Taci.Souza 13/09/2024
Como descrever minha experiência com esse livro sem enaltecer a genialidade de sua autora? Como oferecer uma opinião imparcial, quando sou completamente fascinada pela escrita de Ágatha Christie? A resposta é simples: não consigo.
"Cai o Pano" transporta o detetive ao lugar de sua primeira investigação, a Mansão Styles. Que tudo termine onde começou, eis a intenção de Agatha. Assim, somos presenteados com uma trama bem ao estilo da Dama do Crime, cheia de segredos, mistérios, suspeitos, reviravoltas e assassinatos.
Diferente do que vemos em outras obras, Poirot é colocado num papel de observador. Está preso a uma cadeira de rodas, sentindo o peso dos anos vividos e a incerteza de quantos anos ainda viverá. Mas, ainda que o corpo esteja bastante limitado, a mente segue tão afiada quando antes, fato que ele faz questão de repetir e Agatha faz questão de provar.
Nesse contexto, seguimos o fiel capitão Hastings assumindo o papel investigativo. Não tão astuto quanto seu amigo belga, mas verdadeiramente empenhado em ajudar Poirot a solucionar o que ele já considera seu último caso.
A medida que avançava na leitura, até consegui antever quem seriam os assassinados, mas em relação ao assassino, Agatha Christie não costuma permitir nenhum tipo de atencipação. A gente supõe, teoriza, deduz, só para descobrir que o culpado era alguém que nem sequer foi cogitado.
O ponto alto dessa trama, são as reviravoltas inesperadas do seu desfecho. O que me faz refletir sobre outra pergunta recorrente: tem como não amar o talento criativo de Agatha Christie? A resposta, simplesmente, é que não é possível.