de dever cumprido: vencemos!! ???? Muito obrigada pela companhia nessa leitura inesquecível!! E como sempre, resenha impecável! Parabéns!! ?


Fabio 15/10/2023minha estante
Van, minha querida, eu que agradeço a companhia maravilhosa nessa LC. ?
Com toda certeza, muito impactante mesmo!
Obrigado pelas palavras, pelo carinho e pelos maravilhosos debates sobre essa obra desafiadora!?
Gratidão, Van!??


Gabriela_Sut 16/10/2023minha estante
Ótima resenha, como sempre! Seus comentários, mais uma vez, despertaram meu interesse por esse livro. Admito que sempre tive medinho de pegá-lo por ter a impressão de que não daria conta da leitura. Mas depois da sua resenha me sinto um pouco mais confiante kkkkk


Fabio 16/10/2023minha estante
Muito obrigado pelas palavras carinhosas, Gaby!?
Acho que todos nós já ficamos com receio de pegar um Faulkner em algum momento kkkk, porém eu digo, que aqueles que se atreveram, acabaram descobrindo um grande livro!
Só me promete voltar aqui quando terminar o livro para me dizer o que achou?


Gabriela_Sut 16/10/2023minha estante
Claro que volto, Fábio! Só vai demorar um pouquinho pra isso acontecer kkkk mas quando eu ler o livro, com certeza irei compartilhar as minhas impressões também!


Fabio 16/10/2023minha estante
Aeee... combinado!?


Mateus 18/10/2023minha estante
Que análise perfeita, mesmo desafiador? senti vontade de viver minha experiência com esse livro tão clássico.


Fabio 18/10/2023minha estante
Mateus, muito obrigado pelas palavras!?
Fico feliz em ter despertado em você essa vontade de vivenciar essa obra e desfrutar desse clássico essencial para todo amante da literatura!
Depois da leitura, venha aqui compartilhar sua experiência!


Roberta 03/11/2023minha estante
Fábio, acho que não tenho intelecto para alguns livros ?


Fabio 03/11/2023minha estante
Roberta, no inicio do livro, chega a dar um bug na cabeça, mas depois, engrena, e a leitura vai ficando mais fácil, mas devo alertar, que não é um livro fluido, e em muitas parte, principalmente na primeira metade, eu pensei em abandonar, mas fui recompensando pela perseverança


Roberta 03/11/2023minha estante
Maravilha!!! Não sei se já tinha comentado com você sobre esse livro??


Fabio 03/11/2023minha estante
Acho que não falamos sobre esse, Roberta.... pelo não que eu me recorde! kkkk
São tantos livros.... kkkkkk


Roberta 03/11/2023minha estante
Verdade ?


JosA225 28/12/2023minha estante
Só gostei da parte onde o título é explicado: mais vale uma fúria silenciosa do que um som barulhento.




Kassia Rique 03/10/2023

Confuso, intrigante e, por fim, claro.
Essa é a sensação que se tem ao ler o som e a fúria.

Tive que procurar resenhas, entender os personagens e a rachadura no tempo. Alguns fatos não são como pensamos ser e só percebemos depois de muito avançar na leitura.

Uma obra que vale a releitura.
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Michela Wakami 01/10/2023

Muito bom
O livro mais difícil que já li até o momento. Foi uma experiência inesquecível, pois meu cérebro quase fundiu. (Rsrsrs.)
O primeiro capítulo sem sombra de dúvidas é o mais enigmático, não que o segundo seja fácil, mas não supera o primeiro.
Quanto ao terceiro e o quarto, esses são um presente do autor para seus leitores, após tanto sofrimento.

Apesar de todas as dificuldades, meu coração estava disponível para se apaixonar por dois personagens inesquecíveis, Benjamin e Dilsey.

Fiz essa leitura com meus amigos: Rogéria, Vanessa e Fábio.
Sem eles eu não teria conseguido desvendar esse livro.
Muito obrigada a todos vocês por essa troca maravilhosa.

