Carvão animal

Carvão animal Ana Paula Maia




Resenhas - Carvão Animal


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Carol 06/06/2020

Impressões da Carol
Lido: Carvão Animal {2011}
Autora: Ana Paula Maia {Brasil, 1977-}
Editora: Record
160p.

Disponível no Kindle Unlimited

Há alguns autores em cuja obra você pode escolher um livro às cegas, que o entretenimento estará garantido. Entre as autoras brasileiras contemporâneas, Jarid Arraes e Ana Paula Maia estão neste seleto grupo.

Carvão Animal abre a trilogia 'A Saga dos Brutos', formada pelas novelas "Entre Rinhas de cachorros e porcos abatidos" e "O trabalho sujo dos outros", sobre as quais já escrevi minhas impressões.

A temática que perpassa as três histórias é como o trabalho executado por uma pessoa molda seu caráter e sua identidade. Em 'Carvão Animal', um dos protagonistas é bombeiro e, assim, é apresentado:

"Ernesto Wesley arrisca-se todo o tempo. Lança-se contra o fogo, atravessa a fumaça preta e densa, engole saliva com gosto de fuligem e conhece o tipo de material dos móveis de cada ambiente pelo crepitar das chamas. Acostumou-se aos gritos de desespero, ao sangue e à morte."

O irmão de Wesley, Ronivon, trabalha em um crematório. Há, ainda, nessa cidade desolada, uma carvoaria, um ferro-velho e uma penitenciária. Lugares inóspitos, homens brutalizados, mas solidários entre si.

É interessante notar que, mesmo num universo violento, de justiciamento, como o criado pela autora, há leis que devem ser respeitadas. Não há o mal pelo mal, há sempre uma justificativa plausível mesmo para as atitudes mais inacreditáveis.

Na trilogia 'A Saga dos Brutos', "Carvão Animal" é o primeiro na ordem cronológica, mas dá para ler os livros da forma que você quiser, o sentido é mantido. E, sim, Edgar Wilson faz uma ponta de luxo aqui. O personagem, recorrente na obra da autora, tem seu nome em homenagem a Edgar Allan Poe.? Recomendo.
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Vitor 30/06/2023

Síntese da Realidade dos sentimentos
Carvão encerra a Saga dos Brutos de Maia. Nos coloca em meio a personagens brutos, endurecidos, mas deixa claro o motivo, o que levou à criação da casca, do invólucro do corpo e d?alma.

Talvez fiquemos mais comovidos neste? Talvez. A certeza é que com descrições concisas, mas não menos ricas, Ana Paula nos coloca num exercício mental - quase involuntário - imagético. O que ela descreve vemos como num filme na nossa cabeça.

Se nas duas novelas anteriores - que compõem a saga - a brutalidade e a crueza da verdade eram características relevantes e que chamavam atenção, neste romance as mesmas aparecem, mas o afeto fica mais evidente que antes.

Um afeto ao modo dos brutos, mas não menos sincero e verdadeiro.
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Prof. Edivaldo 22/02/2020

Carvão humano
O livro é de leitura rápida. Tem um estilo meio que macabro, causando um certo nojo ou angústia.
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Thiago 22/10/2018

A BELEZA DO DESCONFORTO
Terminei de ler o livro Carvão Animal, da autora Ana Paula Maia, e já digo que gostei de me sentir incomodado. Longe de imagens confortáveis, da psicologia academicista, das benevolências das histórias de amor ou romances leves, Ana produz uma obra amarga. Às vezes com conflitos de menos, o que não é demérito se o leitor perceber que o elo está justamente nos questionamentos existenciais de quem não tem tempo para isso. Ernesto Wesley, Vladmilson e Ronivon, nomes debochados com a MPB, trazem a violência naturalizada. É terror, suspense e literatura de qualidade.
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fev 13/01/2021

#MulheresParaLer

"No fim tudo o que resta são os dentes. Eles permitem identificar quem você é. O melhor conselho é que o indivíduo preserve os dentes mais que a própria dignidade, pois a dignidade não dirá quem você é, ou melhor, era. Sua profissão, dinheiro, documentos, memória amores não servirão para nada. Quando o corpo carboniza, os dentes preservam o indivíduo, sua verdadeira história. Aqueles que não possuem dentes se tornam menos que miseráveis. Tornam-se apenas cinzas e pedaços de carvão. Nada mais."

Esse começo de Carvão Animal me pegou de jeito. Me conquistou na hora que terminei o parágrafo.

Assim como Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos o livro fala sobre homens-bestas e suas profissões que ninguém quer. O livro termina essa trilogia e se passa alguns anos antes. O tema principal é a relação entre a vida e a morte.

Ana Paula Maia me conquistou com um tema que eu não curto. Morte. Ela não pesa as palavras ao contar as histórias dos irmãos Enersto Wesley e Ronivon. São histórias pesadas, cruas e sem escrúpulos. É a narração de personagens anti-heróis. Com certeza, é mais um livro que te tira da zona de conforto e isso é muito bom. Apesar dos personagens principais não serem um posso de virtude você acaba torcendo por eles e querendo que os mesmos fiquem bem. A vida sofrida, os acontecimentos tristes e problemas recorrentes faz com pense melhor em cada um deles.

