Naty__ 18/07/2019Triste realidadeO que falar desse prefácio? É assim que ficamos quando finalizamos a leitura das palavras de John Scalzi. Humilde, carismático e com uma pitada de humor que já faz você desejar começar a ler o obra de imediato. Aliás, esse prefácio me deixou com mais vontade de ler os livros dele. Mas, aqui é assunto para outro autor, então Scalzi ficará para depois, ainda que as palavras dele, aqui, tenha um impacto fortíssimo. Ah, Scalzi, nem te conheço, mas já te curto pacas!
William Mandella, um jovem norte-americano, está entre os primeiros soldados convocados para o alistamento obrigatório. Quando a humanidade faz o primeiro contato com uma raça extraterrestre, um movimento hostil causa o início de uma guerra espacial que durará séculos.
Fica evidente que a dificuldade de comunicação entre as raças acabou desencadeando uma guerra. Nela, Mandella aprenderá a manusear as máquinas mortíferas mais modernas e a sobreviver ao ambiente inóspito de mundos alienígenas. Além da resistência física, ele precisará lutar para sobreviver aos horrores da guerra, em um constante exercício de questionamento sobre seus reais inimigos.
Quando se está num ambiente como esse, ter a esperança de voltar para casa com vida não parece algo palpável. Devido à dilatação temporal envolvida nas viagens espaciais, soldados que passaram poucos meses no espaço descobrem, ao retornar à Terra, que lá a passagem de tempo foi de décadas ou até de séculos. A tecnologia da Terra possibilita que, por meio dos Portais colapsares, humanos cruzem milhares de anos-luz e cheguem a pontos distantes do universo em pouco tempo. Fantástico, não é? Porém, há controvérsias… Pois os soldados, que retornam para esse mundo do futuro, dificilmente conseguem se adaptar e acabam voltando a se apresentar para novas missões.
Esse livro é um grande ensinamento sobre como as coisas podem ser, sobre quão preconceituosas as pessoas são e podem se tornar. Assim como nem tudo é fácil, principalmente quando se está num lugar tão inóspito. E esse livro foi escrito inspirado na experiência do autor, Joe Haldeman, na Guerra do Vietnã.
Guerra sem fim é considerada um clássico da ficção científica militar. Como se fosse pouco, ainda recebeu os prêmios Hugo, Nebula e Locus. É uma obra para lermos e refletirmos sobre diversos temas, pois o autor não se limita apenas à guerra ― vida x morte. Ele trata de ufanismo, solidão e até mesmo sobre homossexualidade/homofobia.
Durante a ausência de Mandella, muita coisa mudou na Terra: racionamento de alimentos, superpopulação, homossexualidade ― incentivado como uma forma de controle de natalidade. Porém, este último, ele acredita que é apenas uma desculpa, já que existem outras formas mais simples e garantista de solucionar esse problema.
É exatamente por esse fator da homossexualidade, por gerar controvérsias, que a Editora Aleph questionou Haldeman e ele escreveu uma nota se desculpando pela maneira que esse tema pode ser interpretado pelos leitores. É um livro que pode ser contestado por esse detalhe, que pode proporcionar opiniões divergentes, mas o fato é que é um clássico do gênero e merece ser lido e analisado ponto a ponto, sem, contudo, esquecer da época que ele é escrito/retratado.
Sobre a edição:
A capa é dura, com relevos e atraente ao seu modo. A diagramação é confortável. E um fato que adorei, MUITO, foi o tamanho do livro. Ele é bem portátil, dá para carregar na bolsa; sem contar que é leve, também. Isso me atraiu bastante, pois sempre saio com livros por onde vou, inclusive para ler durante o trabalho, entre uma audiência e outra.
site:
http://www.revelandosentimentos.com.br/2019/06/resenha-guerra-sem-fim.html