Contei também com a ajuda de dois vídeos no YouTube, que foram muito esclarecedores.
Um deles da Tatiana Feltrin e o outro da professora Munira Mutran. (Ambos contém spoiler)
Jessica M. 01/10/2023minha estante
O fato de você dizer que o cérebro quase fundiu já me fez colocá-lo na lista de "nem li, nem lerei" kkk No momento só quero leveza, estou ficando traumatizada de livros assim! ?


Michela Wakami 01/10/2023minha estante
??????
Te entendo, amiga.


Carolina165 01/10/2023minha estante
?????????


Vanessa.Castilhos 01/10/2023minha estante
Já bateu aquela saudade dessa LC, do Benjy, da Dilsey... ??? Amei!! ?


Fabio 01/10/2023minha estante
Adorei a resenha, Mi!?
Parabéns!
LC árdua, mas valeu por todas as conversas, debates e discussões.... amei demias essa LC!




Vania.Cristina 29/09/2023

Tempo não linear e gritante sentimento de perda
? Experiência exigente e grandiosa. Narrativa desafiadora, principalmente nos dois primeiros capítulos. Pra mim, foi como se estivesse montando um quebra cabeça, difícil mas prazeroso. Inclusive porque alguns personagens compartilham os mesmos nomes. Por isso, ir e voltar na leitura foi natural, e desejável até. Spoillers foram amigos, neste caso, ajudando na compreensão do que estava sendo dito. ? Trata-se da história da decadência de uma família no sul rural dos Estados Unidos, no início do século passado.Os três primeiros capítulos são fluxos de consciência, cada um narrado por um dos irmãos dessa família. O quarto e último é narrado em terceira pessoa. Um apêndice final esclarece o destino dos personagens e trás novas informações. O tempo é tema recorrente e fundamental na obra, mas não é linear, cronológico. ? O primeiro narrador é Benjy, o irmão que sofre de severa deficiência cognitiva. A narrativa dá saltos no tempo várias vezes. Benjy vê o mundo de outro modo: numa cena, ele é embriagado pelo empregado negro, e não é ele quem se sente tonto, mas o mundo que fica torto, errado. Da mesma forma, é o mundo que se move quando ele está na carroça. Benjy não retém memórias mas carrega um gritante sentimento de perda. ? O segundo capítulo foi ainda mais complexo. Narrado pelo irmão, Quentin, que está sofrendo de depressão e é atormentado por suas obsessões e frustrações. A maior delas é o desejo impossível de controlar a sexualidade da irmã. Aqui também o autor brinca com o tempo, que dá saltos ora para frente ora para trás a partir de lembranças ou pensamentos. E fica difícil distinguir o que é real, o que é fantasia e o que é memória. ? O terceiro narrador é o irmão desprezível, Jason, que representa o que há de pior no mundo: egoísta, egocêntrico, machista, antisemita, racista, desconhece empatia, remorso ou compaixão. ? Aos impotentes personagens negros, os empregados da casa, que acompanham as presepadas dos brancos, só resta assistir à decadência da família e daquele mundo.
Silvia Cristina 29/09/2023minha estante
Pela sua resenha me pareceu um livro complexo


Vania.Cristina 29/09/2023minha estante
Silvia, a forma do livro é complexa, mas o conteúdo é simples com profundidade. Não sei se isso fica claro na minha resenha, mas foi um desafio prazeroso pra mim. O segundo capítulo precisei parar, pesquisar e reler pra conseguir entender. Mas nao foi desagradável, foi interessante desvendar.


Vania.Cristina 29/09/2023minha estante
A história propriamente dita é um novelão, um drama familiar


Silvia Cristina 29/09/2023minha estante
Bacana saber . Obrigada


Vania.Cristina 30/09/2023minha estante
Fiz alguns pequenos ajustes no texto da resenha. Acho que melhorei um pouco.


