Paty 23/07/2024ContraditórioMuitas vezes Jane é admirável, mas Charlote Bronte parece querer descrevê-la de uma forma muito mais forte, sagaz e empoderada do que realmente ela é. Achei forçado.
A narrativa em primeira pessoa já torna a personagem suspeita, desconfiável e realmente Jane se monstra contraditória. Ela quer independência, mas a todo momento procura alguém para se tornar emocionalmente dependente. Duas vezes ela cai na mesma enrascada, apenas indo de mal a pior. Sério?
Quer mostrar que consegue se manter sozinha, ser independe, porém é uma presa fácil.
O princípio ao qual aludiu foi por água abaixo quando foi embora, mas não deixou a sua idolatria e voltou atrás! Mandou cartas, fez viagem e foi procurar por ele. Sem nenhuma notícia ou indício na mudança da situação do seu mestre e quando o encontra ainda fica feliz por vê-lo naquela situação em que ele pode ser (ao menos de início) totalmente dependente dela. É uma vontade de agradar, exageradamente, dolorosamente.
Ainda assim, não deixa de ser um livro interessante, o qual eu provavelmente relerei um dia.
Jane sofreu traumas, abusos e rejeições, nitidamente isso continua a perseguindo, apesar de não ser algo o qual ela parece ter consciência sobre em nenhum momento. É como se ela tivesse superado e tudo tivesse ficado para trás, porém está marcado nela, em suas atitudes, comportamento, escolhas, etc.