Gustavo Simas 25/02/2019Um estrangeiro, passageiro de algum trem..."Aujourd'hui maman est morte. Ou peut-être hier, je ne sais pas"
A obra L'Étranger faz parte do Ciclo do Absurdo de Albert Camus composta também pelo ensaio O Mito de Sísifo e a peça teatral Calígula.
O Estrangeiro começa com uma das frases mais famosas da Literatura e, de simples ataque súbito, já revela a complacência do protagonista com os acasos do tempo. Monsieur Mersault é um homem que perde sua mãe na primeira linha do livro. (e isto não é um spoiler, nem deveria ser).
Porém, como bom absurdista de Camus, pouco demonstra alteração de humor.
De que adianta, afinal, viver, se todos morremos no fim? De que adianta amar, sofrer? De que adianta trabalhar por décadas, ajudar o vizinho, perder tempo em discussões pífias, suar e tentar construir algo que se erodirá após a vida?
Um leitor que acaba por entender os signos da narrativa acabaria por se perguntar: "de que adianta eu ler este livro?"
De que adianta, também, eu continuar a fazer essa resenha?