Henrique Sanches 30/09/2023minha estante
Parece um belíssimo quebra cabeças... parabéns pela resenha


Vania.Cristina 30/09/2023minha estante
Obrigada Henrique. É mesmo um livro belo e impressionante. Com toda a dificuldade, ainda assim visualizamos bem os personagens. Eles são fortes, marcantes, dramáticos.


Henrique Sanches 30/09/2023minha estante
Obrigado por compartilhar!!! Vou colocar este livro na minha lista...




Marquim 26/09/2023

#15 - O som e a fúria
Que livro, meus amigos!

Eu creio que esta foi uma das leituras mais difíceis que eu fiz em toda a minha vida. Um livro muito desafiador, profundo, tenso, complexo, mas que realmente vale muito a pena.

Este foi o meu primeiro contato com Faulkner. Comprei este livro por indicação de minha professora de literatura da faculdade, a Lívila. Não me arrependi mesmo! O autor escreve a obra em "fluxo de consciência", o que fica bastante explícito mesmo principalmente nos dois primeiros capítulos que constituem a obra. Nós nos tornamos, por assim dizer, nas próprias personagens que vão aparecendo, uma vez que estamos, a todo o tempo, "vendo" o que acontece em seus pensamentos no decorrer da narrativa. Se se consegue concluir o primeiro capítulo, o restante da obra é "fichinha" (estou sendo bastante otimista aqui para motivá-los...).

A compreensão mesmo do que acontece na obra somente se dará no último capítulo, no qual a narrativa fica mais "normal", e com o auxílio do Apêndice que compõe esta edição que eu li. Aqui o que acompanhamos é a degradação da família Compson e suas complexas relações constitutivas. Que família complexa! Jason e sua mãe, Caroline, são as duas personagens que eu mais detestei: como são soberbos e arrogantes! Apesar disso, vale muito a leitura, pessoal.

Vamos ler, galera!
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Tauan4 12/09/2023

Realmente é como todos falam, o primeiro e o segundo capítulos quase te fazem desistir, mas os outros dois compensam demais a leitura. O conselho de sempre, siga em frente que tudo melhora.
Outra dica, releia o primeiro capítulo após terminar o livro, pois aí sim você irá entendê-lo... mais ou menos. Se os três dias do ano de 1928 estivessem em ordem cronológica seria bem mais fácil de entender, mas acho que o Faulkner quis sacanear mesmo.
É um livro que com toda certeza irei reler.
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Eric 21/08/2023

O Homem é o somatório de todas as desgraças
Situado no final da década de 1920, no sul dos EUA, "O Som e a Fúria" narra a decadência da família Compson, uma grande família aristocrática que, após a guerra civil e as crises econômicas subsequentes, faliu tanto financeira quanto moralmente. Acompanhamos a decadência dessa família através das perspectivas dos irmãos Benjy, um deficiente intelectual, Quentin, um perturbado mental, e Jason, um homem brutal responsável por garantir a sobrevivência da família. Além disso, temos a visão do narrador focada em Dilsey, a empregada chefe da casa, que testemunhou os tempos de dor e glória dos Compson.

O epicentro dessa decadência é Caddie, a irmã de personalidade livre, porém, para a família conservadora, uma pessoa com uma promiscuidade marcante. Desde cedo, ela tinha vários relacionamentos, o que feria a honra dos Compson. O casamento da irmã gerou crises para cada irmão. Para Benjy, houve a saudade da única pessoa que cuidava dele, além de Dilsey. Já para Quentin, um ciúme doentio, pois nutria um amor incestuoso por Caddie. E, por fim, a dor da frustração e revolta para Jason, devido a promessas não cumpridas.

