Gen - Pés Descalços #1

Gen - Pés Descalços #1 Keiji Nakazawa




Resenhas - Gen Pés Descalços #1


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29/10/2015

Eu tinha a idade do protagonista quando peguei esse mangá na biblioteca da minha escola pela primeira vez. Lembro que era para uma série mais avançada que a minha, mas a curiosidade em ler o que os mais velhos estavam lendo era tanta que não resisti. Acabei não aguentando muitas páginas porque fiquei assustadíssima com o que vi e o coloquei de volta na estante. Achei que era uma história de terror, não muito diferente das de zumbi, com aquelas cenas de pessoas pedindo socorro e suas peles derretendo. A minha versão criança não sabia que aquilo tudo aconteceu, e faz com que a minha versão adulta acredite ser realmente uma história muito pior que a de qualquer zumbi. Essa aqui sim é uma verdadeira história de terror.

Neste primeiro volume, nós acompanhamos a família Nakaoka, mais precisamente um dos filhos, o Gen de sete anos, durante os três meses que antecederam a queda da bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima. Aqui temos uma ideia de como era o cotidiano e o clima de um país em guerra sob o olhar dos civis. A questão da fome, da luta pela sobrevivência, do preconceito sofrido pelos que se opunham a guerra, da presença de coreanos e chineses no país e de como era essa relação e a noção de que era uma honra morrer pelo imperador e pelo seu país. Além dessa visão de pessoas comuns, ele vai contando o que está acontecendo no mundo também, como os primeiros testes nucleares, a Batalha de Okinawa e as tentativas de impor a rendição incondicional japonesa. É extremamente detalhado e consegue abordar muita coisa.

É muito interessante acompanhar uma obra sob a perspectiva japonesa dos acontecimentos, uma vez que já possuímos tanto acesso ao que aconteceu na Segunda Guerra Mundial, mas sob os olhos do ocidente.

Quero muito ler todos os volumes, mas vou precisar de um tempo para me recuperar daquele final de cortar o coração. Não consigo acreditar que é possível mais sofrimento.
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Fruggerr 15/06/2014

Gen Pés Descalços
O mangá teve sua primeira publicação nos anos de 1973 a 1985. Nos anos 2000 e 2001, chegou ao Brasil por intermédio de uma editora nacional.

Ao folhear e olhar superficialmente o livro, fiz uma boca em conjunto com careta, tive a sensação de que poderia não gostar de lê-lo. Nesse momento deixei novamente no seu lugar na estante e saí em busca de outra obra mais interessante para ler.

Na medida que os quadrinhos foram ficando mais escassos na biblioteca do meu irmão, peguei novamente o mangá Gen Pés Descalços e fui tentar ler. Inicialmente, aquela atenção que você dar ao ler o livro não apareceu e a vontade de passar os olhos e me concentrar na leitura foi se esvaindo. Deixei novamente na estante e peguei outra obra para substituir a leitura.

Agora na terceira tentativa para ler o livro, tive a coragem de compartilhar alguns momentos da minha vida com ele. Confesso que não é uma história que me interessa em um livro, pois há sofrimentos verídicos vividos por pessoas. Como tenho o hábito de não deixar escapar nenhuma letra na leitura, tive que me esforçar para ler nomes japoneses, trechos musicais e anotações de rodapés. Tornando a leitura cansativa a princípio.

Já acostumado com a leitura e concentração estabelecida, fui progredindo na história. O sofrimento de ser tachado por antipatriotismo, apenas por estar contra a guerra, privação do direito de se alimentar para entregar aos soldados (que são vangloriados e heróis para os nativos), de ter a fonte básica de comida para suprir a necessidade do corpo humano de se sustentar e agressão de todo o tipo são presenças constantes não apenas da família Nakaoka, e sim de outros habitantes de Hiroshima. Não basta tanto sofrimento dos japoneses que estão passando, soa o alarme de aproximação dos inimigos e alguns aviões começam a bombardear
para completar a dor que os habitantes estão sentindo.

