Entre Quatro Paredes

Entre Quatro Paredes Jean-Paul Sartre




Resenhas - Entre Quatro Paredes


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Renan 15/02/2022

O Inferno é aqui
"O inferno são os outros", disse Gracin, um dos personagens da peça "Entre Quarto Paredes", de Jean-Paul Sartre. O inferno são os outros... O que é o "inferno"? O que são "os outros"?

Nesse excepcional texto teatral, Sartre se consagrou, definitivamente, como um dramaturgo exemplar, além de exímio intelectual, filósofo e pensador. Sua versão da teoria existencialista (numa tradição que vinha desde Kierkegaard) fica evidenciada aqui, com uma ilustração narrativa de mestre.

A peça: três pessoas distintas, Gracin, Inês e Estelle, que não se conhecem, são postas em uma sala para ficarem juntas por toda a eternidade, no "pós-vida". Todas comentaram graves erros em vida, então são condenadas nessa espécie de "inferno" à eternidade aprisionada, junto às outras pessoas. Aqui é o cerne da questão. As outras pessoas.

O tal "inferno" não é um lugar sombrio com diabretes, estacas, fogo, ou qualquer objeto causador de dor. Não, o inferno são os outros. O julgamento punitivo e castrador do outro, a opinião do outro, a presença do outro! E o pior, não é possível se livrar do outro, pois já estão mortos; a única maneira de lidar com isso é suportar.

Essa metonímia da nossa sociedade não passa despercebida. No final, nós estamos presos, sempre com algum "outro" nos atormentando de alguma maneira, em algum espaço social. Sartre escreveu, em sua segunda peça, uma obra prima, tão primorosa quanto sua filosofia. Leitura absolutamente recomendada.
lele 16/02/2022minha estante
uau arrasou demaiss!! maravilhosa resenhaa ?


Bianca.Arede 20/02/2022minha estante
que resenha maravilhosa!




LiviaKuga 13/01/2009

Um ótimo livro. Como ele é feito para teatro, é muito fácil de ler, e é engraçado. Acredito que uma das frases + importantes que Sartre satiriza é "O inferno são os Outros". Achei o livro bem interessante, e me fez pensar um pouco sobre as nossas atitudes e influências que elas fazem.
Mércia 07/06/2015minha estante
Li o livro em pouquíssimo tempo, deitei na cama e em meia hora li tudo. Gostei bastante, pois nos faz pensar o quanto as pessoas tem influência sobre nós, o que pensam a nosso respeito, o que esperam que nós sejamos. E imagine viver eternamente com pessoas diferentes de nós, nos julgando o tempo todo, apontando os nossos erros, é realmente um inferno.




Maria 16/01/2023

nossa eu adoro ler roteiros teatrais
sartre além de filósofo, feio e companheiro da beauvoir também escrevia uns trem bom. se algum dia eu fosse representar essa peça, ia querer ser o criado, porque é o único personagem que preza. odeio todos os outros, e acho que o ponto era justamente esse. parabéns sartre mandou bem estou me sentindo existencialista. ???
Maria 16/01/2023minha estante
*presta




Aribra 18/09/2009


Peça teatral em que três pessoas encontram-se trancadas em uma sala, elas sabem, você aos poucos vai sabendo, que estão mortas. Vem seu enterro, acompanham as vidas dos outros que continuam... Enfim, aos poucos vão se dando conta que estão trancados na sala e apenas os três, ninguém entra ninguém sai. Discutem banalidades, disputam espaço, olham o seu ex-mundo se desmontando e se desfazendo a partir do momento que todos os seus convivas os esquecem. Então começam a dar-se conta da dependência um do outro. Esta dependência vai crescendo de tal forma que os três formam um triângulo interdependente impossível de desfazer ao ponto de quando se vêm livres da sala, preferem trancá-la novamente e ficarem juntos. A peça é simples e bem curta e trata da percepção angustiante de que só somos alguém a partir do momento que temos alguém para projetarmos nosso EU.
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Raiane 15/05/2010

"Vou te dar o que eu puder. Não é lá muita coisa. Eu não vou te amar: eu te conheço demais pra isso"
O inferno de Sartre é um cenário facilmente imaginável, no qual a punição é psíquica. Não há castigo pior do que o julgamento alheio, daí o inferno ser os "Outros". Garcin, Estelle e Inês se conhecem tanto, que mal conseguem conviver "entre quatro paredes".
Leitura incrível!
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Nanddrummer 29/10/2010

"O inferno são os outros"
Um dos melhores livros que ja lí na minha vida. Para quem já tem uma iniciação na filosofia e na corrente existencialista vai notar as mensagens do existencialismo aqui presente. Contando a vida initerrupta Sartre coloca três personagens que viviam uma farsa e são postos um contra o outro pois é a percepção da "outra" pessoa que nos incomoda. Simplesmente demais
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Ricardo 22/09/2012

O primeiro que li do Sartre.Rápido de ler e surpreendente.
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Serena 12/12/2012

Quem é o carrasco?
O inferno são os outros nasce aqui, mas o que precede os outros são as nossas máscaras. Somos, antes de tudo, nossos próprios carrascos, tentamos provar a nós mesmos o quanto valemos a pena, o quanto nossa persona heróica e virtuosa é a que prevalece sobre todas as outras. Mas, um zumbido persistente canta nossa mediocridade, no sentido stricto da palavra, comum, um entre milhões.
Desesperados, damos o poder da guilhotina e do julgamento para o outro, porque precisamos dele, precisamos que, se não há convencimento para nós mesmos, que possamos talvez convencê-lo.
Neste cenário encontramos Inês, Garcin e Estelle, num ciclo que não se finda.
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Nessa 01/05/2013

A vida que não deu certo
O verdadeiro inferno é a vida que não deu certo. Sartre começa a fazer sentido de um jeito assombroso. Quando você finalmente se dá conta de seus demônios, eles não te abandonam mais. Esse é o problema de olhar no abismo: ele pode olhar de volta para você.

