A dama de espadas

A dama de espadas Alexander Púchkin




Resenhas - A Dama de Espadas


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Cinara... 23/06/2020

"Duas ideias fixas não podem coexistir no mundo moral, da mesma forma que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no mundo físico. "

Amei!
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Matheus.Augusto 23/06/2020

Não sei
Não sei pq li
Nao sei oq aconteceu
Nem sabia que existia
Só sei que gostei
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MF (Blog Terminei de Ler) 06/06/2020

“A dama de espadas” e “A filha do capitão” de Alexandre Pushkin: um olhar para a história e uma amostra do pioneiro da literatura russa moderna
“A dama de espadas” e “A filha do capitão”, dois livros do escritor russo Alexandre Pushkin, considerado um pioneiro dentro da incrível literatura russa.

ORIGEM, ESTUDOS E FAMA

Pushkin nasceu em 6 de junho de 1799 em Moscou. Ele vinha de uma família aristocrática, sendo seu pai um descendente direto de uma linhagem nobre que já durava séculos. Por sua vez, a mãe descendia da nobreza alemã e escandinava. Seu bisavô paterno foi Governador de Reval (atual Talin, capital da Estônia) e construiu canais e fortes marítimos na Rússia.

Desde cedo, portanto, Pushkin teve contato com o que havia de melhor se tratando de Literatura, tanto de origem europeia quanto russa, ao estudar no Imperial Lyceum, situado no Tsárskoye Selô, a residência imperial de então. Era apreciador de William Shakespeare e de Lord Byron.

Com dedicação total ao estudo e prática da literatura, logo cedo, com apenas quinze anos, publicou seus primeiros poemas, sendo rapidamente reconhecido, antes mesmo de se formar. Facilitou o fato dele incluir a linguagem coloquial em seus textos, de forma harmoniosa, valorizando a linguagem falada pelo povo russo. Incluiu também expressões populares e lendas do folclore de seu país. Ao fazer isso, Pushkin inaugurou a literatura russa moderna.

Pushkin escreveu poemas, peças de teatro e novelas, fazendo uma criativa mistura de drama, romance e sátiras.

ROMANTISMO E O FIM TRÁGICO

Pushkin viveu em plena época do Romantismo, esse movimento artístico que influenciou tão fortemente a Literatura e outras manifestações artísticas. Era aquela idealização, sentimentalismo transbordando os limites da sanidade, uma boa dose de individualismo. Essa dinâmica romântica influenciou tanto a obra quanto a vida pessoal do escritor.

No final da década de 1820, Pushkin conheceu e se apaixonou perdidamente por Natalia Pushkina, uma moça de 16 anos cuja beleza era celebrada na sociedade moscovita. Após muita insistência do escritor, Natalia aceita sua proposta de casamento, que vem a ser concretizado em meados de 1831, após alguns adiamentos alheios a vontade do casal. Apesar das constantes viagens do escritor a trabalho, o casal mantinha uma constante correspondência e, juntos, tiveram quatro filhos. Pushkin dedicava a Natalia poemas.

Em meados de 1835, Natalia conheceu um imigrante francês chamado Georges-Charles de Heeckeren d’Anthès. Rumores surgidos dentro da sociedade russa indicavam um suposto caso extraconjugal de Natalia com Anthès que, até hoje, permanece sem comprovação. Apesar disso, dois anos depois, com os boatos na boca das pessoas, como forma de manter sua honra, influenciado pelo ideal romântico, Pushkin enfrentou seu rival em um duelo. Acabaria sendo ferido mortalmente por Anthès, vindo a falecer dois dias depois, em 10 de fevereiro de 1837.

Natalia não ficou com Anthès. Os biógrafos divergem quanto à adequação, por assim dizer, da viúva. Há quem diga que Natalia falhou com Pushkin como esposa, destacando-se duas das maiores poetisas da história russa: Anna Akhmatova (1889-1966) e Marina Tsvetaeva (1892-1941). Para elas, Natalia nunca quis se interessar pela arte do esposo, supostamente não o prestigiando e, aparentemente, se interessava mais com os eventos da sociedade, acompanhando suas irmãs na corte, situações únicas onde elas poderiam conseguir um marido, ou gastando muito dinheiro na compra de joias e vestidos caros, o que obrigava Pushkin a trabalhar cada vez mais, viajando para divulgar e vender seus escritos. Por outro lado, há quem defenda a memória de Natalia pois correspondências pertinentes ao seio da família, parentes do casal, indicavam um casamento feliz. Após se tornar viúva, falou-se muito de uma suposta relação de Natalia com Nicolau I, imperador russo reacionário, responsável por expandir o território russo. Entretanto, em meados de 1843, ela conheceu Petr Petrovich Lanskoy, soldado que havia servido no mesmo regimento que seu irmão, e com quem veio a se casar no ano seguinte. Tiveram três filhos e ficaram juntos até a morte de Natalia, em novembro de 1863, quando tinha 51 anos de idade.

