Isabely147 24/02/2024
O Corcunda de Notre-Dame. ou Notre Dame de Paris. Entre romances, poesias, panfletos, diário, a primeira obra que li de Victor Hugo foi O Corcunda de Notre-Dame, e não me arrependo nem um pouco dessa escolha, diga-se de passagem muito influenciada pela adaptação animada e mais "infantil" que a Disney fez dessa história.
O romance é simplesmente, ou melhor, incrivelmente, já que claramente não é algo simples, maravilhoso. A história começa com uma narração mais voltada à Pierre Gringoire, um artista, poeta e dramaturgo (ao que pesquisei foi inspirado em uma pessoa real), e ao passar na narração e acontecimentos nos levam a conhecer os principais personagens: Claude Frollo, o arcebispo, ou arquediacono como é comumente citado, representado, talvez, críticas tanto a comportamentos relacionados a Igreja tanto da época em que a história se passa quanto na em que foi escrita; Quasímodo, o famoso corcunda de Notre Dame, conhecido assim por viver na magnífica catedral que é o centro da trama e ser seu sineiro; e, por fim, Esmeralda, a boêmia que vivia entre os mendigos pertencentes a "pior" parte de Paris, sendo responsável pela ponte da tragedia que liga estes e outros personagens, com muito sofrimento, dificuldade sentimentais, resoluções de problemas do passado, revoltas, reis, ordens, indiferença ao povo, tudo levando a sua grande resolução em tragédia.
Simplificando uma visão de pensamento: "não há nada de pessimista no que ocorre no romance, já que o problema é causado pelo cumprimento das normas de uma sociedade específica, e não é endêmica na estrutura do universo."
Além de sua narrativa principal com os desentendimentos e dramas, o livro traz capítulos nos contando sobre a cidade de Paris, envolvendo o leitor e fazendo conhecer a maravilhosa, ou nem tão maravilhosa para os que a realmente conheceram com todas as suas ruas, becos e habitantes, cidade capital da França.
Gostaria de enfatizar o capítulo 2 do livro V: "Isto Matará Aquilo", eu achei esse capitulo maravilhoso, "o livro matará o edifício". Para aqueles que como eu são apaixonados pela arquitetura europeia, especialmente a francesa, ou mesmo qualquer outro tipo de arquitetura, leiam esse capítulo, atentem-se a suas palavras, suas ideias, suas reflexões, o que ele quer dizer. Pode isso relacionar-se ao hoje?
"O pensamento humano descobre um meio de se perpetuar não apenas mais duradouro e mais resistente do que a arquitetura, como também mais simples e mais fácil. A arquitetura é destronada. Letras de pedra serão sucedidas pelas letras de chumbo de Gutenberg.
O livro vai matar o edifício.
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