Guerra sem fim

Guerra sem fim Joe Haldeman




Resenhas - The Forever War


71 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Ronaldo 20/06/2020

O problema da relatividade
William Mandella é um jovem soldado recém treinado para lutar contra a raça dos taurianos, os inimigos da humanidade, numa guerra interestelar.
Ao se deslocar de um ponto a outro na galáxia, viajando a velocidades próximas à da luz, Mandella e os outros tripulantes da nave enfrentam o problema da dilatação temporal, na qual alguns anos servindo à bordo da nave representam décadas passadas na Terra.
A guerra talvez não seja o foco principal do livro, mas sim as mudanças sociais e comportamentais as quais William tem que se adaptar para continuar lutando este conflito.
Dani 06/06/2021minha estante
Oi. Qual é a classificação do livro??


Ronaldo 07/06/2021minha estante
Leitura excelente pra quem curte ficção científica. Recomendo.


Dani 11/06/2021minha estante
Qual a idade recomendada pra ler?


Ronaldo 14/06/2021minha estante
Creio que seja indicado para qualquer idade.




Rodrigo Digão 06/05/2023

Que livro, realmente eu errei por ter deixado de lado por alguns anos, sempre colocando outros na frente, grande equívoco.

Não posso deixar de falar que sua capa, a brasileira, não desperta muito o interesse, porém aquele ditado cabe perfeitamente nesta situação "Não julgue um livro por sua capa".

Livro dinâmico, gostoso, corrido, e nem por isso leviano, trata na verdade de assuntos polêmicos, mas com tal maestria que fica leve.


Cheio de aventuras, conceitos , lutas, amor e etc, esses são apenas alguns de seus ingredientes.

Nem falarei mais nada, não façam como eu, e sim, leiam e depois me agradeçam.

Aquele abraço de urso.
Zetha 15/05/2023minha estante
É justamente a capa que me quebra kkkk me faz deixar pra dps




Naty__ 18/07/2019

Triste realidade
O que falar desse prefácio? É assim que ficamos quando finalizamos a leitura das palavras de John Scalzi. Humilde, carismático e com uma pitada de humor que já faz você desejar começar a ler o obra de imediato. Aliás, esse prefácio me deixou com mais vontade de ler os livros dele. Mas, aqui é assunto para outro autor, então Scalzi ficará para depois, ainda que as palavras dele, aqui, tenha um impacto fortíssimo. Ah, Scalzi, nem te conheço, mas já te curto pacas!

William Mandella, um jovem norte-americano, está entre os primeiros soldados convocados para o alistamento obrigatório. Quando a humanidade faz o primeiro contato com uma raça extraterrestre, um movimento hostil causa o início de uma guerra espacial que durará séculos.

Fica evidente que a dificuldade de comunicação entre as raças acabou desencadeando uma guerra. Nela, Mandella aprenderá a manusear as máquinas mortíferas mais modernas e a sobreviver ao ambiente inóspito de mundos alienígenas. Além da resistência física, ele precisará lutar para sobreviver aos horrores da guerra, em um constante exercício de questionamento sobre seus reais inimigos.

Quando se está num ambiente como esse, ter a esperança de voltar para casa com vida não parece algo palpável. Devido à dilatação temporal envolvida nas viagens espaciais, soldados que passaram poucos meses no espaço descobrem, ao retornar à Terra, que lá a passagem de tempo foi de décadas ou até de séculos. A tecnologia da Terra possibilita que, por meio dos Portais colapsares, humanos cruzem milhares de anos-luz e cheguem a pontos distantes do universo em pouco tempo. Fantástico, não é? Porém, há controvérsias… Pois os soldados, que retornam para esse mundo do futuro, dificilmente conseguem se adaptar e acabam voltando a se apresentar para novas missões.

Esse livro é um grande ensinamento sobre como as coisas podem ser, sobre quão preconceituosas as pessoas são e podem se tornar. Assim como nem tudo é fácil, principalmente quando se está num lugar tão inóspito. E esse livro foi escrito inspirado na experiência do autor, Joe Haldeman, na Guerra do Vietnã.

