Música para camaleões

Música para camaleões Truman Capote




Resenhas - Música para Camaleões


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Celso Filho 11/02/2024

"Música para camaleões" é mais uma coletânea de contos de Truman Capote, dessa vez lançado mais de uma década depois de sua última obra.

Temos pontos muito altos aqui, principalmente o conto que inspira a capa dessa presente edição, meu segundo favorito dele.

É também um livro muito interessante depois de ou você conhecer mais a fundo a obra ou a vida do autor. Eu tinha mais conhecimento do segundo, então tive um aproveitamento adicional interessante. É o tipo de material que rende ainda mais nesse sentido porque muito do que está aqui ou é direta ou indiretamente autobiográfico.
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Viviane.Lopes.Costa 02/01/2023

Não tem como esse homem escrever mal gente! Esse livro é muito bom! Principalmente a história dos caixões entalhados a mão! Recomendo demais!
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Mari 10/05/2021

Que olho clínico tem Capote para as aparentes banalidades do cotidiano! E, de outra banda, como era dado a se embrenhar nos mais inusitados episódios, como partidas de xadrez com prováveis homicidas, cigarros de maconha compartilhados com uma diarista durante suas faxinas, uma fuga espetacular da polícia da Califórnia, troca de segredos ao estilo colegial com uma das maiores beldades do cinema.

Truman Capote é, sobretudo, um contador de causos genial. Sem o menor descuido com a linguagem - muito pelo contrário, que habilidade nas descrições, na criação de sensações. Parece um disco perfeitamente executado, da primera à última canção, com encarte combinando, tudo em seu devido lugar.
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jota 09/05/2021

ÓTIMO: um envolvente livro de pequenas histórias e retratos humanos que demonstra a maestria de Capote na junção de jornalismo com literatura
Lido entre 05 e 09/05/2021.

Na capa de Música Para Camaleões duas inesquecíveis celebridades dos anos 1950-1960: Truman Capote (1924-1984) dançando com a atriz Marilyn Monroe (1926-1962) em 1955 no El Morocco, famoso nightclub novaiorquino frequentado por ricos e famosos. E dentro tem mais Marilyn, num texto intitulado Uma Criança Linda, do qual falo um pouco mais no final. Capote se expõe bastante no Prefácio, que pode ser lido como uma pequena biografia dele, muito útil para conhecer sua história, sua escrita, um tanto do que iremos ler nos catorze textos que compõe o volume. Num deles Capote diz que adorava Agatha Christie, achava Raymond Chandler um grande estilista, um poeta, e que deixou de gostar dos livros que Graham Greene escreveu depois de converter-se ao catolicismo, ou foi “capturado pelo Vaticano”, como ele registra.

São histórias pessoais de Capote, sempre interessantes e bem contadas, num estilo certeiro que mistura jornalismo e literatura (ou narrativas de não-ficção, como ele preferia), e versam sobre situações das quais participou em maior ou menor intensidade e/ou pessoas que conheceu de perto, com quem teve algum contato próximo ou ouviu falar delas. Os textos foram publicados originalmente entre os anos de 1955 e 1979. A primeira parte de Música Para Camaleões contém seis deles, incluindo aquele que dá título ao livro e que trata de uma idosa e singular dama caribenha que ao tocar piano atraia camaleões para sua sala de estar. Os cinco textos que se seguem a esse são igualmente interessantes e a releitura de um deles, Mojave (que também está em 20 Contos de Truman Capote, Companhia das Letras, 2006), me pareceu muito melhor agora do que na primeira vez.

A segunda parte traz uma única história, a mais longa do volume, Caixões Entalhados à Mão, que se passa no meio-oeste americano. Ela apresenta diversos trechos arrepiantes porque envolve assassinatos em série, todos extremamente cruéis e mesmo assim você não consegue parar de ler porque quer saber como tudo irá terminar, se o assassino será pego e preso e a motivação para seus crimes. As vítimas recebem pelo correio pequeninos caixões funerários com uma foto delas dentro e, ao cabo de algum tempo, geralmente meses depois, acabam mortas mesmo, tomando cuidado ou não. Um policial, que depois se torna grande amigo de Capote tenta resolver o caso e o escritor o acompanha algumas vezes nas investigações. Mais de uma vez eles ficam frente a frente com o suposto assassino, conversam com ele, e numa delas Capote está sozinho, ainda por cima. Faz algum tempo que li A Sangue Frio, a obra-prima do autor, mas pelos sentimentos que Caixões... me provocou agora, me lembrei dela. Só por esse texto o volume já valeria seu preço, ainda que se possa estranhar um pouco seu final.

