spoiler visualizarMatheus.Correa 04/01/2024
Misto de sensações
"O fato era que a economia da Terra precisava de uma guerra, e esta era a guerra ideal. Ela criou um ótimo buraco onde se podia despejar baldes de dinheiro, mas que uniria a humanidade, em vez de dividi-la" - E aqui temos um resumo do livro, a raça humana precisa se livrar das pessoas, 9 bilhões, dentro da concepção do mundo em que estamos, é muita gente; e a forma que encontram para fazer isso? Usar uma técnica eugenista simples, mandar os pobres para guerra, se mandar 100, voltarão 30. E o livro é cirúrgico em sua crítica.
Seguimos Mandela, um soldado que se apaixona por Marygay, que se esforça e se dedica, embora tenha seus demônios. Entre os saltos temporais, ele tem que se adaptar a realidade que o cerca, e eis um problema meu com a leitura, o autor cria cenários pouco inspirados de uma comunidade homossexual alicerçada pelo governo, a fim de diminuir a quantidade de pessoas no planeta, existem extremismo problemáticos na narrativa, desencadeando (aqui sendo bem subjetivo) sensações de indignação e contemplar que os autores são produtos do seu tempo, não cabe a mim a verdade, mas em certos pontos, o livro me tirou da imersão que ele me convidava.
A guerra com os taurianos é animada em alguns momentos e frívola em outras, o que nos impacta é estar na cabeça de um personagem cinza, tão tangível em situações que realmente te tiram o fôlego.
Guerra sem fim, é uma crítica aos regimes totalitários e um alerta à guerra como uma arma eugenista. O desespero de quem morre sem uma causa sua, particular, e disposto a se sacrificar por algo invisível que, no fim, não lhe diz respeito.