Nicole 09/06/2021
Demorei um tempo considerável pra finalizar esse livro, em parte por conta dos trechos tediosos e pelos cânticos, esses de fato não me acrescentaram em nada. Entretanto a conexão com ser superior, um Deus, e a devoção dos jardineiros, com a qual até bem perto do fim eu não conseguia me conectar, se tornou um ponto de reflexão forte pra mim.
Seremos capazes de perdoar àqueles que destroem toda condição de que as vidas futuras tenham condições mínimas de existir? E mesmo agora, as consequências pelas quais já respondemos com a pandemia, com o aquecimento global e todos os desastres ambientais provenientes da busca por ?desenvolvimento?. Seremos capazes de perdoar a nos mesmos pelas escolhas que fizemos todos os dias e que colaboram com o decrescimento?
Enfim, pra além das passagens reflexivas que para cada leitor é um atravessamento particular, o livro é uma obra de ficção que cumpre seu papel de entretenimento de forma muito eficiente.
Atwood é grande! As entradas em que se pode acessar os pensamentos mais sombrios de Toby são de uma humanidade muito especial. Coloca em evidência que a questão não é ser bom ou ser mal, mas como colocamos nossos desejos no mundo; e claro qual o poder que temos para realizá-los.