Kath 30/03/2022
Magistral!
Hospedado em um hotel de luxo numa ilha paradisíaca, Poirot tenta aproveitar suas merecidas férias. Os hóspedes do lugar são peculiares cada um a seu modo, mas sem dúvida uma se destaca na multidão: Arlena Stuart. A bela atriz está de férias com seu marido e a enteada, ela é o furor por onde passa, desejo dos homens e terror das mulheres, especialmente de Cristine Redfern cujo marido está completamente enfeitiçado pela atriz. A enteada, Linda, também não gosta nem um pouco da madrasta.
Tudo corre bem conforme os dias passam e os hóspedes se veem envolvidos nas atividades do resort, de sua parte, Poirot passa seu tempo tentando encontrar calma, socializando com os demais e fazendo sua atividade favorita de todas: observar as pessoas. Não é segredo para ninguém que Patrick Redfern está tendo um caso com Arlena Stuart, seu marido Coronel Marshall parece não se importar com isso mantendo sempre a calma inabalável, porém, Christine Redfern não está levando a situação tão levianamente.
Quando o corpo da atriz é encontrado estrangulado em uma pequena ilhota próxima do resort, a polícia pede a Poirot que auxilie na investigação e todos os hóspedes são suspeitos. Fora alguns pontuados, todos tinham um motivo para desejar a jovem atriz morta, mas quem teria cometido tal crime brutal? Para solucionar o mistério de um quebra-cabeças mais intrincado do que parece, Poirot precisará desenterrar casos do passado para entender o presente em uma verdadeira trama de reviravoltas.
Revisitar esse livro foi uma grande nostalgia, lembro que ele foi o segundo romance de Agatha que li na escola, ainda na minha adolescência, depois de Os Quatro Grandes. Lembrava quase nada do enredo então foi como ler pela primeira vez de novo o que achei maravilhoso. Uma das coisas mais incríveis em Agatha é a maneira como ela consegue criar personagens, os desse livro são, cada um, fascinantes à sua própria maneira, mas meus favoritos sem dúvida são os Gardener, achava tão fofo e engraçado ao mesmo tempo como a esposa era sempre uma matraca falando pelos cotovelos enquanto o marido se limitava a sempre concordar com ela, mas nunca de maneira entediada ou irritadiça, mas com carinho, cuidado. Acha uma gracinha.
Linda Marshall foi outra personagem que me lembrou quão difícil é ter 16 anos (hahaha), tudo imediatista demais, dramático demais, intenso demais. E percebi que ainda havia algumas coisas nela que me causavam identificação. Alguns, como o reverendo Lane, eram misteriosos e levantavam suspeitas desde sua primeira aparição, mas esses a gente descarta de cara porque sabe que não vai ser o assassino.
Contudo, se tem uma coisa nesse livro que pega a gente são as reviravoltas! Agatha montou o enredo de forma tão magistral que não importava quão desconfiada eu estivesse, nunca cogitaria que o assassino seria justamente aquela pessoa. Nem me passaria pela cabeça que nada do que aparentava na superfície era verdade e, num giro de página, o vilão se torna mocinho. Devorei as páginas cheia de curiosidade e completamente presa no mistério.
Agatha dispensa recomendações.