O Cemitério de Praga

O Cemitério de Praga Umberto Eco




Resenhas - O Cemitério de Praga


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Aguinaldo 28/10/2011

cemitério de praga
Não leia esta resenha caso você prefira não saber nada da trama e de eventuais detalhes do livro. "El cementerio de Praga" é o último romance de Umberto Eco. Não é arrebatador como o "Pêndulo de Foucault" (meu favorito entre seus romances) nem estimulante como "O nome da rosa" (com o qual ele conquistou o mundo das letras há trinta anos). É um romance psicológico, que brinca histórias de espionagem, se ampara em miríades de fatos históricos, se apropria de personagens reais (quase todos loucos de pedra) e que fala da farsa da concepção de um famoso texto anti-semita, o execrável "protocolos dos sabios de Sião". Como sempre nos livros de Eco você pode se concentrar apenas na história ou desfrutar dos jogos literários e da erudição do autor. Vamos a ver. Há três narradores na história, três vozes, que ele inclusive grafa com fontes tipográficas diferentes. Um é o narrador que conta a história, as outras duas correspondem às consciências divididas de seu personagem principal, que ora é Simone Simonini, um sujeito com patente de capitão, falsificador renomado, ora é um abade chamado Della Piccola. Estes dois dividem um diário, que é lido e interpretado pelo narrador da história. Freud, o "inventor" da psicanálise, aparece no livro, explicando a Simonini alguns dos aspectos de suas teorias e procedimentos clínicos. A história propriamente dita se passa basicamente na segunda metade do século XIX e envolve a vida e os sucessos do notário (tabelião) e falsificador de documentos Simonini. Criado por um avô anti-semita ele cresce e passa a ser educado por padres jesuítas. Após trabalhar alguns anos para um rico tabelião de sua cidade ele é recrutado pelo serviço secreto piemontês e passa a produzir documentos falsos para os fins todos os fins. Com o tempo ele passa a produzir não apenas documentos avulsos, mas histórias e tramas inteiras, para os mais variados usos e práticas. As invenções são sempre mirabolantes, envolvendo conspirações cruzadas entre maçons, jesuítas, carbonários, judeus, protestantes, papistas e cristãos, incluindo os mais variados sentimentos anti-clericais, satânicos e anti-semitas. Partindo de sua Piemonte natal ele emigra para Paris. Sua carreira acompanha alguns dos fatos políticos europeus mais importantes da segunda metade do século XIX: as conspirações dos carbonários; as guerras de independência e de unificação italiana; a guerra franco-prussiana; a comuna de Paris; a aproximação entre a França e a Rússia. Sua "obra prima" é a produção de um documento para o serviço secreto russo que servirá de base, já no início do século XX, dos protocolos de Sião. O interessante neste personagem é que ele parece acreditar nas farsas que produz. O livro tem o ritmo de uma história de espionagem, algo na linha das conspirações da guerra fria inventadas por Ian Fleming por exemplo. Há também saborosas descrições gastronômicas, especialmente da culinária francesa, algo que sempre me faz lembrar o detetive Carvalho do Manolo Vazquez Montalbán. Há momentos que o livro dá mesmo fome. A psicologia freudiana e os mecanismos do inconsciente pairam sobre a trama do livro. Se não é o melhor livro dele ao menos tudo é divertido afinal de contas, especialmente para quem é vaidoso intelecutalmente e gosta de tramas eruditas intrincadas. O livro tem um bom número de ilustrações, reproduções de gravuras antigas, a maioria delas propriedade do próprio Eco. No final uma ironia final dele, com o acréscimo de um resumo e um quadro descritivo do livro que ele chama de "inúteis esclarecimentos eruditos". O sujeito sabe mesmo que o ofício da literatura só tem sentido se o autor se diverte. [início 13/01/2011 - fim 17/01/2011]
"El cementerio de Praga", Umberto Eco, tradução de Helena Lozana Miralles, Barcelona: editorial Lumen (Random House Mondadori), 1a. edição (2010), brochura 14x21 cm, 590 págs. ISBN: 978-84-264-1868-5 [edição original: Il cimitero di Praga, Bompiani (Milano), 2010]
Camile 02/11/2011minha estante
Coloca que tem spoiler na resenha, bem simples.


Sergio 19/01/2012minha estante
Maravilhoso.A realidade com ficção onde só um mestre como o Eco pode nos proporcionar.


Krishna.Nunes 23/03/2012minha estante
Marque que tem spoiler na resenha.


ivo 23/10/2012minha estante
O livro é horrível. Estou no começo do fim à força.




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