Guerra sem fim é considerada um clássico da ficção científica militar. Como se fosse pouco, ainda recebeu os prêmios Hugo, Nebula e Locus. É uma obra para lermos e refletirmos sobre diversos temas, pois o autor não se limita apenas à guerra ― vida x morte. Ele trata de ufanismo, solidão e até mesmo sobre homossexualidade/homofobia.

Durante a ausência de Mandella, muita coisa mudou na Terra: racionamento de alimentos, superpopulação, homossexualidade ― incentivado como uma forma de controle de natalidade. Porém, este último, ele acredita que é apenas uma desculpa, já que existem outras formas mais simples e garantista de solucionar esse problema.

É exatamente por esse fator da homossexualidade, por gerar controvérsias, que a Editora Aleph questionou Haldeman e ele escreveu uma nota se desculpando pela maneira que esse tema pode ser interpretado pelos leitores. É um livro que pode ser contestado por esse detalhe, que pode proporcionar opiniões divergentes, mas o fato é que é um clássico do gênero e merece ser lido e analisado ponto a ponto, sem, contudo, esquecer da época que ele é escrito/retratado.

Sobre a edição:
A capa é dura, com relevos e atraente ao seu modo. A diagramação é confortável. E um fato que adorei, MUITO, foi o tamanho do livro. Ele é bem portátil, dá para carregar na bolsa; sem contar que é leve, também. Isso me atraiu bastante, pois sempre saio com livros por onde vou, inclusive para ler durante o trabalho, entre uma audiência e outra.

site: http://www.revelandosentimentos.com.br/2019/06/resenha-guerra-sem-fim.html
Angela Cunha 02/05/2020minha estante
Eu não me recordo muito desse livro. Ficção científica militar não é um gênero que eu tenha entendimento. Mas claro que não me recuso a ler de forma alguma.
Só não consigo me lembrar se já o vi ou não.
Vou dar aquela procurada..rs
Beijo




spoiler visualizar
DANILÃO1505 30/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Alessandro 28/07/2014

Um livro tão importante quanto Tropas Estelares ou Apocalipse Now.
The Forever War (Guerra sem Fim) é um romance de ficção científica militar do autor americano Joe Haldeman, escrito em 1974 e vencedor dos prêmios Hugo e Locus em 1976, além do Nebula de 1975. Existem edições em língua portuguesa, que podem ser encontradas com relativa facilidade em sebos, mas decidi ler a edição original em inglês para não ter que investir na compra. Recomendo a leitura desse livro, mas antes de escrever o por quê, vamos à uma introdução para quem não conhece a estória.

Introdução ao Roteiro

O livro conta a estória de William Mandella, um estudante de física que integra uma força de elite da Força Exploratória das Nações Unidas, que foi montada para iniciar uma guerra contra os Taurans, uma espécie alienígena que aparentemente atacou e destruiu naves de colonizadores humanos. A tropa da UNEF segue em uma missão de reconhecimento e revanche.
Os recrutas tem QI acima de 150, com educação acima da média, saudáveis e em boa forma. O treinamento é cruel: inicialmente no Missouri e mais tarde em planeta fictício localizado além da órbita de Plutão, chamado de Charon. O treinamento é rigoroso ao ponto de vários recrutas morrerem antes mesmo de enfrentrar o inimigo, devido ao ambiente extremo e o uso de armas reais.
As viagens espaciais acontecem graças ao uso de collapsars, que permitem o salto de distâncias gigantescas entre as estrelas, mas mesmos assim, as viagens entre os collapsars devem ser feitas à velocidades próximas à da luz, que causam efeitos de dilatação temporal massivos.
A primeira ação da UNEF acontece em Epsilon Aurigae, e graças a uma sugestão pós-hipnótica os recrutas realizam um massacre brutal contra um inimigo que não oferece resistência. Essa primeira expedição iniciou-se em 1997, durou apenas dois anos na perspectiva de Mandella, mas devido à dilatação temporal devido às viagens entre os collapsares, na Terra décadas se passaram. No retorno à Terra os soldados experimentam o ‘Choque do Futuro’ (para mais informações sobre o fenômeno psicológico, veja o trabalho de Alvin Toffler, especialmente o livro A Terceira Onda). Durante a ausência de Mandella muita coisa mudou na Terra: superpopulação, racionamento de alimentos, o homossexualismo é estimulado como forma de controle de natalidade (mas Mandella logo considera que isso é apenas uma desculpa, pois existem métodos mais simples), e a violência urbana chegou ao ponto de se tornar quase impossível sair de casa desarmado ou sem um guarda costas.
Os soldados que retornam para esse mundo do futuro dificilmente conseguem se adaptar e acabam voltando a se apresentar para novas missões.
Como resultado das viagens, Mandella acaba tornando-se o veterano mais velho da guerra, chegando a acompanhá-la até o final, centenas de anos no futuro.

