Sofi 05/05/2020Eu sou extremamente fã da maneira como Margaret cria suas distopias: como se fosse ela própria que estivesse nesse mundo maligno e virado de cabeça para baixo, ao mesmo tempo em que enche suas personagens de sarcasmo e revolta. Isso já tinha chamado minha atenção em Conto da aia e foi ainda mais ressaltado quando li o primeiro volume de Oryx e Crake, que recebe o mesmo nome da trilogia. Nele, resumindo e sem spoilers, a humanidade não existe, apenas seres azuis que se parecem com humanos, porém não o são, e o Homem das neves, que, por meio de flashbacks, vai relembrando como o mundo chegou nesse ponto. O final deixa em aberto uma continuação, que encontramos em O ano do dilúvio. ☠ Dessa vez, temos Ren e Toby, também sobreviventes do fim do mundo, separadas na mesma cidade. Enquanto lutam para encontrar outros seres humanos, cada uma vai relembrando, assim como no primeiro livro, como chegou até ali. Achei meio detalhado demais, com informações que não são úteis ao desenvolvimento da trilogia, diferente do primeiro livro que é bem menor e mais sucinto. 📚 O final, por outro lado, compensa todas as expectativas, pois, além de deixar em aberto o início do terceiro livro, entrelaça os dois primeiros volumes de maneira magnífica e não forçada, com uma naturalidade e um sarcasmo impressionantes. Mais uma vez, surpreendida por Atwood.