anavale 11/07/2024
Um sentimento de amor e ódio
Realmente, o dom de Jane Austen de conseguir despertar no leitor um misto de sentimentos e sensações no decorrer da leitura é admirável. No começo da trama foi muito difícil continuar a leitura pela protagonista Emma ter uma personalidade fútil, egocêntrica, superficial... em suma, mimada. Mas no desenrolar da história percebe-se que apesar disso Emma não é uma pessoa de índole ruim, apenas está aprendendo a amadurecer. O que chama mais a atenção é a sua humildade ao ser corrigida (principalmente pelo Sr. Knightley) e a sua capacidade de profunda reflexão e auto análise sobre seus próprios erros. Sendo assim, nota-se a exímia capacidade da autora na construção de personagens complexos, humanos, com erros e falhas, que despertam no leitor amor e ódio ao mesmo tempo, longe do clichê de muitos romances onde a protagonista é sempre perfeita. Da metade para o final da história, o leitor se torna testemunha da evolução da maturidade de Emma, que reconhece seus erros perante Harriet e Jane, conquistando no final, o amor de Sr. Knightley, a figura principal responsável pelo seu amadurecimento.
Em termos gerais, a complexidade na construção da protagonista é o ponto alto desta obra, apesar da leitura muitas vezes se tornar maçante e arrastada, além de que logo na leitura dos primeiros capítulos o leitor atento já pode captar qual será o desfecho final.
Não é a obra mais bem construída de Jane Austen em relação ao enredo e ao poder de cativar o leitor na história, porém não deixa de ser ruim.
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o que aprendi com o livro foi que a complexidade humana não possibilita a existência de pessoas totalmente boas ou ruins. O quão importante é estar rodeado de pessoas que nos ajudem a evoluir e melhorar nosso caráter, índole e postura. Refletir constantemente sobre a motivação de nossas ações e aber reconhecer nossos pontos fracos com humildade e estar disposto a mudar.