É um livro pesado e sem filtro. Dolorido. No entanto, considerei uma leitura agradável. Super recomendo.
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Nazrat 11/10/2022

Fogo, dentes e cinzas
As imagens que o livro propociona são de uma beleza perturbadora. O tema de queima, das coisas que permanecem e que se vão são uma constante na narrativa. Isso sem contar a forma direta e fria (outra característica que permeia a história) como a trama é montada e como os corpos vão se acumulando. O trecho da mina é especialmente claustrofóbico! E Jocasta, que animal fantástico em meio a todo esse carvão animal...
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Yasmim 24/04/2020

Mais sentimental
Dos 3 livros da série esse é o mais sentimental na minha opinião, envolvendo mortes acidentais, relações complicadas entre irmãos e perdão. Além disso, como nos outros livros, aborda a rotina de profissões como mineradores, cremadores, bombeiros e presidiários oleiros.
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Lorayne.Stinguel 26/04/2020

Gosto de livros futuristas, mas esse livro não teve nada de emocionante. Fiquei o tempo todo esperando algo acontecer. Parece mais uma redação do que um livro.
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Rê Lima 01/12/2022

Já me acostumei com esses personagens reais, crus, de alma inocente da Ana Paula Maia. Quero mais e mais! Já vou partir pro próximo!
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Camila 22/09/2022

Trilogia incrível
Já estava aguardando pelos personagens de crematório. Adoro a forma como a Maia escreve histórias incríveis com pessoas comuns. Tudo se torna fascinante aos seus olhos.
Estou impressionada com o desfecho da trilogia, e pensando no irmão que morreu daquela forma trágica, o crematório ao céu aberto e a vizinha que recebeu o que mereceu.
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Camila 29/11/2022

A saga dos homens brutos e comuns
Este é o livro que encerra a trilogia A saga dos brutos da Ana Paula Maia, os dois primeiros são as novelas contidas em Entre Rinhas de Cachorros e Porcos Abatidos.

A história de Carvão Animal se passa anos antes e, dessa forma, funciona quase como um primeiro livro mesmo. Os persongens de Entre Rinhas aparecem nesse, mas não são o foco principal, e sim os dois irmãos Ernesto Wesley e Ronivon. Aqui É narrada a rotina de cada um em seus respectivos trabalhos, um é bombeiro e o outro trabalha em um crematório.

Esse livro é bem mais denso e profundo, não tem tantos diálogos e momentos de aparente humor. Na verdade, tem um humor bem mórbido. É uma história marcada pela reflexão e uma certa melacolia e tristeza no dia a dia desses dois irmãos com profissões tão distintas e quase parecidas. Um se arrisca no fogo para salvar vidas e o outro trabalha com o fogo quando uma vida chega ao fim.

A narração tem mais camadas e explicações sobre essas profissões e os elementos que a permeiam. E a escrita da autora é certamente muito marcante e emblemática ao mostrar a fundo como os personagens lidam com suas perdas, seus arrependimentos e medos. A Ana Paula Maia está se tornando uma das minhas autoras favoritas e estou achando bem curioso como quase todos seus personagens têm os nomes iniciados pelas letras E e W.
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Biblioteca Álvaro Guerra 07/03/2022

Insólita e provocante, a literatura de Ana Paula Maia pulsa com a intensidade do possível, do real. Suas palavras moldam uma localidade universal, onde os infernos particulares se descortinam nos fragmentos de diálogos.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788501092236
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Júlia 28/08/2020

Do mesmo universo de "Entre rinhas de cachorros e porcos abatidos". Talvez pela repetição da temática, não foi uma leitura tão agradável quanto a primeira. Ainda assim, não é uma leitura ruim, trazendo inúmeras reflexões.
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Cristian Fontoura 16/08/2021

Fogo e cinzas
A maneira como Ana Paula Maia escreve seus personagens é espetacular - com subempregos e um vazio, que em vez de ser perturbador, é contemplativo. Aqui, a cidade de Abalurdes é um lugar lúgubre, frio, coberto de fumaça e cinzas, devido à constante queima na carvoaria e no crematório Colina dos Anjos. Apenas café parece aquecer os moradores amaldiçoados daquele lugar. Os personagens Ronivon e Ernesto Wesley são irmãos unidos pela vida difícil na cidade de fim-de-mundo e traumas do passado, e a única motivação de ambos parece ser trabalhar para se manter vivos (Ronivon no forno do crematório e Ernesto no corpo de bombeiros, dois lados opostos do fogo). Os mortos, por sua vez, são apenas matéria-prima para carvão animal e, eventualmente, cinzas que terminam em qualquer lugar.
Aqui, Ana Paula Maia também nos introduz ao seu personagem mais simbólico: Edgar Wilson, que aparece como sobrevivente de um desastre.
"Carvão Animal" é um livro forte, que a cada capítulo nos entrega mais cenários pós-apocalípticos e situações incômodas, as quais não deixam que o leitor abandone a trama até entender o final propósito do livro... E, talvez, tudo termine mesmo em cinzas!
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