LEGADO

A questão que fica é: se Pushkin tivesse vivido na época do Realismo, longe dos ideais românticos, teria caído na tentação de se arriscar em um duelo? Porém, se não fosse o Romantismo, teríamos o Pushkin escritor?

Da mesma forma que aconteceu na Alemanha, França, Itália, Portugal, Brasil, etc., as obras de Pushkin não influenciaram apenas seus contemporâneos românticos. Os escritores que migraram para o Realismo ou que já se desenvolveram nesse contexto não buscaram na obra de Pushkin, naturalmente, o sentimentalismo, mas mantiveram o olhar atento para o povo russo nas histórias, no que diz respeito aos seus costumes e suas relações políticas e sociais.

Foram influenciados por Pushkin, em diferentes níveis, Nikolai Gogol (1809-1852), Mikhail Lérmontov (1814-1841), Ivan Turguêniev (1818-1883), Liev Tolstói (1828-1910), Fiódor Dostoiévski (1821-1881), dentre outros.

A DAMA DE ESPADAS

“A dama de espadas” é uma novela escrita em 1826. A história gira em torno de Hermann, um ambicioso jogador de cartas e que, certa noite, numa roda de amigos em torno de uma mesa de baralho, ele conhece a história da Condessa ***, parente de um dos outros amigos jogadores. Ela possui um segredo no qual sempre consegue a carta necessária para vencer qualquer jogo. Hermann, então, coloca em prática um plano para tentar desvendar o segredo da Condessa.

A linguagem coloquial, bem como a ambientação aristocrática são características presentes. O mistério no enredo é uma característica marcante, um traço que influenciaria posteriormente o realismo fantástico de Gogol, visto em obras misteriosas como “O retrato” e absurdas como “O nariz”.

Trata-se de um conto interessante, escrito por um Pushkin bastante experiente na carreira literária e a ausência, de certa forma, de um sentimentalismo não tanto explícito, ainda que presente nas entrelinhas (a ambição nas relações entre os personagens), denota, talvez, uma possível caminhada para um realismo... algo que não chegou a se concretizar devido à morte prematura do autor. Isso, naturalmente, é uma percepção minha tomando como base apenas a leitura dessa obra específica.

A FILHA DO CAPITÃO

“A filha do capitão” é uma novela publicada originalmente em 1836. Conta a história de Piotr Andrêitch, único filho de um honrado e rico oficial aposentado que, preocupado com a possibilidade de ver seu herdeiro desperdiçar a vida na boêmia, o envia para servir no exército. Com a fiel companhia de Savélitch, funcionário de seu pai designado para protege-lo e que o trata com zelo e carinho praticamente paternos, Piotr é designado para servir na pequena fortaleza de Bielogórskaia, sob responsabilidade do capitão Ivan Kuzmitch, mas comandada de fato por sua esposa, Vassilissa Iegórovna. O casal, que o trata muito bem, tem uma filha, a bela Mária Ivánova, por quem Piotr se apaixona. Porém, dois acontecimentos colocarão em risco seu caminho. Primeiro, a existência no local de um oficial chamado Aleksei Chvábrin que, por também nutrir sentimentos por Mária, se torna seu rival. Segundo, o surgimento de Emelian Pugatchov, rebelde cossaco, que lidera uma rebelião contra o Império Russo, então comandado por Catarina II, e que promoverá um cerco à fortaleza.

Trata-se de uma obra romântica, com as características típicas do estilo, principalmente o fatalismo e sentimentalismo exacerbado, com relato dinâmico e personagens interessantes, com destaque para os diálogos entre Ivan e Pugatchov, que possuem visões distintas sobre a forma de encarar a vida. Um exemplo é a fábula do corvo e da águia. Segue:


– Ouça – disse Pugatchov, com inspiração selvagem. – Vou lhe contar uma história que uma velha calmuca me contou na infância. Certa vez, uma águia perguntou a um corvo: “Diga pássaro corvo, por que você vive trezentos anos nesse mundo branco, e eu, ao todo, apenas trinta e três?”. Respondeu-lhe o corvo, “Porque você bebe o sangue dos vivos, e eu me alimento dos mortos”. A águia pensou: vamos tentar comer a mesma coisa. Bem. Voaram a águia e o corvo. Eis que viram um cavalo morto; desceram e pousaram. O corvo se pôs a bicar e elogiar. A águia bicou uma vez, bicou outra, balançou a asa e disse ao corvo: “Não, irmão corvo; melhor do que comer morto trezentos anos é me embebedar pelo menos uma vez de sangue vivo, e depois seja o que Deus quiser!”. Que tal o conto calmuco?