Impressões sobre o livro

Uma das vantagens de ler os vencedores do prêmio Hugo na ordem cronológica é perceber como o tempo em que foram escritos influencia as estórias, mesmo que essas se passem vários anos no futuro. E Guerra Sem Fim é um excelente exemplo disso. Escrito em 1974, ele mostra muito da convulsão social que os Estados Unidos enfrentou nos últimos 15 ou 16 anos desde que Heinlein escreveu Tropas Estelares.
Como muitos outros, Haldeman teve que alistar-se contra a vontade, foi removido da sociedade em que vivia e atirado em meio a uma guerra absurda no Vietnam, ferido em batalha foi devolvido à uma sociedade que não era mais a mesma que ele tinha deixado.
Guerra Sem Fim foi uma tentativa muito bem sucedida de expressar o que a experiência da guerra significou para Haldeman.
Mandella, assim como Haldeman, não gosta de ser um soldado, mas dificilmente podemos dizer que trata-se de um livro anti-guerra, que se opõe ao Tropas Estelares – isso seria uma simplificação exagerada. Ambos os livros tem suas qualidades e semelhanças, como no início onde ambos mostram a difícil preparação dos soldados em campos de treinamentos brutais, na forma como apresentam os equipamentos militares futuristas e na forma como exploram alternativas sexuais.
Mandella, numa exibição de homofobia, é incapaz de aceitar o fato de um parente próximo ter se tornado homossexual, e acaba voltando ao combate. Após algumas viagens à velocidades relativísticas ele acaba alguns séculos no futuro, e dessa vez tem que lidar com o fato de que o homossexualismo agora é regra, e não exceção. Certamente o autor pretendia discutir no livro o banimento do homossexualismo no militarismo, que aconteceu nos anos 70. Mas ao mesmo tempo, o autor retrata os homens desse futuro um tanto efeminados, até mesmo usando maquiagem e roupas caricatas – em 2002 o autor disse que não teria feito isso se o livro fosse escrito nessa época.
De qualquer forma, trata-se de um livro muito importante para tentarmos entender melhor o que a guerra do Vietnam significou para a sociedade americana, e para o mundo.

site: https://leiturasparalelas.wordpress.com/2014/07/28/the-forever-war-joe-haldeman/
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Rosy 27/04/2019

Livraço! Desde o prefácio escrito por John Scalzi, autor de Guerra do Velho, outro livro que também amei, até a última frase daquelas de deixar o coração quentinho.
O Nosso autor é um veterano da guerra e passa isso de uma forma sublime nessa história de ficção científica.
O soldado Mandella é convocado para o exército numa missão extraterrestre, ele vai combater alienígenas viajando a uma velocidade extrema, dando saltos temporais, usando armas laser, trajes especiais, guerreando por sua sobrevivência e a de seus parceiros. Após o término da missão, depois de sofrer várias perdas, cansado e saudoso, Mandella encontra uma Terra devastada, muito tempo se passou depois de sua partida, nada é como antes e talvez não seja tão bom assim viver em solo terrestre.
Sua história de vida é contada num tempo futuro e vemos sua evolução pessoal numa contagem de tempo diferente da Terra, as batalhas são narradas com precisão, ele sabe bem dos detalhes. A parte científica extrapola bem o meu conhecimento (rs) mas os físicos de plantão vão amar... ou não né! Lembrando que em nada atrapalha o entendimento da história. É uma leitura muito bacana, fluida, emocionante e com um final que me ganhou de vez! Se você gosta desse tema, não perca Guerra Sem Fim.
comentários(0)comente



