Lorena.Mireia 20/12/2022
Sacrifício e devoção maternal
Éramos Seis é um romance de Maria José Dupré que gerou diversas adaptações na teledramaturgia nacional.
Dona Lola, a narradora e mãe desta tradicional família composta por ela, seu esposo e seus quatro filhos, é o perfeito retrato maternal do nosso país: uma mulher batalhadora e inteiramente devotada à sua prole; alguém que não mede esforços para ver a felicidade dos seus filhos. O seu esposo, Júlio, é um pai rígido, conservador, mas que apesar de seus vícios e defeitos, ainda deixa transparecer em alguns momentos um centelho de sensibilidade. Carlos, o filho mais velho, é estudioso, responsável, ajuizado e o favorito da mãe. Alfredo é o oposto deste último; um filho rebelde que não tem apreço pelos estudos e que execra a rotina, gosta de se aventurar no desconhecido e ao crescer vai à luta dos ideias nos quais acredita. Julinho é o negociante da família, mostrando desde a tenra idade sua habilidade com as finanças. Isabel, a caçula, herdou o temperamento forte e a tenacidade do pai.
Dona Lola nos descreve os acontecimentos corriqueiros de sua família, os eventos felizes, as conquistas, os infortúnios e as inevitáveis vicissitudes da vida.
Portanto, é uma obra que suscita diversos pontos interessantes: o contraste entre a efervescente vida urbana e a pacata vida rural, a abnegação materna, os costumes que vigoravam em meados do século XX, a desigualdade social, e, sobretudo, a inexorável finitude humana.