Apesar de um enredo aparentemente simples, a genialidade de "O Som e a Fúria" está na construção ousada de seu texto. Faulkner fragmenta o tempo cronológico e lança os pedaços no tempo psicológico de cada personagem. Benjy, por ser deficiente, não consegue diferenciar o tempo presente do passado, suas lembranças se misturam com o momento atual. Quentin, perturbado mentalmente, narra seu passado e presente em um fluxo de consciência visceral, onde o autor brinca com a ausência de acentuações e com pensamentos que começam e não se concluem, além da quebra repentina do tempo. Nos dois últimos capítulos, o autor já trabalha de forma mais linear, esclarecendo grande parte do que não entendemos com Benjy e Quentin.

Diante dessa estrutura inovadora, é necessário ter perseverança. A narrativa não é fácil, mas também não é impossível. A recompensa é ótima no final. Se concluir a leitura já traz um sentimento de missão cumprida, é na releitura que sentimos toda a potência do texto. A releitura é sugerida até mesmo pelo autor e funciona como uma luz em meio ao obscurantismo. É genial ver como as peças vão se encaixando, detalhes inicialmente banais ganham proporções gigantescas e conseguimos mergulhar profundamente nos sentimentos dos personagens.

É uma experiência inigualável. Há muito tempo não encontrava tanta solidez nos personagens como encontrei acompanhando os Compson. Faulkner realiza um trabalho primoroso de construção psicológica. Como leitor, me vi esmiuçando cada palavra para entender as perspectivas, principalmente com Quentin, o capítulo mais desafiador, denso e tenso.

Caddie é a personagem mais fascinante, mesmo sem ter voz alguma. Tudo que conhecemos dela é através dos olhares dos irmãos. Ela é o símbolo de toda transgressão e também representa um olhar machista do homem ao atribuir a culpa da decadência familiar sempre às mulheres.

Além disso, as marcas de um passado escravagista estão bem presentes na narrativa. O racismo e o servilismo são duas engrenagens que ainda sustentam o pouco de mordomia que resta dos aristocráticos. Isso é muito bem representado no capítulo de Jason, onde ele "trabalha muito" para manter seus empregados, tratando-os como se fossem animais.

Tudo é tão vivido, intenso e cheio de som e muita fúria. É ensurdecedor o grito de desespero de Benjy, é um surto explorar a perturbação de Quentin e revoltante acompanhar a ira inescrupulosa de Jason. Todos os Compson são brutais à sua maneira. Aqui, não há um final feliz, apenas um somatório de todas as desgraças, as mudanças nunca acontecerão. O único destino possível para essa família é continuar colhendo as frutas que plantaram, as quais, por sinal, são bem podres.

"O Som e a Fúria" é uma experiência que todos deveriam vivenciar. Recomendo muito essa leitura
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Jorlaíne 20/08/2023

O enredo retrata a decadência dos Compson, família aristocrática do sul dos Estados Unidos. Como acontece na década de 20, o autor também faz questão de representar o racismo e a xenofobia que acontecem em meio a uma crise financeira mundial.
O livro é narrado por quatro vozes, e isso é difícil de ser identificado (por sorte me avisaram). E vi que o autor sofreu forte influência de James Joyce com seu livro Ulysses, por isso, muitas vezes, nos deparamos com frases sem pontuação e com neologismos. Além do famigerado fluxo de consciência, recurso muito utilizado por Faulkner.
Não é uma leitura difícil pela escrita do autor, mas sim pelo cansativo enredo.
Até o momento, para mim, quem melhor utiliza o fluxo de consciência é a Clarice.
Rayza.Figueiredo 20/08/2023minha estante
e a Virginia Woolf tbm ?




Thathithas 12/08/2023

Só se arrisque se você tiver paciência
Se você se perde facilmente com o GPS, vai entender como é ler o som e a fúria.

Pois, é exatamente como se você estivesse na estrada sem saber nada e de repente errasse a próxima entrada. E aí é necessário recalcular o retorno.

Por diversas vezes tive que parar e pensar se eu realmente estava entendendo para qual rumo estava indo. E ao mesmo tempo uma vontade de continuar pra saber a fofoca toda.
Tinha horas que a indignação batia de: "não não pode ser que aconteceu isso com ele, mas como? porquê?".