Franco 28/04/2019

Ficção Científica completa
Ficções científicas não possuem exatamente uma fórmula exata ou única. Contudo, aquelas que são realmente boas, tendem a contemplar pelo menos três aspectos; e Guerra Sem Fim com certeza os contempla:

1) o aspecto científico: que deve ser minimamente complexo mas razoavelmente compreensível. Hadelman atinge esse equilíbrio a explorar os detalhes do funcionamento do uniforme, mas, principalmente, a viagem espacial (independente de ser cientificamente válido, atual ou correto, o importante é que o autor conseguiu trazer argumentos que vão além da simplicidade leiga mas que ainda assim são estimulantemente compreensíveis).

2) o aspecto sociológico: que se refere à construção de uma realidade social, histórica e cultural alternativa. Apesar de Guerra Sem Fim não se deter muito nos detalhes nem nas explicações (até porque fugiria do foco do enredo), temos o vislumbre de um planeta Terra em contexto de guerra espacial sulcado por bruscas mudanças econômicas e comportamentais, o que é muito bacana para ler, parar e ficar pensando nas implicações em outras esferas das vidas das pessoas.

3) o aspecto dramático: que é conseguir conferir uma carga emotiva, humana e empática à história. E Hadelman faz isso muito bem, e muito em parte de ser uma história que explora os meandros da guerra, e em particular a vida de soldado (seus valores, seus dilemas, suas (des)esperanças). E há ainda o bônus do perrengue envolvendo as viagens espaciais e suas distorções temporais, o que confere uma densidade dramática sutil mas relevante aos personagens.

E juntando tudo isso numa escrita em primeira pessoa leve e fluida, e a um enredo bem amarradinho e linear, bem, temos um livro ótimo de ser lido.

É certamente uma peça obrigatória para os amantes de ficção científica, e é muito provavelmente aquele tipo de livro que dobra até mesmo os que, por algum inacreditável motivo, não gostam de FC.
comentários(0)comente



Camila - @darkbookslibrary 29/04/2019

Uma jornada e tanto!
No passado os humanos entraram em guerra com uma raça alienígena. Viajar longas distancias no espaço e voltar tem um efeito engraçado, enquanto você se mantem o mesmo por alguns meses, para quem ficou na Terra os anos passaram, isso é causado pela dilatação temporal. William Mandella, um jovem norte-americano, é convocado para o alistamento logo no início da guerra. Inexperiente, esse jovem vai ser treinado, vai se transformar em soldado e vai lutar essa guerra sem ter o alento de poder voltar para casa.
Essa história é uma metáfora para a Guerra do Vietnã, o autor lutou na guerra e usou a sua experiência de combate para criar a obra que passa no nosso atual passado, no nosso presente e no nosso futuro.
Vencedora dos maiores prêmios da literatura scifi a obra é um clássico da ficção científica militar e uma leitura bastante surpreendente.
Confesso que ela não foi exatamente o que eu esperava. Apesar de obviamente ser uma história militar achei que o foco fosse permanecer centrado nos personagens e em muitos momentos o foco é voltado para o lado militar mesmo. Ao longo da leitura nos deparamos com muitos treinos de combate, testes e há muita ação no livro.
Em alguns momentos a leitura pode parecer um pouco árida, principalmente para nós que vivemos em um país que não se envolveu em guerras (e que assim permaneça) e não vivemos na época em que a história foi escrita e a Guerra do Vietnã era notícia diária, mas mesmo assim as mensagens que a autor quer passar estão muitos evidentes.
É chocante a forma que ele demonstra como uma guerra pode desestruturar e sugar todos os recursos da sociedade e como essa mesma sociedade pode se adaptar as realidades mais cruéis e perigosas. Outro aspecto abordado pelo autor que é muito interessante é a forma que o personagem Mandella lida com a sua situação. Ele não gosta de ser soldado, mesmo assim se submete ao alistamento e retorna ao exército porque as alternativas são piores, ao ponto de ele não sentir pertencer a lugar algum a não ser em uma nave indo combater alienígenas.
O livro traz personagens diferentes e conforme a sociedade evolui novos personagens aparecem trazendo novas ideias, principalmente sobre o homossexualismo. Nesse ponto houve várias criticas ao autor por homofobia, mas Mandella é um personagem dos anos 70 e suas opiniões e posicionamentos são condizentes com sua época e isso torna o personagem fiel aos seus ideais.
Foi uma leitura realmente surpreendente, a primeira que fiz do tipo e terminei com um peso no coração de ter que deixar o Mandella ir. Vivemos uma longa jornada, mesmo assim eu queria mais.