Na terceira parte, Retratos Por Conversação, temos sete histórias de pessoas que nos são apresentadas principalmente através de conversas, quase sempre mantidas com diálogos afiados ou curiosos que Capote teve com elas. E até consigo mesmo, caso do último texto, Turnos Noturnos, em que ficamos conhecendo sua personalidade ainda um pouco mais. Mas talvez o melhor deles mesmo seja a conversação que Capote manteve com Marilyn Monroe em 28 de abril de 1955 em Nova York, durante e depois do velório Constance Collier, uma atriz inglesa, também professora de teatro, conhecida de Capote e que orientava Monroe em sua carreira no cinema. Collier é quem achava que Marilyn parecia uma criança, Uma Criança Linda, título do texto, bela e imatura. Outra personagem singular é uma faxineira profissional, Mary Sanchez, retratada em Um Dia de Trabalho, que limpava imóveis, o de Capote e de outros clientes. Ele acompanhou e ajudou Mary na faxina de alguns apartamentos por uma manhã até que num deles os proprietários voltaram antes da hora e então deu confusão. É uma das histórias mais saborosas do volume.

Bem, vou parando esses comentários por aqui, que isso não é propriamente uma resenha, apenas algumas coisas que me deram vontade de registrar ao findar essa prazerosa leitura: todas essas histórias, o modo como são narradas, o imenso talento de seu autor, me conquistaram irremediavelmente. Então recomendo Música Para Camaleões com entusiasmo, especialmente para quem aprecia narrativas curtas, assim como outro livro dele, 20 Contos de Truman Capote, ambos da Companhia das Letras. E também Os Cães Ladram: Pessoas Públicas e Lugares Privados, publicado pela L&PM em 2006. E, claro, com entusiasmo muito maior, recomendo o romance de não-ficção, A Sangue Frio, imperdível. É muita recomendação, eu sei, mas fazer o quê?
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Sarah 08/08/2020

Truman Capote, o gênio
Esse é o meu primeiro contato com a literatura de Capote e posso dizer que estou muitíssima feliz. O homem realmente era um gênio. Inventino e inovador, certamente ele tinha controle do que estava fazendo, nada é por acaso, nem mesmo o estilo narrativo. O bom desse livro é que ele vai, aos poucos, se abrindo pra você, te deixando entrar na cabeça do autor de pouco em pouco. Uma pequena amostra de como funciona sua personalidade está logo no primeiro conto, Música para Camaleões, e depois ele resolve dar umas voltinhas por aí, como quem não quer nada, mas deixando bem claro a sua escrita impecável e como ele pode causar curiosidade de qualquer maneira, até em conversas casuais, cotidianas, que poderiam facilmente ser descartáveis (como o reencontro no bar), mas que ele consegue manter todo o foco na narrativa e querer saber mais daquele momento. O enterro com Marilyn Monroe é muito lindo, se assim posso dizer, tanto pela descrição da falecida de como ela via a Norma Jean, assim como a ideia do o que se dirá à terceiros sobre quem foi Marilyn Monroe. É tão singelo, fofo e profundo também. Marilyn era mesmo uma linda criança. E o último conto é fabuloso, um encontro de Truman com ele mesmo, é o conto "o que diria sobre quem era Truman Capote" por ele mesmo, é sincero, ao mesmo tempo que não, sendo que o próprio Capote se corrige durante o fluxo de pensamentos, obviamente ele não era um narrador muito confiável, mas quem é quando se trata de falar sobre si? É visível que cada conto tem um pedacinho de quem foi esse autor e esse é lindo. Simples, mas eficaz.
Alê | @alexandrejjr 08/08/2020minha estante
Comprei esse livro faz um tempo. É aquele que ele faz a analogia do chicote, né?


Sarah 08/08/2020minha estante
Ah sim. Logo na introdução do livro, quando ele fala um pouco sobre o processo de escrita




Lelê 19/07/2020

Livro de sentada
Você pega o livro, senta, começa a ler. Só para quando termina.
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Kaio 04/12/2019

Música para Camaleões
Em "Música Para Camaleões" são 14 contos deliciosos, alguns meio fantásticos e outros apaixonantes. Escritos numa simplicidade encantadora.

Acho que me tornei um grande admirador de Truman mesmo sabendo que sua vida pessoal não foi lá muito admirável (álcool, drogas, crises, escândalos, etc).

Neste livro, que foi o último a ser finalizado, Truman traça narrativas quase autobiográficas, onde ele mesmo, além de autor, aparece como narrador e personagem (ou mais de um personagem, como acontece no conto "Se revirando de noite na cama" onde ele trava um caloroso debate com ele mesmo).

Alguns contos carregam um certa magia (porém cômicas): os camaleões atraídos pela música, a solitário velhinha e seus gatos, um cego abandonado no deserto. Alguns personagens apaixonantes como Mary Sanchez e a Marilyn Monroe (sim, a atriz).

Entre os contos, alguns se assemelham ao empolgante suspense de "A Sangue Frio" e o conto "A história verídica de um crime americano" é, no mínimo, indignante.