E mesmo assim seguia buscando migalhas nas entrelinhas.

E o que posso dizer? uau, foi um exercício de quebra cabeça, que com certeza entra na lista de releituras necessárias no futuro nessa vida. Mas, não desse momento não é o favorito da vida...
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Gustavo Guedes 11/08/2023

Pequenas ou únicas impressões
É uma mentira demasiadamente usual - e inegavelmente ridícula - que a literatura exista para ensinar, preparar ou antecipar qualquer coisa de grandiosa. O mais das vezes, tudo o que um livro nos proporciona é riso, atordoamento ou raiva.

A despeito das vontades (e veleidades) do leitor, muito pouco do que é produzido escapa da seguinte conclusão: a reação natural, quase maquinal, que se tem sobre a palavra escrita é limitada a poucas aprovações, algumas inquietações e inúmeras censuras.

As críticas direcionadas a determinado texto são resultado da impressão mais subjetiva - e biológica - que porventura se tenha dele, e por isso elas jamais se encontram livres de uma carga emotiva subjacente. É impossível distanciar-se completamente da obra, sem que também se esqueça dela.

Dito isso, O Som e a Fúria me provocaram, além de som e além de fúria, conforme se segue: confusão, comiseração, dó, carinho, simpatia, assombro, fascínio, repulsa, desprezo, apego, indulgência, euforia, graça, surpresa, saudade.
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Ana Sá 07/08/2023

EXISTE SPOILER DE CLÁSSICO? Uma reflexão sobre formas de encarar certos livros
Me contaram aqui no Skoob que um dia perguntaram pro Faulkner o que ele sugeria pra quem diz que não entende o que ele escreve mesmo depois de ler duas ou três vezes as mesmas passagens ou obras. A resposta foi algo do tipo "Que leiam quatro!". Pois bem, esta é a história de como eu tornei menos árdua a minha leitura de "O som e a fúria" (1929), tendo bastado ler cerca de duas vezes determinadas páginas, ao invés das quatro vezes indicadas pelo autor. E por falar em spoiler: acabei completamente apaixonada!

O enredo (e só o enredo) é simples: neste clássico do escritor estadunidense laureado com o Nobel de literatura em 1949, nos é apresentado o declínio de uma família aristocrata do sul dos Estados Unidos, sendo que cada capítulo é narrado por uma personagem, com exceção do último que é desenvolvido em terceira pessoa. Parece mesmo uma história sem complicações, já que ela é inclusive focada, de modo geral, em eventos cotidianos dos Compsons... Sim, uma narrativa simples até que a gente lê duas ou três páginas e se pergunta "WTF TÁ ACONTECENO? COMO EU VIM PARAR AQUI?".

Agora eu entendo muitos comentários com os quais cruzei. "Faulkner é muito difícil", "eu desisti deste livro no primeiro capítulo", "não dá para entender nada". Mas menos do que me desanimarem, essas impressões negativas me levaram a refletir sobre o tipo de relacionamento literário que eu queria estabelecer com este romance. Sobretudo porque eu acredito que diante de clássicos desse porte o que acaba importando mais é o "como é contado" do que "o que é contado". Ou seja, percebi que tudo bem se eu não fosse surpreendida pelos eventos-chave ou pelo final, pois o meu foco ali era conseguir me sentir à vontade para começar, continuar e terminar esse desafio. E assim eu colei todos os spoilers possíveis nas lentes dos meus óculos. Ou, em outras palavras, sabendo da fama do Faulkner, eu optei por ser cautelosa no início, e só ao ganhar confiança eu me entreguei totalmente à nossa relação. Comecei armada e terminei rendida.

Basicamente, antes de abrir o livro, eu pesquisei quem era o narrador de cada capítulo (e a questão dos nomes das personagens em si já é uma informação muito importante!) e qual era o seu respectivo lugar na família e, por consequência, na trama. E por isso eu não tive vontade de desistir, mas ao contrário. É óbvio que nada te prepara para Faulkner e que se perder faz parte da proposta, mas como foi bom me perder sem deixar de me encontrar de vez em quando (ou de vez em muito, a depender do capítulo)!

