Daniella 22/09/2011
“Ser governado é ser zelado, inspecionado, doutrinado, aconselhado, controlado, assediado, pesado, censurado e ordenado por homens que não têm direito, nem conhecimento ou valor para tanto. Isto é o Estado, esta é sua justiça, esta é sua moral.”
Na obra “O que é anarquismo”, o autor Caio Túlio Costa nos apresenta, de uma forma geral, o que se entende pelo movimento libertário anarquista. Colocado por ele como anarquismos, no plural, já que considera haver inúmeras correntes de pensamento no interior do movimento. Para isto, se apóia principalmente na obra “História das idéias e movimentos anarquistas” de George Woodcock, considerado um grande especialista no assunto, sobre a qual Caio Túlio Costa debruça a fim de fundamentar suas próprias opiniões.
De uma forma que poderíamos considerar didática, o autor divide a pequena obra em quatro capítulos: “A ingênua lucidez” aborda as correntes mais relevantes do movimento anarquista; “Os ingovernáveis” trata do caminho percorrido e das obras deixadas por seus principais teóricos; o terceiro e quarto capítulos explicitam o histórico do movimento e sua colaboração na história de diferentes países.
Caio Túlio Costa tenta em uma obra relativamente curta nos direcionar a um estudo mais aprofundado sobre o anarquismo, exemplificando passagens e teóricos importantes para o movimento. Apesar do grande numero de informações deixarem a obra condensada, é possível desmistificar a confusão que gira em torno do seu conceito e captar a essência dos ideais anarquistas, cuja crença na ação direta, onde a responsabilidade por suas conseqüências deve ser aceita e a auto-representatividade devem ser estabelecidas em todos os âmbitos, social, familiar, político e, principalmente a luta pela abolição de qualquer forma governativa.