– Divertido – respondi. – Mas viver de assassinato e rouba, para mim, significa bicar carniça.

Pugatchov fitou-me com espanto, e não respondeu nada. Ficamos calados, cada qual absorto em suas considerações.

(trecho de diálogo entre o soldado Piotr Andrêitch e o líder rebelde Emelian Pugatchov, em “A filha do capitão”, de Alexandre Pushkin, escrito em 1836. Editora Principis, 2019, páginas 102-103)


No romance histórico, além de reminiscências de eventos reais que fizeram parte da história da Rússia, a presença de elementos culturais (como a citada fábula), episódios de violência e degradação social e uma pequena dose de sarcasmo e humor, são elementos que influenciariam, como já dito, os escritores que vieram depois de Pushkin, pavimentando a consolidação de uma fase áurea da literatura russa. Por fim, há ainda na obra o protagonismo feminino, representado por Vassilissa e Mária. Tudo isso funciona como um contraponto interessante com os elementos românticos.

Em resumo, “A filha do capitão” é um romance histórico que representa o início da melhor fase da literatura russa. Com narrativa sedutora e personagens interessantes, é uma obra de cuja leitura é fundamental.

AS EDIÇÕES E CONCLUSÃO

Ambos os livros foram publicados pela Principis. Trata-se de um selo pertencente à editora Ciranda Cultural, que se tornou conhecida lançando livros infanto-juvenis. As edições possuem preços populares, algo possível por se tratar de obras em domínio público, capa cartonada e papel de menor qualidade. Apesar disso, o projeto gráfico, embora simples, é muito elegante e simpático, com bonitas ilustrações.

A leitura de Pushkin permite um olhar amostral para o pioneirismo da literatura russa moderna, onde a criatividade e a qualidade narrativa serviram como pilastras de um dos períodos mais ricos da história da literatura universal. Dois livros ótimos.

P.S.: Caso tenha gostado do que escrevi, visite https://mftermineideler.wordpress.com/
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Felipe Vertchenko 28/05/2020

Ótimo livro
O mistério envolta do segredo das cartas é algo muito incômodo e trabalha muito com a curiosidade, o Pushkin trabalhou muito bem com esse tema. E a trama nos prende a este segredo. Gostei muito e recomendo a leitira!
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Lay 04/04/2020

Já faz algum tempo que pretendo entrar no mundo dos livros clássicos, mas para mim não é nada fácil. Acredito que o tempo da escola criou uma resistência em mim que perpetua até hoje. Por isso, quando recebi o convite para participar de um clube do livro no trabalho, onde o objetivo é ler principalmente os clássicos, topei na hora. Esse é o empurrão que eu precisava.

Para iniciar, o desafio foi ler A Dama de Espadas, do poeta russo Alexandre Pushkin, um livro curto, de contos, mas confesso, sequer havia ouvido falar no poeta, e olha que pelo que eu li, ele é bem importante para a literatura russa.

Ambientada em São Petesburgo, iniciamos a história após uma partida de jogo de cartas entre amigos, onde os jovens estão desfrutando da companhia juntos e das perdas e ganhos de cada um. Entre os personagens, está o dono da casa, Narúmov (que é militar, cavaleiro da guarda), Súrin (que sempre perde nos jogos, mas ainda assim, sempre tenta a sorte), Hermann (descendente de alemães russificados, que nunca joga, mas está sempre presente) e Paul Tómski, que traz à tona uma curiosidade: por que sua avó nunca foi ao jogo deles para apostar?

Claro que a pergunta desperta a curiosidade de todos, afinal, que razão uma condessa de 87 anos teria para ir à uma mesa de jogos apostar com os jovens?