No caso do primeiro narrador, por exemplo, o Benjy, eu sabia previamente qual era a condição que determinava e explicava sua forma de narrar, então não me desgastei tendo que fazer as vezes de Sherlock Holmes, nem tive que pedir perseverança à Nossa Senhora das Leitoras Perdidas... Abraçada aos meus (quase) leves spoilers, entender o que Benjy dizia passou a me interessar menos do que a observação de como Faulkner vai construindo essa personagem através de seu modo muito particular de ver o mundo e de expressar aquilo que vê. Aliás, para mim, a composição do Benjy é das coisas mais bonitas que a literatura mundial já nos deu, um primor... pura poesia!

Minha experiência (tardia) com essa obra foi avassaladora! Estou até agora impressionada! Faulkner se revelou pra mim como um malabarista de vozes literárias que nunca deixa nada ir ao chão. Três capítulos em primeira pessoa bastante distintos entre si, com direito a um capítulo final em terceira pessoa pra não deixar qualquer dúvida sobre o que ele é capaz de fazer. Uma família brilhantemente retratada no todo e na especificidade. E não menos interessante é o fato de Faulkner não se esquivar de abordar os conflitos raciais sob diferentes prismas, sem precisar recorrer a caricaturas nem a dicotomias simplistas, respeitando a complexidade histórica que essa questão tinha no contexto a que o livro se refere. Não tem spoiler que possa arrancar nossa surpresa diante de um projeto tão bem executado! Um bom clássico sempre vai encontrar um atalho para nos marcar.

Posso não ter sido a leitora-modelo do Faulkner, já que me neguei a me lançar desprevenida ao acaso das quatro leituras de uma mesma página. Posso não ter sido a leitora-modelo do Faulkner, mas agora, quer ele me aceite ou não, estou certa de que sou (e continuarei a ser) uma leitora de Faulkner.

Obs.: Se alguém quiser saber quais spoilers me ajudaram a aproveitar melhor o livro, me manda uma mensagem privada que eu conto... "Olha o spoiler aí, quem quer spoiler... spoiler fresquinho, baratinho, só um real... olha o spoiler... leva três paga dois...!".
Ana Sá 07/08/2023minha estante
E, claro, não posso deixar de agradecer aos fãs de Faulkner que me motivaram com seus históricos mais do que positivos aqui no Skoob, em especial à Flávia, que definitivamente me contagiou e me fez repensar a minha meta de leitura deste ano! rs ??


Gleidson 07/08/2023minha estante
Muito boa sua resenha, Ana! O Faulkner impõe sim uma certa dificuldade, mas o prazer que sentimos quando conseguimos entender e assimilar o conteúdo, não tem preço! Eu até exagero um pouco quando falo dele, mas... "Se há um deus na literatura, seu nome é William Faulkner!" ?


aline203 07/08/2023minha estante
Adorei sua resenha! é exatamente isso! eu pretendo ler o livro novamente para tentar azeitar tudo que tinha pensado da narrativa da primeira vez que li rsrs...


Flávia Menezes 07/08/2023minha estante
Ana, amigaaaaaaa!!! Como eu esperei por essa preciosidade!!! Que resenha linda, e que faz um carinho na alma de quem ama essa leitura e esse autor. Eu fico muito feliz de ver que você gostou, e eu acho que uma experiência como essa de primeira sobre o Faulkner é perfeita demais!
Parabéns pela resenha, e obrigada pelo voto de confiança e por nossas trocas durante essa leitura. Foi muito gostoso ver todas as suas descobertas desse universo dele. ??
Obs.: e sobre isso da leitura ser difícil?eu li na biografia dele, sobre uma conversa com a mãe de um amigo? que dizia que ele escrevia difícil demais, e que ele deveria escrever romances para mulheres. Sabe o que ele falava? Que ele nunca disse que escrevia fácil, e que ele também tinha achado o livro dele difícil?então? que estavam empatados! ??