Presenciamos os japoneses em total apoio à guerra e vibrando com os inimigos mortos. A minoria que é contra o combate está sofrendo, como nunca sofreu ou vai sofrer na vida. Para mim não tem algo pior o que eles passaram. Cenas emocionantes são retratadas no mangá. Uma pena mesmo!

Apesar de todas as dificuldades encontradas, os Nakaokas não esquecem do companheirismo e altruísmo. Quando a família consegue alimento, nem que seja em pouca quantidade, são momentos que levam a êxtase de alegria. Contagiando o leitor com sentimentos, momentos marcantes e emocionantes, o Gen Pés Descalços conta como aconteceu a história que antecede o fatídico dia do ataque da bomba atômica. Um ato impensado do ser humano que até hoje assombra o mundo. Paz sempre tem que prevalecer.

Não me arrependo de ter começado a ler o livro. Agora estou ansioso para descobrir o destino de Gen e sua mãe. Como conseguirão se reerguer após perdas de entes muitos queridos e as lembranças que foram marcadas em suas mentes para a eternidade.
Inglidy 18/12/2016minha estante
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Gabriel 14/06/2014

Como ser humano diante de grandes adversidades.
Venho aqui hoje para recomendar o incrível mangá Gen - Pés Descalços, de Keiji Nakazawa. A obra é dividida em dez volumes, sendo que a Editora Conrad até o momento lançou até o sétimo em nosso país.

E porque eu recomendo este mangá? Porque é uma obra que tem a capacidade de transmitir sentimentos e valores que diariamente vêm sendo cada vez mais ignorados. É uma obra que ensina a nos colocarmos no lugar dos outros, e assim, a nos emocionarmos e sentirmos compaixão verdadeira pelo sofrimento humano, além de sentirmos a alegria dos personagens quando eles conseguem algo de bom na vida diante do mais puro caos.

E que caos seria esse? O caos de enfrentar a bomba de Hiroshima. O caos dos sobreviventes de encarar os efeitos da bomba, de enfrentar os preconceitos surgidos e difundidos pelas pessoas de cidades vizinhas, que não queriam se contaminar com o "veneno da bomba". O caos da miséria decorrida desse processo todo. O caos do complexo moral da sociedade.

Guerra após guerra, suprimentos alimentares e outros tipos de recursos são tirados da população civil menos abastada para ser doada aos "bravos guerreiros", que, como robôs, não têm autonomia de pensamentos, são meros fantoches do governo sem se darem conta; pacifistas ativos são vistos como estorvos da sociedade; preconceitos são difundidos hipnoticamente, até se tornarem jargões populares e lugares comuns. Aqui no Brasil seria por acaso diferente? Em relação a essa Copa do Mundo, por exemplo, se pensou alguma vez em se deslocar e demolir algum imóvel das classes mais abastadas para a melhoria da infra-estrutura? (Esse é o tema do primeiro volume).

O segundo volume retrata Gen e o que restou da sua família pela sobrevivência depois da bomba. Como ter bom senso diante do desastre? Imagine o exemplo de se estar morto de sede, ter água na sua frente e não poder bebê-la por conta de uma contaminação invisível.

O terceiro volume retrata o senhor Seiji, que foi atingido pela bomba e foi pedir ajuda aos seus familiares, que assim o manteve em quarentena, isolado e carcomido pelos vermes. Gen é uma luz para este homem. Para mim este é o mais bonito de todos os volumes.

Os demais volumes também são magníficos.




Como ir contra uma sociedade envenenada, manipulada. Lembro das palavras de Liev Tolstói em Guerra e Paz:

Os pensamentos que têm enormes consequências são sempre singulares. Minha ideia é que, se as pessoas corrompidas estão relacionadas entre si e constituem uma força, as honradas devem fazer o mesmo, pois é fácil.

