Marcelo Marques 08/10/2020
Anson consegue cria um enredo direto, sem muitas enrolações e com uma aparência real de que sejam transcrições de depoimentos dos que supostamente passaram por fenômenos paranormais. Esse é o maior trunfo do livro e se deve pela experiência do autor com mais de 500 produções de curtas-metragem para TV, moldando a habilidade de tornar uma narrativa cativante.
No entanto, quando vasculhamos a história sobre os acontecimentos na casa 112 da Ocean Avenue, nos deparamos com informações conflitantes entre os fatos e o que o livro propõe expor. Uma delas, para exemplificação, é quando Kathy subitamenge acorda assustada dizendo que Louise DeFeo fora baleada na cabeça. Acontece que, na verdade, a senhora DeFeo foi alvejada duas vezes, uma na costela e outra no pulmão. Existem outros fatores distorcidos pelo livro, como a história paralela do padre e a total invenção do depoimento de Gionfriddo, mas o que acaba mesmo com todo caso paranormal dos Lutz é a revelação feita anos depois, tanto pela família quanto pelo advogado William Weber, que toda a história foi inventada.
Devo observar, que o fato de tudo o que os Lutz passaram ser uma grande farsa não exclui o mérito do livro de Anson. As histórias de King, por exemplo, também não são reais e nem por isso podemos afirmar que o autor não seja bom. O grande problema é tentar se vender como um relato real, lucrando e sensacionalizando por cima de um massacre terrível que acabou com uma família.
Por fim, notei que o livro funciona melhor na adolescência do que posteriormente, pois é justamente neste período que somos menos céticos e acabamos acreditando em muitas coisas incongruentes.
P.S: Caso tenha interesse em descobrir mais sobre o infeliz caso dos DeFeo, recomendo esse link:
http://oaprendizverde.com.br/2015/04/12/crimes-historicos-horror-em-amityville/