O último conto, o que ele trava o efusivo debite com ele mesmo, é extraordinário. As profecias das videntes haitiana e indiana não se cumpriram, mas o próprio conto é quase profético e carrega uma certa sensação de despedida. Zzzzz
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afonso 17/01/2018

When the Whip Comes Down
A primeira edição de Música para Camaleões (no original: Music for Chameleons) foi lançada em 1980, nos Estados Unidos, pelo autor norte-americano Truman Capote. Neste livro, o escritor apresenta quatorze narrativas, pequenos ‘romances de não ficção’ (termo cunhado pelo mesmo para In Cold Blood, ou A Sangue Frio - seu livro mais célebre), que retratam acontecimentos variados e vivenciados, de 1955 a 1979, por ele, colegas anônimos e personalidades conhecidas, como o assassino Robert Beausoleil (envolvido no caso Tate-LaBianca), a escritora Willa Cather e a atriz Marylin Monroe. Nestes ‘romances’ curtos estão condensadas as principais qualidades da literatura de Capote, dentre elas: os enredos ágeis e envolventes; o plano obscuro em que são expostas algumas das personagens; os diálogos honestos e, por vezes, muito divertidos. Uma boa opção de leitura!

site: http://literaturanorn.blogspot.com.br/2018/01/pet-indica-musica-para-camaleoes.html
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Amásia 09/07/2013

Música Para Camaleões - Uma resposta
O livro em questão foi escolhido pois é um dos mais próximos das histórias que o próprio autor viveu e, além disso, é fruto de um dilema pessoal que o incomodava após a publicação de um de seus grandes sucessos. A análise, então, diz mais respeito ao significado do conjunto de crônicas e sua participação na vida de Truman.

Como mencionado no último post, Música para Camaleões foi publicado em 1980. A obra conta com uma coleção de breves textos, cujos perfis se encaixam na literatura de não-ficção ou romance de não-ficção, nome dado pelo próprio autor.

Capote escreve sobre fatos reais e suas próprias vivências com personagens também reais, como Marilyn Monroe, Willa Cather e um serial-killer ligado à família Manson. Além de figuras famosas, há diversas crônicas com pessoas comuns, que fizeram parte da sua vida, principalmente infância.

A narrativa do livro é envolvente e flui, fazendo com que o leitor se envolva com a história.

Truman Capote “inaugura” o livro com um prefácio genial sobre as conseqüências de se ter um dom, uma virtude, especialmente quando esta é o jeito com as palavras. Desde o prefácio, então, é possível conhecer sua história, entender a forma com que ele se relacionava com o mundo, com a família e consigo mesmo.

“Três camaleões verdes perseguem uns aos outros pelo terraço; um deles faz uma pausa aos pés de Madame, exibindo a língua bífida, e ela comenta: “Camaleões. Criaturas excepcionais. A maneira como mudam de cor. Vermelho. Amarelo. Verde-limão. Cor-de-rosa. Lilás-claro. E sabia que adoram música?”. Ela me contempla com seus belos olhos negros. “Não acredita?”(...) Aos poucos os camaleões se acumularam; uma dúzia, mais uma dúzia, na maioria verdes, alguns escarlates, outros lilás. Trotavam através da varanda e se aglomeravam à porta do salão, uma platéia sensível e atenta à música executada. E que parou, porque de repente minha anfitriã se levantou e bateu o pé, ao que os camaleões se espalharam como fagulhas desprendidas por uma estrela que explodisse.”

A obra é excelente para entender a mente de Capote, conhecer sua história, sentir sua acidez. É um livro especial, pois mostra o resultado de um dilema que o próprio autor criara sobre seu trabalho, especialmente após a publicação de “A Sangue Frio”.

“Como seguir adiante sem repisar as próprias pegadas?”. Este era seu dilema.

Por conseqüência, Música para Camaleões é um resultado. Para Capote e para o jornalismo literário.

site: http://amasia80.blogspot.com.br/
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Daniel 16/01/2013

Contos para camaleões
Último livro que Capote concluiu, "Música para Camaleões" é uma deliciosa coletânea de contos. Se não me engano todos eles são narradas em primeira pessoa. Parecem revelados por alguém muito próximo da gente, um observador atento e um contador de casos melhor ainda.

Os temas e lugares são variados: o genial e revelador prefácio, uma conversa direta com o leitor ("Deus, quando nos dá um talento, também entrega um chicote, a ser usado especialmente na autoflagelação"); uma elegante senhora que toca piano para camaleões numa ilha do Caribe; uma velhinha que cria gatos no meio do nada; a infância em Nova Orleans, atormentada por um pequeno marginal e uma vidente medonha; um detetive atrás de um serial killer no meio oeste americano; uma diarista em dia de trabalho nos apartamentos de Nova York; o encontro com um velho e angustiado amigo metido numa encrenca; fugindo da polícia no aeroporto de Los Angeles; acompanhando Marilyn Monroe num funeral; e conversando consigo mesmo numa noite de insônia.

Capote domina e escrita com maestria, e consegue entreter e emocionar o leitor como poucos.
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