Jacy.Antunes 07/08/2023minha estante
Como é bom ler uma boa resenha, como essa que você fez. Você também acha que o Lúcio Cardoso leu Faulkner?


Regis 07/08/2023minha estante
Ótima resenha, AnaSah! ? ??


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Gleidson e Aline, os históricos de vcs passaram a me chamar mais atenção justamente por causa do Faulkner! Fico feliz que tenham gostado da resenha, pois agora quero fazer parte do fã clube! ?


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Flávia, essa nossa troca foi muito especial!! Pensei em vc a resenha toda!! ?


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Obrigada, Regis! ???


Flávia Menezes 09/08/2023minha estante
Amiga, fiquei lisonjeada agora! ???


Ana Sá 09/08/2023minha estante
Obrigada, Jacy! ?? E siiim! Acabei lendo Lúcio Cardoso ao mesmo tempo e pensei que há ali qualquer coisa de "O som e a fúria"... O Cardoso, a meu ver, não consegue diferenciar muito bem as vozes narrativas, por isso a escolha por mudar também o gênero textual, dependendo de quem era o narrador, me parece ter sido um bom caminho pra contornar um pouco isso! Aqui todos da família falam da Caddy... Em "A crônica...", todos falam da Nina, vejo paralelos!


livroselabirintos 09/08/2023minha estante
Ana, por causa da sua resenha, vou ler ?O som e a fúria? uma terceira vez ?


JurúMontalvao 10/08/2023minha estante
só respondendo ao título da resenha, Ana: pra mim tem spoiler de clássico siiiiiiiim?


DIRCE 10/08/2023minha estante
Que alento saber que você também achou difícil. No primeiro e segundo capítulo , eu me reportei ao banco escolar, quando o professor ensinava trigonometria, os demais fluíram melhor . Já fiz releitura a consegui apreender muito que ficou para trás na primeira leitura. Sua resenha ,como sempre , não me surpreendeu nem um pouco: PRIMOROSA.


Ana Sá 10/08/2023minha estante
Juliana, foi em respeito a pessoas como você que decidi não dar spoiler na minha resenha que fala sobre spoilers! hahaha ?

Tânia, foi mto bom ter conversado sobre o livro com vc! ??


Ana Sá 10/08/2023minha estante
Dirce, sempre tão gentil! ?Pra mim, definitivamente, este é um livro pra releituras! É difícil sim, mas entrega de volta tudo que nos exige, né?


Pablo Paz 16/08/2023minha estante
Caracas, um dia vou escrever resenhas no seu nível ???


Ana Sá 17/08/2023minha estante
Pablo, vc tem uma % bem alta no meu "quero ler" justamente por causa das suas resenhas!! Estamos quites então! rs
Fico feliz que gostou! ?


Vania.Cristina 21/08/2023minha estante
Adoreei sua resenha! Parabéns! O livro está nas minhas metas do ano mas ainda não tive coragem de pegá-lo. Você me animou. Obrigada ?


Ana Sá 22/08/2023minha estante
Eu que agradeço pelo comentário, Vania! Vai ser muito legal acompanhar as suas impressões de leitura! ?


Stella F.. 27/03/2024minha estante
O início da sua resenha e a da Flávia Menezes me ajudaram a continuar depois de não entender quase nada do primeiro capítulo. Achei a escrita completamente diferente e instigante, e no fim, como falam, é só deixar levar, que os fatos vão se esclarecendo. O Quentin, a Quentin, Benjy/Maury, Jonas pai e filho, quem é filho de quem, quem é quem na história. Como salta de 1928 para 1910, quando antes pensava que todos tinham a mesma idade. E já fui relendo alguns trechos do primeiro capítulo, durante a leitura, e ao final de tudo reli de novo, e anotações que havia feito já mudaram nessa releitura.
Adorei conhecer Faulkner!


