Isabelle (@falandocomlivros) 31/01/2024
Jane Eyre
Jane Eyre, escrito por Charlotte Brontë, foi publicado em 1847. Essa história acompanha a personagem título a partir de sua infância, ela tem 10 anos e é uma garotinha de personalidade forte que vive com uma tia que a detesta, por isso Jane Eyre é enviada para a instituição Lowood, a fim de aprender a controlar seus modos. No colégio, Jane torna-se amiga de uma menina chamada Helen, que a ajuda a se aproximar de Deus, e mostra a Jane a importância de Perdoar e amar o próximo. Para Jane, isso não é algo fácil, já que ela passou por situações difíceis com a tia e na própria escola, além disso, ninguém nunca lhe deu motivos para ser boa a quem lhe fez mal. Anos depois, Jane tornou-se uma jovem muito inteligente, chegando até a lecionar na instituição na qual outrora foi aluna. Todavia, Jane almejava novas experiências, e saindo de Lowood, partiu rumo a Thornifeld, onde foi encarregada de ser a preceptora de Adele, uma garota que ficou aos cuidados do Sr. Edward Rochester (Patrão de Jane).
Rochester é um homem taciturno, amargurado e desesperançoso. A primeira vez que ele vê Jane, é quando estava cavalgando. Edward fica intrigado, pois ela não mede esforços para socorrê-lo. Para Rochester isto é surpreendente, por que alguém que não o conhece faria isso por ele? Além do mais, Jane não tem medo de falar o que pensa, e isso é uma das características que a difere das demais moças de seu tempo.
Esse acontecimento muda os planos do homem, pois ele pretendia ir a outro destino, todavia, sem saber, Jane o faz decidir ir para Thornifield, um lugar que, apesar de agradável, é de certo modo detestável para Rochester, aquela casa tem segredos sombrios que o atormentam.
Jane passa por muitas adversidades, que colocarão em cheque seus desejos e princípios. Será que Jane Eyre os vencerá?
Que livro ?, certamente é um dos meus favoritos do ano. Foi esplêndido acompanhar as fases da vida de Jane, ver como ela saiu de uma garota impulsiva e cheia de mágoas, para uma jovem sábia, que compreende, através da sua fé em Deus, o valor do perdão e de como se arrepender dos erros do passado, permitindo um recomeço, buscando tornar-se alguém melhor. O arco de Edward Rochester também é interessante, porque ele tem que passar por uma provação física, até compreender que existem certas coisas que não podem ser resolvidas com a força do próprio braço, e que tirar a vida daquela que o torna infeliz, não é a solução.
O amor que Jane e Rochester nutrem um pelo outro transcende a fisicalidade, já que perante a sociedade eles são considerados feios, mas isso não os impede de compreender a natureza do amor, que é zelar um pelo outro, ser paciente, bondoso e suportar os momentos difíceis.
Isso me fez lembrar da irmã de Charlotte Brontë, Emily, que escreveu o morro dos ventos uivantes. Seus personagens, Catherine e Hatcliff, são o oposto de Jane Eyre e Edward Rochester. Por que digo isso? Cathy e Hatcliff não compreendem a essência do amor, ela deixa-se levar pelo temperamento explosivo quando contrariada, pois nunca lhe foi negado coisa alguma, Hatcliff é consumido pelo desejo de vingar-se daqueles que o fizeram mal, ou ficaram em seu caminho, nem por quem ele dizia amar interrompeu sua vingança, destruindo assim a vida dela, dos descendentes de seus inimigos e a dele mesmo. Ambos escolheram dar razão às suas vontades ao invés de lutar contra elas e fazer o certo. E isso é o que torna o destino destes casais tão diferentes, um conduziu a própria tragédia, o outro fez o que era correto, mesmo que doesse, e por isso Deus abençoou a união de Jane Eyre e Edward Rochester, e realizou um milagre que trouxe alegria aos dois.