A cada movimento dos ponteiros do relógio parece ficar mais acentuada essa lógica. Tentativas desesperadas de desviar do trajeto são pura tolice quando todos os nervos já foram expostos, quando o outro veio até você para mostrar, consciente ou inconscientemente, aquilo que você tenta coagular.

Con[viver] nem sempre é tarefa fácil e embora alguns prefiram muitas vezes o exílio, ninguém é ilha. A grande questão é: conseguimos viver com nós mesmos? Se você não é bom, é mau. É demasiado preto ou branco, não? Uma mesa é uma mesa.

Ousaria então dizer que o inferno sartriano na Terra é nossa própria consciência.
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Luciana Lís 27/02/2015

Um criado conduz Garcin a uma sala de mobília imperial com lareira, sofás e uma estátua de bronze. Posteriormente, chega Inês e, por fim, Estelle. Os três estão no inferno e cada um por sua vez se impressiona com a ausência do demônio e das torturas eternas que alimentam o medo dos cristãos. Os três estão condenados a coexistir juntos naquele espaço.

Garcin é um homem culto, porém covarde, péssimo marido e teme que sua fraqueza seja exposta; Estelle é uma frívola burguesa que saiu da pobreza por conta de um bom casamento, matou o filho em nome do conforto e da vaidade; Inês é manipuladora e sádica, seduziu a mulher de um amigo ocasionando uma tragédia na vida dos três.

Cada um deles conta as razões pelas quais acredita ter sido condenado a estar no inferno, e se encontram sob os olhos uns dos outros, o julgamento cruel que aponta os defeitos de cada um, ignorando completamente as aspirações íntimas que os fizessem ser vistos de uma forma mais digna. Eles estarão sempre à mercê da opinião do outro, sendo julgados e hostilizados, tornando a convivência uma eterna expiação, até Garcin se dar conta de que “o inferno são os outros”. “Entre quatro paredes” é uma peça curtíssima, tem pouco mais de 30 páginas e é facilmente encontrada na internet. Uma leitura que vale a pena. Seria impossível transcrever os riquíssimos diálogos entre as personagens sem alongar demais esta resenha, mas é válido ressaltar a riqueza das personagens, das falas carregadas de metáforas e de subjetividades, escancarando a habilidade de Sartre para traçar diversos meandros acerca da existência humana.
Por: @lucianalis

site: Para mais resenhas: instagram.com/coletivoleituras
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Mauricio.Alcides 17/04/2016

O inferno
Acho que tenho uma peça de teatro favorita,

Em Entre quatro paredes Sartre nos apresenta a uma nova visão mundana de inferno, um inferno sem ardência, sem suplícios sem constantes humilhações, um inferno composto apenas na figura de um quarto e das interações sociais humanas. Sartre demonstra na figura de três personagens como a interação humana é complexa, difícil, como é complicado estarmos presos ao convívio social, mas mesmo sendo essa lastima a convivência com terceiros é essencial para a nossa complexa raça humana.

Como dito em um certo momento do teatro por Garcin O inferno são os outros.

Nota: 10
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Maju Garcia 21/04/2024

Foi o primeiro livro "peça" que eu li, e me surpreendi positivamente. É um livro curto e fácil de ler, não tem a descrição de cenas e a história é muito involvente, a forma como o inferno é retratado é muito interessante, a maneira como cada personagem agia como se não houvessem motivos e depois como a interação entre eles fazia aquele lugar ter um propósito para a tortura é incrível.
É uma leitura que recomendo, especialmente para iniciar a leitura de teatro.
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Daniel.Simoes 16/01/2019

Uma peça curta, sobre um inferno alternativo, em que as pessoas são obrigadas a conviver com outras, sem interrupções (as pessoas não piscam e as luzes não apagam). Através de três personagens que se encontram numa sala após morrerem na vida terrena, a história vai mostrando como o que mais nos aterroriza na verdade vem das pessoas ao nosso redor com quem convivemos, ou seja, o inferno são os outros.
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Beatriz3345 22/01/2019

Escrita em forma de teatro, "entre quatro paredes" é uma obra existencialista curta e muito interessante.
Temos apenas três personagens (e a passagem fugaz do criado) e um cenário, os três morreram e estão confinados em um quarto no inferno onde devem passar a eternidade sofrendo o único e mais terrível castigo de todos, conviver com apenas aquelas pessoas para sempre e sem nunca dormir.
Daí veio a frase "o inferno são os outros" a tensão psicológica da trama é demais, ainda bem que é curta senão eu ja ia surtar.
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Babi Lisiak 04/10/2019

Uma das melhores definições de Inferno.
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