A Lua e as Fogueiras

A Lua e as Fogueiras Cesare Pavese




Resenhas - A Lua e as Fogueiras


3 encontrados | exibindo 1 a 3


Jakob von Gunten 09/08/2016

Narrativa de retorno à casa e de mergulho em si mesmo. O tema é a volta de um italiano que foi viver nos Estados Unidos e que agora se sente sem lugar, alheio tanto à América quanto à sua terra. Ele retoma lembranças da juventude ao se encontrar com Cinto, um rapaz cocho, e com Nuto, seu melhor amigo de infância. O que parecia ser um relato impressionista, contudo, vai ganhando tons políticos quando ele descobre o desfecho de algumas pessoas que foram mortas na Segunda Guerra Mundial. O livro se estrutura em capítulos de 5 páginas, tem uma linguagem seca, consistente e estilo sóbrio. A imagem final é impactante: as marcas da fogueira que fizeram de Santina por ela ter sido espiã dos fascistas. Uma rima visual com as fogueiras que os camponeses acendiam para torcer por uma boa colheita.
comentários(0)comente



Carlos Aglio 25/02/2014

Romance italiano, indicação de leitura básica para aspirantes a escritor...
PAVESE, Cesare. A lua e as fogueiras. Berlendis & Vertecchia Editores, 2003.

Romance italiano, indicação de leitura básica para aspirantes a escritor...

A Lua e as fogueiras é um dos romances indicados numa lista enorme de leitura básica de ficção, sugerida pelo professor Furio Lonza, que ministrou o curso Escrever é fácil, que fiz na Estação das Letras, há alguns anos atrás. E sempre que posso procuro ler uma das indicações já que sou um aspirante a escritor.
Consegui esse exemplar no Skoob, no esquema de trocas e hoje ele me foi solicitado para troca por outro Skoober, então resolvi registrar alguma coisa a respeito do livro, antes de encaminhá-lo ao seu novo leitor. Já o li há algum tempo e não me lembro de detalhes, sei que a personagem principal, um italiano, retorna a sua região de origem, reencontra velhos amigos e envolve-se numa relação de amizade com uma criança portadora de deficiência física numa das pernas, o Nuto. Relembrando o passado, ali vivido, ele conta e também ouve do menino histórias sobre o passado, dentre elas o costume dos habitantes daquela região de observarem a lua e as fogueiras.
Hoje ao pegar o livro para enviá-lo ao seu novo destino, vi uma pequena orelhinha que fiz numa das páginas e fiquei curioso. Geralmente eu faço essa pequena dobra quando alguma coisa me chama a atenção em especial na leitura. Desta forma transcrevo aqui esse pequeno trecho da página 104 que me encantou novamente com a releitura de hoje:
‘A coisa que eu não entendia, naquele tempo, era que todas as mulheres são iguais, todas procuram um homem. É assim que deve ser, eu dizia pensando nisso; mas que todas, mesmo as mais bonitas, mesmo as mais refinadas, gostassem de semelhante coisa me deixava pasmo. Naquele tempo eu já era mais esperto, já ouvira tantas histórias e sabia, via como Irene e Silvia também corriam atrás dos homens. Mas ficava pasmo. E Nuto me dizia: "o que você pensa? A lua existe para todos, como as chuvas e as doenças. Podem viver em um buraco ou em um palácio, o sangue é vermelho em todo lugar".
"Mas então o que diz o pároco, que é pecado?"
"É pecado na sexta-feira", dizia Nuto enxugando a boca, "Mas existem outros seis dias." ’

Assim, Desejo que esse belo romance siga seu caminho por aí, encantando novos leitores.

By Carlos Aglio, em 23/02/2014.
Alessandro 04/03/2015minha estante
Fiquei curioso para saber os outros livros indicados por Furio.




Carol 08/12/2009

O que mais me encanta nesse livro é a maneira como Cesare Pavese descreve as mudanças no modo de viver e pensar humanos através dos olhos de quem um dia renegou suas origens e a si próprio. Quase como viajar a uma paisagem italiana outrora intocada, hoje consumida pelo tempo, é entender a vida da forma mais nua e cruel - a partir de um duro regresso ao passado.
comentários(0)comente



3 encontrados | exibindo 1 a 3