Será que é tão fácil assim? Diante do sistema atual, em que as pessoas boas são obrigadas a serem corruptas no dia a dia por questão de sobrevivência, é cada vez mais difícil a união pela promoção da justiça e e pela honra (por exemplo, simplesmente não podemos correr o risco de sermos demitidos de nossos empregos por conta de atrasos, então, se necessário for, não estamos errados em furar a fila dos ônibus, em esmurrar os outros trabalhadores e estudantes que também têm seus horários a cumprir, não receamos atropelar criancinhas e idosos, e no fim das contas, quando estamos todos imprensados como sardinhas numa lata imunda, cada um de nós lava as próprias mãos. As pessoas que ficaram para trás, esperando pacientemente nas filas, deixaram de ser pessoas honradas; na verdade, não passam de manés: rimos e debochamos deles, soltamos língua, fazemos careta, lhes chamamos de otários. Eis algumas palavras fundamentais de Juli Zeh, autora de A Menina Sem Qualidades:

Se nos limitarmos a lamentar e chorar o vazio surgido, a vida passará por cima dessas lacunas com suas longas pernas e construirá para si pontes de ilegalidade cujo material de construção chama-se pragmatismo. O problema não consiste no fato de homens gostarem de fazer coisas cruéis, mas sim da crueldade ser algo tão simples. E o que funciona bem e com sucesso hoje em dia é considerado bom. Portanto o pragmatismo subdivide homens e suas ideias segundo a sua capacidade funcional; ele faz com que todos se lancem uns sobre os outros, e coroa o vencedor como bom. Nisso, ele atende ao mais antigo e mais primitivo dos instintos: os instintos da selva. A natureza é pragmática; todos os animais são pragmáticos. O homem é só um animal onde suas ideias acabam. O pragmatismo substituiu tudo que no passado as grandes ideias poderiam nos oferecer.




Eis a lamentável realidade.) É disso de que se trata o complexo moral social. E é disso que se trata Gen - Descalços. Como manter a dignidade em meio ao desespero? Como ter sentimentos humanos como compaixão e piedade em um momento em que os instintos estão ávidos pela saciedade, e em que é difícil não se entrar em disputas por recursos extremamente escassos?

O complexo moral social é algo que merece ser estudado fortemente nas escolas, e eu indico plenamente Gen - Pés Descalços para essa finalidade, por ser fácil e rápido de ser lido, por ser impactante, triste e ao mesmo tempo engraçado. Se você é educador ou pai, conheça essa obra e a repasse a seus alunos e filhos adolescentes, a sociedade agradece. Pode ter certeza que este mangá vai engrandecer o caráter de quem o ler.

OBS: Em 2001, a Conrad lançou uma versão resumida em 4 volumes, que é boa também, mas menos abrangente do que esta versão atual.

Outras postagens de filmes, livros e afins:

http://oquadropintadodecinzas.blogspot.com.br/
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Trock 22/08/2013

Para quem gosta de Gen: http://blogdas30pessoas.blogspot.com.br/2013/08/gen-pes-descalcos.html
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sueli 31/10/2012

GEN PÉS DESCALÇOS DE KEIJI NAKAZAWA
Este mês é de surpresas! Mais um livro comprado pela sugestão do blog e que me surpreende. Nunca li um mangá e confesso que penei um pouco no começo para entender o modo de leitura, mas depois peguei o jeito e fui me surpreendendo cada vez mais em perceber o quanto a humanidade pode ser desumana, quanto sofrimento pode causar.

Gen Pés Descalços é uma série de mangá criada por Keiji Nakazawa. A história é autobiográfica já que se baseia nas experiências do próprio autor, Nakazawa, sendo ele próprio é um sobrevivente da bomba lançada em Hiroshima.

Este livro narra a saga de um sobrevivente, um vencedor. Mostra toda dor, sofrimento e horríveis consequências da guerra. Relata todo os horrores da guerra e também o que uma família sofre por o pai do personagem principal, não concordar com o conflito e, por isso, sofrem retaliações de todos os tipos. O pai é preso, torturado, seus filhos são surrados, molestados, chamados de covardes, ladrão, passam fome, os alimentos que plantavam foram destruídos.
O autor descreve de forma clara e objetiva a história, ele escancara a realidade que viveu, de forma incisiva, fiel e real. Expõe situações de violência, traição, inimizades, fome, dor, suicídio, humilhação, egoísmo, racismo e morte, da maneira que ele presenciou.
É uma historia forte, comovente, sofrida, real e triste.