site: https://www.instagram.com/darkbookslibrary/
comentários(0)comente



Giovana 16/05/2019

"Algumas vezes é necessário desistir de uma batalha para aumentar as chances de ganhar a guerra"
No fim da década de 90, a tecnologia da Terra permite que, através de Portais colapsares, humanos cruzem milhares de anos-luz e cheguem a pontos distantes do universo em pouco tempo. O primeiro contato com uma raça alienígena, no entanto, acaba desencadeando uma guerra que levaria séculos para acabar, pois as dilatações temporais geram uma intrigante questão: enquanto os soldados enviados nas missões passam meses fora, ao voltar pra Terra já se passaram dezenas de anos.

Como uma apaixonada pelo gênero da ficção científica, eu estava muito ansiosa para fazer a leitura desse livro, afinal ele não só já ganhou diversos prêmios como foi comparado e também base de inspiração para vários outros livros do gênero. Assim que recebi a obra já engatei a leitura.

O enredo é dividido em quatro partes, que marcam as divisões dos grandes saltos no tempo que ocorrem na história e acontecimentos relacionados. O início da narrativa, constituído pela parte 1, é lento, mas necessário. Juntamente com Mandella, o soldado que dá voz à história, conhecemos o contexto da Guerra e acompanhamos a rotina dos tripulantes.

Por isso logo de início já somos ‘bombardeados’ por muitos termos científicos, mas, mesmo que você seja um serzinho de humanas como eu, dá pra entender tranquilamente a história, pois Joe te explica e te envolve com sua narrativa, fazendo tudo parecer perfeitamente normal.

A partir da segunda parte o livro pega um ritmo frenético, onde muitas coisas acontecem em poucas páginas e você quer muito saber o que acontece a seguir.

Por muitas vezes o livro apresenta questões relacionadas à homossexualidade que geram controvérsias entre os leitores. Em função disso, quando trouxe o livro para o Brasil a Editora Aleph questionou o autor e ele escreveu uma nota se desculpando pela forma que aquilo poderia ter sido interpretado. Dessa forma, não vou entrar em detalhes aqui sobre isso. Foi algo que me incomodou um pouco, mas já sabendo o posicionamento do autor desde o início e o contexto em que a história foi escrita, relevei. Esses e outros pontos, na verdade, fizeram com que eu chegasse a até achar interessante ver como alguém da década de 70 imaginava que o futuro poderia ser.

O final da história, por sua vez, foi ação pura, o que contrastou muito bem com o começo arrastado e trouxe as tão esperadas cenas de confronto. Ao meu ver, fechou o livro muito bem.

O Livro tem mais duas continuações (Forever peace e Forever Free, obras ainda não publicadas no Brasil), mas o final de Guerra sem fim não deixa pontas soltas e você pode ler apenas esse mesmo.

O livro todo é uma incrível crítica à guerra em si. Joe, trazendo sua experiênca como veterano da Guerra do Vietnã, nos mostra com maestria a face da guerra, questionando a sua falta de sentido e consequências irreparáveis.