Ana Sá 15/04/2024minha estante
Stella, o Skoob nunca me envia notificação de comentários em resenhas antigas, adorei cruzar com o seu relato de leitura agora!! Vc descreveu bem o vai-e-vem que eu vivi com este livro tb!! Fico muito feliz em ter ajudado de alguma forma!! ??


Stella F.. 15/04/2024minha estante
?




Cesar Garcia 04/08/2023

Virtuoso mas...
Um livro escrito de forma virtuosa e inovadora mas...
Não gostei da história, achei simples e sem carisma, os personagens não tem alma, e não consigo ver toda a genialidade que falam dessa obra.
Pra mim não funcionou.
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13marcioricardo 30/07/2023

Dá trabalho..
Bem, se prepare. Se quiser ler este livro tem que saber de antemão que vai precisar pegar o touro pelos cornos...

Eu estava lendo o Desassossego do Fernando Pessoa e, na minha inocência, pensei que ia começar e terminar como qualquer outro, mas não aguentei e tive que intercalar com outro. Vai daí e peguei este kkk

Tipo, não tem nada a ver um livro com outro, mas ambos são difíceis. Pra ter uma noção, não dá pra entender nada nos dois primeiros terços da obra.

E, pela primeira vez, sinto necessidade de reler, pra entender bem. Com muitos e bons livros pra ler, tenho para mim que não farei releituras, pelo menos nos próximos anos, por isso vou procurar o filme.
Roberta 04/08/2023minha estante
Muito difícil




Marcus303 23/07/2023

O ininteligível se fazendo entender
Primeiramente gostaria de dizer, e não é pra me gabar, pois isso não interessa muito, mas eu tenho uma paixão por clássicos e faz muito tempo que não leio um livro que não seja um clássico. Como sabem os clássicos são um pouco mais difíceis de serem lidos, mas nunca eu tinha me deparado com um clássico tão difícil de ler como O Som e a Fúria, eu nem sabia que era possível um livro de literatura ser complicado de ler.
As 70 primeiras páginas foram extremamente desconfortáveis de se ler, só a partir do terceiro capitulos, la pra casa das 100 paginas começa a ter uma pequena melhora, mas uma leitura normal mesmo você só terá depois da metade do livro.
As primeiras 70 páginas são narradas por um doente mental, não existe tempo, não existe ordem, não sabemos o que esta de fato acontecendo, não há uma coerência nos nomes, os nomes se misturam, há nomes iguais, nomes errados, troca de nomes.
É um completo caos, estamos dentro da mente de um doente mental de 33 anos, que tem a idade mental de uma criança de 5.
É inteiro narrado por fluxo de consciência, os primeiros capítulos.
Mas passando essa fase caótica você fica mais interessado ainda em saber o que acontecerá.
O livro trata de o declínio de uma família no Sul dos Estado Unidos, ainda na época da discriminação racial pesadissima que existia lá. O tempo é o tema do livro, é fundamental entender que quando tiramos a ordem do tempo, sua cronologia em passado, presente e futuro, tudo fica confuso, e o autor queria isso, queria vencer o tempo, derrota-lo, mostrar que o tempo é inimigo do homem.

Com certeza é um livro que vou reler daqui um tempo, pois com uma leitura é impossível absorver tudo o que essa obra realmente representa.
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NickMiyo 23/07/2023

Simples mas não.
Tudo que eu via e ouvia sobre Faulkner era a respeito de sua audácia narrativa e complexidade, e isso se confirma.
Os dois primeiros capítulos são propositalmente caóticos, palavras e acontecimentos jogados mas que com o tempo vão se juntando e fazem sentido.
E para a minha surpresa eu me diverti bastante lendo, digo de ficar engajado porque essa história é muito densa e triste e de fato com muita fúria.
Num escopo generalizado é só uma familia quebrada, mas a narrativa é tão engenhosa e esperta que conta uma história simples com um jeito magistral.
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