Sinopse
Gen - Pés Descalços (Hadashi no Gen, em japonês) é uma história autobiográfica. Seu autor, Keiji Nakazawa, tinha 7 anos quando a bomba atômica atingiu Hiroshima, cidade onde morava com a família.
A HQ foi primeiramente lançada em série, nos anos 1972 e 1973, na Shonen Jump, uma das principais revistas semanais de histórias em quadrinhos do Japão. É um relato comovente da difícil vida de uma família japonesa, vítima da bomba atômica, durante e após a Segunda Guerra Mundial.

Viquinha 03/11/2012minha estante
É muito descobrir achados literários que nos emocionam e inspiram, não é?




Jung Angel 30/06/2012

Minha Opinião sobre: Gen Pés Descalços #1
O primeiro volume de Gen Pés descalços conta a história da família Nakaoka, que por ser contrários a guerra são tachados como “Antipatriotas”.

Mesmo assim os Nakoaka não desistem de viver e de lutar pelo que acreditam, enfrentam visinhos e militares defendendo seu ponto de vista em relação a guerra.

“Quem começou essa guerra foram os militares, manipulados pela classe rica deste País. A única coisa que eles querem é conquistar recursos Alheios na base da força Bruta. E o Povo é que leva a Pior”
“E Vocês foram contagiados por essa doença. A Guerra é como uma doença, que cega e ilude as pessoas” (Pag17)


P.S: Além da história da família Nakoaka, o mangá mostra a história do exercito japonês na guerra de 1945, juntamente contando a história da cidade de Hiroshima e da primeira “demonstração” do poder de uma bomba atômica.

Não conhecia este mangá, e me surpreendi com ele adorei, uma fonte rica de informações sobre a guerra e a bomba atômica largada em Hiroshima!

Triste Comovente e emocionante este é o mangá Gen Pés descalços! Recomendado, é claro que espero ter a oportunidade de ler resto de mangá e trazer minha opinião sobre ele a vocês, espero que gostem. SUPER INDICO ;)

Acompanhe as resenhas/críticas completas no blog "Lendo com a Angel". Se puder siga e comente que ficarei muito feliz por sua companhia!

site: https://lendocomaangel.blogspot.com/
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Lucas 23/01/2012

Sensacional
A leitura é agradável como a de qualquer mangá; intrigante como qualquer romance best seller; e importante como qualquer artigo cientifico.
Não vejo a hora de encontrar o volume 2 e todo o resto da coleção.
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Gisele-chan 11/11/2011

OBRA-PRIMA
Este mangá pode ser chamado de muitas coisas:
- obra-prima;
- compilação histórica;
- autobiografia e etc.
Mas não há como negar que, independente de como seja classificado; "Gen - Pés Descalços" é uma obra de importância histórica e artística impagáveis.
Até então, eu sempre li mangás shonens e shoujos. Nunca tinha lido um gekigá. Ganhei "Gen" de presente, e foi uma das leituras mais marcantes de toda a minha vida.
Estudar a 2ª Guerra Mundial, saber quem lutou ao lado de quem, de onde saiu a bomba assim-assim-assado, é uma coisa. Mas ser transportado para dentro de uma casa japonesa daquela época, viver a miséria que aquele povo viveu e ficar de frente com a morte, como aquelas pessoas ficaram; foi realmente incrível e triste, ao mesmo tempo.
Por várias vezes, senti uma bola na garganta; e os olhos marejados.
Este mangá deixa claro que a 2ª Guerra Mundial foi a maior vergonha da História da humanidade.

É uma obra que todas as pessoas deveriam ler, independente de gostar ou não de mangá; pelo valor histórico-cultural envolvido.
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