Finalizo portanto, dizendo que, apesar de ser um livro de 1974, publicado há mais de quatro décadas atrás, o livro ainda é extremamente atual e, portanto, merece com honras seu posto de clássico da Ficção Científica.
comentários(0)comente



Léo 07/04/2024

A guerra, as gerações e o tempo
Guerra Sem Fim começa como mais um livro de guerra espacial, no início, me pareceu derivado demais de Tropas Estelares, e o conflito espacial pouco interessante.
A partir do momento quando William e Marygay voltam para "casa", com a relatividade preservando suas juventudes e testemunham uma Terra transformada, ocupada por uma geração diferente, a narrativa ganha camadas surpreendentes, e o elemento "guerra" se mostra presente muito além do conflito espacial.
O conflito do personagem lidando com as diferentes gerações que lutam a mesma inexplicada guerra é o melhor elemento da narrativa, que torna o seu protagonista mais interessante e trás as questões mais enriquecedoras de Guerra Sem Fim.
Como aditivo, o relacionamento entre William e Marygay justificou um final sublime, que amarra os melhores elementos que este livro oferece, muito diferente do que eu esperava em um livro de guerra espacial.
Muito mais que uma leitura obrigatória para amantes de ficção científica espacial que também pode agradar a pessoas que não tem afinidade com o gênero.
comentários(0)comente



Jessé 12/06/2019

Uma alusão à guerra.
Achei esse livro muito interessante em varios aspectos.

Ele faz uma alusão direta a guerra do Vietnã, pois o escritor foi um veterano dessa guerra.

Quem se interessa por livros de história e já leu algo sobre essa guerra( que foi meu caso) identifica em varios momentos do livro acontecimentos da guerra do Vietnã.

As cenas de ação são bem feitas e descritivas, apesar de acontecerem muito rapidamente no livro, e ocuparem um espaço pequeno na história. O escritor se preocupa mais em desenhar seus personagens, explicar estratégias de combate, e tentar criar em palavras, toda a tecnologia usada no livro.

O livro contém uma pequena polêmica sobre homossexualidade, que para alguns pode soar meio estranho e preconceituoso. Mas devemos levar em conta, que quando esse livro foi escrito, os tempos eram outros, e a visão sobre esses assuntos, eram diferentes de hoje em dia. O próprio escritor, escreveu uma nota especial pra essa edição da Aleph, se explicando sobre esse assunto.

O final eu achei muito bom! E novamente o escritor faz uma alusão, do porque as guerras acontecem. Achei simplesmente genial o final.

Eu daria 5 estrelas pra esse livro, mas achei muito chato as partes explicando as tecnologias, e os termos usados, que muitas vezes não fazem sentido pro leitor. Mas claro que tenho consciência, que essas explicações eram necessárias pra história.

Enfim..... é um bom livro e diverte muito.
comentários(0)comente



Nikolle - Paradise Books 01/08/2019

MARAVILHOSO!
William Mandela é um jovem que acaba de ser convocado para uma Guerra Espacial. Antes de finalmente travar algum tipo de batalha com a raça extraterrestre, ele irá passar por todos os modos possíveis de treinamento para poder sobreviver fora da Terra, além de aprender técnicas de combate, e como utilizar as melhores, e tecnológicas máquinas e trajes que existiam.

Apesar de passar por todos os treinamentos físicos, a resistência corporal não é a unica que irá ficar abalada com a Guerra, os soldados ainda precisam superar psicologicamente os horrores que vão passar durante o tempo que ficarão fora sem saber quando vai voltar, ou SE isso pode acontecer. E como se isso não fosse o suficiente eles ainda precisam tentar se adaptar rapidamente com a dilatação temporal, pois para eles podem ter passado meses, só que na Terra pode ter sido anos e até séculos, o que resulta em uma grande evolução da humanidade e do Governo, algo que não presenciaram a criação, ou até mesmo o desenvolvimento de tudo.

Joe Haldeman trouxe para sua obra as próprias experiências que passou durante a Guerra do Vietnã, trazendo um personagem, que como ele mesmo, foi obrigado a ir para Guerra lutar com um inimigo "invisível", mas claramente achando que estava fazendo o certo pela nação. Durante todo o livro percebemos o quão William Mandela está preso a Guerra, já que quando tem a oportunidade de voltar para casa, a adaptação com as drásticas mudanças é praticamente intragável, sendo assim ele é arrastado novamente para o espaço, como se lutar fosse a única coisa que soubesse fazer, a Guerra Espacial ERA a única coisa que conhecia.