Leia a resenha completa no blog.

site: http://www.detudoumpouquinho.com/2020/04/resenha-dama-de-espadas-alexandre.html
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Emerson. 07/03/2020

A Dama de Espadas
https://youtu.be/B5lZhZnSOgs

site: https://youtu.be/B5lZhZnSOgs
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Gabi 26/02/2020

Bom, mas incompleto
O livro é bom, mas a melhor história dele é incompleta. Fiquei frustrada e não sei se realmente havia necessidade de colocá-la no livro. Em compensação, o conto que leva o nome da capa é realmente bom e explica bastante pq Puchkin é tão aclamado.
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Luciana 25/07/2019

Literatura russa
Púchkin é considerado o fundador da literatura russa moderna. Iniciar a jornada de leitura dos clássicos russos como Dostoiévski, Tolstói e Tchekhov a partir desse livro é uma ótima pedida! Trata-se de uma verdadeira obra-prima, com destaque para o conto que concede o título ao livro: A dama de espadas. Recomendo!
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Paulo 05/10/2017

O impulsionador de uma nova tradição literária na Rússia
No dia 6 de junho, a Rússia comemora o Dia de Púchkin, um feriado nacional: as pessoas reúnem-se junto ao Monumento a Púchkin, levam flores e põem-se a recitar ou escutar os seus poemas. Em Bruxelas, em Sófia, em Nova Déli, em Madri, em Roma, há eventos semelhantes. Na Inglaterra, há um tradicional Festival Púchkin. Isso dá uma ideia da grandeza desse escritor, cuja arte continua a se irradiar até os dias de hoje. Em 2010, a Unesco aprovou tornar 6 de junho, igualmente, como o Dia da Língua Russa.

A grande tradição da literatura russa, inicia-se com o filho da aristocracia, Aleksandr Sierguéievitch Púckin (Moscou, 26/5/1799 – São Petersburgo, 29/1/1837).

Como é possível que se diga que Púchkin inicia uma nova tradição na literatura russa?

(Leia a resenha completa no blog).

site: http://bufaloceleste.blogspot.com.br/2017/10/adama-de-espadas.html
Douglas 13/03/2021minha estante
Excelente resenha ?


Paulo 22/03/2021minha estante
Muito obrigado, Douglas! Grande abraço.




Israel145 09/04/2017

Púchkin é sem dúvida o grande expoente da literatura russa e que catapultou a arte para um outro nível, pavimentando a estrada para o surgimento dos grandes nomes que viriam a seguir.
A dama de espadas é um livro excelente, porém a obra de Púchkin merecia um tratamento melhor. Entendo o tom meio experimental da obra por se tratar dos primeiros lançamentos da editora 34 com o selo COLEÇÃO LESTE. Fundir poesia e prosa num único livro e dentre a prosa mesclar obras incompletas não foi a meu ver uma decisão bem acertada. Púshkin merecia mais. Pelo menos 2 volumes, sendo 1 para prosa e outro para poesia. Melhor seria também relegar a um terceiro volume suas obras incompletas.
Fora esta opinião pessoal a respeito da edição, o material aqui contido leva ao deleite. A novela incompleta que abre o volume é O NEGRO DE PEDRO, O GRANDE e conta a história de como o avô de Púchkin veio a servir Pedro, o grande, mostra o quanto o autor tinha o dom da narrativa. Um estilo límpido, fluido e cristalino onde a história vai seguindo para um clímax que não ocorre devido a não ter sido concluída.
DUBRÓVSKI traz a história de um bandoleiro russo, Robin hood das estepe que após sua família perder tudo num golpe covarde e desumano, optou por juntar-se a bandidos e fazer sua própria justiça. Òtima novela também.
A DAMA DE ESPADAS é talvez a obra mais conhecida do autor e realmente sua fama se justifica. Numa mescla entre o sobrenatural e o realismo, a história se desenrola com oum final supreendente. Obra de um mestre em todos os sentidos.
Merecem destaques ainda os contos O CHEFE DA ESTAÇÃO, O TIRO, O FAZEDOR DE CAIXÕES E KIDJARLI.
Na segunda parte do volume temos uma seleção 16 poemas que merecem uma leitura atenta também. Além dos textos de Púchkin, como é de praxe da editora 34 ainda temos uma gama de material editorial de muita qualidade: Um prefácio muito instrutivo e notas sobre os poemas, todos assinados pelo mestre Boris Schnaiderman que traduz a obra diretamente do russo em conjunto com Nelson Ascher. Material de primeiríssima.
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LaraF 18/07/2014

Indicaçao de uma amiga, esse livro me surpreendeu! Historias muito envolventes e sarcasticas, finais hilarios e surpreendentes! Os poemas otimos, alguns ironicos e bonitos.
Douglas 13/03/2021minha estante
Muito boa resenha ?




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