Abeener 09/05/2024
Jane Eyre
"Jane Eyre", uma história longa de sofrimento, dor, melancolia, medo, arrependimento e violência.
Em "Jane Eyre", acompanhamos a heroína que dá nome ao livro nos contar sobre sua história. Neste momento, recebemos um convite de nossa protagonista. Leve isso em consideração: este livro corre como uma longa e intimista conversa entre amigos, onde Jane, nossa amiga, decide, após anos, finalmente contar seu passado, o qual está repleto de espinhos, caminhos tortuosos e confusos. Nesta obra, Charlotte Brontë nos aponta uma estrada que, em certo ponto, pode nos levar a milhares de locais diferentes, e vai depender de você, leitor, qual caminho tomar. Nos é apresentado de tudo nesta grandiosa obra: melancolia, a dor do abandono, o isolamento familiar e social, abuso autoritário, religião, loucura versus sanidade, introversão, extroversão, chamado, repreensão, servidão e amor.
Charlotte escreve com uma poesia delicada e, ao mesmo tempo, nos devora com sua violência repentina. Ela nos mostra campos verdes e suas flores brancas e, ao cair da noite, uma louca de olhos vermelhos que é sedenta por sangue e caos. O tempo inteiro, Charlotte brinca com sua história, nos mostrando metáforas e analogias, descrevendo o romper da primavera (nascimento, ressurreição, esperança), enquanto milhares de meninas morrem ao léu de febre tifoide em uma escola negligenciada, guiada por um falso cristão com morais duvidosas.
Uma história repleta de espelhos inversos, personagens sendo os reflexos opostos de cada um, Edward Rochester e St. John, Jane Eyre e Bertha. Como eu adorei esta dança, o feio e o belo, o delírio e a razão. São muitas as outras jogadas feitas neste livro, ler com atenção esta obra fará você notar migalhas jogadas pelo caminho, apanhe cada uma e veja o que elas têm a dizer.
Conclusão:
Posso garantir que "Jane Eyre" se tornou o meu livro favorito. Acompanhar as noites com a minha querida Jane (com a qual me identifiquei muito) foi um enorme prazer. Pretendo reler o livro em breve! Obrigado, Charlotte, por ter nos presenteado com tal obra.