Outra coisa super interessante são as explicações científicas e matemáticas para tudo o que ocorre na história, já que como o autor, o personagem é um Físico, sendo assim todos os cálculos e resoluções sobre o espaço são explicadas detalhadamente nos fazendo acreditar que aquilo tudo é REAL, e POSSÍVEL, te prendendo totalmente ao que está acontecendo.

Além disso são abordados mil assuntos que englobam não só as batalhas, mas também a humanidade em si e seu comportamento girando em torno de várias situações. Fala sobre governantes, e claramente que as Guerras sendo fictícias ou históricas é um meio lucrativo, que muitas vezes surge por motivos supérfluos, mas que gera vítimas de ambos os lados, e que a solução pode estar englobada na pura e simples comunicação.

Guerra Sem Fim é um livro difícil de resenhar, pois claramente não quero dar spoilers sobre os acontecimentos da história, mas também queria comentar sobre várias abordagens que o autor faz, pois os questionamentos são gigantescos. Sem dúvidas é uma indicação necessária da vida, que vai te fazer pensar, e enriquecer sua mente.

site: http://www.paradisebooks.com.br/
comentários(0)comente



Racestari 06/09/2019

Um p@#a livro!
Que livro gostoso de ler. Achei muito bom o livro e no começo dele se mencionam as circunstâncias e época de seu lançamento, o que nos faz relevar eventuais idéias homofobias e curtir a viagem.
comentários(0)comente



Roberto 25/09/2019

Guerra Sem Fim | Marcado pelo campo de batalha
Uma das características mais representativas da ficção científica é a capacidade do gênero em apresentar uma crítica de maneira única, se beneficiando de metáforas para construir a narrativa. Joe Haldeman decidiu exorcizar seus demônios da Guerra do Vietnã em sua obra The Forever War, traduzida para o Brasil como Guerra Sem Fim. No livro, Haldeman questiona a importância da guerra, suas contradições, a perda e a solidão constante e a maneira como somos condicionados a participar de atos inumanos.

William Mandella (quase um anagrama para Haldeman) é um recruta convocado para a batalha. Ele não se sente confortável com aquilo, mas decide aceitar toda a experiência, já que não há muita opção. Somos situados em 1997, e a humanidade consegue viajar pelo tempo e espaço através do que chamam de salto colapsar, que são como pontos de acesso servindo como portais para buracos de minhoca. Os soldados tem a missão de enfrentar os taurianos (nome que receberam por conta da constelação de Taurus), uma raça alienígena que sequer conhecem, mas através de estímulos mentais introduzidos pelo próprio governo conseguem matar várias criaturas, mesmo que elas não tenham o mesmo poder de fogo para responder. É uma carnificina gratuita, a raça humana mostra a que veio.

A obra é dividida nos quatro momentos mais importantes da carreira de Mandella, passando por todas as suas patentes. Ainda assim, a estrutura narrativa é linear e cada uma dessas partes possui uma abordagem diferente dos problemas enfrentados por muitos veteranos da Guerra Fria. Tudo começa com o treinamento dos recrutas, em um texto de Haldeman totalmente focado na ação. O autor toma como prioridade, assim como um soldado, o reconhecimento de terreno e todos os elementos do ambiente, além de nos ensinar sobre o equipamento e as táticas marine necessárias para “matar um homem de maneira furtiva”. Este segmento do livro tem todos os atributos que fazem dele uma excelente reprodução da sensação de estar no meio do campo de batalha, mesmo que sacrifique um pouco o desenvolvimento dos personagens. Aqui Guerra Sem Fim tem comparações óbvias com outro sci-fimilitar, o clássico de Robert A. Heinlein, Tropas Estelares. Felizmente, Haldeman não cai nas mesmas armadilhas de ter sua obra confundida com propaganda (não me entenda errado, Tropas Estelares é ótimo, mas tem seus defeitos) e logo assume a responsabilidade se espelhando em Mandella, um jovem estudante de física (assim como o autor) indignado com o caminho tomado pela humanidade.

