natália rocha | @livrosporaqui
18/02/2021Depois de quase dois meses de leitura finalizada, finalmente me senti pronta pra falar sobre esse livro ? e que livro, ein? Victor Hugo me conquistou completamente, até os devaneios de páginas e mais páginas ganharam um espaço no meu coração!
??O corcunda de Notre-Dame?? foi o primeiro livro que li do autor, e considero que comecei com o pé direito ? inclusive, já to com ??Os miseráveis?? na estante esperando vez dele hehe
A obra foi publicada em 1831 e talvez alguém não saiba, assim como eu não sabia, que nesse livro o protagonista não é o corcunda, mas, sim, a própria catedral. Victor Hugo escreveu esse calhamaço com a intenção de enaltecer esse monumento que na época sofria ameaças de ser demolido. E o autor fez isso com maestria!
Há um capítulo intitulado ??Notre-Dame??, que descreve a igreja e sua história, desde a construção iniciada em 1163, os diversos estilos arquitetônicos que podemos encontrar no interior e na fachada do edifício, até as modificações sofridas de cunho humano, temporal e fruto das revoluções que Paris foi palco.
Victor Hugo também utiliza as páginas de sua obra para discutir sobre outros assuntos; um que me marcou muito, tão incrível quanto a discussão sobre a igreja em si, foi sobre o impacto da criação da prensa no monopólio de conhecimento pelas igrejas na época.
O livro pode ser cansativo em algumas partes, como quando o autor destina váaarias páginas para montar um mapa de Paris na nossa cabeça de leitor ? pode ser bem chatinho se você não conhece a cidade (meu caso), fácil de perder o foco no meio de tantos nomes de ruas e pontes.
Além dessas discussões, estão personagens famosos, como o próprio corcunda Quasímodo, a cigana Esmeralda e o arcebispo Frollo; envolvidos numa trama que contrasta um amor singelo e inocente com um ??amor?? dominado pelo ciúmes excessivo e pela posse.
O livro em si é muito gostoso de ler, as cenas ficam bem claras na nossa imaginação e é uma história muito envolvente. Também tem muitas cenas cômicas, eu dei risada em vários momentos. Contudo, é importante ressaltar que cenas tristes e cruéis também estão presentes, principalmente nos últimos capítulos.
O livro também traz histórias paralelas que, no final, acabam tendo importância no enredo, além de ter vários pontos interessantíssimos que podem ser discutidos, como o Pátio dos Milagres e o enfoque que Victor Hugo dá aos suplícios (penas físicas, simplificando) mas, infelizmente, não tenho espaço pra falar tudo o que eu gostaria. :(
Recomendo demais esse livro! Se for ler, não se assuste com as primeiras páginas ? a ambientação pode ser um pouco confusa ? e segue firme na leitura, vale a pena!