O que teria acontecido se tivéssemos nos sentado e tentado nos comunicar? (p. 111)

Chegando na segunda parte, Haldeman toma seu tempo e foca nas relações do protagonista. Por conta da relatividade na física das viagens interestelares, há uma dilatação temporal que afeta os soldados. Na sua primeira visita de volta para Terra, Mandella nota que uma década se passou durante sua ausência, mesmo que para ele tenha sido menos da metade disso. Ele visita sua mãe e passa mais tempo com Marigay, uma companheira de campo. Para sua infelicidade tudo está diferente: o crime aumentou, a saúde é precária, houve uma “Guerra do Racionamento”, e uma nova forma de controle da natalidade o deixa confuso. É como se Mandella fosse o alienígena em sua própria terra.

Fica evidente como o autor tem uma facilidade para manter uma consistência narrativa, isso sem contar a habilidade para implementar termos técnicos de forma orgânica, muitos baseados em táticas militares. Há uma sequencia gráfica e realista envolvendo uma contagem regressiva, logo na primeira parte da obra, que eu não duvido ter sido influenciada diretamente por algum acontecimento dos tempos de guerra do autor. Cada baixa da equipe é sentida com um peso e uma dolorosa sinceridade. E talvez o mais impressionante seja a coragem de Haldeman, ainda no auge do debate sobre a guerra (o livro saiu em 1974), em criticar o comportamento dos norte-americanos no Vietnã, com toda destruição desenfreada que não se importou com as crianças e as mulheres inocentes. O primeiro encontro com os taurianos é a mais assustadora e realista tradução disso.

A escolha de dedicar uma parte do livro na perspectiva de Mandella tentando compreender a vida na Terra é uma que nem todo autor pensa em inserir, achando que o público está interessado apenas na ação. Mas como o drama não é o forte de Haldeman, há tropeços. O retorno do protagonista tem alguns bons diálogos e construção de personagem, mas é um pouco difícil digerir a forma quase cômica na qual ele mostra o aumento da criminalidade, dando a sensação de termos um saqueador em cada esquina. No entanto, é também nesse ponto do livro que o personagem reflete sobre a morte e a trivialidade com a qual ela é tratada em campo.

No século 20, estabeleceu-se, para satisfação de todos, que “eu estava apenas seguindo ordens” era uma desculpa adequada para condutas desumanas. (p. 111)

Outra coisa que deve ser considerada, provavelmente a maior, seja a abordagem do autor sobre sexo e sexualidade. É claro que o contexto sempre deve ser levado em conta, como a mentalidade da época, então é esperado ver pensamentos do protagonista como “Porque pegamos as mais cansadas quando estamos com fogo e as mais fogosas quando estamos cansados?”. A maior questão surge mesmo quando Mandella revela seu lado homofóbico, o que felizmente é mencionado e corrigido pelo personagem aos poucos. O controle de natalidade da Terra só é possível por conta da dominância de cidadães homossexuais. É inteligente de Haldeman fazer um tratamento mais acolhedor das pessoas, o que entra em outra crítica ao jeito que o exército trata os gays, mas incomoda um pouco vê-los tendo atitudes efeminadas quase caricatas em alguns momentos. A versão brasileira lançada pela editora Aleph traz uma introdução, do próprio Haldeman, sobre isso. Ele admite não ter a tido a sutileza necessária para tocar no assunto, “Em Guerra Sem Fim, há sexo gay, é claro, mas normalmente entre mulheres ou entre homens efeminados. Minha única desculpa é que era assim que eu via o mundo, na época em que escrevi”.

Guerra Sem Fim é considerado, merecidamente, um clássico da ficção científica militar. Você encontra elementos da obra em várias mídias, seja em filmes como Interestelar e Nascido Para Matar, ou até mesmo no episódio Men Against Fire, da série Black Mirror. Haldeman desenvolve uma narrativa devastadora sobre manipulação e as cicatrizes da guerra. É uma leitura essencial para conhecer um dos trabalhos mais influentes do gênero e relembrar uma das maiores manchas da história.

comentários(0)comente



71 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR